Juntos
Capítulo nove
Ariela
Eu estava no banheiro da minha casa, me encarando e pensando se o que tinha acontecido era mesmo verdade. Fechei meus olhos e eu ainda sentia a intensidade do momento, mas agora eu estava com vergonha de encará-lo. Não era só sexo, eu gostava dele, gostava muito, acho que sempre estive apaixonada desde a primeira vez que o vi e vê-lo como o pai responsável, cuidando da pessoa que mais amo e sempre presente em cada momento, me fez amá-lo. Sim, eu o amava, mas mais que amar, eu o admirava. Ele nunca duvidou da paternidade ou exigiu que eu comprovasse com exame de sangue, eu que fiz questão, sempre estava ali para tudo que eu precisasse e o amor é isso: cumplicidade, é cuidar, é estar presente e ser um presente de Deus. Gabriel era tudo isso.
Me olhei e pensei que depois do sexo com ele eu não me contentaria com menos que não fosse tê-lo na minha vida, não como pai da minha filha, mas como homem, como meu homem e se ele não me quisesse eu me quebraria, mas eu tinha que contar para ele como me sentia, mesmo correndo o risco de daquela vez ele sumir.
Criei coragem para sair do banheiro e quando eu voltei para a sala, Gabriel estava com a Kelli no colo e tentava niná-la de novo. Ele balançando ela no colo, foi uma cena linda de se ver.
— Tive que entrar no seu quarto, ela acordou.
Sorri para ele.
— Tudo bem. Quer que eu a pegue?
— Não, eu fico com ela para você fazer a mamadeira.
Assenti e fui para a cozinha feliz por aquela situação. Tê-lo ali...
Voltei para a sala e ao invés de me entregar a Kelli, Gabriel estendeu a mão para pegar a mamadeira e colocou na boca da nossa filha que já segurava sozinha. Depois sentou no sofá, me olhou e falou sorrindo:
— Parecemos uma família.
Engoli em seco e assenti com um sorriso apagado, mas me deu vontade de chorar.
— Gabriel, sobre o que aconteceu...
— Foi maravilhoso — ele me interrompeu. — Ainda melhor do que me lembrava.
— Sim, foi, mas...
— Não pense tanto.
— Sim, eu penso, eu preciso falar.
Ele me olhou sério e eu continuei:
— Eu penso muito, por que não sei viver com pouco, com indecisão com a vontade de ter algo mais e se eu evitei te ver nos últimos dias, se eu fugi no passado, foi por que eu não estava aguentando te ver, te amar e não ser correspondida. Agora... Depois do que aconteceu aqui hoje, eu não vou me contentar com pouco, com de vez em quando ou com a convivência com você apenas como pai da minha filha ou como amigo. Eu sou intensa, Gabriel, e eu te amo, amo demais para me contentar com pouco. Eu sei que amo. Te amo pelas suas ações, pela nossa cumplicidade e por você amar a nossa filha. É isso... é tudo ou é nada. — Eu estava com os olhos marejados e uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
Ele me encarou pensativo, depois voltou a olhar para a nossa filha, balançou a cabeça em positivo e fechou os olhos, soltando o ar em seguida. Quando Kelli terminou de mamar ele colocou a mamadeira dela sobre o centro da sala e a colocou de pé em seu colo.
Foi até a televisão e rapidamente digitou algo no You tube e logo a música Imbranato do Tiziano Ferro começou a tocar e a tradução na tela da TV dizia:
Tudo começou por um capricho teu
Eu não confiava... era só sexo
Mas o sexo é uma atitude...
Eu já estava ficando nervosa com o silêncio dele, com a letra daquela música linda passando na TV e não estava entendendo onde ele queria chegar depois de eu ter me declarado para ele, mas aí Gabriel veio andando em minha direção e quando chegou bem perto de mim, só com a nossa filha entre nós ele disse:
— Eu queria ter uma aliança agora, mas como a gente já tem esta aliança eterna, que vai nos unir para sempre, eu acho que vale. — Ele riu, olhou para a nossa filha e depois me olhou nos olhos. — Eu também não me contento com pouco, Ariela, e nem te quero pela metade nem te ver só de vez em quando, eu quero você todos os dias... Casa comigo?
Eu arregalei os olhos e fiquei sem saber o que responder. Ele me pegou de surpresa e eu até pensei que ao me declarar ele ia embora, me diria que para ele a minha intensidade era muita coisa, mas aí ele me pede em casamento? Fiquei em choque.
— Desculpa se te amo — falou repetindo o que dizia na música e sorriu sedutoramente. — Casa comigo, Ariela?
Sorri, olhei para a nossa filha que me sorriu de volta com um sorriso banguelo, como se entendesse o que estava acontecendo ali. Respirei fundo e chorando respondi:
— Claro que sim, Gabriel.
Ele abriu o sorriso mais largo que já vi e com a mão que estava livre me puxou para um beijo, com nossa filha entre nós.
Foi um dos momentos mais feliz da minha vida.
— Gabriel, considerando o seu potencial de espermatozoides muito fodões e a minha fertilidade, eu posso estar grávida, já que não nos protegemos minutos atrás.
Ele me encarou com os olhos arregalados, mas disse sorrindo:
— Vou torcer para isso.
Eu ri.
— Você é doido? Sossega, seu louco! Falei brincando e acho meio difícil, agora que estou com o anticoncepcional em dia.
Gabriel fez biquinho desanimado e eu ri o beijando em seguida. Eu nunca me senti tão feliz.
https://youtu.be/bP_uEhOTcdE
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