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Capítulo 6

Capítulo seis

Uma entrevista de emprego... Me via tão nervosa e preocupada quanto podia estar. Me sentia ansiosa e eufórica para que a dona da loja de roupas e fantasias, amiga da dona Cássia, gostasse de mim.

O contrato já era quase certo, mas como eu não tinha experiência com vendas e com o público, talvez pudesse ser que meu trabalho não agradasse.

Eu sabia que era o tipo de pessoa que aprendia rápido, era comunicativa e extrovertida, tinha certeza que conseguiria pegar a funcionalidade de tudo com facilidade, mas no fundo o receio tomava conta de mim.

Acordei cedo, coloquei uma calça jeans e uma camiseta comportada, desci para a cozinha e para a minha surpresa dona Cássia já me esperava com um café pronto e um sorriso de boa sorte. Conseguimos nos tornar tão amigas e em uma semana ela tinha mesmo conseguido fazer com que eu me sentisse em casa.

— Espera que vou acordar o Martin para te levar até a loja.

— Não! — falei mais alto do que devia. — Não faça isso ou ele vai acabar me detestando. — Sorri sem graça. — E também quero me virar sozinha.

— Tem razão. E fico muito orgulhosa por você querer sua autonomia. Está certíssima.

Após me alimentar recebi um abraço de boa sorte da dona Cássia e rumei para a loja onde, se Deus ajudasse, eu iria trabalhar.

Não era acostumada a andar sozinha ainda e nas vezes que saí, sempre dona Cássia estava comigo, porém, eu precisava me mostrar independente e quando no momento de sair ela se ofereceu para ir comigo ao invés do Martin, recusei também sua companhia e disse que preferia ir sozinha e sair debaixo de suas asas.

Chegar sem dona Cássia, seria um jeito de a dona da loja me contratar porque gostou de mim e não porque sua amiga me indicou e estava junto.

Mentalmente dei graças por ter saído mais cedo, porque peguei uma rua errada e tive que andar um quarteirão a mais, entretanto, percebi que sem errar o caminho a loja era bem perto e eu poderia fazer o trajeto de ida e volta andando. Isso me animou.

Assim que avistei a frente do estabelecimento com a fachada em lilás e com uma placa escrita "Fátima modas e fantasias" respirei, como que para organizar minhas emoções e apertei o passo para chegar depressa, no entanto, antes de enfim entrar observei a vitrine de vidro que fechava toda a frente, indo de ponta a ponta, e a porta de entrada ficava no centro, depois passei por ela meio que analisando e já acreditando que aquele seria o meu local de trabalho e onde eu passaria boa parte do meu dia.

O interior da loja era aconchegante e de cada lado ficava um balcão de madeira em tom marrom claro e atrás deles, prateleiras para colocar as mercadorias ficavam dispostas.

— Bom dia, posso ajudar? — uma simpática moça loira e com um sorriso doce me perguntou.

— Bom dia. Sim, procuro por dona Fátima.

— Ah, só um minuto.

A moça entrou para o interior da loja, em seguida rapidamente voltou e pediu que eu entrasse pela mesma porta que havia saído, dizendo que dona Fátima me esperava lá.

— Bom dia — cumprimentei assim que passei pela porta e encontrei uma senhora de cabelos grisalhos e visual moderno manuseando uma máquina de costura.

— Bom dia, entre e sente-se aqui. Aposto que você é a Rosabel — falou sem tirar os olhos da máquina, mas tinha um sorriso feliz que até consegui ver suas covinhas.

— Com licença. Sim, sou a Rosabel. — Sentei-me a sua frente e ela parou de costurar para me olhar. — Vim para entrevista da vaga de vendedora.

— Você sabe costurar?

— Sei sim. Costuro, pinto, bordo, faço pães e muitas outras coisas que aprendi no convento.

— Olha, que interessante.

— Nunca trabalhei e não tenho experiência com vendas a não ser quando ajudei na barraca do doce da festa da igreja ou no bazar de todo mês. Só que posso aprender. Estou muito disposta a trabalhar.

— Creio que as suas experiências são muito válidas e podem sim contar como trabalho em vendas.

Juntei as sobrancelhas e ela continuou a falar:

— Cássia tinha me dito que você é uma boa menina e nem preciso de mais tempo com você para ver que é sim. Quando pode começar?

Acho que meu rosto se iluminou com sua pergunta, porque abri um sorriso enorme e respondi:

— Agora ou quando quiser. Eu estou contratada?

— Sim.

— Ai, meu Deus! — Ri largamente, ela riu comigo e se levantou.

— Vem, vou te mostrar tudo e te apresentar para a Cyndi.

No estoque mesmo ela contou que a loja vendia roupas em geral, calçados e fantasias, disse que meu trabalho seria atender aos clientes, alarmar as mercadorias, organizar o estoque e fazer algum reparo nas fantasias, caso fosse preciso.

A porta por onde passei para encontrar dona Fátima, ligava a frente da loja aos fundos, onde se localizava o estoque, uma cozinha e um banheiro. Os cômodos não eram muito grandes, mas confortáveis. No estoque ficava um sofá, prateleiras com mercadorias, uma mesa e um espelho.

Quando terminou de mostrar tudo, dona Fátima indicou que fôssemos para a frente e voltei para onde Cyndi estava no momento em que cheguei.

— Cyndi, esta é Rosabel e será a sua nova colega de trabalho.

Novamente a moça sorriu para mim.

— Seja muito bem-vinda. Tenho certeza que vai gostar daqui.

— Obrigada, já estou amando.

— Bom, meninas, terei que ir. Rosabel, a Cyndi manda aqui e confio plenamente nela. O que ela disser, está dito. — Dona Fátima se despediu e me deixou apenas com a minha nova colega de trabalho.

Para a minha sorte, a outra atendente e gerente, era um amor, assim como a dona da loja. Ambas me receberam com muito carinho.

Durante o dia fiquei muito amiga da Cyndi e me senti à vontade para tagarelar e contar sobre a minha vida como se a conhecesse há anos. Parecia interessada sobre tudo no convento e eu a contei com alegria, no entanto, quando me perguntou se eu pensava em voltar, eu rapidamente respondi que não.

Minha vida estava começando a tomar forma fora dos muros do convento, eu tinha uma quase mãe, um emprego, uma nova amiga... e um amigo? Talvez ainda Martin não fosse meu amigo, mas pensei que eu faria o possível para que nos tornássemos bons amigos, porque dona Cássia ia ficar feliz em nos ver assim.

Pensei sobre a interação no dia anterior com Martin e notei que ele não queria muito contato comigo, não que por maldade, porque parecia um bom homem, mas ao mesmo tempo parecia sentir-se incomodado comigo e via uma nuvem cinza tomar conta do seu olhar como se escondesse algo obscuro e aquela nuvem não combinava nada com seu belo rosto e aparência de bom moço.

Na hora do almoço Cyndi comprou comida para nós duas e comemoramos meu primeiro dia de trabalho. No meio da tarde, sendo superprotetora, dona Cássia ligou na loja para saber como tudo tinha corrido e informei que o emprego era meu, contei que por volta das seis eu sairia e logo estaria em casa.

Com certeza a minha voz radiante demonstrava o quanto me sentia animada e feliz com o que acontecia na minha vida naquele dia.

Nos atendimentos aos clientes eu demonstrei todo o meu amor por aquele emprego e era visto na forma como tratei os clientes e como recebi o trato de volta. Todos gostaram de mim.

Ao final do expediente, Cyndi disse que eu poderia ir que ela fecharia tudo, mas pediu que eu chegasse um pouco mais tarde no dia seguinte para que me ensinasse a fechar a loja.

Com um sorriso feliz me despedi dela e saí porta afora, sentindo a brisa do começo de noite tocar meu rosto e me sentido realizada, mas para minha surpresa a primeira coisa que vi foi um Martin não muito feliz:

— O que faz aqui? — perguntei sem cumprimentá-lo.

— Advinha? — Ergui uma sobrancelha, não fazendo ideia sobre o motivo que o tinha levado ali. — Minha mãe mandou vir te buscar.

Eu estava tão feliz que sorri e nem me senti culpada por dona Cássia obrigar seu filho a ser meu amigo.

— Não vou me sentir culpada por isso, estou muito feliz com o meu primeiro dia de trabalho e nada irá tirar minha alegria. — Vi sua feição mudar de carrancudo para mais leve e até pareceu reprimir um sorriso.

Começamos a andar em direção a casa e a brisa da noite tocando meu rosto era um bálsamo, já que me sentia quente pela euforia de tudo de bom que me acontecia.

Enquanto andava, pensei que sair do convento me parecia a melhor ideia que já tive em tempos e querendo ou não, um pouco da minha decisão eu devia aquele invasor que caminhava ao meu lado.

— Está tão feliz assim por trabalhar? — Tirou-me dos meus pensamentos.

— Sim! Meu primeiro emprego. Tudo que fazemos pela primeira vez na vida se torna inesquecível.

Imediatamente lembrei-me que foi nele meu primeiro beijo, senti meu rosto quente e provavelmente ruborizei, então logo usei a minha defesa de sempre, que era falar. Comecei a contar desenbestadamente sobre a loja, clientes e sobre a Cyndi.

— Tenho uma nova amiga e que não é freira. — Ri. — E ela tem mais ou menos a minha idade. Isso pode parecer uma bobeira para você, mas para mim... É o máximo!

— O que você ainda não fez que sente vontade de fazer?

— Como assim?

Ele riu.

— Aqui, no mundo pós-convento, o que você gostaria de fazer?

Dei de ombros.

— Gostaria de fazer coisas que mulheres da minha idade fazem e que nunca fiz por ser uma freira, ou seja, tudo.

— Quantos anos você tem?

— Vinte e cinco. — Pareceu pensar em algo que não explanou. — Adoraria ir a um bar ou uma balada. Queria experimentar cerveja. Ai, meu Deus! Isso deve ser pecado.

Martin abriu um largo sorriso.

— Uma bebida não é pecado. Creio que pecado sejam ações, talvez fazer o mal ao próximo e usar a bebida como desculpa para isso, aí sim seja pecado.

Eu o encarei e sorri.

— Tem razão.

— O que vai fazer sábado?

Pensei.

— Trabalhar. Ai, ainda não acredito que tenho um trabalho! — Bati palmas de alegria e ele riu.

— Primeira vez na minha vida que vejo alguém tão feliz com um trabalho.

— Então este momento será inesquecível para você, porque a próxima vez que ver outra pessoa feliz assim com um, vai se lembrar de mim.

Sorriu.

— Tem razão.

Ficamos em silêncio e ele voltou a perguntar:

— Então, depois do trabalho o que vai fazer?

— Não faço ideia. Provavelmente dormir.

Ergueu uma sobrancelha e pensei que fosse me chamar para sair, até fiquei ansiosa e senti um frenesi no meu corpo.

— Estou perguntando porque podia chamar a sua colega do trabalho e ir à uma casa noturna. Conheço umas bem legais, posso conseguir uns vips para vocês. — Não entendi a decepção que tomou conta de mim após ouvir sua fala.

— Vips?

— Sim, entrada vip com camarote. Onde você fica na melhor parte da balada e tal.

— Entendi. Vou ver se a Cyndi quer ir e se ela aceitar eu te aviso.

— Ótimo.

Ficamos caminhando em silêncio, mas eu estava tão feliz que meus pensamentos não paravam nem por um minuto e eu pensava que a irmã Sandra ficaria feliz e orgulhosa em saber da novidade, foi quando me lembrei que ela era tia de Martin.

— Por que você nunca foi visitar a sua tia Sandra? Ela é uma mulher incrível.

— Não sei se entendo muito bem a conexão que vocês têm com Deus e ela ter largado tudo para se enclausurar.

Sorri.

— Você entende sim e tem também, basta acreditar.

Soltou um riso meio em desdém e isso me irritou um pouco, então me mantive em silêncio. Cogitei que talvez não pudéssemos ser amigos se ele fosse ser o babaca que desdenha do que eu acredito daquela forma.

Em silêncio seguimos para casa até que não demorou nada e estávamos passando pela porta da sala, onde fomos recebidos com festa por dona Cássia.

— Parabéns pelo primeiro emprego. Precisamos comemorar! — falou animada, pensou um pouco e sugeriu: — Vamos de pizza? — Sorri.

— Vão vocês, eu vou dormir um pouco — Martin disse já indo para o quarto.

Chato!

— Dormir? De jeito nenhum! Pode voltar aqui, Tin. — Vi que ele bufou, mas voltou obedecendo a mãe e tive que me controlar para não rir. — Claro que vai comemorar com a gente, sua presença é imprescindível. O que vamos fazer?

— Querem que eu faça o jantar? — sugeri.

— Não, de jeito nenhum, vamos sair para comer — Porém, no mesmo momento seu celular tocou e dona Cássia atendeu deixando nós dois parados a sua frente.

Com isso, aproveitei o momento de distração dela para liberá-lo da obrigação que sua mãe estava lhe impondo.

— Não precisa ir, ou melhor, vou dizer que estou cansada e então nem saímos.

Ele me analisou.

— Tranquilo, quero comer pizza. — Seu tom era seco e mal me olhou para dizer. — E você não conhece a minha mãe. Se ela disser que eu tenho que ir, eu tenho que ir.

Logo dona Cássia desligou o celular e nos disse:

— Sinto muito. Vocês terão que comemorar só os dois, esqueci que tinha marcado de ir à igreja com a minha amiga Margarida. Ficamos de tirar a cortina do salão paroquial para lavar e ela já está lá me esperando. — Deu um tapa na testa. — Que cabeça a minha. Acho que foi a alegria que senti por você que me deixou abobada, Rosabel. — Sorri. — Mas não deixem de comemorar. — Logo que parou de falar, como um raio pegou a bolsa, a chave do carro e saiu porta afora.

— Fica tranquilo, não vou obrigar você a comemorar comigo. — Passei por ele e fui para o quarto sem olhar para trás.

Eu adoraria sair para comemorar, cada lugar que eu conhecia ou coisa diferente que fazia, era um evento para mim e se eu tivesse dinheiro iria sozinha mesmo ou pediria e comeria no quarto com o Papa.

Martin nunca saberia o que era a minha empolgação com tudo, pois sempre podia ir aonde quisesse... na verdade, eu não podia culpá-lo, afinal, imagino como devia ser chato para ele ter que lidar com uma mulher que não conhecia nada como eu.

Já em meu quarto, comecei a me preparar para tomar banho, deixei a pizza de lado e pensei que teria muito tempo para conhecer tudo. Estava tão feliz com o trabalho que fiz planos para o que faria com o primeiro salário e no final a pizza foi incluída neles.

Eu tinha tanto para conhecer e viver, que precisava fazer uma lista e nela o primeiro item seria fazer amigas, amigos e... um namorado? Preciso de companhia.

Adoraria beijar na boca de novo. Sorri.

Fechei os olhos e involuntariamente relembrei o momento em que os lábios de Martin tocaram os meus... foi mágico.

Instintivamente cogitei a hipótese de repetir aquela sensação... Balancei a cabeça para me livrar daquele pensamento. Era claro que Martin não estava interessado, entretanto, pensei que talvez eu pudesse conhecer alguém que estivesse.

Vivi vinte e cinco anos apenas com mulheres, já tinha passado da hora de conhecer um pouco mais do sexo oposto, fazer amizade e eu me animei com a ideia.

Até o final de semana eu pensaria em como fazer isso. 

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