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Capítulo 16


Capítulo dezesseis

Rosabel

Por volta das três da tarde eu adentrava em um lugar chamado Sexy Stripper. Confesso que me fazia de difícil contra a ilegalidade dos investimentos do Martin, mas o meu lado curiosa queria saber de tudo e conhecer tudo.

Vendo que meu semblante parecia ser de alguém que esperava ser atingida a qualquer momento por uma bala, Martin me tranquilizou:

— Aqui é apenas uma casa de strip-tease, o que não é ilegal, a ilegalidade fica por conta da prostituição que as meninas costumam fazer por fora.

Queria ver a minha cara, era certo que parecia ser de quem estava julgando, mas não queria julgar, só queria saber mais.

O lugar estava vazio por ser de dia, exibia paredes pretas como o outro salão que fui e ali também as poltronas eram em vermelho. Barras de metal, provavelmente aquelas que as mulheres dançavam, ficavam espalhadas por todo o salão e quando me aproximei de uma, girei nela e sorri para o Martin.

— É melhor você ficar longe disso se não quiser que eu tenha ideias.

— Acha que eu faria sucesso se trabalhasse aqui?

O sorriso sumiu do seu rosto.

— Faria até demais. Vem comigo que preciso de ajuda para pegar as caixas que separei há algum tempo — claramente mudou de assunto.

Seguimos por um corredor com algumas portas, entramos em uma delas que era uma espécie de escritório e lá dentro Martin me mostrou duas caixas com livros infantis.

— Você leva a menor e eu a maior.

Encarei-o e aquilo era tão surpreendente que juntei minhas sobrancelhas e perguntei:

— Livros?

— O que achou que era?

Meu rosto exibia um enorme sorriso.

— Não imaginei livros.

— Você faz muito mal juízo de mim, gata. — Passou a mão de leve no meu rosto que fez com que eu perdesse o ar.

— Aonde vamos levar essas lindezas de caixas?

— A um lugar que sempre que tenho um tempo dou uma passadinha. — Sorri, ansiosa para saber onde iriamos.

Eu gostava muito de ler, li vários livros sobre as histórias dos santos, que enchiam as prateleiras da estante da sala do convento e ia dizer isso a ele, mas no momento que abri a boca, uma mulher morena, com cabelos lisos na altura dos ombros, entrou na sala.

— Martin! — Andou a passos largos em direção a ele e o seu rosto exibia um sorriso que se forçasse mais um pouco o abriria ao meio.

Quando se aproximou, se jogou nos braços do Martin e o deu um beijo que não sei muito bem se pegou na bochecha ou na boca.

Uma irritação tomou conta de mim e o meu sorriso de antes, sumiu.

— Oi, Raquel. — A calça preta e de couro que usava, era tão justa que parecia não comportar as suas coxas grossas, enquanto a barriga lisa estava a mostra por usar apenas um top na parte de cima.

Minha calça jeans, tênis e camiseta com cardigã, pareceram tão sem graça que quase me escondi.

— Por onde andava, faz mais de mês que não nos vemos?

— Ocupado. — Apontou para mim. — Essa é a minha amiga, a Rosabel.

— Rosabel... tudo bem? — Claramente estava desdenhando do meu nome.

— Tudo e você?

— Bem. — Virou-se para ele. — Então, Martin, vai ficar para a noite?

— Hoje não.

— Que pena.

— É. — Parecia incomodado.

Ela nitidamente me esnobava e eu já sentia algo muito perto de raiva daquela Raquel. Era a primeira pessoa com quem conversei após sair do convento que despertava em mim aquele sentimento.

— Se quiser vir mais tarde e ficar na sala espelhada eu...

— Hoje não — apressou-se em cortá-la. — Agora temos que ir antes que fique tarde. Vamos, Rosabel?

Assenti me sentindo muito santa perto daquela mulher tão cheia de atitude.

— Se aparecer por aqui... Já sabe.

— Sei. — Ele sorriu insinuante e senti meu rosto se fechar de ciúme, mas tentei disfarçar. Tive a impressão que os dois tinham algo.

Peguei a caixa do chão, como se estivesse o chamando para ir e ele fez o mesmo, depois lançou um sorriso para a tal Raquel que se abriu para ele como um guarda-chuva. Não a julgo, porque com aquele sorriso qualquer mulher se abriria.

— Até mais, Raquel — me despedi, mas ela não me respondeu.

Ridícula!

Em silêncio Martin e eu seguimos para o carro e colocamos as caixas no porta-malas, depois assumi o assento ao lado do motorista e fiquei em silêncio.

Sentir ciúmes não era algo que me agradava e parecia ser exatamente isso que estava sentindo por Martin. Tentava firmemente manter meus sentimentos escondidos para não me machucar, mas estava tão difícil quanto esconder um elefante atrás de uma agulha.

— Hoje está frio, ? — puxou assunto.

— Não, acho que está até bem quente. — O percebi me olhando como se esperasse uma explicação. — Acho que foi o esforço de trazer a caixa para o carro — continuei impaciente.

Seguimos por alguns minutos pela cidade e enquanto fazíamos o caminho Martin ligou o rádio e uma música cantada por uma voz masculina começou a tocar.

— Você está tão calada — falou com os olhos na estrada.

— Não estou.

Encarou-me, me avaliando.

— Tem certeza? Porque você não estava falando há alguns segundos.

— Sim, só estou pensando.

— Pensando em quê?

Dei de ombros não querendo falar.

— Já assistiu esse filme. — Apontou para o rádio que tocava ainda a mesma música e parecia tentar uma interação.

Hum... Acho que não, não assisti muitos filmes ainda. Qual é?

— 365 DNI.

— Do que fala?

Ele abriu um sorriso lindo, que deixava claro que o tal filme devia ser de sacanagem.

— Quer assistir comigo? Não tem como explicar.

— Vamos. Quando? — Lançou-me um sorriso ainda maior, parecia planejar algo.

— Pode ser hoje ou sábado depois que chegar do trabalho, ao menos podemos ver até tarde.

— Sábado combinei de tomar um chope com o Gui no bar em frente à loja. Quer ir com a gente? — convidei, porque não tinha nenhuma segunda intenção com o Guilherme, íamos apenas sair como amigos.

Ficou sério.

— Vou ver e te aviso.

bom.

Paramos de falar e não demorou até que chegamos ao estacionamento do que parecia uma casa antiga e bem grande e na fachada estava escrito: Lar temporário Santo Antônio.

— Lar temporário? O que é aqui? — perguntei.

— Era para ser um lar temporário, mas têm crianças que passam a vida esperando para serem adotadas, assim o temporário acaba sendo para sempre. — Disse tirando o cinto de segurança e virou-se para mim. — Sempre venho trazer presentes, livros, comida ou o que a coordenadora me pede.

O olhei e me apaixonei um pouco mais por aquele homem solidário na minha frente.

— A Madre Tereza de Calcutá disse que as mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam.

Martin sorriu.

— Minhas mãos são tudo menos sagradas.

— Fica tranquilo, acho que Deus não vai ver suas mãos e sim o seu coração. Vamos?

Assentiu, me olhando de modo que eu não conseguia decifrar, até que por fim disse:

— Vamos.

Descemos do carro, passamos pela recepção onde ele foi recebido como um príncipe e entregamos as caixas de livros, depois seguimos por um corredor, até que chegamos à sala da coordenadora. Martin deu uma batida de leve e logo ouvimos uma voz lá dentro dizer para que entrássemos.

Assim que entrei, fiquei surpresa e em seguida abri um enorme sorriso:

— Irmã Dulce, eu não acreditooo! — Corri em direção a mulher de uns trinta e poucos anos que me esperava de braços abertos e um sorriso tão enorme quanto o meu.

— Irmã, Rosabel, quanto tempo.

— Vejo que vocês se conhecem — Martin disse admirado.

— Sim, a irmã Dulce foi freira por algum tempo, mas também deixou o convento.

— Você também deixou? — perguntou-me.

— Sim, há pouco tempo.

Olhou para Martin.

— Tenho certeza que será muito feliz, ainda mais acompanhada por um homem tão bom quanto Martin. — O olhei e meu coração se encheu de orgulho. — Ele é o nosso maior colaborador.

Martin sorriu parecendo muito sem jeito.

— Fico feliz em poder ajudar.

— E ajuda muito.

— Vai querer brincar com as crianças hoje? — irmã Dulce perguntou e eu o olhei curiosa.

— Hoje não, estou com um pouco de pressa e prometo que na próxima vez eu faço isso, mas vou deixar uma ajuda de custo. — A entregou um envelope.

— Deus te abençoe. As crianças precisam de tantas coisas que é difícil dar conta de tudo. Muito obrigada.

— Quando precisar me procure. — Ela assentiu agradecida. — Agora temos que ir. Vamos, Rosabel?

Assenti e olhei para a minha amiga do convento.

— Foi muito bom te ver.

— Também achei. Pena que foi tão rápido, mas espero que dê tudo certo para você na nova vida. — Olhou para Martin. — Considerando com quem você se relaciona aqui fora, eu sei que já deu.

— Obrigada. Também acho que me relaciono com ótimas pessoas. — Sorri e olhei para o Martin, que tinha um sorriso envergonhado, provavelmente não só pelos elogios, mas por eu saber da sua vida criminosa. Que, sinceramente, naquele momento não me incomodava mais. Estava até vendo-o como uma espécie de um Robin Wood moderno e muito gato.

Despedimo-nos e Martin e eu saímos do abrigo.

— Quando brinca com as crianças o que faz? — perguntei-o no caminho para o carro.

— Nada demais. Queimada, brincadeiras de perguntas e respostas, essas coisas.

— Eu ia adorar ver isso.

— Te trago na próxima vez. — Lançou-me um sorriso tímido e me perguntei como o dono daquele sorriso lindo e angelical podia ser metido com a ilegalidade.

Pensei no que a irmã Dulce disse e concluí que Martin levava uma vida errada, mas tinha um coração bom e isso era muito importante para mim.

Não me cabia julgá-lo e sim amá-lo... Como irmão, não como homem. No entanto, para a minha ruína, a cada dia o meu sentimento por ele mudava, se tornava mais intenso e eu pensava até que realmente a cada dia estivesse mais apaixonada... ou mesmo admirada... e até arriscava dizer que por ele eu sentia amor.

Entrelacei meus dedos aos de Martin e de mãos dadas fomos para o carro, como se aquilo fosse normal.

Meu coração traidor se entregava aos pulos e meus suspiros contidos o acompanhava.

Martin

Rosabel pegou na minha mão e meu corpo gostava daquela sensação.

— Por que você não me contou que era filantropo? — perguntou colocando o cinto de segurança e em resposta dei de ombros.

O jeito que ela me olhava... tive vontade de beijá-la. Na verdade, eu sentia essa vontade o tempo todo quando ficava ao seu lado, o que me incomodava. Nunca me senti assim com ninguém.

Raquel era a minha companheira de foda das horas livres, quando a olhava o máximo que sentia era tesão porque era gata pra cacete, mas só. Com Rosabel era uma bagunça intensa de emoções e sentimentos.

— Não te contei muitas coisas sobre mim— respondi enquanto também colocava o cinto de segurança.

Hum... que misterioso.

— O segredo é a alma do sucesso. — Passei o indicador no queixo dela que sorriu em resposta.

Peguei o celular e liguei para Edson.

— Fala, chefe.

— Já tem aquele dossiê que te pedi?

— Sim, acabei de terminar e já te envio no e-mail.

— No aguardo.

Desliguei e encarei-a.

— Pronta para partir em busca do seu passado?

— Falando assim fico um pouco preocupada.

— Bom, você já tem uma família, se a sua não for boa, tem a minha mãe e a mim.

— Mesmo que a minha for boa, sempre terei a sua mãe e a você. Se vocês me quiserem para sempre, é claro.

— Queremos. — A encarei, mas tirei os olhos do seus para olhar o celular e o e-mail do Edson já tinha chegado. O abri e analisei o conteúdo.

Era algo meio obscuro e até fiquei com receio de contá-la. Rosabel não estava acostumada com o mundo mau e se o que o e-mail dizia fosse verdade e aquela família fosse a dela, o seu passado era cheio de tramoias, conspirações e maldade.

— Seu rosto me diz que o que tem aí é bem ruim.

A encarei.

— Um pouco. — Engoli em seco. — Pedi esse dossiê sobre a dona da fábrica de cosméticos ao Edson têm alguns dias e confio plenamente no levantamento dele. Diz aqui que Gabriela Gothel se tornou a única herdeira de toda a fortuna da família, depois de a irmã, o marido e a filha de dois anos morrer em um acidente de carro. O corpo da criança nunca foi encontrado e como o carro caiu em um rio, a polícia concluiu que o corpinho tivesse sido levado pela correnteza e sido comido pelos peixes. No entanto, Edson descobriu que havia uma babá que sempre estava junto com a família, morava com eles, mas que naquele dia ela não estava. Conversando com familiares, eles disseram que a procuraram na noite do acidente e misteriosamente ela havia sumido. Nunca mais souberam dela e as datas batem com o dia que você foi encontrada na porta do convento.

Rosabel me encarava paralisada e pensei que tinha descarregado tudo de uma vez e rápido demais.

— Você acha que eu sou a filha perdida daquele casal? — Assenti. — Têm foto deles aí?

— Sim, quer ver? — Balançou a cabeça em positivo.

Vi seu rosto sério analisar a foto e seus olhos se encherem de lágrimas.

— Sempre imaginei como seriam.

— Vamos com calma, porque não sabemos se essa história, é a sua história. — Olhou para a foto mais alguns minutos.

— Tem razão. — Entregou-me.

— Quer ir até onde era a casa dos seus prováveis pais?

— Sim.

Coloquei no GPS o endereço que continha no e-mail, liguei o carro e partimos.

No caminho a vi em silêncio e olhando para fora, provavelmente pensando no que a contei, que era uma doideira e se fosse realmente aquela a história de vida da Rosabel, ela teria muita coisa com que lidar.

— Acho engraçado Edson te chamar de chefe — comentou do nada e eu ri.

— Eu também, mas desde o início ele me chama assim. Cansei de pedir para não chamar, até que acostumei.

— Ele parece ser muito leal.

— E é.

— Te defendeu quando falei mal de você.

— Ah, é? Isso ele não me contou.

— Talvez eu fique mais amiga dele do que você e o roube para mim. — Ri.

— Vai entrar para o mundo da ilegalidade?

— Não, vou tirar vocês dele. — A vi piscar um olho em um momento que tirei rapidamente os olhos da direção e ri da sua fé em mim.

Não demorou até que estacionei em frente a uma mansão obviamente abandonada e construída em um lugar mais afastado. Era protegida por cerca viva, mas as folhagens das plantas não viam cuidado há muitos anos o que dificultava a visão.

Rosabel e eu seguimos andando pelo arredor da cerca, até que encontramos uma brecha no mato e aí conseguimos ver o que ele escondia: uma casa grande, no estilo colonial, com dois ou três andares e completamente abandonada provavelmente por muito tempo.

Olhei nos arredores e parecia que ninguém morava ali ou tomava conta do lugar.

— Sei que se essa for sua história, você era muito pequena para lembrar, mas algo te parece familiar?

Balançou a cabeça em negativo enquanto olhava para dentro da cerca.

— Nadinha, ainda mais assim de tão longe.

Olhei em volta e vi um portão social a alguns metros, escondido pelo mato e não me parecia difícil de entrar. Andei até ele, o forcei e com uma ombrada um pouco mais forte, a trinca enferrujada quebrou e o portão se abriu.

Dei uma rápida olhada em volta para ver se alguém nos observava, mas a rua estava calma como um deserto.

— Rosabel, vem, vamos entrar.

— O quê? Não!

— Anda, você disse que não dava para ver de longe.

— Mas não disse que queria invadir a propriedade, Martin. Volta aqui!

Rosabel até tentou me parar, mas era tarde, eu já havia colocado um pé depois o outro para dentro do terreno abandonado e a curiosidade para ver o que aquela casa podia me contar era grande.

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