Palavras bonitas
Capítulo doze
Dezembro chegou e todo o trabalho estava sob controle a não ser a campanha da marca de ração. Estávamos empacados no desenvolvimento da ideia, já que Vini não gostava de nada do que ele criava e estava à procura de uma ideia que comovesse e pudesse mostrar o tamanho do amor das pessoas por seus bichinhos.
Eu tentava manter meu relacionamento com Vinícius restritamente para o lado profissional, principalmente quando voltei a trabalhar que ouvi uma ou duas piadinhas sobre eu estar dormindo com o chefe, mas como não tinha sido nada explícito eu apenas fingi não ouvir ou eu teria logo explodido. Minhas amigas me contaram que Pedro não tinha gostado de me ver indo embora com o Vinícius e talvez fosse ele que estivesse espalhando algumas fofocas na agência.
Vinícius não foi trabalhar no período da manhã e deixou para mim a responsabilidade de tocar a reunião de equipe. Entrei primeiro na sala de reuniões com toda a pauta que Vini me passou, ajeitei tudo e fiquei esperando os demais chegarem.
Quando já estavam todos sentados e acomodados, anunciei que eu quem ia tocar a reunião e assim que terminei de falar, Pedro disse baixo:
— Claro que tem que ser a primeira dama.
— O quê? — perguntei com a sobrancelha arqueada e com uma postura ofensiva.
— Nada — ele respondeu rindo cinicamente.
— Eu ouvi o que você disse e não vou admitir esse tipo de piada a meu respeito. Não tenho nada com o Vinícius e mesmo se tivesse, isso não diz respeito a ninguém.
Pedro me olhou assustado e claramente espantado por nunca ter me visto na posição de ataque.
— Toma! — Nanda disse rindo e levou um cutucão de Karen que também segurava o riso, enquanto eu estava vermelha de raiva e nossos outros colegas me olhavam tomando também minha fúria para si.
Fiz a reunião e passei o que Vinícius tinha me enviado por e-mail. Todos estavam ansiosos para saber sobre a confraternização e sobre como ficaria os dias de descanso entre as festas. Vinícius reservou uma casa noturna bem badalada para um dia antes do Natal e tiraríamos quinze dias de descanso, o que deixou todos eufóricos. Na verdade quase todo mundo, pois eu era tão focada no trabalho que só conseguia pensar o quanto atrasaríamos a campanha da marca de ração, que estava só no começo.
Trabalhei o resto do dia e quando saí da agência já estava escurecendo. Não conversei com o Vinícius e apenas o vi rapidamente enquanto entrava e saía da sua sala, resolvendo problemas da agência.
Assim também foram os demais dias, não nos víamos nem conversávamos e como a maioria dos projetos em andamento já estavam concluídos, era como se não tivéssemos assunto e depois da nossa última conversa a sós, em que ele me chamou para entrar na sua casa e eu disse não, ficamos ainda mais estranhos um com o outro. Aquele dia, tive que tomar um banho frio e repetir diversas vezes um mantra para tirar dos meus pensamentos o olhar sexy que ele tinha no rosto quando me chamou para entrar. Quanto a campanha da marca de ração, as poucas conversas que tive com o Vinícius era para discutirmos por qual caminho seguiríamos na campanha, pois ele estava um tanto perdido quanto a que temática seguir na propaganda e para isso ele precisava me passar o que tinha em mente para que eu fizesse o levantamento necessário do retorno.
Os dias passaram voando e quando percebi já estávamos na semana do Natal. Minha casa já estava parecendo um carro alegórico, de tanto enfeite que coloquei por todos os lados. Desde pequena sempre fui apaixonada por essa data e árvore com presentes, luzes piscando, comidas e o vermelho por todos os lados sempre me chamaram muita atenção, sendo assim, na minha casa toda a tradição que envolvia o Natal não podia faltar e mesmo que no dia estivesse apenas eu e o Panfleto eu seguia a risca a operação Natal. Isso me enchia de alegria.
Minha mãe me ligava e insistia para que eu fosse passar com a nossa família, mas eu morria de medo de voltar para aquela cidade e encontrar com o meu ex, mesmo que a chance fosse tão remota e praticamente impossível. Então para a minha estabilidade emocional, eu preferia passar o Natal com o meu melhor amigo e sinceramente, esses anos que passamos juntos foram natais maravilhosos.
Era dia vinte e três de dezembro e era a confraternização da agência. Eu não estava com um pingo de vontade de ir, como sempre meu lado antissocial gritava para que eu ficasse dormindo, mas com muito custo e quase me arrastando, levantei para me arrumar e coloquei um shortinho curto, um sapato de boneca com salto e uma regatinha com um blazer por cima. Apesar do calor do verão, aquela noite estava fresca e pedia uma manga comprida. Fiz uma maquiagem e mesmo não gostando muito de ousar, vi uns tutoriais e fiz uma maquiagem com olhos bem pretos e passei um batom nude. Olhei-me no espelho depois de pronta e até que eu estava apresentável, aí peguei a minha bolsinha preta e pequena e antes da sair fiz um carinho no meu Pampam.
— Como estou, bebê? — perguntei para o meu cachorro como se ele pudesse responder, ele ficou me olhando, com a sua linguinha caída de lado e o rabo abanando como se estivesse me dizendo que eu estava bonita. Com isso o dei mais um carinho antes de sair e dei tchau para o meu bichinho que deu uma volta, deitou no tapete da sala e ficou me olhando com uma carinha triste.
— Para de ser tão dramático, que eu já volto. — Ri. — Na verdade eu nem quero ir. — Meu cachorro ergueu a cabeça das patinha e me olhou com pena. — Mas agora eu vou e vê se você se comporta. — Soprei um beijo para ele e saí porta afora sem olhar para a sua carinha triste ou eu realmente desistiria de sair.
Cheguei na casa noturna e ela era incrível! Tinha um bar de ponta a ponta, muita gente bonita e um camarote inteiro havia sido reservado para a MW Publicidade. Logo avistei algumas pessoas da agência e fui me juntar a elas.
Mesmo que a maioria das pessoas na agência fosse jovem e tivessem por volta dos trinta anos, senhor Mauro apenas contratava um buffet ou fazia a confraternização com um almoço fechado em um restaurante, mas já o Vini, preferiu fechar um camarote em uma casa noturna e o pessoal parecia ter gostado, já que estava todo mundo sorrindo.
Nanda e Karen levaram seus maridos e as outras pessoas da agência também, eu como era sozinha, fui apenas eu. Todos já estavam lá felizes e curtindo a noite, inclusive o Vinícius que parecia muito comunicativo e receptivo. Ele ainda não tinha vindo falar comigo, estava a uns metros de distância e apenas tinha erguido em minha direção o copo que segurava, como em um cumprimento. Estava tão lindo em uma calça jeans e uma Polo azul marinho, que eu tive que segurar um suspiro quando o vi.
Eu estava de pé, me balançando desengonçadamente no ritmo da música, porque dançar não era algo que eu fazia com destreza, tentava não olhar para o Vini que naquele instante estava conversando com uma das secretárias da agência, uma que eu virava e mexia, via Silvia, a que era antiga secretária do senhor Mauro, a empurrando para o Vinícius discretamente. Não percebi quando Pedro se aproximou, vindo bem ao meu lado e falou muito próximo do meu ouvido:
— Como você está bonita, Celina.
Eu me afastei um passo.
— Obrigada. — Dei um sorriso sem graça. Eu ainda estava com raiva dele pela insinuação besta na última reunião, então eu só queria distância.
Fui até os lounges do camarote em que estávamos e me sentei junto com as minhas amigas, já embalando num assunto para que Pedro não tentasse uma nova abordagem:
— Então, Ka com quem você deixou seu garotão?
— Deixei com a minha mãe.
— Vamos aproveitar a confraternização para cair na noite. Faz tempo que não fazemos isso, né, amor? — o marido da Karen disse, dando um beijo em seu rosto e ela concordou.
— E você, Nanda? — perguntei.
— Eu também deixei minha princesa com a minha mãe, mas a bichinha queria ter vindo comigo. Meu coração fica partido, então tenho que ir embora logo.
— Essa minha mulher é uma mãe tão babona — o marido da Fernanda falou encantado com sua mulher.
Me senti estranha, não era inveja, mas era um desejo de ter algo assim para mim também. Dei um sorriso para as minhas amigas admirando seus relacionamentos e feliz por elas terem pessoas tão boas aos seus lados.
Dado momento da noite, minhas amigas foram dançar com os maridos e eu fiquei sozinha no lounge. Pedi uma Coca-cola no bar, que estava completamente liberado para os funcionários da agência, e voltei a me sentar pensando seriamente em ir embora.
— Bebendo Coca? — Dei um pulinho, com o susto que a chegada repentina do Vinícius causou.
— É. — Sorri sem jeito e ergui o copo. — Melhor eu não beber nada com álcool, vai que fico bêbada, aí é arriscar te dar trabalho de novo.
— Eu adoraria — ele falou sedutor.
Balancei a cabeça em negativo, sem saber o que responder e dei um gole na minha Coca. Percebendo que eu não diria nada, Vinícius perguntou:
— Então, amanhã você viaja? — Olhei para ele sem entender e ele continuou: — Vai passar a véspera do Natal com a sua família?
— Ah, não — falei próximo ao ouvido dele para a minha voz se sobrepor a música e com isso, senti seu cheiro tão delicioso que me deu vontade de agarrá-lo. —, vou passar em casa, mesmo. Com o Panfleto.
Ele assentiu e ficou olhando para frente como se tivesse acabado seu assunto.
— E você? — perguntei.
— Talvez eu viaje para casa da minha irmã, meus pais estarão lá também.
— Legal. Fica longe?
— Umas três horas de viagem. — Assenti. Eu gostava tanto de conversar com ele.
Olhei para frente e minhas amigas estavam dançando e me olhando, ambas rindo e Fernanda quando a olhei me ergueu o polegar em sinal de positivo, me fazendo rir alto e isso fez com que Vinícius me olhasse.
— Você fica bonita sorrindo assim.
— Ahm? Ah! Obrigada. — Bebi minha coca, totalmente sem graça com o elogio e perguntei para tirar de mim o foco da conversa: — Seu pai não quis vir para a confraternização?
— Nada. — Ele riu. — Meu pai está correndo da agência e de tudo dela, isso por que ele ama aquele lugar.
— Verdade — concordei sorrindo.
— É que ele sabe que logo vai ter que voltar, quando eu for embora, então está aproveitando cada segundo das férias prolongadas — falou sério.
Eu estava sorrindo, mas ele mencionar que ia embora tirou o sorriso do meu rosto e aquela tristeza característica, aquele vazio que me atingia quando ele falava que ia embora, me atingiu de novo e sei lá... Me senti estranha.
— Gosto dessa música, quer dançar? — Vinícius falou me tirando dos meus pensamentos.
— O quê? Não! — respondi desesperada, porque eu não dançava direito e ele tinha feito dança de salão.
— Ah, vamos. É tipo uma lambada, um forró... Dois para lá e dois para cá, com os corpos bem juntinhos, tipo aquela que dançamos no hotel só que mais rápido.
Quando ele disse "com os corpos bem juntinhos" eu me animei e prestei atenção na música. Era uma música meio latina, que me parecia espanhola, caribenha... Sei lá. Apesar de tentada a aceitar fiquei imaginando o que as pessoas da agência falariam se me vissem dançando com ele.
— Não podemos. Já estão falando de nós.
Ele me olhou parecendo não entender, mas disse assim mesmo:
— Deixe que falem! Vamos? — Mesmo não sabendo dançar, eu queria ficar agarrada nele. — Anda ou a música vai acabar — falou rindo e me estendeu a mão.
— Eu não sei dançar — falei rindo e ele percebeu que eu estava tentada, então pegou a minha mão e me levantou do sofá.
Quando eu estava de pé, Vinícius me puxou pela cintura e grudou seu corpo ao meu, fazendo minha respiração parar. Coloquei um braço no seu pescoço e o com o outro segurei sua mão. Ele se abaixou um pouco e colou seu rosto no meu.
Começamos a nos mexer no ritmo da música que tocava sensualmente. Eu não estava uma bailarina, mas até que assim coladinha com o Vinícius, achei que estava me saindo bem.
— Sei que busca alguém que te faça apaixonar novamente — Vini falou no meu ouvido.
— O quê? — perguntei sem entender.
— É a letra da música — ele explicou sorrindo.
Lindo!
Suspirei e ele continuou:
— Eu sei que ele talvez te fez sofrer, te fez chorar... — Nos mexíamos no ritmo da música e dessa vez não perguntei nada e o deixei falar, pois sabia que era a música e, sinceramente, eu não sabia onde ele queria chegar. Enquanto eu pensava e dançava, ele continuava falando a letra da música no meu ouvido e fazendo meu coração acelerar: — Estou à procura de uma senhorita como você, eu a quero assim. Eu quero que você se apaixone por mim, como eu estou por você.
— Qual o titulo dessa música? — perguntei tentando acalmar meu coração bobo que se animou com tudo que ele estava dizendo.
— Una Lady como Tú. É espanhola, traduzida é Uma senhorita como você.
Engoli em seco.
— Hummm... — foi o que consegui responder.
Olhei na direção das minhas amigas e elas sorriam tão largamente que achei que seus rostos fossem abrir no meio, mas logo a minha atenção foi tirada delas com mais um trecho da música que Vinícius dizia com uma voz sensual e convidativa e me tirando o fôlego:
— Eu quero falar, quero te hipnotizar. Trazer-te uma estrela, até o céu te levar. Cantar ao ouvido e ver você se arrepiar...
Deus! Eu com certeza estava ficando arrepiada.
— Levar-te lentamente. Onde estamos só eu e você E se te provoco beijo sua boca. Sonho em te tocar e tirar sua roupa...
Partes de mim se ouriçaram e eu queria arrancar a roupa dele ali.
— Não confunda minha intenção por dizer coisas loucas. Te quero. Mas seu corpo também me provoca. Poder te ter. Cada um de teus sonhos conhecer. Conversar juntos até o amanhecer. Que seja minha mulher; ser o único que te de prazer. Cada dia de minha vida poder te ter...
Eu não conseguia falar nada apenas, dançava agarrada a ele, muito agarrada se remexendo ao som da música que parecia um zouk, eu não sabia descrever direito que ritmo era aquele, só que era muito sensual e eu estava ficando muito excitada com a voz dele falando a letra no meu ouvido e tive que encostar a minha testa em seu ombro e fechar meus olhos para abstrair aquela intensidade.
Se aquela música era uma declaração ou ele só estava falando partes aleatórias eu não sabia, mas estava mexendo tanto comigo, com meu emocional, com meu corpo, como nenhum homem tinha me feito sentir durante a minha vida. Vinícius sabia ser intenso e eu não estava acostumada com isso.
— Para que pense em mim, como penso em você — ele falou, terminando a última parte da música e apenas ficamos nos mexendo mais um pouco no ritmo.
Quando a música acabou, o vi fazendo um gesto de positivo para a cabine do Dj, dando a entender que ele havia pedido aquela música.
Fomos até onde estávamos sentados anteriormente e perguntei:
— Você já veio aqui?
— Já, conheço os donos.
Ele pegou uma bebida para ele no bar e mais uma Coca para mim.
— Ah, que legal. Aqui toca todos os ritmos, né?
— Sim, toca de tudo.
— Nunca tinha ouvido essa música.
— Eu a ouvi esses dias atrás, quando vim aqui e fiquei... Pensando.
Não perguntei no que ele pensou, até porque minhas amigas e outras pessoas da agência agora estavam ao nosso redor. Pedro com cara de poucos amigos e Luiz contando suas piadas ruins sobre Publicidade e Marketing:
— Ei, pessoal, escutem essa: O que falta para um profissional de Marketing estressado? — Silêncio, todos nos olhamos atrás da resposta, mas ninguém sabia, então ele mesmo respondeu: — Uma válvula de Skype... Skype... Entenderam? — A resposta era tão idiota que todos nós rimos.
Vinícius levantou um brinde por mais um ano de trabalho de sucesso, fez um pequeno discurso motivacional e disse contar com todos para que o sucesso continue no próximo ano. Mesmo em meio à música alta, nós conseguimos ouvi-lo e entre palmas brindamos felizes. Até Pedro tirou a carranca do rosto e brindou conosco também feliz.
Após o brinde, vi Vini conversando com um homem um pouco mais distante e minhas amigas me encheram de perguntas sobre a dança e sem me fazer de rogada eu contei que eu estava completamente mexida depois de ouvir o que ele me disse.
— Amiga de Deus! Você precisa pegar esse homem! — Karen disse animada e me fazendo rir.
— Não é assim, ele só estava me mostrando a tradução da música.
— Ah, para de ser trouxa, né, Celina? — Nanda me xingou e eu ri. — Ele tá com certeza querendo você e se eu estivesse no seu lugar eu o levava bem ali naquele canto e dava pra ele.
— Bem que eu queria! Dar até ficar dolorida e deixar ele dolorido — falei e minhas amigas gargalharam. —, mas a vida não é fácil assim.
Olhei para a direção onde ele estava e naquele momento lá estava ele conversando com a secretária de novo, então falei para minhas amigas:
— Bom, vocês já pensaram na hipótese de ele tratar todas como me trata e dizer traduções quentes de músicas, para todas? Sílvia sempre faz questão de deixar Vini sozinho com a Camila, né? E ela é solteira que eu sei.
— Não pira, Celina! — Karen chamou minha atenção. — Ele não parece do tipo que faria isso.
Ele sorria para a Camila, secretária ou recepcionista, eu nem sabia ao certo qual era o cargo dela naquele momento.
— Ele está sendo simpático com todos os funcionários, assim como está sendo com a gente também — Karen falou.
— Sim, com vocês também, a diferença é que vocês não ficam olhando para ele com cara de cadela no cio como a Camila está.
— Tem certeza que eu não fico? Porque, que meu marido não ouça, mas quando eu o vejo sorrir, me sinto no cio — Nanda falou nos fazendo gargalhar.
— O que vocês tanto riem? — o marido da Fernanda perguntou.
— Nada, amor, coisas da Celina. — Ela deu um beijo nele.
— Cínica — a xinguei só para que ela ouvisse.
Olhei na direção do Vinícius de novo e ele estava com uma mão no bolso da frente e a outra segurava sua bebida, enquanto a Camila ria e no momento colocou a mão no ombro dele, um tanto íntima. Balancei a cabeça tentando me tirar da cena dos dois. Eu estava sentindo ciúmes, detestava sentir ciúmes e além de que, eu estava confundindo tudo o que não devia confundir.
Decidi que já passava da hora de ir para a casa, afinal, eu já tinha ido à confraternização, não fiz a desfeita de não ir, já tinha participado do brinde e até dancei, então já estava ótimo. Aproveitei que a Nanda ia sair de fininho por causa da sua filha que tinha ficado com a vó e saí com ela, deixando a Karen com a missão de avisar a todos que já tínhamos ido.
Antes de sair pela passagem que dava acesso ao camarote, dei mais uma olhada na direção do Vinícius para ver se ele ainda conversava com a Camila, mas ele estava ao lado da Karen e do Marido, parecia perguntar algo e no mesmo instante o seu olhar cruzou com o meu. Vini franziu a testa sem entender por que eu já estava indo e vi a confusão em seu olhar, então só ergui a mão discretamente e acenei um tchau em meio a um sorriso apagado. Virei-me e saí da casa noturna sem olhar novamente para ele.
Era claro que eu não podia ficar... Se uma secretária já estava cruzando o meu caminho antes mesmo de acontecer algo, não era um bom sinal.
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