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Capítulo 9


Capítulo nove

Eu tinha que controlar os meus pensamentos em relação a freirinha, mas estava difícil e eu perdia a batalha de forma vergonhosa. Pensamentos impróprios em relação a ela invadiam a minha mente constantemente.

Fechei a porta nas minhas costas após certificar a minha mãe que eu ia levar a sua protegida aonde quer que ela quisesse ir e respirei fundo após ver o quanto Rosabel estava bonita.

Ainda com a aparência delicada e inocente de sempre, nada que se assemelhasse as mulheres com que eu estava acostumado a lidar e era exatamente isso que ferrava com o meu psicológico, a sua beleza natural não precisava de muito para ficar ainda melhor e aquele cabelo...

Puta que o pariu!

Respirei fundo e foquei em me trocar para sair.

Minha mãe deixou claro com o olhar que eu não era nem louco de não sair com a Rosabel e para que eu não perdesse as minhas bolas resolvi obedecer.

Para a minha segurança eu não podia sair e me colocar em risco na noite, mas pelo olhar que minha mãe me lançou, eu corria mais risco se não fosse do que se saísse.

Edson me aconselhou a não voltar ainda para a vida noturna e me manter em segurança, mas a saída seria rápida e nada aconteceria.

Passei a madrugada conversando com ele que me deixou a par dos ganhos, gastos e sobre a busca por minha inimiga que ainda continuava em segredo. Nada sobre ela ainda. Contei sobre Rosabel para ele e tive que xingá-lo ao ouvi-lo dizer que o rei do submundo estava rendido pela santinha.

Não o contei nada de mais para que pensasse isso, a não ser que precisava afastá-la de Guilherme caso ele se aproximasse dela de novo.

Conversei por horas com Edson e foi por trocar a noite pelo dia que perdi a hora e estava dormindo no horário de sair com Rosabel.

Depois de pronto desci as escadas, logo a avistei me esperando e lançou-me um sorriso quando me viu.

— Está pronta?

— Sim.

— Você está linda. — Tentei não olhá-la muito ao fazer o elogio, mas ainda assim vi seu rosto corar.

— Obrigada... Você... também — retribuiu sem graça e eu ri.

— Vamos? — Confesso que rezei para ela dizer que não.

— Vamos!

Passamos pela porta da frente e entramos no carro que não era o meu, mas que Edson arrumou de última hora para despistar quem quer que fosse que tivesse no meu encalço.

— Seu carro é muito bonito.

Sorri, imaginando o que ela pensaria se visse o meu carro Mercedes AMG-GT que estava guardado no Sweet Hell ou a minha moto Ducatti Superleggera V4, que consegui comprar após pouco tempo de trabalho no submundo. A ilusão de trabalhar pouco e ganhar muito que me manteve naquele ramo ilegal. Às vezes, me envergonhava...

Ah, foda-se! Guardei os pensamentos deprimentes que me culpavam como sempre e agradeci:

— Obrigado. Gosta de música?

Dei ré no carro e o tirei da garagem.

— Conheço as da igreja.

Encarei-a.

— Hoje vou te levar a uma casa noturna que toca eletrônico. — Balançou a cabeça em positivo e parecia ansiosa. — Se não gostar podemos tentar outra.

— Sei que vou gostar.

Fechei o portão automático da casa da minha mãe, segui dirigindo pelas ruas da cidade e liguei o rádio onde coloquei a música Sail da banda Awolnation.

— Gostei dessa. — Apontou para o rádio.

Eu também gostava daquela música por sua batida sexy e até tinha um fetiche de fazer sexo a ouvindo enquanto arremetia no ritmo. Olhei a mulher sentada ao meu lado e seu colo a mostra pelo vestido de alças finas que usava, chamou a minha atenção fazendo com que imediatamente a imaginasse deitada sob mim, enquanto eu a penetrava ao som de Sail.

Balancei a cabeça discretamente e parei de pensar ou teria uma ereção desnecessária.

Andava tendo pensamentos indevidos com Rosabel desde a noite no seu quarto no convento, haviam diminuído, mas talvez por vê-la arrumada e saindo na noite os pensamentos estavam se intensificando.

Preciso me controlar! Rosabel é virgem e não é para mim.

— Você costuma sair bastante? — perguntou, começando um assunto e graças a Deus me tirando dos pensamentos indevidos.

— Não, tenho muito trabalho à noite.

— De que tipo de entretenimento é sua empresa?

Era óbvio que eu não podia contar a verdade.

— Shows. — Encarei apenas a rua a minha frente.

Bom, não era mentira, as meninas no Sexy Stripper davam mesmo um show.

— Martin, você já namorou?

— Pode me chamar de Tin. As pessoas mais próximas, amigos, me chamam assim e acho estranho você me chamando sempre de Martin.

— Sou sua amiga? — Seu sorriso dizia que ela gostaria muito que a resposta fosse sim e eu ri com isso.

— Sim.

— Que bom, já tenho dois. Você tem muitos amigos?

— Agora nem tantos, mas na escola eu era bem popular e tinha muitos.

— Podia me apresentar alguns, para a minha lista não ficar só em você e na Cyndi.

Sorri.

— Já é um começo.

Ficamos em silêncio, mas ela o quebrou como mais perguntas:

— E então? — Tirei os olhos da estrada e a encarei sem entender do que falava. — A namorada. Você já namorou?

— Você faz tantas perguntas que me confundo. — Ri e respondi: — Já, mas nada sério, apenas namoros normais, sabe?

— Não sei. — Deu de ombros. — Nunca namorei ou fui normal, mas pretendo. — Sorriu, mas eu não sabia decifrar o sentimento que me atingiu ao ouvir aquela afirmação.

— Posso fazer mais uma pergunta?

Ri. Ela já tinha feito tantas.

— Sim.

— Aquele dia no convento, se eu gritasse você ia mesmo fazer algo ruim comigo e com as irmãs?

— Não.

— Mas você ameaçou.

— Sim.

— Não entendo o motivo, já que foi sequestrado.

Fiquei em silêncio por alguns segundos e falei:

— Eu estava com medo e desconfiado também, além de me perguntar como era possível uma freira não ter medo de um desconhecido em seu quarto e ainda ser tão tagarela e perguntadeira. — Naquela noite pensei também o quanto ela era linda, mas não contei essa parte.

Ela riu.

— Sempre fui assim. Aí um dos meus defeitos de fábrica que colocavam em dúvida a minha vocação para ser freira. A Madre sempre brigava comigo.

— Você gostava de morar lá? — Mal perguntei e em seguida já corrigi: — Que pergunta a minha. Se saiu é porque não gostava, ?

— Não, eu gostava, mas queria conhecer mais do mundo.

— E isso não tem mesmo nada a ver com a minha ida ao seu quarto?

— Não. Já falei. Você é muito convencido.

Ri.


Precisava lembrar de não fazer certas coisas com a Rosabel. Ela não era acostumada.

Não demorou até que chegamos a uma balada eletrônica sofisticada e que frequentei apenas na inauguração por conhecer o dono que me deu livre acesso ao camarote sempre que quisesse. As luzes piscantes eram vistas do lado de fora, assim como a música, que ouvia-se um pouco da batida. Refletores apontavam para a fachada da casa noturna e para o seu nome nela: Strobo. Segui com o carro para o estacionamento e quando descemos nos encaminhamos a entrada lateral que dava acesso aos vips.

Como o movimento em torno da casa noturna era muito, para não perder Rosabel no meio das pessoas a peguei pela mão e o contato da sua pele macia na minha fez uma sensação diversa tomar conta do meu corpo, a olhei e ela sorriu como se dissesse estar tudo bem.

Parecíamos um casal e eu nunca tinha saído assim, sempre estava com amigos, aí conhecia uma garota e fechava a noite indo com ela para algum lugar, mas nunca cheguei em uma casa noturna de mãos dadas com alguém e viver aquela experiência de sair ao estilo casalzinho até que estava sendo agradável.

Apresentei-me ao segurança que liberou a minha passagem com rapidez e logo que entramos o grave da música percorreu meu corpo como se me recebesse no novo ambiente com alegria. Encarei Rosabel e percebi que ela sentia o mesmo ao ver o sorriso em seu rosto. Olhava tudo com atenção e seus olhos pareciam brilhar.

Sua aparência destoava do ambiente, não por estar simples ou algo assim, mas por parecer demais para ele. Notei olhares em sua direção e muitos deles masculinos claramente admirando sua beleza e provavelmente tendo pensamentos com ela que me irritavam só de imaginar.

Eu não queria sentir-me possessivo em relação a Rosabel, mas era incontrolável e isso me deixava desconfortável.

— Eu não acredito que estou aqui — falou parecendo em dúvida se estava feliz e sinceramente torci para que não estivesse, já que se gostasse da casa noturna ela não ia querer ir embora tão cedo.

— Se não gostar podemos ir.

— Eu não acredito que estou aqui — repetiu a frase, mas dessa vez tinha uma pontinha a mais de dúvida no olhar.

— Se quiser podemos ir embora.

— Não! Eu acredito sim que estamos aqui. — Abriu seu rosto em um sorriso, deu um pulinho e eu tive que rir da sua confusão.

— Anda, vamos procurar uma mesa legal.

Peguei novamente em sua mão e a levei comigo, enquanto no caminho por vezes admirei o seu olhar atento em tudo. E por mais pretensioso que pudesse ser, senti-me bem por proporcionar a ela aquele momento.

Logo achei uma mesa afastada e em um canto mais tranquilo que pudéssemos conversar por sobre a música alta.

— Você acha que isso é pecado? — Foi a primeira coisa que perguntou após sentar-se e parecia preocupada.

— Não faço ideia. — Sorriu para a minha resposta.

Tirou os olhos dos meus, assumiu um semblante sério e após olhar em volta sorriu de novo.

— Isso é muito legal!

Claramente estava em uma luta interna entre sentindo-se errada por estar ali e ao mesmo tempo feliz por viver aquele momento.

— Você acha que eu sou uma pessoa muito ruim por sair do convento para viver a vida mundana?

— Acho isso uma baboseira e acho que já que estamos aqui você devia aproveitar tudo. O que você quer beber? — mudei de assunto para que ela saísse daquele conflito interno.

Pensou por um minuto como se ponderasse sua resposta.

— Bebo o que você for beber.

— Vodca com energético?

A vi respirar fundo.

— Sim, se é isso que você vai beber eu te acompanho.

— Tem certeza?

— Sim, quero a experiência completa.

Sorri e assenti.

— Só um minuto que vou pegar nossas bebidas e já volto.

Fui até o bar e de lá fiquei de olho na beldade com ar inocente que me esperava na mesa que se encontrava não muito distante de mim. A vi passar a mão nos cabelos cumpridos e umedecer os lábios de maneira inocente, mas que quem quer que fosse que estivesse testemunhando aquele gesto, sentiria vontade de beijá-la. Inclusive eu. Claramente seria um desperdício ela viver em um convento.

Encostado ao bar continuei a admirá-la, da sua boca meus olhos desceram por seu pescoço até meu olhar fixar em seu colo desnudo pelo vestido de alças finas que deixava a curva do seu seio à mostra, tão redondo que dava vontade de pegá-los.

Tive que me xingar mentalmente para não olhá-la dessa maneira e me aprumei recolhendo a baba que quase escorria por meu queixo. Olhei em volta e a macharada ao redor a observava também, vi mais de um a admirando, inclusive um sujeito ao meu lado que quando notei seu olhar na direção de Rosabel, entrei na frente para tampar sua visão e ao cruzar seu olhar com o meu, mexi a cabeça como se perguntasse o que ele estava olhando. Para a sorte do sujeito, em resposta balançou a cabeça em negativo e virou-se para o outro lado.

Definitivamente eu precisava voltar logo para a mesa antes que algum homem chegasse nela por estar sozinha. Bufei. Eu parecia a porra de um namorado ciumento.

Rosabel é muito gata!

Tirei meus olhos dela para fazer o pedido ao barman e poucos minutos depois voltei a olhá-la, mas para a minha surpresa Rosabel estava bem à vontade com o Guilherme, meu amigo de infância que havia apresentado a ela na pizzaria.

Meu rosto se fechou em um semblante incomodado e observei a cena por alguns segundos: conversavam como se já se conhecessem há anos, ele a cumprimentou com um beijo no rosto e ela deu seu sorriso meigo depois.

Que porra é essa?

Não consegui controlar a minha irritação.

Olhei para o barman e quase rosnei para que andasse logo com o combo que eu havia pedido.

Guilherme falava e mexia a mão gesticulando em uma conversa animada e em resposta Rosabel assentia e não tirava do rosto seu sorriso inocente e encantador. No entanto, a gota d'água foi quando o vi sentar-se à mesa com ela.

Novamente o sentimento de posse tomou conta de mim, mas no momento não pensei ser ciúme, apenas proteção.

Lembrava-me da fama de mulherengo de Guilherme e ele não servia para ela.

Quando o barman enfim me entregou o balde com vodca e energético, andei a passos largos até a mesa e quando me aproximei era certo que meu rosto não era dos mais amigáveis.

— E aí, Gui? — Deixei o balde sobre a mesa, apertei sua mão e dei dois tapas em suas costas em cumprimento, que saíram mais forte do que tive a intenção.

— Olha ele aí — falou sorrindo. — Como você deixa sua irmã assim sozinha na mesa?

— Ela não é minha irmã, é... minha amiga.

, estão mudando o grau de proximidade, mas no fim da no mesmo, ? — Olhou para a Rosabel como se para confirmar o que disse e ela balançou a cabeça em positivo.

— Você sozinho? — perguntei para tirar o seu olhar de cima dela.

com um pessoal, mas meio que já estou querendo mudar de ares. — Olhou para a Rosabel de novo e esses olhares estavam me irritando mais do que eu gostaria.

Começou tocar a música Liberdade de Alok, MC Don Juan e DJ GBR e Rosabel sorriu olhando as pessoas dançarem, até que Guilherme perguntou:

— Gosta de dançar?

Ah, eu? Nunca dancei — respondeu meio envergonhada, pareceu pensar e completou: — Não em uma balada.

— Sempre tem que ter a primeira vez. Quer ir pra pista?

Ponderou, mas seus olhos brilhavam com animação.

— Olha que não me responsabilizo pelo desastre que pode ser.

Ela estava cogitando ir dançar com ele?

A fala dela dizendo que seria a primeira vez tocou em mim e imediatamente lembrei-me de quando disse que tudo que se faz pela primeira vez fica guardado para sempre... Nem fodendo que ia deixar o Guilherme ficar com a primeira dança se fui eu quem a levou ali.

— Vem que eu me responsabilizo. — Depressa a peguei pela mão para ficar de pé comigo e antes de sairmos, provoquei: — Serve a vodca aí, Gui, que a gente já volta. — Vi seu olhar puto por eu ter sido mais rápido e sorri.

Fui andando com ela até onde as pessoas dançavam e parada na minha frente, bem perto de mim, perguntou gritando sobre a música alta:

— O que eu faço agora?

Levei meus lábios bem perto da sua orelha e falei também alto em meio a música:

— Fecha os olhos e sente a batida. — A encarei e ela sorriu, depois fechou os olhos e naquele momento seus lábios me pareceram tão chamativos que senti vontade de... balancei a cabeça em negativo, foquei no que estava fazendo e voltei a falar no seu ouvido: — Agora mexe o corpo no ritmo da batida.

Rosabel abriu os olhos, me encarou e começou a se mexer discretamente e eu coloquei minhas mãos na sua cintura incentivando-a.

Se mexeu mais intensamente ao ritmo da música, seu corpo muito próximo do meu, seus olhos me encarando e tive que engolir em seco. Fechou os olhos novamente e se deixou levar pela batida da música que era um eletrônico meio funk.

Instintivamente levantou os braços para o alto, enquanto eu muito perto dela sentia seu corpo encostar-se ao meu, repetidas vezes.

Rebolava e dançava de forma que nunca havia feito e eu admirava sua desenvoltura.

Linda pra porra!

Passou a mão em seu cabelão e com os dedos se embrenhando neles na altura da testa o jogou para o lado. Sorria e dançava e foi a coisa mais sexy que já vi. Me senti enfeitiçado, encantado e louco para puxá-la para mim e devorar sua boca.

Meu Deus, Martin! Para com esses pensamentos.

— Minha garganta está seca — falei porque precisava sair dali ou a agarraria a qualquer momento.

— Vamos voltar para a mesa?

Assenti, dei espaço para ela andar na minha frente e fui com a mão na sua cintura, guiando seu caminho e também lutando para não olhar para baixo e observar a sua bunda redonda e bem desenhada coberta pelo pano lilás do vestido.

Eu nem tinha bebido e já estava tendo pensamentos que não deveria.

Nos aproximamos da mesa e lembrei-me do Gui que ainda estava sentado lá.

— Você tinha razão, Gui, sempre tem que ter a primeira vez. A dela foi comigo — falei para o meu amigo quando voltamos para a mesa e Guilherme me encarou com desconfiança, juntando as sobrancelhas como se me analisasse e tomasse entendimento de algo. Já Rosabel pareceu envergonhada e eu me senti um mané.

— Bom, vou deixar vocês curtirem a noite, estava só esperando voltarem para dar tchau.

— Ah, fica com a gente. Quanto mais amigos melhor — Rosabel disse e Guilherme me olhou. Provavelmente meu olhar dizia para ele vazar.

— Acho que tenho que ir.

— Vamos ao menos fazer um brinde juntos — sugeriu animada e Guilherme aceitou.

Servimos vodca para os três e a minha cara não era a das mais felizes. Sentia-me irritado e ameaçado, como se estivesse vivendo uma disputa com o Guilherme, só que ele não sabia disso ou sabia... sei lá.

Tomei um gole generoso do meu brinde e servi mais em seguida, depois o que era para ser só um brinde virou uma conversa animada entre Guilherme e Rosabel que embalaram no assunto sobre o trabalho dele como biólogo que a encantou e despertou curiosidade por gostar de bicho.

Tudo que o cuzão do meu ex-amigo falava ela se interessava, porque amigo ele não era mais, e eu me perguntava em que momento saímos de só um brinde para aquele em que a garrafa de vodca diminuía a cada copo servido e Guilherme era a pessoa mais interessante da mesa.

Não sabia como me envolver, me sentia deixado de lado e isso feria o macho alfa em mim, consequentemente me deixando irritado e a intensidade e leveza da dança com a Rosabel dava espaço a vontade de ir embora.

— Então você nunca esteve em uma casa noturna, nunca tinha dançado ou bebido antes, onde você vivia? — Guilherme perguntou.

Vi que ficou sem graça e desconversou como se não quisesse dizer.

— Em um convento — falei por ela e dei um gole na minha bebida. Não para deixá-la desconfortável, mas por achar que não devia esconder ou se envergonhar do seu passado por quem quer que fosse, muito menos pelo Guilherme.

— Um convento?

— Sim. — Quando vi seu olhar ao respondê-lo imediatamente me arrependi.

Rosabel parecia desconfortável e até mesmo envergonhada.

Droga!

Rosabel

Ele não precisava ter contado, não que eu me envergonhasse, mas estava tentando esquecer o passado e viver como uma mulher normal e não seria uma se todos soubessem que fui uma freira.

Dei um gole generoso na bebida a minha frente e já sentia o rosto quente por tanta ingestão de álcool quando eu não estava acostumada nem com uma gota... Bom, talvez uma gota, se contasse o vinho da missa.

Depois que voltei da pista com o Martin bebi para ver se refrescava o meu corpo que estava em chamas pelo contato com o dele. A intenção era que a bebida apagasse o fogo que inflamava por dentro e fazia com que pensamentos impróprios invadissem minha mente, mas aconteceu o contrário e fiquei ainda mais quente pela falta de costume e mais pensamentos inadequados surgiram.

Martin estava sério e isso o deixava ainda mais lindo, o que fazia uma vontade gritante de beijá-lo novamente tomar conta de mim, relembrar a sensação de ter seus lábios nos meus como na noite no meu quarto.

Encarei seu semblante cheio de má vontade com a conversa na mesa e ele me confundia, já que minutos antes ele parecia muito contente na pista. Não conseguia entender se ele queria ou não estar ali, então preferi não olhá-lo e dar atenção ao Guilherme.

Enquanto conversava com o amigo, tentei parecer interessada na conversa, mas a todo tempo me perguntava o que irritava tanto o Martin e o deixava sério daquela maneira.

Percebi que Guilherme estava me dando mais atenção do que um amigo daria e comecei a pensar que talvez ele pudesse me mostrar mais de um mundo que eu não conhecia, considerando que Martin e sua cara de mau não faria, apesar de ter tomado a frente para dançar comigo no lugar do Gui.

Pensando nisso, no momento em que ele contou ao Guilherme sobre eu ter sido freira, pensei que ele só queria mesmo era me ver sozinha, porque não queria estar comigo e também não queria que ninguém estivesse.

Talvez eu fosse um brinquedo para ele e se divertisse me boicotando.

— Que legal. E por que decidiu deixar a religião? — Guilherme perguntou, mas vi que não achou tão legal assim, afinal, o que tinha de interessante em uma mulher que não conhecia nada da vida.

— Não deixei a religião só deixei o convento — falei e meu tom era claro que não aprovei aquela conversa. Fitei Martin com os olhos saindo faísca e ele desviou o olhar do meu.

Ficamos em silêncio até que vi quando alguém do outro lado da nossa mesa acenou para Guilherme e ele respondeu com outro aceno como se dissesse que já ia.

— Vou ali e já volto.

— Tudo bem, fica à vontade que já estamos indo — falei e na minha visão periférica notei que Martin me encarava.

— Mas já? Estou gostando de conversar com você — Guilherme disse e vi Martin bufar.

— Sério? Mesmo eu sendo uma ex-freira?

— Principalmente por isso. Te torna ainda mais interessante.

Sorri e tive a impressão de ver Martin dizer algo.

— Que bom ouvir ixo... isso. — O álcool estava enrolando minha língua.

— Podemos marcar outro dia?

— Eu adoraria.

— Então anota meu número, que facilita a gente marcar alguma coisa depois.

Parei de sorrir.

— É que... eu... — Cheia de vergonha eu não sabia como dizer que não tinha um celular.

— Ela não tem celular. Ainda a acha mais interessante? — Martin disse ríspido e eu o encarei tentando entender o motivo dele fazer isso.

— Vou ao banheiro.

Levantei-me, saí da mesa sem dizer mais nada, meio tonta e me sentindo um pouco humilhada, além de bêbada.

Andei desviando de algumas pessoas pelo caminho e pensando se eu me adaptaria naquele mundo tão diferente do que fui criada e me perguntei se não seria o caso de voltar e deixar tudo para trás. Martin tomou meus pensamentos e não estava preparada para deixá-lo mesmo que ele não me quisesse.

Estrelas piscavam nos meus olhos e o álcool mostrava o seu efeito.

Ouvi Martin me chamar e não parei. Ele era muita tentação. Muita.

Eu podia ter dito ao Guilherme que esqueci o celular, podia ter mentido de alguma forma, mas tinha levantado e saído como uma caipira.

Por que o Martin tinha que ter contado sobre o meu passado?

As luzes piscantes misturadas com a bebida que eu não tinha costume de beber, me deixavam tonta e confusa e antes que eu pudesse andar mais um passo, me desequilibrei e tive que me apoiar em uma das grades que separavam a área vip da pista, entretanto, no mesmo segundo fui amparada por braços fortes.

— Estou aqui — falou no meu ouvido e arrepiando todos os pelos do meu corpo.

Virei-me de frente e dei de cara com o olhar intenso do Martin, com seu rosto bem perto do meu. Muito perto mesmo e era muita tentação.

— Como Jesus conseguiu? — perguntei.

— O quê? — Juntou as sobrancelhas sem entender.

— As tentações.

— Do que você está falando? — perguntou sobre a música alta.

— Sobre você. Por que tem que ter esse rosto perfeito? — Passei a mão em seu rosto esquecendo-me que estava brava com ele. — Por que me confunde, me afasta e me trax para perto? — Me enrolei com as palavras por causa do álcool. — Sei que não sou sufixiente, não sou popular e linda como elas — Apontei para algumas mulheres que passavam.

— Vamos embora que você não está bem.

Pegou-me pelo braço de leve para me levar em direção a saída, mas o afastei e perguntei lembrando-me que estava brava:

— Por que contou a ele?

— Por que não contar?

— Não quero que me julguem pelo meu passado. Quero ser normal.

— Você é normal. E se alguém te julgar é um idiota.

— Você faz! — falei alto. — Percebo que não quer ficar perto de mim, não quer a minha companhia, me acha desinteressante por eu ser inexperiente... Eu... percebi. Às vezes, me quer por perto e outras me afasta. Falou de eu ser freira para o Guilherme para me envergonhar e...

— É totalmente o contrário! — Quase gritou.

O encarei e estávamos muito perto um do outro a ponto de eu conseguia sentir sua respiração.

A música que reconheci a batida como a que Martin tinha colocado no carro quando estávamos a caminho da casa noturna, começou a tocar e nos vimos envoltos por ela, acompanhados pelas luzes e a conversa das pessoas ao redor.

— O contrário?

— Falei sim, mas porque não acho que deva ser diferente do que é para agradar ninguém. Desde a primeira vez que a vi naquele bendito quarto que parece que sou atraído para você, mas ficar perto me confunde, acho que posso te corromper e quando me afasto e dou espaço o Guilherme aparece e me irrito. Merda! — Passou a mão no rosto como se não quisesse dizer.

Meu coração batia acelerado e o vi engolir. Estávamos tão perto que achei que ele fosse me beijar, até fechei os olhos e só a nossa respiração acelerada estava entre nós.

Eu podia sentir o seu cheiro e se eu avançasse poucos centímetros colaria meus lábios nos dele, mas ainda de olhos fechados ansiei para que ele fizesse, que rompesse a distância, no entanto, para a minha queda do céu, ouvi:

— Vamos voltar para a mesa e aproveitar a sua noite, Rosabel.

Abri meus olhos e ele já estava distante novamente. A confusão era certa em meu olhar, então ele me pegou pela mão ia me levar para a mesa de novo, mas Guilherme não estava mais lá.

— Não! — gritei.

— Não?

— Não. Quero ir embora — falei me sentindo irritada. — Eu não sirvo para... isso. — Ergui as mãos mostrando o ambiente.

— Não, vamos recomeçar e curtir a noite, só que agora só nós dois como tinha que ser desde o início.

O encarei.

— Você me confunde, Martin.

— Você também. — Ia dizer algo mais, mas um homem vestido de preto e nos olhando diretamente de um canto do bar, me chamou atenção e o olhei para por cima do ombro do Martin, entretanto, um grupo de pessoa entrou na frente e quando saíram o homem não estava mais no mesmo lugar.

Semicerrei os olhos estranhando o que tinha acontecido, Martin seguiu meu olhar e, talvez, estranhando o meu semblante confuso, perguntou:

— O que foi?

— Acho que estou bêbada. — Ele riu. — Estou bêbada pela primeira vez. — Dei alguns pulinhos como se comemorasse e Martin me olhou rindo. — Quando a gente fica bêbado a gente vê gente? — Encarou-me com confusão e expliquei: — Tive a impressão de que um homem nos observava daquela parede. — Apontei em direção ao lugar onde anteriormente havia visto o homem.

Imediatamente Martin se aprumou e olhou para o local que eu indicava.

— Como era esse homem?

Hummm.... era branco, cabelo preto, vestia-se todo de preto e usava cavanhaque. Acho que foi só uma impressão.

— Ele nos olhava?

— Sim, fixamente, mas umas pessoas passaram na frente e ele sumiu. Vodca faz mágica? — Ri de maneira desengonçada, até que imitei um porco o que me fez rir ainda mais, mas Martin não riu.

Notei que seu rosto se transformou e disse preocupado:

— Anda, temos que ir.

Novamente me pegou pela mão e sempre que fazia isso o meu corpo se arrepiava e eu vivia a vontade de fechar os olhos e aproveitar a sensação do seu toque.

— Você está tão sério. — Ele continuou andando por entre as pessoas e não disse nada.

Não devia, mas percebia que meus sentimentos por Martin se intensificavam a cada dia e eu não queria que acontecesse isso, mas estava perdendo o controle.

Olhei-o enquanto andávamos, admirei seu rosto bem desenhado e semblante sério enquanto olhava ao redor como se procurasse por algo. Não sabia o motivo de ter ficado tão preocupado, mas sabia que enquanto ele parecia preso na atenção ao que quer que fosse que passava na sua cabeça, as mulheres do local o observavam passar completamente encantadas e nem disfarçavam.

— Você fica ainda mais bonito sério assim.

— Você me acha bonito? — Não sorriu ou parou, continuou sério.

— Eu e todas aqui, veja só como te olham.

Balançou a cabeça em negativo e não disse nada.

— Martin... — Passamos entre dois homens e ele me protegeu com seu corpo. — Por que você parece tão preocupado?

— Não estou.

Olhou em volta e ele parecia mesmo muito preocupado.

— Mas parece.

— Não estou — falou alto e irritado, depois parou, fechou os olhos e soltou o ar. — Desculpa. Só anda, por favor.

— Você gritou comigo? — Eu não queria chorar, mas meus olhos se encheram de lágrimas e eu não estava controlando meus sentimentos. Nunca mais ia beber.

— Olha, me desculpa, ? Agora vamos, porque preciso muito que você ande. — Funguei e assenti.

Eu não conseguia entendê-lo, ao mesmo tempo que era doce e delicado, ele era impaciente e grosso. Definitivamente eu não conseguia entendê-lo.

— Você é tão estranho comigo.

— Meu Deus, Rosabel!

— Tudo bem. Vou ficar quieta.

Ele soprou.

— É... só que... Não quero que nada de mau te aconteça.

— Por que me aconteceria algo? — Ia me responder antes que fizesse, mas o interrompi: — Deixa. Vamos. — Tirei meus olhos dos seus, ia passar por ele e continuar a andar em direção a saída, mas um flyer com uma logo impressa nele chamou a minha atenção.

Andei em direção ao balcão, peguei o papel que tinha impresso de um lado o anúncio de um show que aconteceria na casa noturna dali a alguns dias e o do outro o desenho da logo que me fez pegá-lo: uma flor dentro de um círculo.

Passei o dedo sobre o desenho e embaixo estava escrito: Afrodite Cosméticos.

— O que foi? — Fui tirada do meu transe pela voz grossa do Martin.

— Esse símbolo.

— O que tem ele? — Olhou para os lados, preocupado e sabia que queria me acelerar.

Ergui o pulso e mostrei o pingente da pulseira que exibia o mesmo formato da logo no flyer.

— Tem algo a ver com quem me deixou no convento.

— Não entendi.

— Tenho coisas com esse mesmo símbolo desenhado nele. Como esta pulseira.

Vi que Martin olhou em volta novamente e parecia mesmo preocupado.

— Precisamos sair daqui.

— Por quê?

Me encarou.

— Não recomeça. Precisamos, porque precisamos. Vamos.

Novamente me pegou pela mão e carregando o papel com o símbolo comigo deixamos a casa noturna.

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