Capítulo onze

Resolvi passar o final de semana com meu maior companheiro e naquele momento eu estava deitada com Panfleto no sofá e assistindo um filme. Nosso programa favorito. Ele estava mais grude que o costume e amei saber que ele tinha sentindo saudade de mim.

Cheguei em casa arrasada depois de ter sido covarde e não ter me deixado levar pelo desejo. Me martirizei por horas pensando que era para eu estar passado a noite com aquele deus e me entregado ao sexo quente e a tudo que eu estava sentindo. Minha cautela às vezes me deixava muito irritada e eu queria ser daquelas mulheres que fazem de tudo, se jogam de cabeça sem se importarem no que acontece depois, mas eu nunca seria assim.

Eu podia ter bebido. Bêbada eu teria ido.

Mas o conhecendo como conheço, se eu estivesse bêbada, ele que não teria feito nenhuma proposta indecente.

Droga!

Eu sabia que no dia seguinte minhas amigas iam me acordar logo cedo, me ligando para saber o que tinha acontecido com a carona, aí eu as decepcionaria quando contasse que nada tinha acontecido e faria a Nanda soltar um palavrão em descontentamento que me faria rir. Como sempre, mas queria que dessa vez fosse diferente e eu tivesse algo para contar.

Tentei focar no filme, mas meus pensamentos vagavam para a noite anterior, iam para o beijo na viagem e em um sorriso perfeito que não saia da minha memória, até que meu celular apitou e quando o peguei uma mensagem piscava ali.

"Escuta essa música. Me lembro de você cantando com seu inglês que parece árabe. PS: Tem a tradução nesse vídeo. Beijos. Vini. PS2: Salva esse meu número, não sei se você tem."

Rindo cliquei no link que veio com a mensagem. Claro que eu já havia salvado o número dele no meu celular.

A música que cantei no carro quando fui levá-lo em casa começou a tocar e o refrão da música dizia:

"... Preciso de uma garota como você."

Senti minhas bochechas vermelhas e quando a música começou a tocar alto, Panfleto ergueu a cabecinha de cima da minha perna e me olhou como se tentasse entender por que eu estava atrapalhando o filme. A música acabou e se eu já amava aquela música, daquele momento em diante ela iria tocar sem parar na minha playlist.

Será que ele queria usar a música para me dizer algo?

Fiquei com os sentimentos ainda mais embaralhados e ouvi a música mais algumas vezes, prestando bastante atenção em cada linha da letra e eu só queria entender o que estava acontecendo entre nós e como chegamos aquele momento? Nem um de nós dizia as claras, apenas ficávamos no subentendido. Será que era só desejo e algo físico ou sentíamos algo mais. Eu quando estava perto dele tinha certeza que sentia, mas só pensava insistentemente que não podia.

Não respondi a mensagem e continuei a assistir o filme, mas Panfleto ainda me olhava como se esperasse uma explicação.

— O que foi? — perguntei.

Ele virou a cabecinha de lado como se quisesse dizer algo.

— Olha, ainda bem que você não fala, porque sem falar eu já sinto que está falando e me recriminando, imagina se realmente falasse.

Ele latiu e eu ri.

Olhei para o meu celular e resolvi responder a mensagem do Vinícius:

"Amo essa música e agora amo ainda mais."

Fui sucinta e não deixei meus sentimentos em relação à letra da música influenciar na minha mensagem.

"Eu gostaria que não fosse só a música"

Foi a resposta dele à minha resposta e com isso ele me confundiu de vez. Não respondi e ele me enviou mais uma mensagem com o link de um vídeo com outra música, dessa vez era Dive do Ed Sheeran e a mensagem dizia:

"Veja se gosta dessa."

No vídeo tocava uma batida sexy, com uma voz masculina cantando que basicamente dizia para sua amada não o iludir, se não tiver intenção de ficar. Mais uma vez me coloquei a pensar nessa relação e não soube o que responder, então depois de muito pensar respondi para ele:

"Eu quero muito ficar"

https://youtu.be/rGnRXy5VAQ0

https://youtu.be/Wv2rLZmbPMA