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Capítulo sem título 15

Capítulo quinze

Rosabel

Dois dias passaram-se e um após o outro Martin foi me buscar no trabalho e fizemos o caminho para casa em silêncio. Notei que estava tentando me dar o espaço que pedi, tentei puxar assuntos aleatórios enquanto caminhávamos, mas me respondeu monossilabicamente e tão conciso quanto pôde.

Como não houve muito contato, não houve também mais beijos depois de segunda, o que deixou um vazio. Na carência e na intenção de esquecê-lo, acabei mandando mensagem para o Guilherme e conversamos bastante sobre diversos assuntos, inclusive havíamos combinado de tomar um chope no barzinho em frente à loja, no sábado.

Na quinta-feira era a minha folga, tinha direito a uma por semana, com isso me permiti a acordar mais tarde. Era por volta das nove quando ainda sonolenta fiz minha oração da manhã, depois fui para o banheiro do lado de fora do quarto, levei minhas roupas e decidi tomar banho para acordar e fazer algo com o meu dia livre.

Lavei meus cabelos, depilei-me e ao sair debaixo do chuveiro estava me sentindo mais viva. Enxuguei-me e após peguei o hidratante que dona Cássia me deu e decidi hidratar o meu corpo, começando pelos pés.

Os dias andavam frios e minha pele estava muito ressecada, então despejei generosamente o hidratante na palma da mão, libertei-me da toalha ficando nua, coloquei um pé sobre o vaso sanitário e comecei a passar nas pernas o conteúdo, porém, no momento em que cheguei na coxa e espalhava o creme naquela parte, a porta do banheiro foi aberta sem aviso e Martin apareceu meio sonolento, me fazendo soltar um grito.

Assustado ele paralisou por alguns segundos com os olhos fixos em mim, depois fechou a porta depressa.

— Desculpa — pediu do lado de fora.

Respirei fundo e não era como se ele já não tivesse visto tudo do meu corpo, mas mesmo assim me senti envergonhada. Coloquei a calcinha, o short, uma blusinha de manga cumprida e saí do banheiro para encontrá-lo encostado à parede do seu quarto, mas ao contrário da cara de assustado de minutos atrás, naquele momento ele ria.

— Bela visão — disse e fechei a cara.

— Não sabe bater? — vociferei.

— Nunca tive que bater. Só eu usava esse banheiro e esqueci de você. — Deu de ombros divertido e eu não o via sorrir há alguns dias.

— Para de rir! — pedi e aí que ele riu, um sorriso largo, alinhado e lindo.

— Não consigo.

Semicerrei os olhos, depois balancei a cabeça em negativo, segurei o riso e virei-me para ir ao meu quarto sem dizer mais nada.

— Rosabel, espera. — Virei-me. — Sei que pediu distância, mas preciso te mostrar uma coisa que andei pesquisando. — Juntei as sobrancelhas em curiosidade.

— O que é?

— Vou usar o banheiro agora que não tem nem um show ao abrir a porta e te encontro no café para contar tudo.

Ergui uma sobrancelha e falei com falsa impaciência.

— Tudo bem, Martin.

Com um sorriso devasso seguiu para o banheiro e eu entrei no meu quarto alegre como boba. Eu queria me afastar, mas era difícil quando ele parecia tão leve e divertido como estava naquela manhã.

O que a visão de uma mulher pelada não faz com um homem.

Deixei minhas coisas no quarto, desci para o café e encontrei dona Cássia desinformando um bolo.

— Que cheirinho bom.

— Bolo de laranja, é o preferido de Martin. Estou tentando agradá-lo, porque ele anda cheio de ciúmes de você.

Sorri e no mesmo momento ele entrou na cozinha.

— Chegou o menino ciumento — brinquei.

— Não sou ciumento, só gosto de manter meu espaço e o que é meu só para mim.

Ri.

— Não quero pegar sua mãe.

— Nem precisa, minha mãe já deu meu lugar de filho para você.

Sentou-se, dona Cássia riu e falou:

— Para de chorar, bebê. Coração de mãe sempre cabe mais um.

— Eu sei que o seu é grande, mãe. — Olhou-me. — E estou brincando, não ligo de dividir a minha mãe com você. — Lançou-me um sorriso amistoso e olhou para o Papa que andava faceiro por ali. — Mas com o gato eu me importo.

— Deixa o bichinho tadinho — defendi.

— Bom, queridos, se comportem, tenho um compromisso e preciso sair. Não tenho horas para voltar.

Sem esperar que disséssemos algo, dona Cássia saiu da cozinha e se foi.

— Ela não para — falei.

— Não, mas é bom se manter ativa.

— Verdade. E acho que a história de me receber aqui para fazê-la companhia, era só uma desculpa e assim fazer com que eu me sentisse menos um estorvo.

— Você não é um.

Sorri.

— Mas me diga, o que andou pesquisando?

Cortou uma enorme fatia do bolo de laranja e começou a me contar ao mesmo tempo que tomava seu café.

— Andei pesquisando sobre o símbolo que você viu na casa noturna.

Teve toda a minha atenção, já que até comecei a pesquisar, mas logo desisti e como eu ainda queria muito saber o motivo de as minhas coisas levarem aquele símbolo, perguntei entusiasmada:

— Descobriu alguma coisa?

— Não, apenas a história que envolve a herança da fábrica que é um pouco maquiavélica.

— Maquiavélica?

— Sim, li várias matérias, mas uma, meio que era como uma lenda que dizia que a dona, Gabriela Gothel, matou os verdadeiros herdeiros para ficar com a fábrica, mas nunca nada foi provado. Ela leva o apelido de bruxa da beleza. Tem o rosto esticado por plásticas.

— Acho que não tenho nada a ver com essa família.

— Então, preciso que me mostre a sua pulseira novamente. Acho que em uma foto antiga da bruxa, vi que ela usava uma pulseira muito parecida com a sua.

Juntei as sobrancelhas.

— Será? — Meu coração se apertou com a ideia de achar a minha família. Sempre sonhei em conhecê-los, mas não queria que fossem pessoas com a fama da milionária dona da fábrica de cosméticos.

— Se quiser posso te ajudar com a busca. Tenho contatos que podem ser úteis.

Pensei um pouco. Se eu ficasse perto do Martin, certamente sentimentos surgiriam, ainda mais depois de tudo, inclusive só de vê-lo tão leve quanto naquela manhã eu já me sentia mais atraída por ele, só que ponderando tudo, valia os riscos, se eu soubesse um pouco mais da minha origem.

Afinal, o que poderia acontecer? Eu agarrá-lo?

— Quero.

— Então acabou o espaço e somos amigos de novo?

O encarei.

— Nunca deixamos de ser. — Abriu um sorriso. — Acredito que seu lado bom é maior que o lado ruim.

— Eu não teria certeza.

— Martin!

Riu.

— É a realidade.

— Você está se achando demais. — Cruzou o braço na frente do peito e eu ri.

— É simples. Se eu tenho que lidar com seu lado obscuro, você terá que lidar com o meu lado luz. — Ergueu uma sobrancelha, como se esperasse algo que não gostaria.

— Qual a condição?

— Que vá a missa comigo no domingo.

Mudou sua feição para curiosidade.

— Vai tentar salvar a minha alma?

— Não, a sua já está perdida, mas preciso de uma companhia.

Ele riu.

— Tudo bem, eu vou.

Martin

Após o café Rosabel seguiu para o seu quarto e eu para o meu, acabei pegando no sono por ter mais uma vez passado a noite me inteirando dos negócios e também sobre a busca por minha inimiga velada, que ainda não tinha chegado a lugar algum. Xinguei Deus e o mundo e até culpei o pobre do Edson por não conseguir um nome.

Já era mais de meio-dia quando decidi descer movido pelo cheiro de comida que enchia a casa. Então, do jeito que eu estava no quarto e vestindo apenas uma bermuda e sem camisa, encontrei Rosabel, dançando uma música alegre ao mesmo tempo em que cozinhava.

Já Chegou! Já chegou! Espírito Santo já Chegou!
eu sinto em minhas mãos, eu sinto em meus pés,
eu sinto em minh'alma e em todo o meu ser
Aquele que caminhou sobre as águas
Está aqui, está ao meu lado
Como um raio, caindo sobre mim...

Ela cantava, fazia uma coreografia engraçada e até cantando música religiosa era sexy. Encostei-me à parede e ri ao testemunhar a cena sem que ela notasse a minha presença, foi então que ao se virar da pia para pegar algo na geladeira ela me viu e deu um grito de susto.

— Martin! — Colocou a mão no peito. — Um dia você ainda vai me matar de susto. Quer me matar?

— De jeito nenhum, o show estava ótimo. Não pare por minha causa.

— Idiota!

— Olha, ensinam a xingar no convento?

— Não, aprendi esse adjetivo e o significado dele aqui fora convivendo com você.

Ri, me divertindo ainda mais por ela estar com vergonha.

— O convento devia ser animado, hein? — Apontei para ela, indicando a dança que fazia.

— Você não faz ideia do quanto, eu arrasava nos retiros e grupos de oração.

Sorrindo aproximei-me do fogão para ver o que estava cozinhando e era uma macarronada ao molho bolonhesa. A aparência estava tão boa quanto o cheiro.

Depois de espiar ia me afastar das panelas, mas quando virei-me para sair dei de cara com Rosabel que vinha com um tempero em pó na mão e o derrubou quase todo no meu tórax.

— Ai, que desastrada eu, me desculpaaa... — Começou a passar a mão no meu peito nu e o toque da sua mão delicada em minha pele teve reação imediata no meu corpo. — Também, Martin, o que você quer aqui?

— Só vim espiar a comida. — Ela ia dizer algo, mas atrapalhada derrubou o pote no chão, depois abaixou-se para pegar e acabou me olhando debaixo para cima e foi difícil não imaginá-la naquela posição, mas fazendo outra coisa.

Controlei-me para não ficar duro e tentei imaginar algo sem sentido para controlar o desejo.

Rosabel voltou a ficar de pé e a passar a mão em mim para tirar o excesso de tempero em pó que ainda havia no meu peito e quando viu que me alisava, imediatamente parou e me olhou sem graça com aqueles olhos enormes e lindos.

— Acho que já tirei tudo.

— Acho que tem mais um pouquinho. — Passei o dedo abaixo do umbigo, só para vê-la corar e foi exatamente isso que aconteceu.

— Sai daqui, Tin — Sorriu e empurrou meu ombro de leve, depois desviou-se e foi mexer o molho.

Ouvi-la me chamar pelo apelido me deixava leve. Estávamos agindo com normalidade e eu gostava daquilo.

Terminei de tirar o tempero de cima de mim e fui para a mesa.

— Estou com muita fome e esse cheiro está me matando.

— Fica pronto em cinco minutos.

Cruzei os braços sobre a mesa e fiquei observando-a na cozinha. Seu cabelo comprido estava preso em um coque alto que deixava sua nuca a mostra e tive que engolir e tirar o olho da sua direção para não imaginar coisas e desejar ter o que eu não podia.

Olhei para o chão e no mesmo momento vi uma bolinha de pelos brancos, sentado bem perto de mim e me encarando como se me julgasse.

Aquele gato não me olhava com amizade e eu já tinha lidado com muita gente ruim que me olhou com mais bondade do que ele.

— Nunca gostei de gatos e desse aqui gosto menos.

— Fica tranquilo que ele também não gosta de você.

Tive que rir.

— Você tem uma língua bem afiada para alguém que morou sempre no convento.

— Tendo isso em mente, está explicado o motivo de eu ter saído. Amava o convento, a religião e até a rotina, mas sempre achei que eu precisava me expressar mais.

Levantei-me, comecei a colocar a mesa e ela sorriu como se eu estivesse ganhando pontos. Sorri de volta e a olhei por tempo demais, até que o gato miou, tirando minha atenção da bela mulher no fogão.

Prontamente sentado, me olhou com o rabo balançando de um lado para o outro, como se fosse atacar a qualquer momento.

Não confio em gatos.

— Ele parece me julgar a todo momento — falei olhando para o bichano.

— Ah, pode ter certeza que ele está julgando sim. — Riu. — Para de ser bobo! Meu bichinho não faz essas coisas.

Rosabel andou até a mesa e colocou sobre ela uma travessa de macarrona fumegante que logo nos servimos.

Enquanto comíamos em silêncio, ela parecia pensar em algo que a incomodava, seus pensamentos quase gritavam por sua fisionomia preocupada e eu queria saber o que pensava.

— Nunca agradeci o presente que me deu — disse quebrando o silêncio.

— Que presente?

— O celular.

— Não precisa agradecer, mas podia ter me enviado uma mensagem, um emoji ou sei lá... alguma interação pelo aplicativo de mensagens. Guilherme tem te tomado tanto tempo assim que não sobra para mim? — Eu parecia um menino ciumento.

Foda-se! Era o que eu andava sentindo desde que soube que os dois estavam conversando.

— Claro que não. Diversas vezes pensei em enviar, mas achei que fosse me achar uma boba.

— De jeito nenhum.

— Estive pensando, se quiser eu posso pagar por ele quando eu receber, mas terá que ser parcelado, porque o que você me deu é muito caro, ?

Era isso que a preocupava?

— Ser orgulhosa não vai te levar a lugar nenhum e como você disse, foi um presente. — Encarou-me, mas ficou em silêncio. Ela sempre parecia querer pagar pelo o que quer que fosse que fazíamos por ela. — Vai facilitar quando minha mãe ou sua amiga quiserem falar com você... ou eu. — Dei de ombros envergonhado. Às vezes, perto dela eu me sentia como um adolescente. — Pode ter acesso a internet para pesquisas e redes sociais. Vai ser bom.

— Vou precisar da sua ajuda.

— Quem eu terei que matar?

Ficou muito séria e fez o sinal da cruz.

— Não fala isso. falando da ajuda com o celular. São muitas configurações e nunca tive um aparelho como aquele. Na verdade, nunca tive nenhum.

Riu sem jeito.

— Ajudo sim.

Ficamos em silêncio e ela pareceu pensar no que ia perguntar, até que exibindo um certo medo da resposta, perguntou:

— Você já matou alguém?

Fiquei sério.

— Não. Apesar do mundo em que me envolvi ser muito cruel, não precisei chegar a esse ponto. Ainda.

Suspirou como se estivesse aliviada.

— Mas mataria se precisasse?

— Para defender minha mãe sim... ou você. — Encarou-me de modo que não consegui decifrar seu olhar. — Sem pensar duas vezes.

Ficamos em silêncio enquanto comíamos e eu disfarçadamente admirava a sua beleza, ao mesmo tempo em que ela parecia alheia a minha presença. Até o gato, que naquele momento se entrelaçava aos seus pés, parecia ter mais da sua atenção do que eu.

Por mais que eu quisesse manter a nossa transa como ela pediu que fosse: apenas uma transa e nada mais, meu ego de homem muito desejado pelas mulheres e ego de homem que sempre era o que se livrava delas no dia seguinte, estava um pouco machucado por Rosabel não estar completamente apaixonada por mim após a sua primeira vez.

E o pensamento de repetir e fazer melhor passava por minha cabeça, insistentemente.

Depois que ela descobriu o meu lado obscuro, eu me sentia nu na sua frente, me sentia até mesmo envergonhado por não ser puro como ela e por isso vivia na luta interna de me aproximar e me afastar.

Pensei que precisava mostrar que eu não tinha o coração tão ruim assim e, com isso em mente, lembrei-me de algo que eu costumava fazer quando me sobrava tempo no trabalho e sem pensar muito convidei Rosabel:

— Quer ir a um lugar comigo?

— Lugar? — perguntou já imaginando que fosse algo promíscuo.

— Garanto que não é ilegal e você vai gostar. Só preciso passar em outro lugar meio ilegal antes.

— Meio ilegal?

Ri.

— Sim, mas te explico quando chegarmos lá.

Respirou fundo como se lutasse contra seus princípios, mas por fim disse:

— Tenho até medo de dizer que sim, mas eu vou. 

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