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Capítulo quatro


Capítulo quatro

Talita

Eu não estava conseguindo descrever o meu dia e os meus sentimentos. Ao mesmo tempo que eu estava feliz em reencontrar um grande amigo, eu estava me sentindo confusa e já cogitando uma nova fuga caso tudo se complicasse outra vez.

Eu tentaria com todo o meu coração nos manter apenas como amigos e eu como madrinha da Talia, por outro lado, eu sabia que era inevitável, pois só de revê-lo toda a confusão do passado voltou e meu coração se entregou.

Eu precisava conversar com a minha amiga!

Do caminho liguei para a Marilia avisando que eu estava indo para a sua casa e precisava de colo e imediatamente saí da rota de casa e peguei a estrada para a casa dela.

— O que aconteceu? — Marilia perguntou, assim que abriu a porta do seu apartamento para mim.

Ela era muito bonita com seu corpo cheio de curvas e quadril largo, cabelos castanhos quase loiros, encaracolados, que iam até o meio das costas e seu sorriso alegre daqueles que alcançam os olhos.

— Um problema e ao mesmo tempo uma grata surpresa.

— Anda, conte-me tudo — pediu, me levando até o sofá, onde nos sentamos uma de frente para a outra.

— Hoje reencontrei com o Ricardo.

— Que Ricardo?

— O do passado.

— O pai de primeira linhagem? — perguntou com os olhos arregalados e eu sorri para o apelido que ela o deu.

— Ele.

— Como?

Contei tudo sobre o nosso reencontro e o quanto a Talia era uma criança inteligente, faladeira e amável e o quanto tínhamos nos dado bem logo de cara.

— Que linda! Isso é memória afetiva. Tenho certeza que no seu subconsciente, Talia se lembra que você quem cuidou dela como uma mãe, quando ela nasceu.

— Como uma madrinha — corrigi. — Como mãe só a Rebeca cuidaria.

— Tem razão, mas eu vi o seu amor por essa menina e o quanto você sofreu, chorou e se acabou por ter que se separar dela. Na verdade, sempre achei uma besteira essa separação, porque a Rebeca ficaria feliz em ver você e o pai de primeira linhagem juntos.

Fiquei séria.

— Nem cogite isso.

— Por que não?

— Porque não!

— Tudo bem — concordou, sorrindo, como se não acreditasse em mim. — Mas me diga e então amanhã você vai passar à tarde com a Talia.

— Sim — respondi, animada e com um sorriso radiante, porque eu realmente estava feliz em ter contato novamente com a menina.

— E você vai ver o Ricardo?

— Vou, mas terei o menor contato possível, para evitar que cometamos o mesmo erro.

— Sei... — respondeu não me levando a sério.

— Eu estou falando sério, Marilia!

— Sim, está. Claro que está, mas quero dizer que acho uma besteira isso. Se vocês fazem bem um para o outro e principalmente para a menina, por que não ficarem juntos?

— Porque eu era amiga da Rebeca.

— Eu também era e por conhecê-la tão bem, por saber o quanto ela amava vocês e o quanto tinha o coração enorme, digo que ela ficaria feliz com essa aproximação.

Fiquei em silêncio pensando no que a Marilia disse.

— Talita, me conta, ele ainda é de primeira? — perguntou com o olhar safado e gargalhamos.

— Ai, meu Deus! — Olhei para o céu e continuei a falar: — Sim, deliciosamente de primeira e até arrisco dizer que ele está ainda mais bonito, em forma e com o mesmo sorriso sedutor, alto e seu cabelo está com um corte moderno, sabe? Baixinho dos lados e alto em cima...

— Puta que o pariu! Você está descrevendo um baita gostoso.

Suspirei.

— Sim. Um delicioso pai de primeira linhagem como você diz.

Ela riu alto.

— Então só me resta te desejar boa sorte. — Bufei.

Rimos e Marilia nos serviu vinho, depois debatemos mais a minha desgraça, enquanto sorrateiramente ela tentava me dizer que tudo era diferente de cinco anos atrás e me incentivava de maneira discreta a ficar com Ricardo sem culpa.

Marilia era a minha melhor amiga e eu a amava do mesmo modo que amei a Rebeca, sabia que se eu estivesse fazendo algo de errado, ela seria a primeira a me dizer e isso me fazia pensar e cogitar a me abrir, apenas um pouco, para as possibilidades.

Acordei animada e mal consegui almoçar. Liguei para o Ricardo e combinamos o horário que eu passaria para pegar minha afilhada.

Comecei a me arrumar e coloquei uma roupa de frio, pois o dia estava gelado por estarmos no inverno e o céu carregado mostrava que logo cairia uma baita chuva. Pensei ter escolhido um péssimo dia para sair com a Talia.

Passei maquiagem, arrumei o cabelo e me perfumei. Tentava mentir para mim mesma que não estava me arrumando para o Ricardo, mas eu sabia que estava e queria ficar bonita como nunca.

Na garagem, entrei no carro para sair e foi eu colocar a chave no contato que o céu começou a desabar. A chuva que eu suspeitei que fosse cair, caiu fortíssima e como já havia combinado, não queria decepcionar a minha Talia, sendo assim, esperei um pouco para que o aguaceiro diminuísse, até que depois de um tempo, quando vi que não cessava, decidi sair de casa assim mesmo.

Dirigi em meio a uma chuva torrencial, com o para-brisa lutando para limpar os pingos grossos que caiam do céu e vinham bem de frente para mim. Segui devagar para o endereço que o Ricardo havia me passado de olho na estrada e no GPS que me indicava o caminho certo, foi então que depois de uma eternidade, por dirigir devagar, estacionei em frente a um bonito sobrado e peguei meu celular.

— Alô? — Ricardo me atendeu.

— Oi, estou em frente à sua casa, mas a chuva está muito forte, vou esperar aqui até que ela melhore para sairmos.

— Só um minuto que vou te buscar.

Comecei a dizer que não precisava, mas ele desligou. Não demorou nada e Ricardo apareceu no portão, segurando um guarda-chuva preto e vindo em direção ao meu carro. Peguei as minhas coisas e tirei a chave do contato, abri a porta e ele se posicionou ao lado me dando espaço, enquanto cobria a minha cabeça com o guarda-chuva, para que eu não me molhasse.

Tranquei o carro e me virei para ele, ficando de frente e muito perto. Prendi a respiração.

— Vou passar o braço por cima dos seus ombros, para que caibamos aqui em baixo. Fica bem perto de mim para você não se molhar — falou, com seu sorriso lindo nos lábios.

Assenti sem saber o que dizer, juntei meu corpo ao dele e senti seu perfume delicioso, que parecia o mesmo de anos atrás. Ricardo passou seu braço por cima dos meus ombros e me aproximei do seu corpo resistindo à vontade de abraçar sua cintura.

Fomos andando muito próximos até que chegamos à porta da frente, onde tinha uma pequena varanda e podíamos nos abrigar da chuva.

Sacudi os pingos que caíram em cima da minha blusa e bati a mão na minha calça. Apesar do temporal, quase não me molhei.

— Vamos entrar? Talia está muito ansiosa.

— Vamos. Eu também, mas pena que o dia não ajudou.

— Já, já melhora. — Nesse momento um trovão cortou o céu e ele sorriu. — Ou não.

Sequei minhas botas com a toalha que Ricardo me entregou, depois entramos porta adentro.

Assim que me viu, Talia correu em minha direção com os braços abertos e cheia de carinho, como se tivesse contato comigo durante a vida toda.

— Oi, gatinha. Como você está bonita! — A abracei. Ela usava um vestido de veludo e meia-calça branca, com um casaco de linha por cima e estava a coisa mais fofa a não ser pelo cabelo que estava um tanto bagunçado em um rabo de cavalo e eu ri. — Acho que nosso passeio terá que esperar um pouco por causa da chuva.

— Ainda bem, madrinha, porque tenho medo. — Achei a coisa mais fofa ela me chamando de madrinha.

— Então vamos esperar mais um pouquinho e saímos assim que melhorar, tá bom? — Talia assentiu sorrindo.

Nos dirigimos ao sofá da sala, que era ampla e decorada com móveis claros, que demonstravam que tudo estava limpo e arejado.

— Linda sua casa — falei olhando para o Ricardo, a fim de quebrar o silêncio.

— Tecnicamente, a casa é da empresa, mas estou adorando.

Assenti e minha atenção foi tomada por Talia que, animada, falava sem parar sobre suas duas bonecas favoritas, já na minha visão periférica eu notava o olhar de Ricardo em mim.

Tinha se passado quase uma hora e a chuva só engrossava, era perto das seis da noite, estava escurecendo e pensei que estava tarde para que saíssemos. Então pesarosa falei para a menina:

— Talia, e se a gente remarcasse para o próximo final de semana? — Ela fez uma carinha triste e eu completei: — É que acho que a chuva não vai passar e já está ficando tarde.

— Tudo bem — a pequena respondeu e eu encarei seu pai com o coração partido.

— Que tal se pedíssemos uma pizza ou fizéssemos um jantar, aí a Talita podia jantar conosco. — Ricardo me olhou como se esperasse uma resposta positiva e a Talia gritou:

— Sim! E aí posso te mostrar os meus livros e a gente podia ver o filme da minha princesa favorita.

— Não quero incomodar.

— Não é incômodo — Ricardo se apressou em dizer, com um sorriso no rosto.

— Vem, madrinha!

Talia me pegou pela mão, me puxou sentido à escada que provavelmente levava aos quartos e quando olhei para o Ricardo ele deu de ombros, divertido.

Ficamos um bom tempo em seu quarto, onde a menina me mostrou que tinha todos os presentes que eu enviei durante os cinco anos que ficamos afastadas. Apesar de ter apenas cinco aninhos, Talia falava muito bem, era muito esperta e desenvolta, o que me enchia de orgulho.

— Madrinha, meu papai também me dá muito presente. Ele é o melhor papai do mundo e da galáxia. — Sorri. — Sabia que no dia das mães, ele se vestiu de mamãe para que eu não ficasse sem uma na apresentação da escola? Eu dei muita risada e foi o dia mais legal de todos. Minhas amigas até queriam ter meu pai.

Fiquei emocionada com o quanto o Ricardo supria a falta de uma mãe até nos pequenos detalhes e pisquei para conter as lágrimas, por notar o pai incrível que ele era.

— Que legal, Tatá! — a chamei por um apelido que a fez sorrir. — Eu também queria ter um pai igual ao seu.

Olhei em volta e vi em cima da sua cômoda alguns porta-retratos que me levantei para ver. Em um deles estava Rebeca grávida e eu estava ao seu lado com a mão em sua barriga, no outro porta-retrato estava eu com a Talia no colo, quando ela tinha poucos dias de vida e eu me emocionei ao relembrar aqueles momentos.

Sem que eu pudesse controlar, uma lágrima escorreu por meu rosto e quando a limpei vi um movimento na porta. Lá, encostado ao batente, com os braços cruzados na frente do peito e um olhar carinhoso em meio a um sorriso, estava Ricardo me observando.

— Você ainda sente falta dela? — me perguntou baixo, para que a Talia que estava brincando perto não ouvisse.

— Sim, só que agora não dói mais como antes, apenas a saudade.

— O mesmo para mim. Não dói mais. — Sorri para ele e me virei para a Talia.

— Ei, mocinha, posso brincar também?

— Também quero. — Ricardo se aproximou.

Começamos a brincar de montar castelinho com peças que se encaixavam e perguntei:

— E aí, como está sendo ser pai de menina?

— Olha, estou em uma fase em que vivo em um eterno conto de fadas e arrumar cabelo é algo que me assombra.

Olhei para o rabo de cavalo bagunçado que a Talia tinha em sua cabeça e concordei.

— Tem razão. — Rimos.

— E agora até que estou bom nisso, imagine quando eu era ruim. — Ri alto.

— Bom, devia ser muito ruim.

— Eu queria ter alguém que fizesse trança no meu cabelo, meu pai não sabe fazer a trança da Elsa do filme Frozen e quando ele tentou, depois doeu pra tirar o nó.

Ricardo me lançou uma careta divertida.

— Eu posso fazer se você quiser. Sua mamãe amava quando eu fazia trança no cabelo dela. — Os olhos da menina se acenderam quando mencionei sua mãe.

— Minha mamãe era linda igual a você, madrinha. Meu pai também te acha linda, , pai? — Ricardo que estava com a cabeça baixa montando uma peça, sorriu sem jeito, depois me encarou e disse:

— Sim. — Senti meu rosto quente.

— Papai disse isso ontem, quando saímos da escola, disse que você era linda.

Eu não sabia o que dizer, me sentia sem ar e dei graças a Deus quando Ricardo mudou de assunto:

— O que as duas vão querer para o jantar?

— Pizzaaaa... — Talia gritou.

— Por mim qualquer coisa. Pode ser pizza. — Sorri para a Talia em cumplicidade.

— Pizza então. Vou descer para pedir. — Ricardo saiu do quarto sem me olhar enquanto fiquei brincando com sua filha e sentindo meu corpo em chamas.


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