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Capítulo 20

Dias depois

Cyndi

Eu morava sozinha na minha casa.

De início achei que era solidão, após uma semana já havia acostumado e a solidão virou paz. Vivia sozinha e em paz... sozinha não, morava com Jaques, Jane e Jack que naquele momento tinham espaço de sobra.

Eu havia pedido um empréstimo para dona Fátima e fiz uma leve reforma na casa, coisa pouca, apenas pintei as paredes, os muros e o portão, recuperei um pouco do que era a decoração musical que a minha mãe amava e transformei a edícula novamente em um estúdio para ensaio onde por diversas vezes soltava a voz e enfim entendi o motivo da minha mãe e pai gostarem tanto dali para ensaiar: a acústica era ótima.

Em um dia em que eu cuidava do jardim na frente da casa, minha vizinha, a dona Dirce que era amiga da minha avó, me contou que vovó e suas filhas tinham alugado uma casa um pouco afastada da onde morávamos, contou que inicialmente era a Lisbela que sustentava as três. Depois, chorosa me contou como ela e minha avó abandonaram a igreja há mais de um ano para começar a ir ao cassino, mas jurou que naquele momento haviam voltado a realmente frequentar o grupo de oração sem mais mentiras. Desconfiei.

A vizinha também contou que a minha avó enfim conseguia ver o quanto as filhas eram mimadas e carregavam um caráter duvidoso, disse que a amiga estava colocando as duas na linha e se arrependia do que tinha feito comigo e, sem querer, deixou escapar que a minha avó até chorou quando estavam em uma mesa de bingo beneficente. Eu ri e bem que suspeitei que as jogatinas não tinham parado de vez.

As fofocas continuaram e dona Dirce me contou que Ana Constância que odiava cheiro de fritura estava trabalhando em um trailer de pastel, já que não tinha nenhuma formação e precisava trabalhar.

Assim que terminou de me contar todas as fofocas da vida da minha avó, dona Dirce disse que precisava ir e perguntou seu eu queria mandar algum recado para a minha família, mas de imediato eu disse que não, que por enquanto não pensava em nada para dizer. Não as odiava, mas em mim muitas feridas que precisavam de tempo para cicatrizar ainda estavam abertas.

Eu continuava com a minha vida de casa para a loja e da loja para casa, com a diferença de que tinha a Rosabel que era a melhor colega de trabalho que alguém podia ter e me divertia durante o dia. Uma louca que foi incubada por tanto tempo no convento e queria descobrir a vida que não conseguiu viver. Até parecia eu, que fui podada por minha avó. Para Rosabel tudo era novidade e alegria... Inclusive os homens.

O dia do casamento da minha melhor amiga estava perto e eu estava ansiosa para a viagem. Na semana que antecedeu pedi que Rosabel cuidasse dos meus cachorros e abrisse e fechasse a loja no sábado, então quando a sexta-feira chegou deixei tudo pronto e no sábado muito cedo eu parti.

Assim que avistei a enorme mansão em que tudo ia acontecer, fiquei de queixo caído. Parecia um castelo, tudo era muito luxuoso, grande e com cara de rico. Imaginei que o marido da minha amiga era realmente muito cheio da grana.

Fui carinhosamente bem tratada pelo mordomo e por todos os funcionários que foram muito simpáticos comigo, me levaram até o quarto em que eu ficaria hospedada e disseram para que me sentisse à vontade e se precisasse de algo era só chamar. Senti-me em um filme.

Arabela passou rapidinho no meu quarto e disse que precisava se arrumar, mas que logo me daria a atenção que eu merecia e teríamos um tempo juntas. Claro que a acalmei e disse para que ficasse tranquila e feliz que aquele era o seu dia e eu ficaria bem. Tentou me perguntar como eu estava me sentindo, mas logo a cortei.

Encontrei com os pais da minha amiga que foram muito carinhosos comigo, disseram que souberam sobre as minhas tias e avó e que se eu precisasse de qualquer coisa, estariam ali para mim.

No quarto, me arrumei para o casamento e coloquei o vestido azul claro de pano esvoaçante que minha amiga me deu como presente e forma de me animar. Fiz uma trança no meu cabelo loiro e uma maquiagem leve, já que o casamento seria à tarde, em cima de uma montanha e para poucos convidados.

Quando chegou a hora, fui encontrar com a minha amiga e quando ela saiu do closet do seu quarto, estava incrivelmente linda, parecia uma princesa e eu me emocionei por dividir com ela esse momento importante, mas depois rimos quando concordei com Arabela que o seu noivo era mesmo gostoso. Verdade tinha que ser dita.

Despedi-me da minha amiga e fui com um dos carros da mansão para o local onde aconteceria o casamento.

O dia estava lindo e uma brisa fresca mexia os meus cabelos quando passava por mim, observei o local cercado de montanhas e Arabela tinha feito uma excelente escolha, com aquela vista nem precisava de decoração, a natureza fazia esse papel.

Ainda assim montaram um altar com muitas rosas e na frente dele alguns bancos foram dispostos para os convidados, que eram apenas os funcionários da mansão, que soube serem como família para o noivo, e os poucos convidados da Arabela.

Estava tudo lindo!

Andei pelos arredores de onde aconteceria a cerimônia e me posicionei de frente para o vale cercado de montes. Fiquei admirando a vista e com um sorriso imaginei se um dia teria um amor tão lindo como o da minha amiga. Sem que eu pudesse impedir, Lipe invadiu meus pensamentos e mesmo um mês sem vê-lo eu ainda me lembrava dele praticamente a cada respiração.

— Atrapalho? — Fui tirada do meu momento por uma voz masculina logo ao meu lado.

— Oi, não — respondi e o reconheci da foto.

— Sou o Paulo, o padrinho. — Estendeu-me a mão.

— Ah, sim. Tudo bem? — Aceitei sua mão. — Sou a Cyndi, a madrinha. — Rimos.

Ele estava lindo na sua roupa de padrinho e parecia muito mais bonito pessoalmente do que na foto. Era bem jovem e alto, usava o cabelo castanho claro e liso penteado para trás e tinha um sorriso bonito com os dentes alinhados. Muito encantador.

— Tudo e você? — Soltamos as mãos e ele as colocou nos bolsos.

— Um pouco cansada da viagem, mas animada com o casamento.

Ficamos olhando o horizonte.

— Eles merecem ser felizes, principalmente o patrão.

— Principalmente minha amiga — defendi e ele riu.

— Sim.

— Ainda não conheço o noivo, só por foto.

— O patrão é gente boa, você vai gostar dele e de tudo aqui.

— Já estou gostando — respondi um pouco tímida e ele me olhou entendendo a insinuação.

Ainda pensava muito em Lipe, mas eu precisava me forçar a viver e usaria aquele momento como escape e quem sabe aquele casamento ao invés de me lembrar o que eu poderia ter vivido com ele, me ajudasse a esquecê-lo.

Conversei mais um pouco sobre amenidades com o Paulo e ele era muito divertido, até que a cerimonialista pediu para nos posicionarmos que a noiva estava chegando.

Acomodamo-nos no altar e lá mesmo pude me apresentar e conhecer rapidamente o noivo da minha amiga que parecia muito feliz com o casamento, no entanto, não perdeu a oportunidade de dizer ao Paulo para ser legal como meu par ou a Arabela o mataria.

Logo a música começou a tocar e vi a minha amiga andar pelo caminho entre os bancos e por entre as pétalas de rosas despejadas pelo chão, depois encontrou o seu amor e a cerimônia começou.

Eu chorei tanto e testemunhei o quão lindo foi tudo e o quanto o amor dos dois era verdadeiro, apenas em ver o olhar que trocavam.

A cerimônia acabou, era fim de tarde e seguimos de volta para a mansão onde teria a recepção e onde comemoraríamos a felicidade dos noivos. Seria servido um jantar e uma banda animaria a noite.

Na volta para a mansão, segui no mesmo carro que Paulo e já éramos amigos, conversávamos com facilidade e ríamos de coisas bobas. Gostei dele de graça.

A estrutura montada para a recepção localizava-se no jardim da mansão, eram várias tendas decoradas com tecidos brancos e esvoaçantes, muitas luzes e muitas rosas espalhadas por todos os lados. Uma pista de dança foi construída no centro e na frente dela um palco grande para a banda se apresentar, mas no momento, ao lado do palco, um DJ já animava a festa.

Havia um bar onde a bebida escolhida era prepara na hora e garçons transitavam pelo local. Tudo com um toque simples, mas ao mesmo tempo sofisticado que fazia com que eu me sentisse realmente em um filme.

Os pais da Arabela sorriam orgulhosos e quando os noivos chegaram foram recebidos com alegria, palmas e a cerimonialista pediu para o DJ colocar a música dos dois, que dançaram felizes e era lindo ver o sorriso radiante da minha amiga.

A noite seguiu, o jantar foi servido e pude enfim conversar com Arabela, abraçá-la e no mesmo segundo que ficamos sozinhas ela me perguntou sobre como estava a minha história com o Felipe, apesar de eu dizer que não queria falar sobre isso.

— Que história? Não tem mais nada entre nós.

— Isso não pode acabar assim.

Dei de ombros, meus olhos lacrimejaram e dei um sorriso apagado.

— Mas acabou, amiga.

— Olha só, você mal consegue falar e vejo em seu olhar o quanto dói.

— Hoje não é dia de falarmos disso. — Dei um sorriso radiante. — É o seu dia, quero só alegria.

Olhou-me triste.

— Não vou ficar feliz se você não estiver.

— Para de ser ridícula — xinguei-a em tom de brincadeira como costumávamos fazer.

— Vocês se amam, os dois estão sofrendo com a separação e isso é burrice.

Ergui uma sobrancelha.

— Como sabe se ele me ama?

— Eu sei, . É impossível não te amar.

Fomos interrompidas pela cerimonialista que apareceu ao lado da minha amiga e sussurrou:

— Você pediu que te avisássemos quando a banda retornasse. Ela chegou.

— Ah, obrigada. — Minha amiga falou feliz, pediu licença, disse que já voltava e me deixou sozinha.

Fiquei olhando em volta e me sentindo deslocada resolvi ir ao bar em busca de uma bebida. Podia pedir a um garçom, mas como estava querendo me enturmar, fui andando até lá.

Pedi uma caipirinha de saquê ao barman e enquanto esperava me mexi ao som da música que o DJ tocava. Comecei a cantar baixo, até que notei a presença de Paulo ao meu lado quando disse:

— E aí, meu par, está se divertindo?

— Vou começar agora. — Apontei para o bar.

— Posso te acompanhar?

— Por favor, estou precisando mesmo de uma companhia. Não conheço quase ninguém.

Não demorou até que pegamos nossas bebidas, a seguir Paulo me convidou para nos sentarmos em uma mesa próxima ao palco que estava coberto com uma cortina.

Fiquei encarando e percebi que era grande demais para uma recepção tão aconchegante e até parecia que uma superbanda tocaria ali. Também, com o dinheiro que o marido da minha amiga tinha era capaz de contratar qualquer astro da música para tocar ali se quisesse.

Paulo era animado e a conversa com ele era muito boa, além de muito engraçada. Contou-me como era seu trabalho na mansão, contou que tinha um pouco de medo do patrão e que antes de conhecer Arabela ele era uma Fera e eu ri. Disse que se eu ficasse no dia seguinte me mostraria tudo.

— Ah, quero ver tudo sim. Meu voo de volta é só amanhã à noite.

— Que bom. — Sorriu.

Depois contei a ele um pouco sobre a minha vida sem graça e ele disse que adoraria conhecer onde eu moro.

Paulo era agradável, mas eu não conseguia ver nele um homem que me faria colar meu coração partido, muito pelo contrário a todo tempo em que eu conversava com ele o comparava com Lipe e isso estava me irritando, porque eu queria esquecê-lo.

A cerimonialista chamou os noivos próximos ao palco e anunciou que a banda estava pronta para entrar, avisou que a noiva tinha feito muita questão que a banda se apresentasse naquela noite e que tinha dado um pouco de trabalho conseguir uma brechinha na agenda deles, mas estavam ali.

Arabela pulava animada e batia palma, parecia muito ansiosa, enquanto ao seu lado seu marido a olhava cúmplice e com um sorriso feliz por vê-la feliz.

Depois de uma introdução que contava um pouco da história de como Arabela conheceu seu marido a cerimonialista disse:

— Com isso, a pedido do casal a música que a banda vai abrir o show, faz parte da história deles, então com vocês, a banda Prince.

— O quê? — Levantei-me e falei em um susto, mas logo voltei a sentar quando a cortina preta se abriu e avistei Felipe em pé, atrás do microfone e olhando diretamente para mim.

A introdução da música começou e Lipe começou a cantar Again do Lenny Kravitz e me olhava diretamente. No meu peito meu coração batia loucamente e eu tinha certeza que toda a cor tinha sido drenada do meu rosto.

No centro da pista de dança Arabela dançava com Félix e a vi me olhar e lançar um sorriso, mas logo desviou seus olhos de mim, porque ela sabia que eu ia matá-la.

Voltei a olhar para o palco onde Felipe cantava com seu charme de sempre, fechava os olhos e voltava a me encarar, mas diferente das outras vezes não sorria e eu o conhecia bem para saber que não estava feliz.

— Você está bem? — Paulo perguntou.

Em resposta apenas balancei a cabeça em positivo e engoli o caroço formado na minha garganta.

Logo a música tema do relacionamento da minha amiga acabou e o vocalista gato que fazia o meu coração acelerar falou:

— Boa noite! É uma honra tocar no casamento de duas pessoas tão do bem e a banda Prince se sente feliz de estar aqui. — Todos aplaudiram. — Realmente foi uma novela conseguirmos estar presentes, mas graças ao querido Félix que consegue ser bem persuasivo. — Todos riram. — Tudo deu certo para estarmos aqui hoje e é um prazer. Garanto que foi surpreendente para mim. — Deu uma pequena pausa e me olhou. — Bom, agora vamos tocar uma música nova e espero que gostem.

A dificuldade que eu sentia em controlar a minha respiração era gigante e meu peito subia e descia a cada gesto dele.

Por que a Arabela fez isso? Eu não sei lidar com a presença dele.

A letra da música cantada a seguir falava sobre um amor enraizado no peito por anos e que nada, ninguém ou o tempo conseguiria arrancar.

Era uma letra linda que parecia ter sido escrita para nós e para tudo que vivemos.

Contudo, eu o olhava e apesar de todo o sentimento voltar, a mágoa de ver cada matéria que mostrava foto dele com uma mulher me lembrava que talvez ele não tivesse sofrido tanto assim quanto a letra dizia.

O ciúme e a raiva tomaram conta de mim, misturados com o amor que eu ainda sentia por ele e a alegria de vê-lo depois de tanto tempo o acompanhando apenas pelas redes sociais.

Eu estava um misto de sentimentos que precisava botar para fora de algum jeito ou explodiria.

— Quer dançar? — Paulo perguntou e só então notei que alguns casais ocupavam a pista junto com a minha amiga e seu marido.

— Quero.

No caminho para a pista Paulo pegou na minha mão e quando nos posicionamos abraçados para dançar a música lenta, ele me puxou para perto.

Sabia que Lipe me via de cima do palco e eu pouco me importava. Queria pensar que se ele gostava um pouco de mim, que sentisse um por cento dos ciúmes que senti vendo-o com outras.


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