Capítulo 19
Capítulo dezenove
Félix
Quando vi o carro do Filho da puta do Gaspar encostar em frente a minha casa, me escondi entre as cortinas da janela da biblioteca, onde eu estava desde o momento em que os vi sair, andando de um lado para o outro e pensando que aquele imbecil sempre quis tudo que era meu. Desde criança ele era assim.
Os observei pelo canto da janela e vi Arabela virar o rosto quando ele tentou beijá-la e com isso, quase gritei gol.
Eu não conseguia ouvi-los, mas por suas expressões faciais notava-se que ali não tinha nada a mais do que amizade, ou nem isso, e eu até conseguia ver certo desconforto exibido por Arabela.
Não contive o sorriso quando o vi ir embora e ela entrou em casa.
Eu ainda estava na disputa.
Deixei que fosse para o seu quarto, mas imediatamente uma ideia me atingiu e eu a colocaria em prática.
Eu faria de tudo para que Arabela se apaixonasse por mim e recomeçaria naquela noite e de forma romântica, como vi em um filme uma vez.
Sem que eu pudesse controlar, uma lembrança me atingiu e me lembrou que eu tinha pouco tempo, porém, me forcei a lembrar de que ela não tinha nada a ver com isso e o que eu faria em relação a nós dois, nada tinha a ver com meus problemas, mas sim, com os meus sentimentos.
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Arabela
Fui para o meu quarto depois do desastre que foi o encontro com Gaspar e decidi tomar banho, assistir a um filme e não sair de lá. Com isso eu também evitaria ver o Félix.
Perdi-me em pensamentos e não prestei atenção em nada do que vi na TV. Minha mente vagava entre dizer sim para Félix e dizer não para Félix, pois repensei com calma todo o contato que ele tinha feito comigo desde o momento em que ouvi a conversa dele com a tal Tatiana e para ser sincera, naquele momento que a raiva diminuiu, eu estava começando a aceitar suas explicações.
Depois de tudo que ouvi dele e de Clóvis, fiquei na dúvida, pois me sentia disposta a conversar com Félix como dois adultos e acertar nossos pontos a partir daquele momento, mas ao mesmo tempo me sentia uma boba que aceitava tudo que o cara que gosta faz.
Respirei fundo e decidi ligar para a minha mãe e também para a minha amiga. Minha mãe me perguntou se estava tudo bem e quando disse que sim, ela pareceu saber que não e me aconselhou a seguir sempre o que meu coração dizia e não fazer nada que a minha índole e a educação que ela me deu não permitisse. Já a minha amiga me aconselhou a pensar direitinho e dar loucamente para o gostoso do Félix.
Eu havia enviado uma foto dele para ela, em que eu tinha tirado sem que Félix estivesse vendo e Cindy disse que ele era maravilhoso. Durante a conversa também perguntei sobre como ela estava, mas minha amiga apenas me respondeu que estava bem e continuou perguntando sobre mim.
Logo tive que parar de conversar, pois batidas na porta tiraram a minha atenção do celular, me despedi de Cindy e disse que depois conversaríamos mais.
Levantei-me para atender a porta e Madalena estava ali com os olhos arregalados e parecia aflita quando disse:
— Oi, querida, preciso que você venha comigo. É urgente!
— O que está acontecendo?
— Só venha, por favor.
Coloquei um chinelo e dei graças a Deus por não estar de pijama ou teria saído assim mesmo.
Corremos em direção à saída e eu sentia meu coração saltar em meu peito com a ideia de que algo de ruim pudesse ter acontecido com o Zipe ou com o Félix, porém, quando chegamos à cozinha, vi o menino junto com Cecília e Viviane, respirei ao menos sabendo que não era nada com o meu pequeno amigo e voltei a ficar aflita pensando que o problema era com o Félix.
Os três também se juntaram a nós na correria, até que do lado de fora avistamos Clóvis junto com os demais funcionários da mansão e todos olhavam para o céu.
Pensei: Meu Deus, será um disco voador?
Por que tanta euforia?
Foi quando saí andando em meio ao gramado e olhei para o céu, apenas para ver a surpresa que me esperava.
Assim que me aproximei de todos, clarões começaram a iluminar o céu e fogos de artifício sem barulho iluminavam a escuridão ao mesmo tempo em que a música do Pablo Alborán tocava, vinda sei lá de onde.
Os brilhos dos fogos formaram desenhos de rosas e em seguida a frase:
"Deixa-me ser seu príncipe?"
É um pedido de namoro?
Eu, com certeza tinha toda a surpresa estampada em meu rosto e provavelmente também tinha o sim estampado na minha testa. Ao meu lado todos observavam a minha cara de abobada e sorriam.
Saindo da escuridão Félix apareceu montado em seu cavalo preto, ou melhor, sua égua, me fazendo rir.
Claro que ele não apareceria num cavalo branco, além do mais, o preto combina muito mais com ele.
Félix parou com a égua bem na minha frente e se abaixou me estendendo a mão.
Eu podia tê-lo rechaçado e me mantido pensando na semana em que passou distante de mim e com outra mulher, entretanto, não era o que eu queria. Eu o queria.
Sendo assim, passei uma borracha nos sentimentos ruins e deixei apenas os bons que vivi desde que cheguei ali na minha memória, logo aceitei sua mão e como se fosse uma princesa resgatada por seu príncipe, sentei-me na sua frente em seu cavalo e com os cabelos ao vento, me aninhei ao seu peito, para que Félix me levasse para onde quisesse ao mesmo tempo em que logo atrás de nós todos aplaudiam e sorriam testemunhando aquele momento.
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Félix
Eu sorria feito um menino, com Arabela nos meus braços e o vento cortando o meu rosto.
A galope dei a volta na propriedade, cheguei à parte mais baixa que dava acesso à areia da praia e bati com o pé na barriga da Meia-noite para que ela corresse mais. Sentir a brisa do mar e o perfume do cabelo da Arabela em meu nariz era a melhor mistura.
Nem acreditava que ela tinha aceitado aquela loucura e isso só fazia com que eu a amasse mais. Eu a amava e isso era claro para mim, mas precisava ir com calma para não assustá-la.
Depois da corrida a beira-mar, chegamos a uma cabana próxima ao píer, onde meus pais adoravam ficar. Era simples, toda de madeira e tinha apenas um cômodo grande com um banheiro também grande.
Eu não ia lá há muito tempo, por me trazer lembranças felizes que doíam recordar, mas ao pensar em agradar Arabela, imaginei que ela gostaria de conhecer aquele lugar e se tudo desse certo eu podia juntar mais momentos felizes vividos ali aos que eu levava na memória.
Puxei a rédea da Meia-noite para que ela parasse, desci dela e ajudei Arabela a descer em seguida. Passei a mão na crina da minha égua, em despedida e sem dizer nada, encarei a linda mulher à minha frente, entrelacei meus dedos aos da Arabela e a levei para dentro da cabana.
Os funcionários da mansão haviam preparado tudo em tempo recorde e como era para Arabela, fizeram com muito carinho. Era certo o quanto todos torciam para que ficássemos juntos.
Lá dentro pétalas de rosas sobre o lençol branco davam o clima romântico assim como as luminárias, as frutas e champanhe que estavam sobre a mesa. A iluminação era amena e o barulho das ondas fracas no mar era a melhor música.
Arabela soltou minha mão andou alguns passos pela cabana, até que se virou para mim e parecendo enfim tentar entender o que aconteceu, perguntou:
— O que foi tudo isso?
— Isso foi o meu modo megalomaníaco de te dizer que quero tentar, quero ser o príncipe que você disse que gostaria que eu fosse e se você quiser, sou seu. — Dei de ombros, porque talvez para ela eu não fosse muita coisa.
Arabela sorriu e seu sorriso atingiu em cheio meu coração, como sempre.
— Eu fiquei tão chateada que você me beijou e logo em seguida estava com outra, senti como se o nosso beijo não tivesse significado nada para você, já que para mim significou tanto.
Fui até perto dela.
— Me desculpa por ter sido tão... infantil. Nosso beijo significou muito... Tanto, que você me parar e me deixar sozinho na biblioteca, ferrou com a minha cabeça. Achei que você não me queria e então eu só desejei te esquecer, mas nenhuma mulher no mundo conseguiria isso. Nenhuma. Só que fui tão burro, que demorou uma semana em que passei mais bêbado do que no meu juízo normal, para eu perceber que mesmo que você não me quisesse, eu queria só você.
Arabela ficou me olhando como se tomasse entendimento de tudo e clareasse uma nuvem carregada que pairava em seu olhar, desde que ouviu sobre os meus dias de orgia.
— Me desculpa por ter agido como um libertino, como diz o Clóvis. — Sorriu. — E respondendo a sua pergunta sobre o que um homem como eu quer com uma mulher como você? Eu quero tudo. Quero seu sorriso, sua alegria, seu carinho, sua companhia e cada pedacinho seu. Não quero nada além de você. E para ser sincero, acho que a pergunta se adequa melhor se for ao contrário. O que uma mulher como você quer com um homem como eu?
Ela me encarou de um jeito que tive que me segurar para não beijá-la loucamente, mas tinha que esperar ela me dar sua resposta, até que Arabela deu:
— Ambos fomos infantis, se me quiser mesmo... Me pega para você. Sou sua, Félix. — Era tudo que eu precisava ouvir.
Avancei em sua direção, a enlacei pela cintura e a beijei com vontade, depois fui a empurrando até chegar à cama e a deitei nela pousando meu corpo sobre o seu e me esfregando para que ela sentisse que eu a queria.
E eu a queria muito.
— Sou tão sortudo por ter você.
— E eu por ter você.
Apertei seu seio com delicadeza ao mesmo tempo em que a beijava, eram do tamanho perfeito e enchiam a minha mão, mas eu precisava senti-lo sem barreiras, queria sentir sua pele nua colada à minha e queria inteira para mim.
Tê-la em meus braços era a melhor sensação que meu corpo já viu.
Tirei minha roupa, ficando só de cueca e logo a ajudei tirar a dela, descendo seu short por suas pernas e jogando sua camiseta para longe. Sua lingerie preta na pele branca a deixou maravilhosa e olhá-la me deixava ainda mais excitado.
Eu sabia que Arabela se divertia com o meu desejo, pois o sorriso sexy que me lançava me mostrava isso e como se quisesse me ver ainda mais louco por ela, com um sorriso safado enorme em seu rosto, ela me virou contra a cama e falou:
— Nada na vida é tão fácil assim, rapaz. — Me deu um beijo casto e com isso, saiu correndo de dentro da cabana, descalça e usando apenas sutiã e calcinha.
Eu a acompanhei, depois correu pela praia, olhando para trás, certificando-se de que eu a seguia e com um riso travesso em seus lábios.
Gostei da brincadeira e soltando a fera que existia dentro de mim, corri atrás da minha presa e por suas pernas serem curtas, não demorou muito até que a alcancei, a ergui em meu colo e a beijei. Entretanto, em meio a risos nos desequilibramos e rolamos na areia como duas crianças. Arabela ria feliz e eu também.
Com meu corpo sobre o seu, apoiei meus cotovelos na lateral do seu rosto e a fiz olhar para mim. Passei meu dedo de leve na sua testa e admirei o quanto era linda, depois a beijei devagar e foi um beijo cheio de sentimento.
Desci meu dedo pelo seu colo, onde alcancei o fecho do seu sutiã que se unia na frente, o abri e o passei por seus braços a seguir, a liberando da lingerie e deixando seus seios lindos a mostra para mim.
Os bicos pontudos e sua pele arrepiada indicavam o que ela estava sentindo e para aumentar a sensação, suguei um e depois outro, lambi lentamente a aréola e a fiz gemer, a seguir desci beijando sua barriga, tirei sua calcinha e para senti-la como eu queria, me livrei da minha cueca, nos deixando nus, expostos na areia e clareados pela luz natural da noite.
Voltei a beijando, pousei meu corpo sobre o seu, até que a penetrei olhando em seus olhos e me mexi para trás e para frente nos proporcionando prazer.
Beijei lentamente sua boca, suguei o lábio inferior e senti suas unhas acariciando minhas costas, fazendo meu corpo se arrepiar e me deixando cada vez mais duro dentro dela.
Encarei seus olhos que se fechavam e se abriam para me encarar, seu rosto repleto de luxúria me deixava louco e tive que me segurar para não gozar precocemente. Eu queria mais dela, queria me deliciar e bem devagar.
Fitando aquele rosto lindo e passando a mão por aquele corpo pequeno ao meu dispor, Arabela aumentava em mim todos os sentimentos e os aflorava. Eu queria dizer que a amava, que ela era tudo para mim e estava tão perto de dizer isso, que tive que me controlar, pois não queria assustá-la e não queria que fosse daquela maneira.
Ela me deixava excitado ao extremo, seu toque me deixava louco e cada gemido e revirar de olhos externando que sentia o mesmo que eu fazia com que eu quisesse mais dela.
Sendo filmados pela lua e testemunhados pelas ondas do mar, agradeci quando Arabela virou seu corpo sobre o meu e sentada sobre mim, fez com que eu controlasse meus sentimentos e aproveitasse o momento.
Rebolou e se mexeu sobre o meu pau, jogando a cabeça para trás e gemendo alto, ao mesmo momento eu passeava com a minha mão pelo seu corpo e acariciava seu peito, apertava seus mamilos, arrancando cada vez mais seus gemidos.
Não demorou até que caindo sobre mim Arabela gozou gemendo com a boca grudada ao meu pescoço, então coloquei uma mão em cada lado da sua bunda e a apertei ao meu encontro enquanto arremetia para dentro dela, a ouvindo gemer. Aí foi difícil segurar mais e me libertei, gozei dentro dela enchendo-a com meu líquido e apertei meus lábios contra seu ombro, com a respiração acelerada e o suor entregando o resultado do que ela fazia com meu corpo.
Já com a respiração se acalmando, Arabela deu um beijo em minha bochecha e perguntou com a voz calma:
— Estamos namorando?
Virei-a na areia e fiquei por cima.
— Você quer namorar comigo, Bela?
— Olha, não sei. E você, quer namorar comigo, Félix?
— Vou pensar e te aviso.
Gargalhou e como sempre o som da sua risada me fazia muito bem.
— Melhor não, então.
— Você não mexe assim com meu psicológico, mulher.
— Você que está mexendo com o meu.
Olhou-me parecendo feliz.
— O que eu quero é só te fazer feliz. Quer namorar comigo?
— Bom, depois de ser meu príncipe e me resgatar no cavalo preto, eu aceito.
— Meia-noite! Respeita a minha menina. — Ela riu.
— Ah, sim, tenho que te dividir com ela.
— Não, até a Meia-noite sabe que sou todo seu. Tive altas conversas com ela hoje cedo.
Arabela pareceu pensar, depois me olhou com carinho e meio que perguntou pensando alto:
— Félix Orsini é meu?
— Completamente seu. Todo seu. Inteiramente seu.
— Gostei disso.
— E me responda. Você é minha Arabela?
— Completamente sua. Toda sua. Inteiramente sua.
— Minha Arabela... — Testei as palavras e gostei do som. Sorri, já sentindo meu pau reagir a isso. — Minha!
Dei um beijo em seu nariz, me levantei, a peguei no colo e Arabela deu um gritinho divertido por ser pega de surpresa, depois a levei para a água e quando a onda fraca e gelada bateu em sua pele, ela grudou em meu pescoço e eu amei a sensação.
— Está tão fria.
— Gruda em mim que estou quente, meu amor.
— Que brega!
Rindo a soltei, o que a fez afundar na água fria.
— Seu cachorro! — Levantou-se, tirando o excesso de água do rosto e com um sorriso enorme, jogou água em mim e eu a puxei para o meu peito, a abraçando.
— Félix.
— Sim?
— Acha que alguém nos viu na praia?
Ri.
— Não. Dei ordens expressas aos seguranças para que não deixassem ninguém se aproximar da praia.
— Que bom — dito isso, com um pulo Arabela entrelaçou as penas na minha cintura, colocou os braços sobre meus ombros e com o movimento me sentiu duro novamente.
— Olhaaa... — Arregalou os olhos, rindo.
— Uma segunda rodada? — perguntei.
— Quantas quiser, eu sou sua.
— Minha Arabela.
E com a mão ajeitei meu pau para penetrá-la e no ritmo das ondas fizemos amor.
Achei que nunca faria amor, até conhecer a mulher que me mostraria o que era isso e como era bom amar. Porém, eu sabia que tinha muito o que resolver e a contar a ela, mas não seria naquela noite, aquele momento era apenas para aproveitar a sua companhia e a alegria de tê-la de volta para mim.
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