Casamento arranjado
Capítulo seis
Fernando
Acordei e só conseguia pensar na noite de ontem, primeiro tive uma recaída com a minha ex e depois vivi aquele momento tão intenso com a Clara.
Estou deitado de costas na minha cama, com as mãos apoiando a cabeça e olhando para o teto enquanto penso que a minha ex está bem gata e o sexo de ontem foi incrível, até marcamos de nos ver hoje de novo. Enquanto com a Clara eu senti algo que nunca senti por ninguém na vida, senti vontade de cuidar dela, protege-la de todos os perigos do mundo e nunca mais vê-la chorar tanto como chorou ontem. Meu telefone começou a tocar, me tirando dos meus pensamentos e vi no identificador de chamada que era a minha mãe.
— Bom dia mãe.
— Boa tarde né Fernando, já são duas horas da tarde.
— A mãe, para mim é bom dia, acabei de acordar.
— Filho eu e seu pai precisamos falar com você. Você poderia vir até a nossa casa hoje? — Percebi que ela mudou o tom de voz e parecia tensa.
— Sobre o que vocês precisam falar?
— Venha e conversamos pessoalmente.
— Tudo bem, daqui à uma hora estou aí.
Desliguei, me arrumei e fui até a casa dos meus pais, não sei o que querem falar comigo, mas pelo tom de voz da minha mãe não deve ser coisa boa.
*
— Pai, isso não pode ser verdade, você não pode estar falando sério.
— Estou falando seríssimo Fernando. Já decidimos.
Meu pai estava sentado de frente para mim no sofá da sala da casa deles, minha mãe ao lado dele. Tenho certeza que a minha irmã já sabia dos planos que os dois tinham para mim e decidiu sair para não me ver surtar.
— Eu não posso me casar com a Fabiana pai.
— Você pode e vai. Seu avô esta me pressionando e você sabe o quanto ele é a favor das tradições. Eu e sua mãe a quebramos uma vez, mas com você vai ter que ser como sempre foi. Precisamos de você na presidência da empresa.
— Pai eu não posso.
— Por que não pode Fernando? Você nem se quer tem namorada e namorou por tanto tempo a Fabiana, não custa fazer a vontade do seu avô. Além de que, ele está idoso, podemos perdê-lo a qualquer momento e para ele seria uma alegria ver você casado com a Fabiana e mantendo as raízes da família. — Minha mãe disse calmamente.
— Vocês poderiam ter feito a vontade do meu avô então e não terem se casado. — Falei me levantando.
— Não fale assim com a sua mãe Fernando. — Meu pai falou um pouco mais alto.
— Desculpa. — Falei e voltei a me sentar. — Tentem entender meu lado, vocês já passaram por isso, eu não amo a Fabiana.
— Mas vocês saíram juntos ontem, então você deve gostar ao menos um pouco dela. — Meu pai sorriu discretamente.
— Sim, como amigo, mas não para me casar com ela.
— Bom filho, a realidade é que a empresa tem que ficar entre as famílias sócias e no caso o próximo casamento é entre você e a Fabiana. — Meu pai disse sério e se recostando no sofá.
— Pai você está ouvindo o absurdo que o senhor esta falando?
— Não vejo absurdo, vejo praticidade.
— Vocês dois deveriam ter sido práticos então e não terem se casado.
Não dei tempo para eles responderem, me levantei e saí da sala indo em direção a porta da frente. Não fui criado assim, nunca deixei meus pais falando sozinhos, mas nem toda a sabedoria e paciência oriental me fariam ficar calmo em uma situação como esta. Não consigo entender essa coisa ridícula que eles insistem em manter, duvido que ao menos tenham perguntado a opinião da Fabi.
Entrei no meu carro e fui direto para Angels. Quero trabalhar para esfriar a cabeça.
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