Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 5


Capítulo cinco

Rosabel

Meu estômago estava roncando.

Pulei o café e fugi do filho da dona Cássia como o diabo foge da cruz e àquela altura não fazia ideia de que horas eram, mas meu estômago sabia que estava com fome.

Fiquei assistindo, mas nem sequer me lembrava do que tinha acabado de acontecer no filme, só conseguia pensar que queria comer. Sendo assim, decidi levantar da cama, trocar de roupa e descer. Se tivesse que lidar novamente com o filho da dona Cássia, que fosse. Eu não poderia fugir dele para sempre.

— Você vai ter que descer comigo — falei para a bolinha de pelo branco que me olhava do chão. — Rum, como se fosse me defender com esse seu tamanho todo. — Abaixei-me e o peguei no colo.

Respirei fundo e abri a porta devagar, coloquei a cabeça para fora e pensei que estava sendo boba. O que ele faria comigo ali? Nada! Era o filho da dona Cássia e não apenas o homem desconhecido que entrou no meu quarto.

Aprumei o corpo e andei altiva pelo corredor carregando Papa comigo. Desci as escadas e fui para a cozinha, mas antes passei pela sala onde vi no relógio que era mais de meio-dia, com isso, decidi que pularia o café da manhã e faria um almoço... que teria que ser para dois.

Pousei o Papa no chão e rolei a sua bolinha, que fez com que o bichano começasse a brincar sozinho pela cozinha, depois lavei a mão e me preparei para fazer um delicioso almoço.

Abri a geladeira à procura do que cozinhar e achei peito de frango, alguns legumes e pensei em fazer um risoto.

Comecei o preparo, coloquei o frango para cozinhar e em seguida iniciei a descascar os legumes. Uma das coisas que eu mais gostava de fazer no convento era cozinhar, apesar de não fazer muito, porque cada uma tinha sua obrigação e uma vez quase coloquei fogo na cozinha, acidentalmente, quando um pano de prato pegou fogo. Madre quase arrancou o meu fígado.

Ao mesmo tempo em que cozinhava, comecei a cantar o trecho de uma música da banda Anjos de Resgate que ouvi muito em casamentos quando ajudei na Pastoral do Matrimônio.

Quando nós trocamos o primeiro olhar
O meu coração pediu pra se apaixonar
Igual ao sol que nasce e só pertence ao dia
Quando nasci o meu amor já te pertencia

Eu sempre me emocionava nos casamentos e enquanto cortava os legumes me lembrava dos vestidos que vi e dos momentos de amor que testemunhei. Se um dia me casasse, com certeza colocaria aquela música.

Se não existisses eu te inventaria
As estrelas se eu pudesse te daria
Prometi a Deus que ao céu vou te levar
E vou gritar pro mundo ouvir
Que sempre te amei e vou te amar...

— Não sabia que freiras podiam ouvir músicas de amor. — Dei um pulo ao ouvir uma voz masculina vindo de trás de mim.

Parado e encostado à parede que ligava a cozinha ao corredor estava o filho da dona Cássia.

— Você me assustou — falei zangada. — E não é música de amor, bom, é, mas de uma banda religiosa.

— Desculpa pelo susto. — Muito prazer, sou Martin — Deu alguns passos em minha direção e me estendeu a mão. — Acho que começamos errado e me desculpe também se fui ríspido mais cedo. Foi o sono.

Assenti, mas desconfiada aceitei seu cumprimento, apertei sua mão e falei meu nome:

— Rosabel.

Olhou-me por alguns segundos até que soltou minha mão e disse:

— Eu só queria entender o motivo de uma freirinha está hospedada na casa da minha mãe.

— Não sou mais freira. Sua mãe está me ajudando com a transição.

Ele me encarou e eu queria saber o que estava passando na sua cabeça.

— Por que desistiu de ser esposa de Jesus? — Eu sentia uma ironia na sua voz que não me agradava nem um pouco.

— Eu cresci no convento, fui deixada lá por só Deus sabe por quem e quis conhecer um pouco mais sobre o mundo, como era viver sendo uma mulher comum.

Martin me encarou por alguns segundos.

— Minha passagem naquela noite pelo seu quarto teve alguma coisa a ver com essa decisão?

— Claro que não! — falei ofendida demais, mas no fundo eu sabia que a noite em que o conheci teve sim um peso muito grande na minha decisão. — Aproveitando que você entrou nesse assunto, o que de fato aconteceu naquela noite? — Ficou sério e desviou o olhar.

— Já disse, fui sequestrado e largado próximo dali.

— E não pensou em chamar a polícia?

Encarou-me notando que eu era mais esperta do que minha cara de boba demonstrava.

— Como também já disse, não queria assustar a minha mãe.

Assenti, pensei que a história estava meio mal contada, mas decidi acreditar na sua versão... por hora. Depois virei-me para continuar cortando os legumes.

— O que é isso? — Virei-me novamente para encará-lo, ele estava olhando para o Papa e exibindo um semblante sério.

— Isso é o Papa. O gatinho da casa.

Fez uma careta para o bichinho.

— Nunca gostei de gato. — Papa o encarava, sentadinho no tapete na porta da cozinha e eu podia ver seu olhar de desdém para o Martin. Sorri.

Ambos se encararam e Papa não deu um miado. Já o conhecia bem para saber que não gostava do novo macho da casa.

— Precisa de ajuda na cozinha? — Martin perguntou sem vontade, mas notei que não queria ajudar.

Parecia querer forçar uma amizade para que talvez isso fizesse com que eu não contasse para a sua mãe sobre a noite que nos conhecemos.

— Sim. — Me sentia muito infantil às vezes, ele podia ter perguntado por educação e eu aceitaria também por educação e para irritá-lo.

Com uma má vontade explícita em seu rosto Martin se posicionou ao meu lado na pia e pedi para que picasse as cenouras bem pequenininhas. Ficamos em silêncio até que ele quebrou quando perguntou:

— O que pensa em fazer agora que está fora do convento?

— Trabalhar, estudar, passear... A lista é infinita. — Assentiu e eu perguntei: — E você veio visitar a sua mãe e ela não te avisou que ia passear?

— Não vim visitar, vim passar férias. Só ainda não sei por quanto tempo e minha mãe nem sabe.

— Acho que ela vai ficar feliz com isso, sente a sua falta.

Encarou-me.

— Ela reclamou para você?

— Não, mas toda mãe sente falta do filho, apenas disse que a minha presença a faria companhia.

— E te deixa sozinha num domingo? — Riu. — Minha mãe é uma figura.

— Ela tem sido muito boa para mim e também, eu não preciso de babá, sua mãe confia que não vou roubar a casa dela e me deixou à vontade.

— Você está morando aqui desde quando?

— Cheguei faz uma semana.

Ficou pensativo até que perguntou:

— Sobre aquela noite...

— Vamos fingir que não aconteceu? — o interrompi. — Acho que é melhor. A gente recomeça como se tivesse se conhecido hoje.

Olhou-me com intensidade.

— Tudo bem.

Respirei fundo e soltei o ar lentamente. Tive a impressão que ele falaria sobre o beijo e eu não queria falar sobre, não queria que relembrasse que beijou a inocente freira, não queria assumir que foi o meu primeiro beijo... Primeiro...

Naquele momento um pensamento tomou minha mente e cogitei que eu podia fazer amizades, podia conhecer mais pessoas até mesmo do sexo masculino e beijar mais vezes. Experimentar.

Sorri com meus pensamentos.

— Você está rindo de mim?

— Ah, não, só que pensei que... Deixa pra lá.

— Fala. — Balancei a cabeça em negativo e preferi deixar realmente pra lá enquanto fazíamos o almoço.

Tentando manter uma cordialidade Martin e eu conversávamos sobre assuntos superficiais e era claro que ele não queria aprofundar a amizade ou contar sobre a sua vida. Percebi que escondia algo que queria evitar que eu descobrisse.

Ao mesmo tempo em que notava a sua barreira, não entendia o motivo de estar ali tentando interagir comigo, já que podia simplesmente ficar no quarto, na sala e me ignorar, no entanto, ficou ao meu lado na cozinha até que o almoço ficasse pronto.

Um tempo depois, sentados à mesa para almoçar, nos acomodamos frente a frente e começamos a degustar o risoto que eu tinha feito e para o meu orgulho, estava uma delícia.

— Aprende-se a cozinhar bem assim no convento?

— Sim, cozinhar, bordar, costurar, capinar e tudo que faça com que o convento funcione sem que precisemos chamar mão de obra de fora.

— As freiras recebem salário?

Ri.

— Não, saí do convento sem nem um centavo. Fazemos voto de pobreza, castidade, obediência... — Notei que me olhava e no mesmo momento consertei: — Mas fica tranquilo que não vou explorar a sua mãe, vou devolver cada centavo que ela gastar comigo, assim que eu arrumar um emprego.

Martin balançou a cabeça como se não se importasse com isso e eu continuei a falar:

— Falando em emprego, sua mãe disse que você tem uma empresa e eu ficaria feliz se você me contratasse. Aceito qualquer trabalho, qualquer mesmo, pode ser trabalho pesado, porque não tenho medo de serviço.

— Não estamos contratando e você não se adequa ao ramo em que minha empresa atua — falou sério e olhando apenas para o seu prato.

— Ah, claro, desculpa. — Senti-me envergonhada e me mantive em silêncio.

Claro que não me adequo, sou inexperiente para tudo e claramente uma empresa não ia querer uma funcionária sem bagagem como eu.

— Mas tenho certeza que outras empresas vão se interessar pelo seu perfil. — Vi que estava sem graça e tentou consertar o que disse, mas eu apenas assenti.

Nesse momento ouvimos o barulho da porta da frente se abrindo e a voz da dona Cássia preencheu o ambiente.

— Olááá... — Foi andando até a cozinha e disse quando nos viu almoçando juntos: — Que bom que já se conheceram! Tin, você podia ter me avisado que viria, ? Só soube porque li sua mensagem. — Deu um beijo carinhoso no filho.

— Foi de repente, mãe. Desculpa.

— E você, querida? — Deu-me um beijo na cabeça me pegando de surpresa com esse gesto tão maternal. — Se assustou com a chegada repentina do Tin?

— Um pouco. — Ri e pela primeira vez desde que chegou, o vi sorrir com divertimento.

— Ela me recebeu a frigideiradas, mãe.

Dona Cássia riu achando que era brincadeira e achei melhor que fosse assim, então cheia de carinho, falou para mim:

— Desculpa, querida, ter saído cedo sem falar com você, mas se eu soubesse nem teria ido, um dos passageiros passou mal e o passeio foi encerrado, por isso voltei antes do horário. Se não fosse isso ainda estaria no passeio e ia deixar você na companhia desse filho mau. — Olhou para o Martin que a encarou com a sobrancelha arqueada e os braços cruzados na frente do peito.

— Sou um ótimo filho.

— Bom, a verdade é que se eu fosse considerar o tempo que não vem para casa, acho que não era nem para eu saber quem é você, ? Ah, lembrei! Filho ingrato. — Virou-se indo lavar as mãos e em seguida pegou um prato para também comer.

— Não começa com drama, mãe.

— Drama? Você esquece que tem mãe e eu que faço drama?

— Não esqueci, só estava um pouco ocupado com... tudo.

— E não tem tempo para a sua mãe?

Os dois seguiram com a discussão entre eles e eu me sentia uma intrusa ali, como se eu estivesse presenciando uma discussão que tinha que ser apenas entre mãe e filho, mas no meio da conversa dona Cássia me incluía falando algo engraçado e dizia: "não é, Rosabel?" e eu sorria em resposta.

— Agora terei muito tempo, vou ficar uns dias aqui. Tirei férias.

Dona Cássia colocou a mão na cintura e encarou o filho com desconfiança.

— Você tirou férias?

— Sim.

— E vai passar suas férias aqui comigo?

— Sim.

Parou uns minutos olhando para o Martin, até que seu rosto se abriu em um sorriso como se pensasse em algo muito bom.

— Que ótimo, assim você vai poder fazer companhia a Rosabel e apresentar a ela pessoas e lugares que jovens da idade de vocês costumam frequentar. Eu só a levaria para lugares que ela já está acostumada.

— Eu? — Vi que ele não parecia feliz com a ideia.

— Sim, você. Não era você que sempre quis ter uma irmã? Então, agora tem a possibilidade de viver isso com a Rosabel.

— Eu queria uma irmã quando tinha dez anos.

— Não faz tanto tempo.

Ele me olhou, eu sorri envergonhada e me apressei em consertar:

— Não precisa jogar esse fardo sobre o Martin, dona Cássia, eu...

— Não é fardo, você é muito divertida e ele está de férias.

Juntei os lábios sem saber mais o que dizer.

— Ah, e amanhã de manhã você tem uma entrevista com a Fátima, minha amiga que é dona de uma loja. Estava com ela há pouco e acho que o emprego é seu.

Meu rosto se abriu em um sorriso enorme e fiquei muito feliz com a notícia, ao menos trabalhando eu teria a desculpa de não precisar sair com o Martin por causa do trabalho e assim livrá-lo da missão de me fazer companhia.

Fiquei sem graça quando notei que ele me olhava como se pensasse como eu podia estar tão feliz com um emprego. Provavelmente me achava uma boba.

Quando viu que meu sorriso se apagou, voltou a comer seu risoto e olhou apenas para o prato enquanto dona Cássia contava o tormento do passeio que não aconteceu.

Disfarçadamente eu o olhava e imaginava que era óbvio que ele não queria a companhia de uma ex-freira inexperiente. Eu provavelmente parecia sem graça e entediante, no entanto, se eu era muito desinteressante para ele, para mim Martin parecia interessante até demais.

Martin

Era o que me faltava, ser babá da freirinha.

Mais tarde, quando fiquei a sós com a minha mãe, tentei explicar que não tinha condições de eu ajudar a sua nova filha a ser mais popular, além de que, os lugares que eu costumava frequentar, ia corromper a inocência dela e não a tornar mais descolada, mas essa parte omiti da minha mãe.

— Deixa de ser assim, Martin. Não é porque ela era freira que Rosabel não é uma mulher interessante. É uma moça muito divertida, você precisa conhecê-la melhor e apresentar algumas amigas suas para que ela se enturme.

Pensei nas stripers que eu costumava conversar. Realmente eu corromperia a santinha.

— Mãe...

— Nada de mãe, Martin! — Bufei. — Ela é legal, você vai ver.

Incrível como eu lidava com o crime, dizia não para pessoas perigosas e não conseguia dizer não para minha mãe.

A noite e sozinho no meu quarto, enquanto trocava mensagens com os meus homens de confiança no Sweet Hell e me inteirava do que estava acontecendo na minha ausência, lembrei-me da Rosabel me pedindo emprego e ri imaginando-a como stripper, como recepcionista ou bargirl em um dos meus inferninhos. Claramente ela não se adequava aquele ambiente, no entanto, me senti mal quando vi seu olhar de quem sentiu-se diminuída com a minha fala. Não foi a minha intenção, mas no momento não achei nem uma palavra para consertar a grosseria, mesmo sem ter tido a intenção de ser grosso.

Não que ela não faria sucesso caso quisesse ser stripper, muito pelo contrário, nas duas vezes em que a vi com roupas de dormir, puder perceber o quanto exibia um físico perfeito, com curvas e carne nos lugares certos, inclusive tive que usar meu autocontrole e não olhar para as partes do seu corpo que acordavam o meu.

Após alguns minutos de conversa, meus homens de confiança disseram estar tudo bem com os meus empreendimentos e me certificaram que enquanto eu estivesse fora, encontrariam a tal mulher que havia mandado me dar um aviso, mas que naquele dia nada tinha sido descoberto.


Bom, era apenas o primeiro dia da minha ausência dos negócios e tinha certeza que a investigação correria e eles descobririam quem era a mandante, no entanto, apesar de estar longe há apenas um dia eu já sentia falta da tensão de viver na ilegalidade só que precisava desintoxicar e me preservar, com isso ficaria o tempo que fosse necessário longe do submundo e quem sabe, como seria obrigado a conviver com a freirinha, sua santidade e doçura não me transformasse em uma pessoa melhor.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro