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Capítulo 14

Cyndi

Recebi uma mensagem dele dizendo que me esperava pouco antes do portão da minha casa.

Aprontei-me cedo e fiquei no meu quarto esperando o momento de sair, sem ter contato com nenhuma das três da casa para não ser confrontada por elas sobre para onde eu ia e que horas voltaria. No entanto, encontrei com minhas tias na sala antes de passar pela porta da frente e Ana Constância perguntou:

— Já vai sair de novo? Anda tão saidinha.

— Está namorando, Cindelerda? — Lisbela perguntou usando o maldito apelido que sabia que me irritava. Revirei os olhos e ela perguntou: — Quinta você saiu também, ?

Elas estavam me vigiando?

Encarei-a estranhando aquele monte de pergunta.

— Fui a um show me encontrar com uma amiga. — Vi que me analisavam e perguntei: — Querem me perguntar mais alguma coisa?

— Não, nada — Lisbela respondeu com um sorriso estranho. — E no festival você não foi, ? — Será que sabiam? Não era possível, se elas descobrissem também não estava mais tão preocupada com o que pensavam, mas de qualquer forma, precisava contar logo a verdade para o Lipe.

— Vocês sabem que não. E a vó me viu em casa. Cadê ela?

— Dormindo. — Franzi a testa e perguntei:

— Tão cedo?

— Ela anda muito preocupada com a procura de uma casa — Ana disse e contive o revirar de olhos.

— Eu disse que vocês não precisam sair, essa casa é de vocês.

— Mas vamos nos mudar sim. Ah, e mais tarde a mãe vai sair e foi descansar. — Pensei que ela estava saindo mais que o normal, assim como minhas tias. E desconfiei se tinha algo a ver com a mudança delas e o medo de se mudarem de repente me atingiu.

— Vocês sabem quando vão se mudar? — perguntei.

— Depois diz que a casa é nossa e está tão ansiosa assim para que nos mudemos.

— Claro que não... Ah, deixa para lá. Tchau. — Sempre pensavam o pior de mim.


Sem esperar resposta passei pela porta e rumei em direção ao portão. Não adiantava o que eu dissesse, para elas eu sempre seria ruim.

Enquanto andava, cogitei que as duas iam me espiar, então enviei uma mensagem ao Lipe dizendo que entraria em seu carro na esquina e pedi que me pegasse lá, sendo assim, depois de alguns passos a mais eu estava entrando em seu carro.

— Boa noite — cumprimentei e antes de responder, me puxou para um beijo.

— Boa noite. — Voltou-se para o volante sorrindo e começou a dirigir.

Esses seus gestos repentinos me deixavam um pouco sem ar.

— Me sinto fazendo algo muito secreto quando saio com você — disse.

— Tem que ser assim. Quando minha família descobrir que estou com você logo vão dar um jeito de estragar.

— Você está comigo, então?

Sorri.

— Sim, como amiga.

— Uma amizade colorida?

— Pode ser.

Com um riso divertido no rosto, seguimos com o carro pelas ruas iluminadas da cidade, enquanto foi me contando que para a equipe, havia dito que eu ajudaria no concurso como olheira e eu ri da parte em que Lipe mentiu sobre eu ser muito importante para encontrar a Cyndi cantora. Mal sabia ele que eu era a procurada.

Não demorou até que chegamos ao hotel luxuoso em que Lipe e a banda estavam hospedados. De mãos dadas fomos até o salão onde acontecia a audição e eu me sentia muito confortável em estar de mãos dadas com Lipe em público.

Assim que entrei no espaço, notei muitas mulheres de todas as idades prontas para cantar e no momento tinha uma não muito afinada cantando no palco.

Lipe e eu nos acomodamos em uma fileira de cadeiras no fundo do salão e longe de todos.

— Você se importa de conversarmos aqui, sobre... o nosso passado?

— Nosso passado?

— Sim.

Engoli em seco imaginando que ele tinha me descoberto, me achava uma mentirosa e cogitei contar tudo. Com certeza, exibia em meu rosto toda a confusão e dúvida de contar ou não que eu era a Cyndi que procuravam.

— Se importa de ser aqui?

— Não, não me importo.

— Prefiro aqui em público, acho que fico com menos receio... da sua reação.

Fiquei o encarando, esperando o que ia dizer e com o medo do que ia ouvir.

— Olha, o que eu vou dizer, para você pode parecer algo bobo, pode não ter tido efeito nenhum na sua vida, mas na minha, pela forma como tudo aconteceu, me marcou muito.

Eu o encarava e estava cada vez mais preocupada e curiosa.

— Meu nome é Luiz Felipe, já morei nessa cidade e estudei na mesma escola que você.

O quê?

Ao ouvir aquele nome, voltei imediatamente no tempo e o sentimento de vergonha e humilhação tomaram conta de mim. Com um impulso repentino me levantei.

Não pode ser. Como não o reconheci?

Observei seu rosto camuflado pela barba e o semblante de homem, mas no fundo dos seus olhos me lembrei do menino de muitos anos atrás.

— Por favor, senta aqui — pediu e eu voltei a me sentar, mas não conseguia mais encará-lo e fiquei olhando para as cantoras que se apresentavam ao longe. — Sou inocente do que aconteceu. Foi armação da sua tia, não tive tempo de me explicar na época. Era muito jovem e fiquei com medo de me aproximar de você, além de na semana seguinte ter calhado de me mudar da cidade tão repentinamente.

Relembrei o momento em que entrei na sala e Luiz Felipe beijava a minha tia Ana. Foi no horário do intervalo das aulas, Lisbela me procurou e disse que eu precisava ver o que estava acontecendo na sala de artes, quando cheguei lá, os dois se beijavam. Lembrei-me do sentimento de decepção que vivi, do meu coração batendo descompassado no peito e da sensação de ver a traição diante dos meus olhos, de ambas as partes. Já que Ana sabia que eu gostava do Luiz Felipe.

Vendo que eu não diria nada, Lipe começou a me contar a sua versão:

— Ana me chamou na sala, dizendo que você me esperava lá, quando entrei com ela, Lisbela disse que ia te buscar e quando vocês apareceram na porta, Ana me beijou. Fui atrás de você para me explicar, mas você não quis me ouvir. Éramos dois adolescentes, foi tão bobo, mas tudo toma uma proporção muito maior.

— Sim, nunca superei o gosto da traição que senti ao ver vocês dois juntos — enfim falei.

Ele assentiu.

— E eu nunca superei o fato de não ter me explicado, ido embora sem te dizer a verdade e isso me perseguiu por toda a vida. Escrevi músicas para você, me tornei um compositor por sua causa. — Ele riu e me olhou. — Insisti em fechar um show aqui tudo para te reencontrar. Tentei tanto falar com você nos dias que seguiram, mas elas não deixavam, você fugia e eu tive que partir por causa do emprego novo do meu pai.

O encarei.

— Quando me ajudou na loja já sabia quem era eu?

— Não — respondeu de imediato. — Soube na segunda vez que nos vimos, quando me contou sobre o seu passado triste, sobre suas tias e avó e me lembrei do boato sobre você na escola, aí liguei seu nome ao passado e entendi que havia te encontrado logo no primeiro dia que cheguei aqui.

Assenti sem saber o que dizer.

— Cyndi, quinze anos depois, voltei para dizer que sou inocente, que eu gostava de você de verdade e te carreguei no meu coração desde então. Aquilo foi uma armação, para nos separar, mas o destino deu um jeito de nos unir novamente.

Repensei e cheguei à conclusão que era claro que Lisbela e Ana fariam toda essa armação comigo. Ri em desdém. Claro que fariam.

— É a cara delas armar assim. — Olhei para ele e comecei a rir e depois ri com mais intensidade. — Desculpa, tenho crise de riso de nervoso. — Vi que riu comigo. — Eu acredito em você, Luiz Felipe.

Lipe pegou a minha mão e sorriu.

— Me sinto aliviado em ouvir isso.

— Eu também, pois confesso que esse acontecimento, meio que fez com que eu não acreditasse muito nos homens, até você aparecer.

— Reaparecer.

Ri.

— Sim. Inacreditável!

— Sei o que você está sentindo, porque quando soube quem você era afinal, eu também fiquei com essa sensação de incredulidade.

— Obrigada por voltar por mim.

— Estou perdoado?

— Não tem o que perdoar, fomos vítimas, mas também peço desculpas por não ter te deixado explicar.

— Podemos continuar de onde paramos?

Ergui uma sobrancelha para ele e perguntei:

— Quer mesmo aquele namorinho inocente de adolescência?

Riu.

— Não.

Puxou-me para um beijo e disse quando nos separamos:

— Você não sabe o quanto me sinto aliviado.

— Por que não me contou antes?

— Fiquei com medo da sua reação, mas você me surpreendeu... como sempre.

Ficamos em silêncio e cheguei à conclusão que aquele era o momento de eu contar a verdade sobre a Cyndi do show. Precisava dizer que éramos a mesma pessoa e contar tudo para que nada mais ficasse entre nós, no entanto, quando criei coragem para começar a dizer, Lipe me puxou para um beijo e quando nos separamos fomos interrompidos por pessoas chamando por ele de longe e acenando entre sorrisos por nos ver entre beijos. Eram os seus amigos da banda.

— Vamos lá? — perguntou.

— Ai, que vergonha.

— Não precisa, eles são legais.

De mãos dadas seguimos até as cadeiras na frente, onde Lipe me apresentou oficialmente aos seus amigos, que para a minha surpresa sabiam de toda a história do passado e brincaram com Lipe dizendo que enfim ele conseguiu encontrar a Cyndi dele e eu sorria.

Parecia estranho pensar que eu era de alguém, quando passei a vida com a sensação de ser sozinha.

Depois das apresentações feitas, seus amigos me contaram como foi a adolescência do Lipe, o quanto ele tinha me procurado em cada mulher com quem se relacionou e eu não podia negar o quanto ouvir aquilo me fazia bem.

Passada a empolgação da conversa sobre o meu reencontro com Lipe nos posicionamos de frente para o palco onde aconteciam as apresentações e ficamos os cinco tentando encontrar a verdadeira Cyndi cantora.

Tentei manter a normalidade, enquanto ao mesmo tempo me sentia uma impostora. No início achei legal ter duas identidades, mas ali vendo tudo acontecer, me senti péssima por não ter contado desde o início.

Pensei em me levantar, pegar o microfone e dizer que eu era a cantora, também cogitei puxar Lipe no canto e contar tudo sem estardalhaço, só que conforme os minutos passaram e eu observava mais daquele concurso, as candidatas nervosas, as pessoas correndo para organizar tudo e até vídeos ao vivo na internet mostrando os bastidores da procura pela tal Cyndi misteriosa, entendi que era muito mais do que só contar, aquilo era muito maior, envolvia muitas pessoas e se eu contasse só pensando no meu ego, poderia prejudicar muitas pessoas, incluindo a banda.

Imaginei as mídias divulgando que tudo não passou de uma fraude, já que podiam descobrir que Lipe e eu estávamos juntos e acreditar que todo aquele concurso e a tal Cyndi misteriosa tinha sido uma armação, uma jogada de marketing para bombar as redes sociais de todos... a banda... os patrocinadores... e todo o resto envolvido.

Ai, meu Deus! Onde eu me meti?

Entre sorrisos sem graça para algo que Lipe me dizia, pensei melhor e para o bem da banda, do Lipe que eu já gostava tanto e de tudo que envolvia o concurso, decidi abrir mão de ser aclamada como cantora e de mostrar a minha voz para todos, por fim resolvi não contar que a voz linda que tanto diziam, era minha.

Enterrei a Cyndi cantora dentro de mim e fingi que ela foi outra pessoa e não eu e consequentemente me mantive calada ajudando na seleção.

Não estava mentindo, apenas omitindo para o bem daqueles que eu já considerava como amigos e principalmente pelo bem do meu Lipe.

Ele havia voltado por mim e eu estava muito feliz em transformar um momento de decepção da minha história no passado em um momento de amor e reencontro no futuro e essa alegria já me bastava. 

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