Presente de Natal
Capítulo treze
Manhã da véspera de Natal...
Eu amava os dias de festas de fim de ano!
Acordei animada já passava das onze da manhã, isso por que nem cheguei tão tarde. Coloquei uma música alta e comecei a minha faxina de Natal. Limpei a casa toda e deixei tudo brilhando. Panfleto acompanhava meus movimentos e no cômodo da casa em que eu estava limpando ele ia atrás, enquanto a limpeza seguia, fui me dividindo entre a faxina e as panelas, pois mesmo que fosse cear somente Panfleto e eu, gostava de seguir a risca e fazia aquela ceia caprichada. Graças aos céus eu já tinha ido ao mercado no dia anterior e tudo que eu precisava já estava à minha disposição.
Fiz um assado de carne, um arroz cheio de coisas no meio e alguns tipos de saladas. De sobremesa fiz pudim e um mousse de maracujá que eu amava. Arrumei a mesa com uma toalha vermelha, velas e usei a louça que eu só usava no Natal. No centro da minha mesa decorada, coloquei uma cesta caprichada de frutas e acendi as luzes da árvore que piscavam me lembrando de que era a época que eu mais amava.
Quando terminei tudo já era quase noite, então levei Panfleto para o banheiro, me diverti dando banho nele e depois sequei seu pelo curto com o secador de cabelo, dando o toque final com uma gravatinha borboleta que eu tinha comprado para ele, especialmente para a noite de Natal. Muito fofinho.
Deixei Panfleto assistindo TV e foi a minha vez de ficar linda. Tomei um banho demorado em que depilei cada parte do meu corpo, esfoliei a pele, hidratei meu cabelo e após sair do banho o sequei. Hidratei meu corpo com um creme novo que eu havia comprado para o Natal, fiz uma maquiagem leve e coloquei um vestido vermelho e curto que eu também tinha comprado para aquela ocasião. Me olhei no espelho e eu estava um arraso, quem me visse acharia que eu estava me arrumando para uma festa muito chique.
A casa cheirava a Natal e apesar de passar apenas com Panfleto, me sentia feliz. Fui até a sala e coloquei uma música, mas foi mais forte que eu colocar a música que Vinícius tinha falado cada estrofe no meu ouvido na noite anterior. Eu tinha baixado assim que cheguei da confraternização e a ouvi incansáveis vezes.
Eu estava perdida em pensamentos e lembranças, quando o telefone tocou e era a Karen:
— Amiga, tem certeza que não quer vir pra cá?
Ri com a preocupação da minha amiga.
— Não, pode ficar tranquila que eu estou bem.
— Tenho um primo lindo, que está aqui e é solteiro.
— To fugindo de rolo, mas obrigada pela oferta e de verdade, estou bem aqui.
— Tá bom, mas se mudar de ideia, só vir pra cá.
— Tudo bem.
Me despedi da minha amiga e estava indo aumentar a música, mas parei no caminho quando o telefone tocou novamente e dessa vez era a Fernanda:
— Amiga, se quiser vim pra cá meu marido te busca e você nem precisa dirigir.
— Obrigada mesmo, Nanda, mas estou bem.
— Vai passar sozinha de novo?
— Não estou sozinha...
— Está com o Panfleto — ela me interrompeu. —, eu sei, mas pode trazer ele também.
— Obrigada, amiga, mas vou ficar aqui e estou muito bem com isso. Fica tranquila.
— Tá bom, mas se mudar de ideia, me liga.
Ri por ela falar a mesma coisa que a Karen e a tranquilizei dizendo que se eu precisasse ligaria.
Fui até a cozinha, me servi de uma taça de champanhe, voltei até o aparelho de som onde para tentar esquecer a noite anterior, tirei a música que estava tocando e coloquei Sandy e Junior para tocar alto. Comecei a dançar e cantar feito uma louca e fui acompanhada por Panfleto que pulava a minha volta.
Eu amava as músicas antigas dessa dupla e a música Desperdiçou começou a tocar alto. Mesmo essa música tendo feito parte da minha vida de bad pós-separação, ainda sim eu amava.
Deixei a playlist Sandy e Junior tocando e eu estava cantando junto e alto, quando o interfone tocou, atendi e o porteiro disse que tinha um homem chamado Vinícius, que perguntava se podia subir.
Vinícius?
Perguntei como ele era e pelas descrições que o senhor Geraldo passou, só podia ser o meu Vinícius, digo o meu chefe Vinícius. Em seguida o senhor Geraldo me disse que parecia o homem que havia me levado em casa há pouco tempo. Meio no automático eu disse que podia subir e fiquei estalando os dedos de nervoso. Minha garganta ficou seca e eu me perguntava o que será que ele fazia ali em plena véspera de Natal? Fui até a cozinha e me servi de mais champanhe, porque minha garganta estava realmente seca.
O que será que ele queria aqui?
Abri a porta da sala e fiquei esperando o elevador chegar no meu andar. Assim que as portas se abriram ele saiu de dentro do elevador e estava de tirar o fôlego com uma camisa jeans de botão e uma calça preta. Segurava um buquê de rosas vermelhas em uma mão, na outra mão uma bebida e em uma coleira presa ao pulso de Vini estava Dona. Sorri sem graça quando o vi, mas não disse nada, enquanto ele me olhou de cima a baixo, engoliu em seco como se estivesse feliz com o que via e disse:
— Viemos te desejar Feliz Natal, pessoalmente. — Parecia sem graça e eu só faltava babar.
Ele me entregou o buquê e me deu um beijo no rosto, demorando mais que o normal.
— Obrigada, amo rosas. Oi, Dona. — Brinquei com a cachorrinha serelepe, que parecia muito dona de si.
— Desculpa, ter vindo assim sem avisar, como você disse que não ia sair... — ele não terminou a frase pareceu sem graça ao ver que eu estava arrumada.
— Ah, não, não tem problema e eu não vou mesmo sair. Entra. — Apontei para a porta e em seguida entramos no apartamento.
Assim que ele entrou e viu tudo arrumado e a mesa posta, ficou ainda mais sem graça e quando eu voltei da cozinha com um vazo para colocar as rosas ele me disse:
— Olha, de verdade, Celina, eu não quero atrapalhar, vejo que você está esperando alguém e só vim mesmo te dar um abraço pessoalmente, sabe... Porque como eu disse... Ontem você me contou que passaria só com o Panfleto.
Eu ri.
— E vou passar, só que eu amo tanto o Natal que arrumo tudo como se fosse ter uma festa. — Ele riu. — Então, e você acabou não indo passar com a sua família?
— Não.
— Se vocês quiserem passar comigo e com Panfleto ficaríamos honrados.
Panfleto já estava todo feliz, com o rabo abanando e Dona também já estava parecendo feliz ao ver o amigo.
— Se não for atrapalhar... Era exatamente isso que eu tinha em mente. — Ele tinha uma carinha tão linda e envergonhada em seu rosto que eu fiquei com vontade de agarrá-lo.
Meu sorriso era tão largo que eu parecia uma idiota, mas eu estava tão feliz com essa surpresa de Natal, que sentia que com certeza esse era o meu presente daquele ano.
— Claro que não! Olha, fica à vontade, vou levar a champanhe para a cozinha. — Ele sorriu em resposta, acho que era o reflexo do sorriso em meu rosto que o fazia sorrir. — O que você quer beber? Comprei cerveja, vinho e champanhe. — Olhei para ele mais animada que criança em loja de presente e eu respirava para tentar controlar a euforia de tê-lo ali, porque já estava parecendo desespero.
— Você tem certeza que não estava esperando alguém? — perguntou sorrindo pela quantidade de bebida que eu tinha só para mim.
Eu ri.
— Não, é como eu te disse, eu amo o Natal e até estava pensando em ficar bêbada hoje.
— Que bom, te acompanho no champanhe então. E adoro você bêbada.
Rimos e envergonhada fui buscar uma taça para ele. Na cozinha eu respirei fundo, fechei meus olhos e sorri ainda não acreditando no que estava acontecendo. Enchi nossas taças e voltei para a sala.
— E eu trouxe um presente de Natal para você. — Dito isso ele me entregou uma caixinha pequena e de veludo, que eu não notei que ele segurava. — Espero que goste.
Acho que o meu rosto transmitia toda a minha surpresa, então peguei a caixinha e a abri. Dentro dela tinha uma gargantilha dourada, com um pingente com o símbolo do Marketing, que era um alvo com uma flecha no meio, e em todo aro de fora do pingente estava gravado a frase: Celina a melhor Analista de Marketing. Tão pequenininho que eu tive que aproximar o pingente dos olhos para conseguir ler.
Fiquei olhando aquele presente tão delicado e tão significativo para nós, que eu só sorri e senti meus olhos marejados.
— Celina, é mais um pedido de desculpas que um presente — ele disse como se estivesse com medo de que eu não tivesse gostado. — Só para deixar claro o quanto eu admiro o seu trabalho e te acho incrível no que faz e que aquele babaca na reunião daquele dia, não era eu.
— É lindo! — consegui falar. — Mas você sabe que não precisava disso. Mesmo em pouco tempo de convivência, eu já sei quem você é. — Ele sorriu. — Coloca em mim? — Me virei de costas e Vinícius colocou a gargantilha em meu pescoço, encostando levemente os dedos na minha pele e me fazendo fechar os olhos em contentamento, sem que ele pudesse notar.
— Prontinho, ficou ainda mais linda.
— Obrigada pelo presente — falei olhando para o meu pescoço. — Eu amei.
Ele sorriu parecendo sem jeito e disse a seguir:
— Gostei do seu gosto musical — falou levantando o indicador para cima se referindo a música Nada é por acaso, da dupla Sandy e Junior que ainda tocava sua Playlist pela minha casa.
Fiquei com vergonha e sorri sem graça.
— Ah, é Sandy e Junior. Quer que eu mude? É que eu gosto dessas músicas antigas deles, mas se quiser... — passei na frente dele para ir até o aparelho de som, mas ele me segurou pela cintura, me parando no caminho.
— Não, deixa tocar. Estou gostando.
Estávamos de pé e bem próximos, mas eu precisava me afastar e assim eu fiz. Dei um passo para trás, voltando para onde eu estava e falei:
— Ei, por favor, sente. — Apontei para o sofá. — Desculpa, esqueci de te convidar, é que eu estou acostumada só com a visita da Karen e da Nanda e elas já chegam chegando.
Nos sentamos e ele disse:
— Vocês sempre se deram bem assim?
— Sim — Sorri. —, desde que comecei na agência.
— Acho ótimo a amizade de vocês. Ah, e falando em amizade, ontem quando te chamei para dançar, o que você quis dizer, quando disse que já estão falando da gente?
Claro, falando em amizade, porque era apenas o que tínhamos.
— Fico até envergonhada em falar, mas quando eu fiz a reunião da semana, o Pedro deu a entender que você tinha me deixado como líder da reunião por que eu e você tínhamos algo mais.
Vinícius fechou a cara.
— Não acredito! — Dei de ombros e ele notou que eu tinha ficado chateada com aquela situação. — Mas pode deixar que quando voltarmos ao trabalho, eu vou conversar com ele.
Assenti e mudei de assunto:
— Como anda a criação da campanha de ração?
— Você quer mesmo falar de trabalho hoje?
— Se você não se importar, eu quero. — Ele riu e balançou a cabeça em divertimento.
— Então, já tive algumas ideias, mas não fiquei feliz com nenhuma delas.
— Se quiser, podemos trabalhar juntos nesses dias de folga e juntos a gente chega a uma ideia.
— Sério? — ele perguntou sem acreditar.
— Sim, bom... na verdade eu não vou fazer nada, mas você deve ter planos, né? Esquece!
— Não, achei uma ótima ideia, eu também não tenho planos nenhum. Adoraria passar esses dias trabalhando com você.
Nos encaramos e sem que eu pudesse conter um suspiro tomou conta da minha respiração e tive que dar um gole na champanhe para acalmar meus sentimentos. Nisso um latido de Panfleto para a Dona nos chamou atenção e olhamos para eles. Os dois estavam brincando de dar mordidinhas e pareciam se divertir.
— Eles estão se divertindo mais que nós — falei rindo e olhando para os nossos cachorros.
— Se quiser podemos brincar de dar mordidinhas também. — Tirei o olhar de Dona e Panfleto e encarei o Vinícius, já sentindo meu rosto pegar fogo, enquanto ele ria descaradamente.
— Muito engraçadinho você. Bom, já passa das onze, acho que podemos cear, né? — Não esperei a resposta e levantei. — Vou esquentar o assado no forno e trazer para a mesa. Quer que eu te traga mais champanhe? — Meu coração traidor batia acelerado com uma simples brincadeira dele e para completar a cena, naquele momento a música Quando você passa da Sandy e Junior tocava. — Não quer mesmo trocar a música? Tô me achando muito adolescente ouvindo essas músicas.
Ele riu, não sei se pela música ou se por eu falar tudo de uma vez.
— Relaxa! A música está ótima e se você não se importar, eu posso ir com você até a cozinha e te ajudar.
— Pode ser.
Ai, Deus! Essas músicas fizeram parte da minha adolescência e agora vão me lembrar do Vini e da minha louca vida adulta.
Suspirei.
Fomos até a minha pequena cozinha, liguei o forno, enquanto ele nos servia mais champanhe. Estávamos tentando agir apenas como amigos, mas sentíamos um clima no ar que estava deixando tanto a mim quanto a ele sem saber como agir. Para mim essa noite era um presente e eu estava em êxtase, mas eu não queria que ele notasse o quanto eu estava feliz com a sua presença para que eu não parecesse muito desesperada.
Mesmo com uma tensão no ar, a noite seguiu maravilhosamente bem. Nós ceamos, conversamos sobre a agência e Vinícius me contou um pouco mais sobre a ida dele para fora do país, mas naquele momento ele não parecia mais tão empolgado como quando me contou na primeira vez e sinceramente, sempre que ele falava algo sobre ir embora, meu coração apertava e eu tinha vontade de chorar e pedir a ele que ficasse para sempre.
Eu já estava um pouco tonta com tanto champanhe e ele estava cada vez mais apetitoso e chamativo. Eu respirava fundo e tentava controlar meus batimentos, cada vez que ele sorria e minha mente viajava sempre que ele ficava de pé eu dava uma olhada em seu corpo esbelto.
Esse homem na cama... No sofá... No tapete da sala... Onde ele quiser... Ah, como eu queria dar...
— Num dá, Celina?
— Dou. — respondi perdida nos meus pensamentos pervertidos e quando dei por mim que falei demais, já tonta pelo champanhe, balancei a cabeça e o perguntei de novo, parecendo perdida: — O quê? Desculpa, não ouvi o que você disse.
Ele riu notando a minha confusão.
— Perguntei se daqui da sua varanda dá para ver as árvores do parque.
— Ah, tá, claro... Dá, só algumas. — me aproximei dele que estava na varandinha da sala e ele se virou bem no momento que me aproximei e ficamos próximos de mais.
Ele engoliu em seco e olhou para os meus lábios.
— Quer a sobremesa agora?
— Adoraria — ele falou olhando para os meus lábios e me fez até perder o equilíbrio, mas eu respirei fundo e me mantive no foco, afinal, eu sempre jurei para mim mesma que nunca mais na minha vida eu teria algo com um chefe e não quebraria essa promessa com o Vinícius. Quando eu percebi que ele estava se aproximando eu perguntei para quebrar o clima:
— Pudim, mousse ou os dois?
— O quê? — ele perguntou sem entender.
— Fiz pudim e mousse de sobremesa. — Apontei para a cozinha. — Mas eu gosto de comer os dois juntos.
— Ah, entendi — falou decepcionado e tive a impressão que ele pensava que a sobremesa seria outra.
— Não gosta dessas sobremesas?
— Não é que achei que... Deixa pra lá. Como os dois juntos também.
Sai depressa em direção à cozinha e nos servi da sobremesa, quando voltei para a sala, começamos a ouvir fogos e aí me dei conta de que já era meia noite. Coloquei as taças com os doces sobre a mesa e fui até onde o Vini estava:
— Já é meia noite. Já é natal! — E com isso abri os braços, o abracei e ele fez o mesmo.
— Feliz Natal, Celina — falou bem perto do meu ouvido fazendo os pelos do meu corpo se arrepiar.
— Feliz Natal, Vinícius — respondi ainda abraçada a ele.
Não nos soltamos e continuamos abraçados por alguns segundos, mas o latido do Panfleto me tirou dos braços do Vinícius e me chamou atenção, me lembrando de que o meu amigo cão tinha medo dos fogos. Então o abracei e o Vini também pegou Dona no colo, só quando os fogos cessaram que os soltamos.
— Feliz Natal, meu amor, coisinhamaisfofadaminhavidamesmo — falei com a minha voz de retardada, indo até o tapete e sentando de frente para o meu cachorro. O abracei, apertei e passei a mão na sua cabeça balançando as orelhinhas caídas dele de um lado para o outro.
Quando percebi que Vini me olhava rindo, me lembrei de que ele estava ali e não estava acostumado com essas minhas loucuras de mãe de cachorro. Fiquei com vergonha.
— Achei fofo. Faz de novo? — ele falou rindo de mim.
— Idiota! — o xinguei, também rindo.
Mas virei-me para a Dona que estava sentada ao lado de Panfleto, passei a mão na cabecinha dela e falei com voz de retardada com ela também:
— Feliz Natal, Doninhaaalindaaa.
Quando o olhei ele estava de pé ao lado do sofá, com os braços cruzados no peito e tentando fazer cara de bravo.
— Olha estou com ciúmes, os cachorros receberam um Feliz Natal mais caloroso que eu.
— Lógico que não, pode ter certeza que o seu foi caloroso e quente até demais.
— Ah, é? — ele perguntou me fazendo ficar com vergonha do que eu tinha dito.
— Pega a nossa sobremesa em cima da mesa e vem sentar aqui também, vai! — mudei de assunto.
Vini pegou a sobremesa e sentou-se ao meu lado, no chão da minha sala. Panfleto e Dona já estavam brincando de novo e não nos deixava quietos, mal conseguíamos conversar com eles brincando e vindo para cima de nós. Então chamei os dois e os tranquei no quarto que eu fazia de escritório, onde tinha um tapete igual ao que eles estavam brincando na sala. Levei água e comida para eles e depois eu veria o estrago que aqueles dois pestinhas fariam lá.
Voltei para a sala com a travessa de sobremesa e a garrafa de champanhe. Me sentei no chão ao lado do Vinícius, onde conversamos mais, contamos sobre as nossas vidas, rimos e ficamos sérios. Acabamos com a travessa de mousse e a garrafa de champanhe. Até que um certo momento ficamos em silêncio e eu queria muito saber o que se passava em sua cabeça naquele momento. Eu só queria que aquele homem ao meu lado fosse um cara qualquer que eu conheci em um bar e aí teríamos uma relação descomplicada, sem termos que trabalhar todos os dias juntos. Na verdade, ele não poderia ser um homem qualquer que conheci num bar, porque nem em bar eu ia e eu não queria nada, queria mesmo era viver minha vida sem graça e sem esses sentimentos invadindo meu coração.
Uma melancolia tomou conta de mim e aproveitei o silêncio e continuei descontando a falta de vida amorosa e as complicações da minha vida no resto do doce e raspei a travessa, até que quando acabei a última colherada e cansada do silêncio, olhei para o Vini só para perceber que ele me encarava, enquanto eu pensava na loucura que era a minha vida sentimental. O encarei e ergui uma sobrancelha em uma pergunta de por que ele me olhava e sorria, então ele sorriu mais e limpou o canto da minha boca com o seu dedo mindinho, fazendo com que o seu toque delicado na minha pele fizesse uma onda de eletricidade percorrer meu corpo e eu fechasse os olhos em contentamento. Porém, quando senti que ele estava se aproximando de mim, abri os olhos e mesmo querendo que ele arrancasse o meu vestido e fizesse amor comigo ali, eu o parei colocando a mão em seu peito e dei um jeito de esfriar aquele clima:
— Eu amo essa música que dançar?
— Ahm? — ele estava sorrindo para a minha maneira de manter o espaço entre nós. — Você me chamando para dançar? Isso é raro.
— Sim quero dançar. Dança comigo? Peguei sua mania de "menino que fez dança de salão". — falei colocando aspas com os dedos na última parte.
— Sou todo seu. — Aí essa simples frase já fodeu com o meu psicológico e já fiquei imaginando ele todo meu, nu e na minha cama. Balancei a cabeça para dissipar os meus pensamentos libidinosos.
Levantamos e a minha playlist romântica ainda tocava, mas agora quem cantava era a Alicia Keys com If I Ain't Got You. Joguei meus dois braços em seu pescoço e muito próximos, nós dançávamos a música com uma batida sexy e romântica. Aí já não sabia se inventar essa dança para colocar um espaço entre nós, foi uma boa ou uma péssima ideia, pois senti-lo tão junto de mim, me abraçando, me apertando de encontro ao seu corpo, me fazia pensar ainda mais em coisas profanas, entretanto, eu tinha que me concentrar. Comecei a pensar na louça que eu tinha para lavar e tudo que eu detestava fazer, mas nem assim eu conseguia sair do desejo que o toque dele me causava.
Vinícius tinha seu rosto próximo do meu, eu senti que ele me apertou ainda mais e veio arrastando seu rosto devagar em direção à minha boca. Minha respiração estava entrecortada, mas eu precisei de todo o meu autocontrole para pará-lo, pois mesmo querendo muito aquilo, eu achava que não era certo e eu não queria sofrer mais depois de perdê-lo. Então quando sua boca estava chegando perto da minha eu disse:
— Vini, não. — Engoli em seco para conter meu o desejo que estava me consumindo.
— Mas...
Meu coração estava acelerado.
— Por favor, a gente não pode, eu já te disse.
— Não pode por que se eu e você queremos? Eu sei que você quer.
— Quero, mas eu sei que não daria certo.
— Como você sabe, Celina?
Fiquei em silêncio e encostei a minha testa ao seu ombro.
— Acho melhor você ir embora, Vinícius.
Ele se afastou de mim, mas ainda me olhou intensamente, apesar de eu não conseguir encará-lo. Após alguns segundos ele juntou sua carteira e a chave do carro que estava sobre a mesa de centro da minha sala e disse:
— Você pode chamar a Dona para mim?
— Deixa ela aqui. Aproveita seu Natal e amanhã eu levo ela pra você.
— Tem certeza?
— Sim, claro. Fica em troca da vez que Panfleto ficou na sua casa. — Sorri sem graça.
Ele assentiu parecendo decepcionado.
O levei até a porta, passamos por ela e ele apertou o botão para chamar o elevador, mas ainda me olhava, enquanto eu com os braços cruzados na frente do peito, tentava entender por que eu estava fazendo aquilo.
Eu era solteira, ele também, acho que podíamos...
Mas ele era meu chefe.
Mas podia dar certo dessa vez.
Mas todos da agência iriam comentar.
Eram tantos "mas".
O elevador chegou, ele me deu um beijo demorado na bochecha e disse:
— Obrigado pela noite, foi excelente.
— Eu que agradeço, sua presença foi o meu presente de Natal.
Ele me olhou pensando no que eu falei e em seguida entrou no elevador. Trocamos um último olhar, ele encostou-se no fundo do elevador depois de apertar o botão do térreo e me olhou parecendo triste com o desfecho da noite, aí mordeu levemente o lábio inferior entre um olhar decepcionado.
Droga!
Homem lindo da porra!
Antes das portas se fecharem eu coloquei a minha mão entre elas e as parei. Entrei como um jato no elevador e agarrei o Vinícius feito uma louca e nos beijamos desesperadamente.
Ah, os elevadores...
Os braços dele me apertaram de encontro ao seu corpo e as minhas mãos puxavam seu rosto para mais junto de mim. Eu podia sentir sua ereção, eu podia sentir sua vontade e seu desejo enquanto sua língua passeava em minha boca.
As portas do elevador se abriram na recepção do meu prédio e demos de cara com o Senhor Geraldo nos olhando. Rindo, apertei o meu andar e me virei para o Vini que disse antes de voltar a me beijar:
— Foda-se a papelada! — ri com a minha boca colada a dele e o beijei com ainda mais vontade. Quem precisa de Christian Grey quando se tem o Vinícius? Ou melhor: quem é Christian Grey perto de Vini? Naquele momento eu tinha meu próprio Vini Grey e eu só queria mesmo era foder com força. Ri do meu pensamento bobo enquanto o beijava deliciosamente e ele também sorria de encontro à minha boca e parecia completamente feliz. As portas se abriram no meu andar e fomos sentido ao meu apartamento, nos agarrando, nos beijando e era uma dança de mãos por todos os lados.
Eu não sabia o que tinha me feito esquecer o que não me deixava me entregar a ele. Talvez fosse todo o champanhe que tomei, talvez fosse nossa noite mágica, juntos ou apenas ele me olhando lindo de dentro do elevador e se transformando no mocinho delicioso que eu só encontrava nos meus livros, mas naquele momento eu não queria saber de nada, apenas de fazer sexo quente com aquele homem delicioso à minha frente.
Enquanto nos beijávamos, eu o puxei indo sentido ao meu quarto e arranquei a camisa que ele usava, sem descolar a minha boca da dele. Antes de irmos direto para a minha cama ele tirou a carteira e a chave do carro do bolso, colocou sobre o criado mudo e deitou sobre meu corpo, pois quando ele mal soltou as coisas eu já o puxava para mim. Ele esfregava o seu corpo no meu e passava a mão por toda minha extensão.
Tentei não pensar em nada, limpei meus pensamentos de tudo que me afligia e foquei apenas naquele homem lindo que estava todo empolgado e querendo meu corpinho. Pensar no meu corpo, me deu um pequeno receio, pois fazia anos que eu não tinha ninguém intimamente e comer era o passatempo que eu mais gostava, então acabei conseguindo uns quilos a mais e com o medo de ele ver a minha barriguinha, eu me freei e ele percebeu a minha insegurança:
— Algum problema?
— Espera.
— O quê? — perguntou desanimado e pude ver em seu olhar que ele achou que mais uma vez eu me distanciaria pelo fato de sermos patrão e funcionária.
— Só um minuto, só vou apagar a luz. — Saí debaixo dele e comecei a me levantar, mas Vini me puxou pela cintura e rindo me disse:
— Para com isso, Celina! Por que você vai apagar? — Me deu um beijo e voltou a passar a mão no meu corpo quando percebeu que a minha insegurança era por um motivo banal.
Olhei para o lado sem graça e respondi:
— Vini, não quero que você me veja... Nua.
— Pois o que eu mais quero agora é te ver nua, completamente nua, e o que eu tenho em mente para fazer com você, não dá para fazer com roupa. — Ele encostou a testa na minha e continuou: — Para de ser boba, você é a mulher mais linda que já vi. — Me deu um beijo, chupou meu lábio inferior e sussurrou: — Gostosa pra cacete!
Então me beijou de novo e lentamente, como se saboreasse cada segundo dos meus lábios, passou a língua bem devagar por eles e aí cheia de tesão eu amoleci o deixando fazer comigo o que quisesse.
Fiquei nua que nem percebi o momento ou como tirei meu vestido. Eu estava tão entregue a ele, que não senti vergonha e cada toque que recebi de sua mão era como um adubo para a minha vontade, sendo assim me entreguei sem amarras ou medos, apenas tinha a ânsia em tê-lo dentro de mim.
Tão carinhosamente Vinícius me beijou e deu atenção a cada parte do meu corpo, lambeu vagarosamente um mamilo e depois o outro, desceu beijando minhas costelas, minha barriga e fez os pelos do meu corpo se arrepiaram. Coloquei meus braços para cima, fechei meus olhos e sem puritanismo o deixei livre para fazer o que quisesse. Sua língua passeou por minha virilha e me deixou louca quando atingiu o ponto mais sensível do meu corpo. Eu gemi e arfei e já tinha esquecido o quanto aquilo era bom, aí cheguei ao clímax antes que eu pudesse pensar, já querendo mais.
O puxei para mim e o virei na cama para que eu ficasse por cima. Vini ainda estava de calça e eu o queria nu também. Tirei sua calça, sua cueca e admirei toda a sua extensão.
Perfeito e não me decepcionou.
Dei um sorriso orgulhoso e montei nele me movimentando lentamente a princípio e aumentando o ritmo depois. Eu me sentia a deusa do sexo e estava colocando toda a minha carência de todos os anos solteira, naquela relação.
O vi fechar os olhos e aproveitar cada movimento, gemer e me olhar cheio de tesão e com admiração, até que quando estava quase perdendo o controle foi a vez dele de me virar na cama e ficar novamente por cima. Saindo de cima de mim ele me deu um beijo rápido, se esticou e em poucos segundos colocou o preservativo que estava na carteira ao lado da cama. Com uma mão em cada uma das minhas coxas, ele me puxou para ele e me penetrou: firme, duro e intenso. Fechou seus olhos se deliciando e se acostumando à sensação, depois disso começou a se mexer com mais intensidade, fazendo com que meu corpo se mexesse no ritmo dele e cada parte de mim pedia mais... Mais e mais.
Me sentia dominada por seu aperto firme em minha cintura, quando seu corpo já estava pousado sobre o meu e me sentia perdida em todo o ritmo intenso que o movimento do seu corpo ditava, até que sem mais meu corpo se rendeu e mais uma vez atingiu o clímax, sendo acompanhado pelo o do Vinícius que também se deixou levar e com um gemido sexy deixou seu corpo se render aos tremores de prazer.
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