CAPÍTULO DOIS
Beatrice me diz que preciso de hora marcada. Encostado ao pequeno balcão de mármore da recepção da CredMartin, tento convencê-la a abrir uma exceção para mim, jogando-lhe todo o meu charme francês. Já fomos apaixonados um pelo outro uma vez, na época da faculdade, e sei que, não importa quanto tempo passe, mesmo que esteja casada há dois anos com um bancário, ela sempre vai ter uma queda por mim, porque sempre terei uma queda por ela.
Ou não.
Porque apesar de todo meu charme irresistível e francês, a mulher continua alegando que não pode fazer nada por mim.
— Sinto muito, Bastien... — lamenta, usando meu apelido. — Se quiser falar com a senhorita Bella, precisa marcar um horário, e a agenda dela está bem cheia para a próxima semana.
Suspiro e dou uma espiadela por cima do balcão, para a agenda de couro marrom que minha ex-namorada tem em mãos. Está aberta, preenchida do primeiro ao último horário. Mas vejo uma pequena brecha no dia de hoje. Entre quatorze e quinze horas.
— Para quando você tem outro horário? — pergunto, como quem não quer nada.
Ela folheia a agenda e responde:
— Só para daqui a umas três semanas.
— Três semanas? — questiono, assustado com a informação. Vão tomar a minha casa em menos de duas. — Ela é o Papa, a primeira-dama da França ou algo assim para ter uma agenda lotada dessa maneira? — Beatrice me adverte com apenas um olhar e fecha o caderno com mais força do que o necessário, fazendo um som oco ressoar pelo cômodo. Eu me desculpo pela minha grosseria e digo: — Olha, vi que tem um horário vago entre duas e três da tarde. São uma e meia. Por favor, me dê essa força e a convença a falar comigo.
Ela suspira e passa a mão pelos cabelos trançados. Sei que é baixo pedir que tenha um pouco de consideração pela nossa amizade, pelo tempo que passamos juntos e pelos favores que sempre fiz, como ter descontos exclusivos na livraria, ou emprestar uma edição ou outra dos seus autores favoritos. É baixo, sei disso, mas faço mesmo assim. Peço que tenha um pouco de consideração. Beatrice quer saber o que de tão importante tenho a falar com sua chefe, mas prefiro não entrar em detalhes.
— Não posso te ajudar se não me disser o que quer tratar com ela, Sébastien — alega, ajeitando a gola do terninho do uniforme que usa. — Não conhece aquela mulher — sussurra, encurvando-se para mim sobre o balcão. — Sabe qual o apelido dela por esses corredores? — Balanço a cabeça que não. — Bella megera.
Levo a mão à boca, abafando uma gargalhada maior. Que raio de apelido é esse? Beatrice não gosta que eu esteja prestes a explodir em gargalhadas e fecha a cara para mim.
— É sério. Ela é insuportável! Sabe o que acontece se deixo você entrar sem ter uma hora marcada e por um motivo qualquer? É capaz de eu ser demitida.
— Que exagero — desdenho, recusando-me a acreditar que essa Bella Martins seja assim tão ruim.
— Não é. Já tomei bronca por causa disso na semana passada, quando seu padrasto veio aqui falar com ela. Eu não o deixei entrar, é claro, mas Matias teve a sorte de encontrá-la saindo da sala e foi abordá-la. Os dois se exaltaram dois minutos depois e ele foi embora mais abatido do que chegou.
Trinco o maxilar só de imaginar a cena em que meu padrasto é destratado dessa maneira, tratado como nada. Talvez Beatrice não esteja exagerando sobre como essa mulher é cruel. Pergunto-me se ter vindo aqui não foi uma total perda de tempo. Se ela não ouviu meu pai, por que diabos me ouviria? Não sou nada, nem importante. A mulher não tem motivos para me ouvir e, se sua secretária, que é minha ex-namorada, permite que eu entre por um "motivo qualquer", isso pode mesmo colocá-la em maus lençóis.
Merde.
Quando decidi tentar essa conversa, foi no auge do desespero, sem ver outra saída para o nosso problema. Não raciocinei direito e agora estou aqui, com cara de tacho, envergonhado por insistir em algo que pode colocá-la em apuros mais tarde ou até comprometer seu emprego.
Entretanto, não posso sair daqui sem arriscar todas as minhas fichas. Preciso falar com essa Bella de qualquer maneira, a qualquer custo. Por isso, suspiro baixinho, tomo alguma coragem e digo:
— Quero renegociar uma dívida.
— Entre em contato com o setor responsável — Beatrice diz, como se fosse a coisa mais óbvia e sensata do mundo a se fazer. E talvez seja mesmo, mas as circunstâncias são outras e desesperadas.
— Você não entende, Trice — murmuro, usando a artimanha de também chamá-la pelo apelido. — Não há mais como renegociar pelo setor responsável. Preciso falar com ela, que está acima de todos nessa empresa.
— Sébastien... — diz, muito calmamente. — Se entrar naquela sala e atrapalhar o seu único horário vago, que ela deve estar aproveitando para respirar, tentando renegociar uma dívida, além de não conseguir um bom acordo, ela vai comer o seu fígado. Depois, vai comer o meu porque deixei você atrapalhar o descanso dela com um assunto sem importância, que tem um setor especificamente para que isso não chegue até ela. E não acaba aí. O restante da semana... não... do mês... ela ficará ainda mais insuportável com todo mundo, descontando sua raiva por causa disso em qualquer ser vivo que passar na frente dela. Desculpe, mas não posso permitir que entre lá e faça isso.
— Por que ela é assim? — Quero saber, de repente, meio curioso sobre essa mulher. O que diabos leva um ser humano a ser tão desumano?
— Não sei. Trabalho aqui já tem bem uns dois anos e ela sempre foi dessa maneira.
Mordo a carne interna da minha bochecha e reflito, estudando o local com mais atenção. O escritório dela fica na última porta à direita, no final do corredor ao lado da recepção. Sei disso por causa de uma planta emoldurada logo na entrada do prédio, e disposta em todos os andares, com as identificações dos setores. A presidência fica no sétimo andar, última sala à direita ao lado da recepção.
O correto seria eu ir embora e dizer a Matias que fracassei na minha missão de tentar ajudá-lo, que fui burro e ingênuo achando que poderia prometer a ele que não o deixaria perder todo o suor de uma vida, como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo de se resolver. Em vez disso, estudo o local, ligeiramente vazio neste horário. Tem Beatrice — recepcionista —, e vi uma segunda mulher cumprimentá-la quando cheguei — ela estava saindo —; deduzi que é a secretária de Bella. Tem também uma faxineira no canto extremo esquerdo, tirando pó de um quadro. Eu posso correr. A secretária não está. Posso correr, despistar minha ex-namorada e invadir o escritório da fera.
Ideia boa, porém, arriscada.
Terei apenas dez segundos para convencer uma CEO irritada pela minha falta de educação em entrar sem ser autorizado a me ouvir antes que chame a segurança do prédio e eu seja arrastado para fora depois de levar um mata-leão.
Vale a pena o risco.
Saio correndo sem que Beatrice espere. Ela protesta e vem atrás de mim, mas, cinco segundos depois, já alcancei o escritório da presidência e entrei em um supetão. Assim que ponho um pé para dentro, a mulher atrás de uma elegante mesa de vidro se levanta imediatamente. Ela me encara como se toda a fúria do mundo coubesse nos seus olhos castanhos. Está para abrir a boca e soltar suas injúrias quando Beatrice se põe às minhas costas, e eu digo:
— Ela não tem culpa de nada. Entrei sem autorização depois de despistá-la.
Trice gagueja um pedido de desculpas e começa a me puxar pela barra do blazer, mas resisto, plantando-me mais firmemente no lugar. Não saio daqui enquanto não falar com essa mulher.
— Me dê um minuto do seu tempo. É tudo de que preciso. Sei que foi muito mal-educado da minha parte entrar assim e... — Minha língua se desenrola e acelero o ritmo da frase, quase implorando que ela me ouça, ao mesmo tempo em que Beatrice tenta me puxar para fora da sala e suplica para, pelo amor de Deus, eu sair.
— Já chega! — Bella diz, erguendo a mão. Beatrice e eu ficamos calados. — Vou chamar a segurança — determina, retirando o telefone sem fio da base.
O medo sobe tão impetuosamente pelo meu peito que me faz agir de forma ousada e inesperada até para mim mesmo. Dou apenas três passos grandes até conseguir alcançar a mesa dela e tirar o aparelho da sua mão. A mulher me lança um olhar de incredulidade, surpresa e com raiva pelo meu atrevimento. Engulo em seco, enquanto seus olhos me encaram. Perto dela, pelo próximo milésimo de segundo que Bella digere a presença de um estranho atrevido o bastante para impedi-la de fazer uma ligação, eu a estudo. Sua pele é branca, cabelos castanho-claros presos pela metade e ondulados, cílios alongados, maquiagem simples. Tem uma fragrância leve e sofisticada. Usa um vestido azul, sem mangas, justo no corpo enxuto; o decote redondo com gola deixa um pedaço da sua pele do colo exposta.
— Não precisa chamar a segurança — digo, recuperando minha voz. Estico o telefone para ela. — Saio da sua sala sem necessidade disso. Só me dê um minuto.
Desconfiada, ela pega o aparelho da minha mão com um movimento brusco e irritadiço.
— Por que deveria ouvir você depois da sua extrema falta de educação?
— Beatrice não me deixou entrar, e eu preciso muito, muito falar com você — respondo. — Agi por impulso. Estou meio desesperado.
Bella expressa desdém e devolve o telefone à base. Olha por cima do meu ombro, direto para sua funcionária logo às minhas costas, e só agora, a cinco palmas de distância dessa mulher, que começo a compreender que o medo de Beatrice é real. A postura intimidadora e altiva revela por que todos a temem e faz jus ao apelido.
Beatrice tenta se explicar, mas, outra vez, com um movimento rápido e elegante, Bella a interrompe. Seus olhos inquisidores voltam para mim e ela me encara fixamente por um segundo inteiro até deslizar para baixo, estudando-me e se detendo no crachá de visitante preso ao meu blazer. A mulher enruga o cenho, uma reação comum quando leem meu nome estrangeiro.
— Bem, Sébastien Leroy — diz, pronunciando "sebastiein lerói", uma pronúncia completamente errada a qual já estou habituado. Apesar do erro, não a corrijo, mas também não me agrada o tom desdenhoso que sai dos seus lábios. — Para sua sorte, estou de bom humor hoje. Por isso, vou atender ao seu pedido, relevando a sua falta de educação em entrar da maneira como entrou no meu escritório e sua atitude petulante de me impedir de ligar para a segurança. — Olhando mais uma vez por cima dos meus ombros, diz à Beatrice: — Assumo daqui, senhorita, pode se retirar.
Ela o faz, mas não sem antes me jogar um olhar furioso. Preciso tentar me lembrar quais são suas coisas favoritas no mundo para poder comprar como forma de desculpa por colocá-la nessa situação. Bella Martins oferece uma poltrona à sua frente, que eu aceito, embora esteja meio receoso.
— Tem cinco minutos — avisa.
Não sei nem por onde começar, então simplesmente resolvo ser direto:
— Meu padrasto tem uma dívida com sua financeira, quero renegociá-la.
Bella me fita por longos segundos, a expressão levemente confusa. Recosta-se à sua poltrona, e o movimento, por algum motivo, atrai a atenção dos meus olhos para seu decote. O vestido é comportado de comprimento, mas justo o bastante para realçar suas curvas generosas. Ela é bonita, preciso admitir, e tenho de me esforçar um pouco para não encarar seu par de seios mais do que deveria, imaginando como devem ser.
Porra, não tenha pensamentos babacas, Sébastien!
— Invadiu a minha sala, interrompendo o único horário vago que tenho hoje e que estava aproveitando para relaxar, para me pedir uma renegociação? — indaga, fúria atravessando suas palavras. — Querido, é por esse motivo que tenho uma equipe específica para isso, para que eu não tenha que me preocupar com esse tipo de coisa e possa resolver outras e manter minha empresa progredindo.
— Você não entende, não há mais nenhum tipo de negociação que possamos fazer e a sua financeira está para tomar a casa onde eu e meu padrasto moramos.
Por um segundo tenho a impressão de ver que algo em seu rosto se ilumina.
— Matias é seu padrasto?
— Oui — respondo, corrigindo-me em seguida para seu idioma: — Sim. Ele veio falar com você na semana passada.
Ela balança a cabeça em positivo, concordando.
— Veio. Tentou chantagem emocional comigo, colocando até meu falecido pai no meio disto tudo. Foi bem baixo da parte dele.
— Matias só estava desesperado, senhorita Martins. Estamos prestes a falir, perder tudo o que com muito suor minha mãe e ele ergueram, ficarmos sem uma casa para morar. Não julgue as ações de um homem desesperado.
Bella suspira e se levanta.
— Desculpe, Sébastien — diz, ainda pronunciando meu nome errado. — Já disse ao seu padrasto e torno a repetir a você: não posso fazer nada nesse caso.
— Por que não?
Ela para à minha frente, encostando-se à borda da mesa. Cruza os braços e me olha atentamente como se a minha pergunta merecesse ganhar um prêmio de "A Pergunta Mais Idiota do Mundo". Só que quando ela fica tão próxima assim de mim, tenho outra daquela tentação estranha de olhá-la com malícia. Bella está bem do meu lado, com seu aroma sofisticado, as pernas torneadas e lisas a centímetros de mim, os pés em um salto elegante. Abaixo os olhos por um ou dois segundos e me praguejo porque seu vestido é longo demais para o meu gosto.
— Imagine se todos que estão na sua situação vierem me pedir ajuda? — responde, por fim, chamando-me de volta ao mundo real. Levanto os olhos. — Desculpe dizer, mas isso não é problema meu. Se seus negócios faliram, se estão para ser despejados, se não têm mais dinheiro, isso não é problema meu.
Eu me levanto do meu lugar, ficando de frente para ela e deixando um espaço pequeno demais entre nossos corpos. Bella me olha, assustada, e tenta se afastar, mas percebe que a mesa está delimitando o espaço e que eu, agora, estou perto demais dela, quase a encurralando. Sua única saída é deslizar elegantemente para o lado. Ou me esbofetear e me dar um empurrão.
— Não estou pedindo nada de graça — digo, sentindo a raiva tomar conta do meu tom de voz. Bem que Beatrice falou que essa mulher é intragável. — Quero apenas renegociar, já que com o seu departamento não conseguimos nada que seja viável.
— O meu departamento faz uma análise de possíveis acordos, Sébastien. — Minhas narinas inflam. Não gosto que ela me trate pelo primeiro nome, desse jeito informal dos brasileiros. Já deveria estar acostumado, uma vez que moro aqui há quase quinze anos, mas a verdade é que ainda não me agrada. Principalmente quando ela diz meu nome de forma errada e com desdém. — Se não é viável para vocês, então não há nada que possamos fazer.
Dou um passo atrás, afastando-me dela. Bella permanece no mesmo lugar, estudando-me como se eu fosse uma espécie de outro mundo. Tenho a leve impressão, quando a olho de relance, que está respirando com dificuldade. Mas deve ser só isso mesmo, impressão, porque um segundo mais tarde ela estufa o peito e empina o nariz, pondo-se na sua postura arrogante e intimidadora.
— Não há mesmo? Topo qualquer tipo de acordo, senhorita Martins — digo, como um ato de desespero. Porra, sou mesmo capaz de fazer qualquer coisa para salvar Matias. — Qualquer coisa — friso.
Bella volta para sua poltrona, sentando-se com uma delicadeza digna de uma rainha. Uma pena que esteja, na verdade, mais para uma absolutista.
— O que sabe fazer? Tem formação acadêmica? — indaga, acendendo dentro de mim uma faísca de esperança que possamos entrar em acordo.
Volto para meu lugar imediatamente.
— Tenho bacharel em Letras e mestrado em Literatura.
Ela me encara de um jeito que diz que estava esperando mais. Muito mais de mim. Eu a fito de volta, sem saber como reagir a esse seu olhar sobre mim.
— Só isso?
Como "só isso"? Meu sangue ferve. Por que essa megera está simplesmente desmerecendo a minha formação? Tenho a impressão de que meu rosto fica vermelho de raiva e estou prestes a dizer que, tudo bem, minha formação pode não ser aristocrática, mas isso não faz de mim inferior a ninguém. Mas Bella interrompe minha linha de raciocínio dizendo:
— Você é totalmente inútil pra mim.
Não vou ficar aqui me rebaixando, aturando suas ofensas gratuitas. Perco minha casa, mas não perco minha dignidade! Levanto-me do meu lugar, decidido a ir embora e encontrar outra maneira de ajudar meu padrasto, mas não sem antes dizer poucas e boas para ela, porque não vou mesmo levar desaforo para casa.
— Sua formação não me ajuda em nada, Sébastien — completa.
Eu me inclino sobre a mesa, espalmando com toda força, e me curvo na direção dela. Bella se assusta com a minha reação e arqueia as costas para trás, mas isso só durante um breve lampejo. Quando percebe que quem está intimidando nesse momento sou eu, a mulher volta para frente, levanta-se e também espalma na superfície de vidro, lançando-me um olhar tão furioso que se tivesse laser no lugar das pupilas, eu já estaria cego.
— Se não tenho nada a te oferecer em troca de um acordo, tudo bem, posso lidar com isso, mas seja ao menos educada e delicada para falar com as pessoas. Exigiu-me educação quando entrei nesse escritório, mas pelo visto você não é do tipo que pratica os próprios conselhos. Sua falta de respeito, de sensibilidade e empatia são o motivo que seus funcionários te chamam de Bella megera pelos corredores afora.
Seus olhos e sua postura vacilam quando menciono isso.
— Não me importo do que me chamam — responde. — E não me importa os seus problemas financeiros. Não é minha culpa se não souberam controlar seus gastos.
Trinco o maxilar. Minha vontade é de esmurrar essa mesa de vidro, mas me contenho.
— Tivemos uma crise no nosso mercado. Não pode nos culpar por algo tão imprevisível.
— Posso! — rebate. — Qualquer empresário idiota sabe que deve deixar uma reserva de dinheiro para esse tipo de situação. Se vocês não têm, é porque são péssimos empreendedores. — Ela dá uma risada sem humor. — Claro que deve ser isso. Matias colocou um mestre em literatura para comandar um negócio.
Sinto meu coração entalar na garganta. Quero apertar o pescoço dessa megera e depois calar essa boca com um beijo rude, porque talvez só assim para parar de falar asneiras e de rebaixar minha profissão, de fazer pouco caso do que lutei para conquistar.
— Prefiro mil vezes ser o mestre em literatura ajudando a comandar a pequena empresa da família, do que ser uma pessoa como você: bem-sucedida, mas fútil, fria e oca por dentro. Uma pessoa por quem absolutamente ninguém preza e tem carisma.
Eu me viro para sair, findando essa conversa desastrosa, mas desisto quando chego à porta. Tem algo mais que preciso dizer.
— Sébastien Leroy — digo, produzindo a pronúncia certa, algo como "sebastian loruá". — A pronúncia certa do meu nome é Sébastien Leroy!
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