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Capítulo 10

Lipe

Cheguei ao hotel sorrindo feito um imbecil, passei pelo saguão de entrada e antes que eu chegasse ao elevador, ouvi:

— E aí, cuzão? — olhei para o lado e os três patetas se encontravam sentados nos sofás de couro marrom da recepção luxuosa.

Andei até eles sentindo-me leve e quando me aproximei não deixaram com que eu dissesse nada e Caio logo perguntou:

— Qual o motivo dessa cara feliz?

— Mulher, certeza — Cleber riu.

Sentei-me ao lado dele.

— E tem nome, Cyndi, certeza. Agora a gente precisa saber se é a Cyndi do passado, a do show ou a da loja — Christian disse contando nos dedos.

— A do passado é a da loja — Caio o corrigiu.

— Ah, verdade.

Quando cheguei na noite anterior e contei que tinha encontrado a minha musa inspiradora, o meu amor da adolescência, eles comemoraram comigo como se tivessem encontrado alguém que procuravam também. Ouviram tanto eu falar dela desde que entrei para a escola de música e por todas as letras que escrevi em sua homenagem, que era como se a conhecessem.

Abrimos duas garrafas de uísque de uma marca bem cara e que foram vendidas pelo hotel por um valor bem elevado, mas aquela comemoração merecia. E então festejamos o meu reencontro com o passado e com a responsável pelas minhas letras de sucesso.

No momento em que contei que o meu amor de infância era a loira da loja eles quase não acreditaram nas voltas que o mundo dava. Apesar de serem mulherengos, eram românticos como eu. Então disseram que o meu destino era ser dela.

Ao ouvir isso a Cyndi do show tomou meus pensamentos involuntariamente e fiquei meio dividido, pois queria encontrá-la ao mesmo tempo que queria investir na Cyndi da loja, saber mais dela e descobrir como lidou com nosso problema do passado. Com a dúvida e o pensamento na Cyndi do show, me perguntei se eu estava fadado a viver procurando por uma mulher.

— Aposto que estava com ela há pouco — Cleber disse.

— Sim. — Sorri.

— E contou quem você é realmente?

— Não.

— Acho que devia contar logo, explicar o que de verdade aconteceu — Cleber disse.

— É, cara, conta logo e se livra dessa história mal resolvida. Você vai saber o que ela pensou e o que pensa, aí vão se acertar ou você vai descobrir que ela é uma bruxa, aí acaba de vez essa história e fica livre para procurar a gata da cantora — Christian disse.

Eu ri.

— Tem razão, amanhã eu vou vê-la de novo e vou contar tudo.

— Isso aí. E aí, vamos sair hoje para comemorar de novo? Afinal não é sempre que se reencontra um amor do passado — Cleber como sempre festeiro sugeriu.

— Nada de sair. Vou ver um filme ou comer uma pizza — respondi.

— Também não estou a fim de sair — Caio disse, sem tirar o olho do celular como se conversasse com alguém.

— Então vamos comer uma pizza no bar do hotel? — Christian sugeriu.

Após alguns prós e contras sobre a pizza, nós quatro concordamos, levantamos do sofá e no caminho fomos conversando sobre um arranjo que Caio estava criando para uma nova música. Ele era experiente, além de extremamente competente nessa área. Na escola de música, mesmo quando éramos mais novos, ele sempre se destacava por ser um bom arranjador e quando aumentou seu conhecimento musical esse seu dom só aumentou também.

Sempre decidíamos tudo juntos sobre a banda, na maioria das vezes eu compunha e eles criavam o arranjo, melodia e todo o resto, mas a decisão final era sempre em consenso e talvez fosse por isso que tivesse dado tão certo, resultando no sucesso da banda.

Chegamos ao bar luxuoso e em forma de "S", próximo a grande piscina iluminada com as lâmpadas de led no fundo por toda a sua volta. O céu estava limpo, mas uma brisa fria passava por entre as colunas cilíndricas que sustentavam o teto do bar.

Pegamos uma mesa com quatro cadeiras e nos acomodamos. Para agilizar o processo Cleber fez o pedido da pizza direto no bar e já pegou algumas cervejas para nós.

Enquanto esperávamos nossa refeição chegar, conversamos sobre a banda e sobre a forma como o concurso seria lançado nas nossas redes sociais no dia seguinte. Estávamos ansiosos para a novidade.

Mais uma vez pensei na Cyndi cantora e me perguntei quem seria a mulher escondida embaixo daquela peruca rosa, o que eu tinha feito para que ela saísse correndo após nosso sexo incrível. Bom, ao menos tinha sido incrível para mim.

Logo a pizza chegou, bebemos mais um pouco e rimos das amenidades que quatro homens conversavam após um pouco de álcool. Foi então que algumas mulheres chegaram ao bar, nos notaram e começaram a se insinuar, até que não conseguíssemos mais fingir que não víamos elas ali.

— Acho que estão mesmo muito interessadas — Cleber disse e apontou com o queixo em direção ao grupo.

— Eu passo — me apressei em dispensar.

— Tem que passar mesmo, já está enrolado com duas — Caio falou e riu.

Olhei em direção às mulheres e uma loira com uma quase ruiva me olhavam e cochichavam como se me conhecessem, eu estranhei, mas voltei para a conversa com os meus amigos.

Vi Christian e Cleber se animarem e não demorou até que os dois se levantaram da mesa e foram até elas, mas as duas que me olhavam ainda permaneciam do mesmo modo e não tiravam os olhos de mim.

O olhar que me lançavam me causou uma sensação estranha e pensei que deveria ir para o meu quarto antes que ambas se aproximassem e tentassem algo. Não estava disponível naquele momento e não queria precisar ser ríspido ou mesmo que os seguranças, que sempre ficavam a nossa volta, se metessem e as tirassem dali.

— Acho que vou subir — falei para Caio.

— Vou com você.

Levantamos, andamos em direção à porta de vidro que ficava para o mesmo lado em que meus dois amigos e as mulheres estavam, no entanto, antes que eu pudesse por fim passar e chegar ao elevador que me levaria até o quarto, fui interceptado por uma das mulheres que entrou na minha frente e disse:

— Oi.

— Olá — cumprimentei simpático, porque apesar de me olhar claramente querendo algo que eu não queria dar, era uma fã.

— Será que podemos tirar ao menos uma foto antes de você ir?

— Claro que sim — respondi e me posicionei ao seu lado para a tal foto.

Ela, sendo abusada, ficou muito perto de mim a ponto de eu sentir seu seio que quase pulava para fora do vestido de alças finas na cor verde-limão, encostar-se propositalmente em mim, mas não me causou nada que não fosse apenas incômodo. Depois ergueu o celular como se fosse tirar uma selfie e rapidamente, ficando nas pontas dos pés, colou sua boca na minha.

— Aí não — falei e me afastei dela.

— Desculpa, novamente não me controlei. — Deu de ombros. — Não resisti.

E com um sorriso sarcástico ou até mesmo maldoso ela se afastou e se juntou ao resto das amigas.

Fiquei olhando-a e tentando lembrar se já tinha tido algo com aquela mulher em algum show, mas tantas passaram por mim em camarins, que era difícil guardar a fisionomia de todas, então apenas resolvi deixar para lá e chamei Caio para subir aos nossos quartos, mas a impressão ruim que o olhar daquela mulher me causou, demorei a esquecer e a ficar em paz.

Cyndi

Na quarta-feira, novamente saí mais cedo para trabalhar, tudo para mais uma vez não ter que lidar com a minha avó. Pensei que era melhor deixar a poeira baixar e ir pouco a pouco tentando uma aproximação amigável e assim propondo a aceitação da nova Cyndi.

Na noite anterior quando cheguei do bar e passei pela sala, ela estava dormindo no sofá como uma pedra. Graças a Deus. E para não acordá-la e ter que ouvir a sua ladainha, andei pé com pé até chegar ao meu quarto.

Durante o percurso pela casa, não ouvi nem sinal das minhas tias, não deviam estar em casa e eu adorei não ter que cruzar com elas e ter que ouvir suas provocações ou o desprezo com que me tratariam se eu tentasse contato.

No dia seguinte na loja trabalhei o dia todo com um sorriso estampado no rosto e todas as vezes que pensei que mais tarde eu iria para o motel com o Lipe o sorriso se iluminava ainda mais e meu corpo todo se arrepiava com a ansiedade que tomava conta de mim.

Eu já tinha ido uma ou duas vezes com o cara com quem tive um rolo na faculdade, mas com ele era tão sem graça que eu nem sequer gostava mesmo de ir, ia mais para fugir de aulas chatas ou sei lá por que e, na verdade, até aquele momento tanto tempo depois do término, ainda me perguntava: por que eu tinha me envolvido com Joel?

No início acho que foi pilha das colegas de sala, depois fomos ficando, perdi a minha virgindade e foi algo tão no automático que eu nem consegui contar como um relacionamento. Depois ele foi um babaca e eu o excluí da minha vida sem muito drama, assim como o relacionamento com alguém.

Entretanto, com Lipe foi diferente, a sensação do seu toque era algo indescritível, algo que desde que experimentei anseio por sentir de novo e eu nunca pensei que precisava tanto daquilo até ter. Isso porque a nossa primeira vez foi algo muito rápido e era inevitável não pensar no que ele podia fazer se tivesse mais tempo. Uma eletricidade tomou meu corpo só de imaginar.

Quando dona Fátima apareceu na hora do almoço, contei que mais tarde eu havia marcado de sair com um rapaz que conheci ali na loja, que não era nada demais, só íamos tomar um refrigerante no bar. Claro que omiti o motel e talvez ela percebeu minha omissão. Com isso, perguntei se eu poderia usar o banheiro da loja para tomar um banho rápido e me arrumar ali para não precisar ir até em casa. Sendo boa comigo como sempre, de imediato ela aprovou.

Naquele dia conversei com a minha amiga Arabela por mensagens e contei a ela sobre ter cantado para uma multidão. De início ficou eufórica por mim e depois preocupada, já que conhecia a minha história e sabia como era a minha avó, mas por fim, mesmo sem saber que eu já estava fazendo isso, me aconselhou a criar coragem.

Nas conversas que tive com Arabela, percebi que minha amiga estava muito estranha e interessada demais em seu chefe, fiquei com a impressão de que logo aconteceria algo ali.

Fechei a loja meia hora antes do horário habitual e me apressei no meu processo de embelezamento. Eu havia trazido comigo uma mochila com tudo que precisava para ficar apresentável para o passeio com Lipe, não queria sair com ele usando o uniforme.

Decidi não lavar o cabelo, pois estava limpo e eu tinha que me apressar, porque não demoraria até que ele estivesse ali, mas usei o tempo que eu tinha para depilar minhas pernas, virilha e axilas. Não que eu estivesse esperando que acontecesse alguma coisa, porém, se acontecesse eu estaria preparada.

Depois do banho passei desodorante, perfume, hidratante e uma maquiagem leve composta apenas por rímel, gloss e um pouquinho de blush. Sorri ao me lembrar de que foi Arabela quem me deu de presente aquela maquiagem no meu aniversário do ano anterior e quando a agradeci triste e falei que não saía de casa, além de não ter ninguém que me amasse para que eu a usasse, ela respondeu: "Você tem que se amar mesmo que ninguém te ame, porque só vão te amar de verdade se você se amar primeiro".

Ela era a melhor amiga que alguém poderia ter e desde então passei a me maquiar e pensar na história de me amar.

Decidi usar um vestido florido de alcinhas finas com uma sapatilha, o vestido ficava acima do joelho e era rodado da cintura para baixo. Soltei os cabelos, que caíram ondulados sobre meus ombros e coloquei com uma tiara de pérola que me deixava com um ar inocente.

.

Guardei todas as minhas coisas dentro da mochila e só coloquei dentro da bolsa transversal que carregaria comigo o que era essencial e o nécessaire, o resto deixei tudo na mochila que ficaria na loja e eu a levaria para casa no dia seguinte.

Fui até o espelho no estoque, me analisei e eu estava me sentindo agradável. Não estava exagerada como se fosse a um encontro e também não usava o uniforme de sempre.

Sorri feliz, mas o sorriso se apagou quando pensei que precisava ligar para a minha avó e avisá-la que demoraria a chegar.

Respirei fundo em busca de coragem e lembrei-me do que minha mãe dizia: "Seja bondosa e corajosa"

— Alô — cumprimentou com sua voz rouca do outro lado da linha.

— Vó, sou eu, Cyndi. Estou ligando para avisar que vou demorar a chegar hoje.

Um silêncio tomou conta da conversa até que disse:

— Por que vai demorar?

— Vou sair com uma amiga.

— Arabela voltou?

— Não, outra amiga.

Um curto silêncio.

— Acho que moça direita não deve sair no meio da semana e a noite como uma messalina.

— Vó, tenho vinte e sete anos. Preciso desligar, porque se não vou me atrasar, só liguei mesmo para avisar e a senhora não se preocupar comigo.

— Tudo bem, mas...

— Tchau, vó. — Percebi que ela ia dizer algo, no entanto, encerrei a ligação antes de ouvi-la ou ia me chatear.

Andei em direção a saída da loja e quando ergui a porta de metal o carro preto já estava estacionado do outro lado da rua. Vi a porta do motorista se abrir e o homem alto que me arrancava suspiros sair dele, depois seguiu andando em minha direção, lindo como sempre, e me lançou um sorriso.

Usava uma camisa branca com caimento perfeito sobre seu peitoral forte, uma calça de jeans claro e um tênis branco que o deixava despojado. Sua barba rala estava bem aparada como sempre e seu perfume imediatamente chegou ao meu nariz fazendo com que memórias do dia que o senti bem de perto do seu pescoço, enquanto o chupava e o sentia dentro de mim, invadiram meu pensamento.

— Boa noite — falou quando se aproximou e dessa vez me deu um beijo no rosto além do cumprimento.

— Boa noite.

— Achei que você já tivesse ido embora.

— Não faria isso, eu cumpro com o combinado.

Com um sorriso nos lábios de quem aprovava o que via, me olhou de cima a baixo e ao ser observada por ele me senti quente.

— Você está muito bonita.

Sorri sem jeito.


— Querendo me impressionar?

— Claro que não!

— Mas eu estou impressionado. Você está linda.

Sorri.

— Para de ser bobo, só me ajeitei porque nunca saio e... resolvi tirar o uniforme. — me expliquei tentando não deixá-lo pensando que me arrumei para ele.

— Você está linda.

— Você já disse isso.

— Repito.

Sorri sem jeito e para tirar o foco de mim, perguntei:

— Vamos?

— Sim.

Atravessamos a rua lado a lado, quando chegamos ao carro, ele abriu a porta para mim e eu me acomodei no banco do carona. A seguir deu a volta e se alojou atrás do volante.

— Conhece algum motel legal?

Balancei a cabeça em negativo, já que o que eu ia com o meu namorado da faculdade não era nada legal, depois olhei para fora do carro e pensei que aquela situação era muito engraçada. Eu estava indo para o motel, para conversar, com um cara que eu mal conhecia, mas que já havia transado com ele com outra identidade.

Comecei a rir.

— Do que você está rindo?

— Não está achando estranho tudo isso?

— Não, só estou indo conversar com uma amiga.

— No motel?

— É só um lugar discreto e tranquilo. — Ri e balancei a cabeça em negativo.

Lipe era sempre calmo, tinha uma resposta positiva para tudo e parecia levar tudo com normalidade. O encarei e falei:

— Incrível como você me acalma.

— Você também.

Juntei a sobrancelhas pensando em perguntar o motivo pelo qual eu o acalmava, mas Lipe me deu um meneio de cabeça em meio a um sorriso molha calcinha, ligou o carro e partimos.

Não sabia o que aquela noite me reservava, mas sabia que a nova Cyndi estava aberta para receber o que quer que fosse.

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