Capítulo 4
Félix cheirava a banho tomado e exalava um perfume delicioso que tomou conta de todo o escritório. Usava uma bermuda de sarja na cor azul-marinho, camiseta de gola "V" branca e chinelos, estava totalmente à vontade e fui eu quem não se sentiu à vontade em ter que interagir com o fodão dono de uma das maiores multinacionais do país, enquanto ele usava aqueles trajes tão informais.
— Podemos começar ou vai ficar apenas me olhando por mais tempo?
Contive a vontade de revirar os olhos e mandá-lo à merda e mantendo a postura profissional que ele não teve, respondi:
— Estava esperando que o senhor dissesse algo, mas estou completamente ao dispor do que precisar de mim e também disposta a aprender e fazer o trabalho da maneira que desejar. — Notei um leve repuxar de lábios, quase como se ele estivesse segurado um sorriso e comentei: — Clóvis ia começar a me mostrar o que o antigo administrador estava fazendo.
Félix bufou.
— Ele era um verdadeiro imprestável, espero que seu currículo e toda a indicação que me fizeram sobre você seja verdadeira. Preciso de alguém eficiente.
— Espero superar as expectativas.
— Considerando o pouco contato que tivemos... — murmurou e deixou a frase no ar.
— Preciso me desculpar. Sei que como dizem, a primeira impressão é a que fica, mas não quero que pense que sou uma enxerida ou que mexo nas coisas dos outros sem pedir autorização.
Sem me responder verbalmente, Félix apenas deu um meneio de cabeça impaciente, meio que irritado por eu tê-lo pedido desculpas, depois começou a me mostrar qual seria a minha função, claramente dando o assunto por encerrado.
Basicamente eu seria a cabeça do funcionamento da mansão, a que teria que fazer folha de pagamento dos funcionários, tomar conta da logística de compra de insumos para toda a propriedade, incluindo os animais, cuidar dos pagamentos das contas e quando Félix estivesse por ali eu seria uma espécie de secretária e essa parte eu não gostei muito, no entanto, não reclamei, já que estava sendo muito bem remunerada para assumir até dez funções.
Deixou claro que ali era diferente da multinacional, era a casa dele, onde teríamos um relacionamento mais próximo, mas que o profissionalismo continuaria em primeiro lugar. Félix nem precisava me dizer que teríamos mais proximidade, considerando que ao meu lado ele estava tão à vontade e falando diretamente comigo, quando na empresa ele era praticamente um deus e que em meses eu nunca nem sequer tinha ouvido sua voz, o visto ou sabia seu primeiro nome.
Enquanto falava e mostrava pastas e papéis, a todo tempo se manteve sério e eu aproveitei os momentos em que não me olhava, para observá-lo mais de perto. Seu rosto sisudo o deixava muito bonito, até mesmo sexy, e diversas vezes me perdi no que estava me explicando, enquanto o admirava e via seu pomo de Adão subir e descer no seu pescoço no momento em que falava ou engolia. Toda aquela altura e sua barba curta e clara, quase que ruiva, o deixava ainda mais atraente.
— Conseguiu entender?
— Sim — respondi de imediato e notei que ele parecia esperar que eu dissesse um não ou completasse com um "mas", porém eu me mantive no sim. Eu era do tipo que aprendia rápido, mesmo quando tinha alguma distração.
— Não tome nenhuma decisão que mexa muito no funcionamento de tudo sem me consultar, se for coisa simples que melhore o andamento da propriedade, tudo bem.
— Ok.
— Ah, e tente resolver os problemas sozinha.
— Sim.
— Ótimo, qualquer dúvida pode procurar a mim ou peça que Clóvis me procure.
— Sim, senhor.
Encarou-me.
— Me chame de Félix, como os demais funcionários me chamam.
— Prefiro chamá-lo como o chamava na empresa, lá nos referíamos ao senhor por senhor Orsini. Creio que seja mais respeitoso.
Pareceu contrariado e disse com a voz baixa:
— Que seja.
Sem dizer mais nada Félix saiu da sala e assim que passou pela porta, respirei aliviada. A presença dele era sufocante e a sua voz imponente me causava arrepios indecifráveis, em uma mistura de não saber me comportar, com receio de dizer ou fazer algo errado. Tinha também a sensação de ter a todo tempo que controlar a minha vontade de mandá-lo à merda.
Passei o resto do dia enfurnada no escritório e enquanto não me inteirei de tudo ou quase tudo, não me dei por vencida. Fiz apenas uma pequena pausa para o almoço e só parei porque Cecília me trouxe a comida, mas logo voltei para as notas, cálculos e contas.
Durante o dia vi uma movimentação de veículos do lado de fora, já que da janela do meu escritório eu conseguia ver a entrada da casa, mas estava tão envolta no trabalho que não tive tempo e nem interesse de me inteirar de que se tratava.
Provavelmente devia ser visita ou trabalho para o Félix.
Já escurecia quando decidi deixar o restante do trabalho para segunda-feira e sair do escritório completamente acabada. Sentia-me exausta física e mentalmente e enquanto me arrastava pelo corredor, indo em direção ao meu quarto, pensei que não via a hora de colocar tudo em ordem e apenas manter organizado mês a mês.
Félix tinha razão, o antigo funcionário não era lá grandes coisas, mesmo achando antiético falar mal do profissional anterior, eu não podia deixar de pensar nisso depois de ver a bagunça que ele deixou.
Já no meu quarto, fui direto para o banho na intenção de que a água quente aliviasse um pouco a dor que eu estava sentindo nos ombros e enquanto a água caía e eu aproveitava a sensação, Félix invadia meus pensamentos.
Sem que eu pudesse controlar, lembrei-me do seu jeito ríspido de falar, que de nada fazia com que eu o imaginasse sendo o cara cheio de amigos que Clóvis dizia que ele tinha sido. Era tão bonito, mas sua beleza sumia quando pensava em o quanto ele era sisudo, grosso e até mesmo soberbo.
Quando mais cedo eu estava vendo a mansão, Clóvis ao passar pela sala que era parecida com um bar, deu a entender que ali era onde Félix levava ou levou muitas mulheres, mas disse de forma muito sucinta, quase como se quisesse me avisar sobre algo e sem falar abertamente por vergonha, então para não constrangê-lo ainda mais apenas ouvi o que me contou e não perguntei se naquele momento Félix tinha uma namorada ou alguém fixa e se tinha, imaginei que ela devia ser muito paciente por aguentar aquele ranzinza.
Deixei a água escorrer pelo meu corpo e enquanto relaxava, mais uma vez Félix invadiu meus pensamentos, mas dessa vez de forma positiva. Lembrei-me do seu cheiro, dos seus braços fortes e imaginei como devia ser bom ser abraçada por eles, carregada e apertada. Fantasiei com as suas mãos grandes, que deviam pegar forte, e se seus dedos provavelmente eram habilidosos.
Com aquele pensamento, peguei o chuveirinho à minha frente e comecei a passar no meu pescoço, deixando a água morna me massagear, ao mesmo tempo em que o meu pensamento viajava para os momentos que tive com Félix.
Surpresa. Estresse. Raiva. Vergonha. Admiração. Orgulho. Apreciação.
Tudo em vinte e quatro horas.
Intenso. Feroz. Lindo. Gostoso pra cacete!
Desci com o chuveirinho por meus seios, alcancei a barriga e pensei que eu poderia calar aquela boca cheia de grosseria dele de tantas maneiras... Poderia pegar em seus braços fortes e...
Ao mesmo tempo em que minha mente vagava indo em direção ao Félix com raiva e desejo, além de revivendo os nossos momentos de desavenças, comecei a me tocar e a me masturbar com a ducha do chuveirinho. A água atingia meu ponto mais sensível e me excitava, me fazia sentir o corpo todo reagir ao estímulo, assim como meus mamilos que estavam rijos e minha pele arrepiada.
Eu movimentava a mão que segurava o jato de água morna para frente e para trás, me aquecia e me dava prazer, enquanto na minha mente, a fera em forma de patrão era quem estava ali na minha frente, me acariciando delicadamente e me deixando louca.
Levei minha mão ao pescoço, minha respiração estava acelerada e eu gemia ao mesmo momento que o movimento de ir e vir da minha mão dava vida a uma simples ducha. Foi então que não demorou muito até que fechei meus olhos com força e gozei de encontro à minha mão, gemendo baixo e respirando com dificuldade.
Encostei a minha testa na parede gelada e respirei fundo me recuperando.
— O que está acontecendo comigo?
Mais uma vez respirei fundo e soltei o ar.
Por que eu tinha feito isso? Por que pensei nele?
Depois de me recompor, hidratar meu corpo e secar meu cabelo com a toalha, saí do banho me sentindo revigorada, mas internamente eu estava uma bagunça e sem entender o motivo de ter me masturbado pensando no meu patrão.
Isso não era nada normal para mim, menos ainda profissional e nunca tinha acontecido comigo, nunca nem tinha me masturbado pensando em homem nenhum, quem dirá em um superior.
Félix em pouco tempo estava me deixando tão maluca que até o meu modo de me masturbar ele estava mudando.
Argh!
Troquei de roupa e fui até a sacada do meu quarto, para pentear meu cabelo e sentir a brisa fresca da noite. Olhei para o céu e estava lindo, estrelado e a lua, que eu achava que era a crescente, estava como uma pintura.
Sorri ao admirá-la, pois olhar para o céu sempre me trazia uma sensação boa e uma paz interior e percebi que com aquela confusão que meu interior se encontrava em apenas um dia vivendo ali, precisaria olhar muito para o céu para lidar com o Félix.
Enquanto escovava meu cabelo comprido, varri o exterior da propriedade, até que meus olhos avistaram ao longe uma figura masculina sendo iluminada por um dos refletores do gramado. Parei com a escova e semicerrei meus olhos para enxergar melhor, até que vi que quem estava ali de costas para mim, era ele. Meu objeto de fantasias eróticas.
Argh! A raiva que eu sentia de mim por fantasiar com Félix não era pouca.
Pousei a escova na mesa e o observei, encontrava-se de pé, com as mãos nos bolsos e olhava para o lago. Mesmo estando distante dele, por sua postura, consegui perceber que parecia pensativo, já que não fazia nada e apenas olhava para o reflexo da lua e das estrelas refletidas na água.
De novo a sensação de empatia tomou conta de mim, fazendo com que me colocasse no lugar dele e me imaginasse perdendo meus pais de maneira tão repentina, depois ficando sozinha no mundo.
Imediatamente uma dor enorme tomou conta de mim, só de imaginar a sensação de não tê-los por perto e de não ter ninguém para me apoiar no momento em que eu mais precisasse.
Com isso, tirei meus olhos do Félix, os voltei para dentro do quarto e procurei meu celular, logo o achei e o peguei para mandar uma mensagem para a minha melhor amiga:
"Cindy, se meus pais morressem de maneira repentina e eu me fechasse para o mundo e me tornasse uma pessoa intragável, você me abandonaria?"
Não demorou nada e ela respondeu:
"Claro que não! No início entenderia, talvez até desse seu espaço, mas não desistiria de você."
"E se eu me tornasse um pé no saco?"
"Nem assim. Te daria uns tapas e diria para chorar no meu ombro. Por quê?"
"Nada, depois eu te conto".
Sem esperar resposta e sem pensar muito no que estava fazendo, deixei meu quarto e saí da mansão para ir até o lago.
Já do lado de fora, quando o vento fresco da noite tocou minha pele, um leve arrepio tomou meu corpo e eu ainda nem sabia o motivo de estar ali e indo a passos largos em direção ao Félix.
Ainda não havia conhecido o lado externo da propriedade nem todas as suas atrações e vê-la sem ser por minha janela ou pela janela do escritório, me dava outra perspectiva, me fazendo perceber que era um espaço ainda maior do que enxergava do lado de dentro.
Caminhei pela grama bem aparada e não demorou nada até que me aproximei de onde Félix estava.
De cara notei no chão uma garrafa de uísque praticamente vazia e ele ainda se encontrava na mesma posição que o tinha visto da janela, olhava para o lago fixamente.
Meu coração começou a bater descompassado e me perguntei que ideia idiota tinha sido aquela minha de me aproximar do homem que inicialmente tinha sido tão grosso comigo e o pior: sem ser convidada.
Olhei para as suas costas largas e as lembranças do meu banho quente invadiram minha mente, me fazendo balançar a cabeça para afastá-las.
Aproximei-me receosa, pensando em puxar uma conversa, mas nada do que eu pensava era inteligente demais ou propício para a situação. Sabia que falar sobre o tempo sempre era uma boa opção quando não se tinha assunto.
Oi, senhor Orsini, será que vai chover?
Que idiota!
— Vai ficar de novo só olhando ou vai dizer alguma coisa. — Dei um pulo em um susto, ao ouvir sua voz grave chamando minha atenção.
Virou-se para mim quando notou que eu estava paralisada e disse com um sorriso malicioso nos lábios.
— Foi para ficar com essa cara de assustada que você veio atrás de mim feito uma gatinha sorrateira se achegando de mansinho?
Ele está bêbado?
Limpei a garganta e me posicionando com o corpo ereto, respondi:
— Não — minha voz saiu esganiçada e falei de novo: — Não. Vim até aqui para ver se precisava de ajuda. Te vi da minha janela e... — quando comecei a falar notei no mesmo instante que não tinha sido uma boa ideia.
— Te pago para me espionar?
Novamente falando sobre pagar. Revirei os olhos.
— Não, não me paga para isso, mas eu me importo com as pessoas à minha volta.
— Se importa tanto que fica especulando sobre a vida alheia. Eu ouvi.
— Não estava especulando, só estava...
— Curiosa? Todos são sempre muito curiosos ao meu respeito.
— Não. Eu queria apenas saber mais sobre o homem para quem eu trabalho e terei mais contato nos próximos dias.
— Nem tanto contato assim e, além de que, você não precisa saber da minha vida só porque vamos ter que interagir.
Juntei as sobrancelhas e perguntei:
— Por que me trata com tanta aspereza se eu nunca te fiz nada? Acho que poderia ao menos me tratar com respeito.
— Quem anda faltando com respeito não sou eu. Não mexi nas suas coisas, não investiguei a sua vida e não invadi seu espaço.
Ele me encarou novamente e seus olhos estavam diferentes por causa do efeito do álcool, suas pupilas estavam menores e ele piscava mais lentamente, no entanto, nem assim ele deixava de ser bonito como um deus.
Félix riu sem vontade, um riso que transmitia raiva.
— Quer saber? Estou com ódio, mas não é de você, mas do mundo, de tudo e até mesmo dos meus pais. Parece que há dez anos a porra da minha vida foi virada de ponta cabeça do dia para noite, como se tivessem jogado um feitiço em mim. Eu tinha os pais perfeitos, amigos que me adoravam e uma vida, foi então que num passe de mágica tudo sumiu. Aí quando penso que a dor vai passar e tudo vai se normalizar, algo aparece para foder com a porra da minha vida de novo.
Ódio dos pais?
Sem entender fiquei o encarando e sentindo um pouco de medo da sua voz alterada pelo álcool, mas também sentia pena.
Félix deu dois passos indo de novo até a garrafa e com os olhos fechados a levou a boca e deu um gole generoso no líquido, depois enxugou o pouco líquido que escorreu pelo canto da sua boca com as costas da mão, de maneira desajeitada.
Com uma expressão vazia voltou a olhar para longe de mim, ao mesmo tempo em que eu o observava com atenção, parecia arrependido pela explosão em que desabafou e o vi balançar a cabeça em negativo.
Félix me olhou novamente, me encarou com atenção e dessa vez de maneira diferente, de modo que até seus olhos assumiram um brilho que não estava ali antes, como se visse em mim algo que pudesse ser valioso.
Lentamente deu alguns passos em minha direção, me encarando fixamente e intensamente, que até fez com que me sentisse nua, foi então que bem perto de mim, ele disse:
— Me desculpa pela explosão — Eu sentia nele cheiro de álcool e perfume caro.
— Está tudo bem.
Encarou-me ainda de perto e mudou de assunto:
— Você é muito bonita, Arabela. — Era a primeira vez que o ouvia dizer meu nome e isso me causou sentimento estranho. Nem sabia que ele conhecia meu nome. — Acho que você serviria.
Serviria?
O frio na barriga tomou meu corpo, subiu ao meu rosto e o deixou corado. Era como se tivéssemos uma intimidade que não tínhamos.
— Acho que já bebeu demais, senhor Orsini.
— Félix... Me chame de Félix.
Eu queria continuar a conversa, mas por saber que era a bebida falando e não o consciente dele, preferi colocar um espaço entre nós antes que no dia seguinte fosse difícil nos encararmos e termos qualquer interação.
— Vou chamar alguém. — Virei-me para sair de perto dele, mas Félix soltou no chão a garrafa que segurava, me pegou pelo braço e com os olhos nos meus, disse:
— Não fuja de mim. Espanto todos à minha volta, mas não fuja de mim... — Me olhou mais de perto, de modo que consegui sentir seu hálito de uísque, e completou: — Não tenha medo de mim.
Soltei-me de sua pegada e andei alguns passos em direção a casa. Eu não estava com medo, mas estava... preocupada. No entanto, vire-me para encará-lo e ele ainda estava parado no mesmo lugar e me observando. Soltei o ar que segurava e voltei até ele.
— Não tenho medo de você, não estou fugindo, mas vou entrar para não estragar a nossa relação patrão/funcionário. Desculpe-me por ter invadido seu espaço, não acontecerá de novo.
Félix apenas assentiu encarando fixamente meus olhos e eu, percebendo que ele não diria nada, virei-me novamente para voltar para a mansão, mas carreguei comigo a visão dos seus olhos cheios de amargura, tristeza e raiva.
De volta ao meu quarto, respirei fundo e me perguntei o que eu queria e onde estava com a cabeça quando fui atrás dele na noite escura.
Você está louca, Arabela?
.
.
Félix
O gosto amargo na minha boca no dia seguinte não foi algo que eu gostei de sentir, mas após uma noite de bebedeira foi inevitável, além de que minha cabeça martelava incessantemente.
Eu gostava de beber uísque, mas não tanto quanto tinha bebido na noite anterior. Fechei meus olhos e relembrei o motivo do porre e... Inferno!
A implicância com a Arabela estava me ajudando a esquecer um pouco da carga pesada que eu estava arrastando há anos, mas aí vem o meu advogado, me deixar um documento que outro advogado, que era amigo dos meus pais, tinha em posse. Documento esse que era uma carta que meus pais fizeram em vida, um dia antes de morrer, como se soubessem o que ia acontecer.
Maldito documento, maldita exigência.
E o Clóvis? Eu tenho certeza que ele sabia.
Bufei.
Sempre guardei a memória dos meus pais com carinho e saudade, mas naquele momento, a raiva que era o sentimento predominante, além de uma saudade por cada linha que li naquela carta. Parecia-me algo tão ridículo e eu tinha certeza que podia ser contestado, apesar de todos os advogados dizerem que não.
E ainda tinha Arabela.
O que foi que eu falei para ela?
Lembrava-me vagamente da nossa conversa e esperava não tê-la ofendido, mas em meio às condições daquele documento eu meio que entrei em misto de desespero e foda-se!
Como profissional Arabela tinha me surpreendido, aprendeu o que tinha que fazer com facilidade, além de ter se enfurnado naquele escritório o dia todo para colocar o trabalho em dia. Como funcionária eu não podia perdê-la, enfim havia achado uma administradora que parecia eficiente, no entanto, se eu visse que ela queria pedir para sair, eu que não pediria para ela ficar.
Mais uma vez era muito cedo quando me levantei, mesmo com dor de cabeça e de ressaca, não dava para dormir mais e eu precisava interagir com meus cavalos ou ficaria louco pensando em uma solução para os meus problemas.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro