Capítulo 12
Capítulo 12
14 dias para o Natal
— E mesmo depois desse pedido de namoro lindo, com música cantada no ouvido e tudo, vocês não transaram ontem? — Mariah me perguntou, parecendo admirada.
— Mariah, eu estava o dia inteiro trabalhando e nem tomei banho para ir lá, sem chance. Bacalhau se come na Páscoa e não no Natal.
Ela riu alto.
— Que nojo!
— Ué, é a realidade, amiga!
— Tem razão, mas que lindo que foi esse jantar! — ela suspirou.
— Só a parte da ex que não. Acho que homem não tinha que vim com ex. Taí, homens tinham que ser igual as araras-azuis apenas uma parceira para a vida toda.
Mariah riu.
— Concordo! Mas fala sério, e você, ficou mexida em saber da tal ex?
Olhei para ela e revirei os olhos.
— Ele tinha que ter uma história tão traumática antes? E envolvendo o Natal?
Ela riu.
— Lá vem você com o seu ódio com o coitado do Natal. Naty, você também tem uma história traumática com ex e Natal.
— Tenho, mas sou mulher. Homem não lida bem com essas coisas.
Foi a vez dela de revirar os olhos.
— Para! Você está tão acostumada a não gostar desse mês, que está procurando pretextos para não ser feliz e jogando a culpa nessa idiotice.
Dei de ombros e logo tivemos que encerrar o assunto para atender os clientes.
Na hora do almoço fiquei pensando em tudo e enquanto esperava dar a minha hora de voltar a trabalhar, comecei a fuçar nas redes sociais do Natan. Curiosa para saber quem era a tal Sofia, primeiro comecei nos amigos e não achei a ex-namorada entre eles, depois fui nas fotos e também não tinha nenhuma foto dela, quando eu estava quase desistindo decidi olhar o perfil da Elen e quando olhei nas fotos, tinha uma foto em que ela estava marcada que quem havia postado era a tal da Sofia. Imediatamente entrei no perfil dela e para o meu desespero era linda e solteira.
Respirei fundo, desliguei o celular e me xinguei mentalmente por estar fazendo aquilo. Natan gostava de mim e estávamos namorando, eu tinha que deixar aquela história de lado e ser feliz. E era isso que eu ia fazer.
Meu horário de almoço acabou e quando voltei para assumir meu caixa, o mercado estava cheio de novo.
Bendito dezembro!
Voltei a trabalhar e de cabeça baixa eu organizava as sacolinhas quando alguém colocou algo no meu balcão.
— Boa tarde — a pessoa falou e quando ergui minha cabeça para responder o cumprimento, o ar foi drenado dos meus pulmões ao ver a linda e maravilhosa mulher que estava bem na minha frente com seus cabelos lisos, pretos e compridos e seus olhos verdes.
— Bom dia — respondi, com a voz trêmula.
Ela estava com outra mulher e a ouvi dizer algo sobre estar na cidade para passar as festas de final de ano com a família.
— Eu preciso vê-lo, quem sabe não rola um replay. Preciso pedir desculpas também. — a ouvi dizer e imediatamente me toquei sobre o que falava, certamente era sobre o Natan.
— Você fez muitas escolhas erradas.
— Sim, e me arrependo. Quem sabe não dá tempo de consertar.
Passei rapidamente o que ela comprou, empacotei, cobrei e a vi sair do mercado sem dizer obrigada e completamente dona de si, enquanto eu continuava ali apenas a observando ir.
— Você está bem, Naty? — Mariah perguntou.
— Sim.
Respondi para a minha amiga, mas meu coração estava apertado e eu não estava nada bem, eu estava completamente insegura.
O dia passou como um borrão e eu não vi o Natan naquele dia, ele até me chamou para que fosse até a sua casa, mas eu estava tão confusa que preferi ficar em casa e dar um tempo da presença dele. Doía pensar que ela ia procurá-lo e talvez ele a preferisse a mim, mas eu preferia o dar espaço e deixá-lo livre para escolher.
Me perguntei se naquele momento Natan já tinha visto a ex e me repreendi no mesmo momento, eu não devia me martirizar por algo que talvez nem tivesse acontecido, eu tinha que dar tempo ao tempo e se fosse para ele ficar com a ex, ele ficaria. Em seguida a esse pensamento deprimente já me animei pensando que ele queria a mim ou não teria me pedido em namoro. Argh... Eu não queria mais pensar, pois meus pensamentos estavam uma confusão.
Não mandei mensagem para ele, mas recebi uma assim que cheguei em casa:
"Oi, minha luz, você está bem? Te achei tão estranha no telefone. Se quiser conversar eu estarei aqui, só me ligar."
E então eu liguei.
— Oi — falou.
— Oi.
— Está bem?
— Mais ou menos.
— Quer me contar o motivo?
Por alguns segundos pensei se eu devia contar ou não, porém o sim falou mais alto e soltei logo de uma vez:
— Eu vi sua ex hoje. — Dei um tempo para uma reação, ele ficou em silêncio e eu continuei: — Ela foi ao mercado e passou no meu caixa.
— E como você sabe que é ela?
— Eu sei.
Silêncio.
— Bom, se ela está na cidade não é da minha conta, você é a única que me interessa aqui.
Silêncio.
— Mesmo se ela estiver arrependida e estiver a fim de voltar?
— Esse não é o caso...
— E se for? — o interrompi.
— Esse não é o caso e mesmo que fosse, não me interessaria.
Fiquei em silêncio e ele perguntou:
— Naty, quer vir aqui conversar ou quer que eu vá aí? Podemos passar a noite juntos e eu te levo para o trabalho amanhã, entro mais tarde ou te deixo com a minha chave.
Fiquei tentada a aceitar, mas por fim, falei:
— Não, estou bem.
Silêncio...
— Tem certeza?
— Sim. Natan, vou desligar. Hoje estou muito cansada, o mercado estava lotado. Podemos nos falar amanhã?
— Sim. Bom descanso. Estou pensando em você, namorada.
— Obrigada e bom descanso para você também.
Desliguei e algo estava diferente... em mim. Eu não queria estar me sentindo daquele modo, mas eu estava e mesmo que eu não quisesse o tratar com frieza, meu instinto de autopreservação estava gritando desde que eu tinha entrado no meu inferno astral e desde que eu tinha tomado conhecimento sobre aquela ex.
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