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Amigos

Fernando

Assim que desliguei o computador desci para ir embora, eu estava sozinho, João e Rodrigo já tinham ido mais cedo e como cheguei mais tarde eu disse para eles irem que eu fechava.

Estava saindo na portaria e como sempre perguntei para ao Valmir se todos já tinham ido. Ele confirmou dizendo que só estava ele e o Cassio e que ele já estava indo embora. Fiquei meio desapontado, esperava que que a clara ainda estivesse aqui e eu pudesse lhe oferecer carona e conversar com ela até em casa de novo. Divirto-me muito tentando tirar dela um pouco de informação.

— Ei Fernando, se você for para o lado do ponto de ônibus, da uma olhada para ver se você vê a Clara. Ela foi embora sozinha de novo e não tinha nem um taxi no ponto hoje por conta da chuva.

— Ah pode deixar, que vou exatamente para aquele lado Valmir. — Abri um sorriso e Valmir me retribuiu com o dele.

Fui andando a passos rápidos até meu carro e torcendo para que a Clara não tenha conseguido pegar o ônibus até eu passar. Fiz o retorno no estacionamento e saí pela rua que dava para o ponto de ônibus mais próximo.

Assim que entrei na rua a vi seguindo em direção ao ponto. Clara era muito bonita e era extremamente perigoso ela andar assim de madrugada sozinha. Desacelerei o carro e fui indo devagar tentando parear o carro ao seu lado. Percebi que ela agiu com um misto de medo e desespero e começou a andar muito rápido. Abri o vidro do carro e sorrindo disse a ela:

— Fugindo de algo Clara? — Quando ela se virou para mim, ela parecia em pânico e não me respondeu. Arrependi-me de não ter sido rápido e feito com que ela me visse assim que a vi.

Desci do carro e fui ao lado dela, mas ela parecia não estar em si. A abracei e senti que ela estava tremendo. Vi que tentava respirar e se acalmar, mas não conseguia.

— Clara você está bem? Não tive a intenção de te assustar. — Falei e ela começou a chorar compulsivamente. Eu estava começando a ficar em pânico também. Passei o braço na cintura dela para apoia-la — Nossa você está tremendo. Meu Deus... Me desculpa Clara! Me desculpa. — A abracei forte e ela chorava muito.

A mantive apertada em meu abraço e aos poucos o choro foi cessando. Eu estava a abraçando tão forte e me sentia tão culpado. Ela estava com a cabeça encostada no meu peito e quando ela parou de chorar, nem sei quanto tempo depois, falou:

— Me desculpa Fernando. — Ainda tinha a testa encostada no meu peito e eu ainda a abraçava.

— Não tem do que se desculpar. Eu que tenho que pedir desculpas, não deveria ter chegado como cheguei.

Ela se afastou de mim, enxugou os olhos e não me olhou, parecia envergonhada. Coloquei o dedo indicador no seu queixo e puxei devagar para cima para que ela me olhasse.

— Não tem do que ficar envergonhada. Somos amigos e amigos dividem momentos como esse. Quer que eu te leve para casa?

Ela assentiu e não disse mais nada. Peguei-a pela mão, a levei até o carro e a acomodei no banco do carona, dei a volta no carro e assumi o volante. Dirigi até onde ela morava em silêncio e quando estacionei em frente ao portão, virei-me para encara-la.

— Estou tão envergonhada, minha reação foi extremamente exagerada. — Ela disse olhando para as mãos.

— Não deveria estar, todo mundo tem o direito de sentir medo de algo.

Ela assentiu e enxugou uma lágrima solitária que escorria e eu continuei:

— Mas acho que não era exatamente de mim que você estava com medo, ou pelo menos não só de mim.

Ela ficou em silêncio por um minuto e enfim falou:

— Eu já passei por algumas coisas na minha vida que me fazem sentir medo. — Ela ainda não me olhava.

— Quer conversar sobre isso? Falar com amigos, às vezes ajuda a afastar o medo. Isso é né, se eu for seu amigo.

Enfim ela sorriu e me senti a melhor pessoa por conseguir colocar um sorriso em seu rosto.

— Depois de encharcar sua camisa de tanto choro, acho que você, com certeza, tem que ser meu amigo. — Ela abriu um sorriso sem graça.

— Encharque quando precisar, na verdade espero que você não precise nunca mais. Entrei em pânico em ver você chorando.

Quis acrescentar que ela ficava linda mesmo chorando, mas achei melhor não, pelo menos não nesse momento. Ela soltou ar e achei que não fosse me contar nada, como sempre seria calada e reservada, mas ela contou:

— Faz um ano que estou morando com a minha amiga que me salvou de um inferno. — ela parou de falar, mas eu não disse nada e esperei que ela continuasse. — Eu morava em outro estado e saí de lá fugida porque... Porque me casei com um monstro que me batia dia sim outro também, toda vez que ele bebia.

Senti a cor deixar meu rosto e apertei com força o volante a minha frente. Como pode um homem, ou um lixo covarde que se diz ser homem ter coragem de bater em uma mulher tão meiga e delicada como a Clara?

— O deixei, saí escondida da minha casa, fugida da minha cidade, porque sei, que se ele souber onde eu estou ele virá me matar, ou pior, tirar a minha filha de mim, e isso seria meu fim. Eu não sei viver sem a minha Mayara. E desde então eu sofro com medo. Já tive algumas crises de pânico, mas fiz tratamento e melhorei. Hoje o que você viu foi uma pequena crise e fiquei com muita vergonha de isso ter acontecido com você. Queria realmente que você esquecesse o que viu.

Enquanto ela falava eu só pensava que se eu pegasse esse filho da puta, que fez isso com ela, eu matava, mas tentei me manter calmo, soltei o ar que eu estava segurando e respondi.

— Não vou esquecer nada do que vivi ao seu lado hoje. E sabe por que? Porque você me contar isso, só me fez te admirar ainda mais. Nem todas as mulheres tem a força e a coragem que você teve quando fugiu daquele desgraçado. E olha Clara, no que você precisar eu estarei aqui, pode me considerar de verdade um amigo.

Ela me olhou e pude ver admiração no seu olhar e como se ela não acreditasse que minha resposta fosse ser essa.

— Obrigada Fernando. — Ela me olhou intensamente por uns segundos e continuou — Bom, agora vou ter que entrar.

— Eu te acompanho até o portão.

E antes que ela pudesse me afastar e dizer que não era para eu descer, eu já estava do seu lado do carro. Ela desceu e eu apoiei minha mão nas suas costas e a acompanhei.

— Entregue senhorita. — Falei sorrindo e tirando um sorriso tímido dos lábios dela.

— Mais uma vez obrigada, você é um excelente amigo.

— Ganhei a noite, passei de chefe ou patrão para amigo. Já é um grande passo para humanidade.

Ela me olhou sorrindo, com os olhos ainda inchados pelo choro. Ficamos mais uns segundos sem dizer nada, apenas nos olhando e senti dentro de mim algo mudar, um comichão, um sentimento estranho, que era como se eu tivesse o dever de protege-la de qualquer perigo que ela pudesse correr.

Percebi que eu teria de dizer alguma coisa, limpei a garganta e disse:

— Vou indo Clara. Até Mais tarde.

— Até. — Ela respondeu e dei um beijo no rosto dela.

Fui andando em direção ao carro e quando me virei para entrar ela ainda me olhava do portão, acenei para ela parti para casa.

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