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Capítulo dois

Capítulodois

Talita

Eu estava atrasada para começar mais um dia de trabalho e com muita pressa saí trancando a casa, correndo para o meu carro e saindo desesperada rumo à escola.

Sabia que naquele dia chegaria uma aluna nova, pois a coordenadora já tinha me avisado por mensagem, e eu não queria passar uma má impressão aos pais.

Dirigi rapidamente e mesmo a escola não sendo muito longe, aquele dia decidi ir de carro por conta do meu atraso.

Eu morava sozinha, pois toda a minha família tinha ficado para trás quando fui embora da cidade onde eu morava, a fim de fugir de um sentimento impossível que estava brotando como uma erva daninha em meu coração. Eu estava começando a me apaixonar pelo viúvo da minha melhor amiga.

Rebeca, eu e a minha outra amiga Marilia, tínhamos sido melhores amigas desde a infância e eu sofri muito com sua partida precoce. Foi uma dor imensurável como se eu estivesse perdendo um pedaço de mim. Entretanto, como ela tinha me escolhido como madrinha da sua bebê eu precisei ser forte e me vi envolta nos cuidados da sua filha Talia, que era a bebê mais linda que eu já tinha visto.

Por ficar tão próxima de Ricardo, o marido da Rebeca, ele acabou se tornando um amigo, nos divertíamos muito juntos e concordávamos com quase tudo. Passávamos noites em claro quando cuidávamos da Talia e essas noites eram regadas a muita conversa e risadas que me deixaram cada vez mais encantada por ele e por seu sorriso lindo.

Depois que notamos que quando estávamos juntos era o ponto alto do nosso dia e que cada vez queríamos ficar mais perto um do outro, notamos também que algo estava diferente e que o vínculo entre nós era mais que apenas uma amizade, sendo assim, decidi me afastar e me senti péssima em pensar que eu podia estar desenvolvendo um sentimento por Ricardo e com isso, estava traindo minha melhor amiga.

Nunca nem um beijo aconteceu entre nós, mas a vontade sim e o sentimento reprimido estava acabando comigo. Decidi pelo certo e passei dias chorando por ter que me distanciar dele e da Talia, porém, a angústia de me sentir roubando a família da minha amiga morta era mais forte do que o sentimento que eu estava começando a ter por Ricardo.

Quando tudo aconteceu, pedi asilo para a Marilia que morava em outro estado e ela logo entendeu e me acolheu sem me julgar. Agradeci por Marilia morar longe, pois ao menos eu tinha para onde fugir.

Por já ter me apegado muito a Talia, a nossa despedida foi horrível. Senti quase que uma dor física e chorei muito, abraçada a bebê que estava aninhada em meu colo, quando a passei para o Ricardo o abraço que trocamos foi silencioso e dolorido, mas necessário.

Depois que cheguei à cidade nova foram noites em claro, chorando e bebendo com a Marilia para esquecer tudo que vivi.

Nunca esqueci, mas amenizou a dor.

Marilia era uma louca e de tanto me ouvir usar como desculpa que eu apenas ajudava o Ricardo por ele ser um pai de primeira viagem, ela acabou o apelidando de pai de primeira linhagem, fazendo um trocadilho por ele ser um homem lindo. E realmente era maravilhoso, mas não foi por sua aparência que me apaixonei e sim por seu coração.

Apaixonei...

Mesmo cinco anos depois, quando eu pensava em Ricardo eu ainda me sentia um pouco balançada pelo sentimento que começou a surgir entre nós, mesmo nada tendo acontecido e apenas ter ficado subentendido, entretanto, já não me sentia uma traidora como há anos e entendia que era perfeitamente normal que um sentimento acontecesse. Marilia me disse tanto isso que acabei entendendo.

Naquela manhã acordei relembrando insistentemente a minha vida e pensava que era por causa do sonho que tive com a Rebeca, com ela sorrindo para mim e dizendo a frase que sempre me dizia no passado: "Não complica, Talita". Sorri ao me lembrar da rima, que Rebeca usava para me alertar que eu sempre fazia uma novela de tudo.

Por causa do sonho perdi o sono durante a noite e talvez por isso, perdi a hora pela manhã e me atrasei.

No caminho para a escola dirigi feito uma louca, cheguei no trabalho esbaforida e estacionei o carro de qualquer jeito na primeira vaga que achei.

Corri para a minha sala onde os pais já formavam a fila de sempre, cada um com seu filho. Na escola, a regra era os pais levarem as crianças na porta da sala e na hora da saída também as pegavam no mesmo lugar.

Assim que me viram andar apressada pelo corredor e indo em direção a eles, os pais, que gostavam muito de mim, sorriram.

— Bom dia! Desculpem o atraso, mas a noite foi looonga — cumprimentei e bufei divertida.

— Imagina, professora, apenas dois minutinhos — falou a mãe de um dos alunos e eu retribui com um sorriso agradecido.

— Vamos entrar? — falei, olhando para as crianças.

Na porta da minha sala, tinha um cartaz que indicava como seria o cumprimento que cada criança faria para entrar e variava de uma dança, um abraço ou um toque de mão.

Era sempre um momento divertido e a cada criança que parava na minha frente eu ia cumprimentando e indicando a sala para que entrassem, até que a fila foi diminuindo e quando me aproximei da última criança, eu a encarei estranhando aquele rostinho, mas ao mesmo tempo o reconhecendo. Semicerrei os olhos para ela e me lembrei da aluna nova:

— Tenho a impressão de que já te conheço, mas você deve ser a aluna nova? — perguntei, sorrindo e apontando o dedo para a menina que me sorria de volta de maneira tímida.

— Sim — respondeu, com uma voz tímida, que eu achei fofa demais.

Olhei para a menina com cabelos castanhos e lisos, amarrados em duas Marias chiquinhas um pouco tortas, uma de cada lado da sua cabeça e com um sorrisinho lindo em seu rosto que me parecia familiar.

Vi que tinha um adulto nos observando logo atrás dela e imaginei ser seu pai, mas eu sempre deixava que a criança tivesse sua autonomia, então dediquei a minha atenção no primeiro momento apenas para a menina linda à minha frente, sem olhar para o adulto nem uma vez. Eu conversaria com o pai assim que eu fizesse a menina se sentir em casa. Afinal, não era fácil começar em uma escola nova no meio do ano letivo.

Me abaixei na altura dela e falei:

— Olha, aqui antes de entrar a gente escolhe um cumprimento legal. — Apontei para o cartaz. — Qual você quer fazer comigo? Vi que ela parecia sem jeito, mas escolheu o cumprimento do abraço e eu a abracei.

Então durante o abraço, instintivamente e finalmente olhei sorrindo para o adulto que estava com ela, no entanto, assim que ergui meus olhos o meu coração pulou uma batida e meu sorriso sumiu.

— Ricardo? — perguntei com os olhos arregalados e me separei da menina, a olhei de frente e entre uma cara assustada e um sorriso, perguntei: — Essa é a Talia, a minha afilhada Talia?

— Sim — Ricardo me respondeu, mas me encarava como se não acreditasse que eu estava bem na sua frente.

Me abaixei novamente na altura da menina e falei com os olhos marejados de alegria e com um sorriso enorme no rosto.

— Como você está enorme e linda! — A abracei de novo e dessa vez mais forte.

Me levantei e sem graça encarei o Ricardo, que me olhava como se não acreditasse.

— Você é a professora? — perguntou, em resposta eu assenti e ele me olhou sem saber o que dizer.

— Inacreditável!

Ficamos em silêncio, sem saber como continuar a conversa, até que Ricardo se abaixou e falou para a filha que nos encarava sem entender o que estava acontecendo:

— Filha, sabe a fada madrinha que sempre te manda presentes nos aniversários e datas importantes? — A menina balançou a cabeça em afirmativo e com um sorriso no rosto. — Sua fada madrinha é a sua nova professora.

Vi seus olhinhos brilharem e ela os arregalou, parecendo feliz com a informação.

— Minha professora é a minha fada madrinha? — Ricardo assentiu. — Que legal!

Sorri para ela e me sentia estranha com aquele reencontro, tinha se passado cinco anos em que eu só os tinha visto por foto.

Ricardo ficou de pé novamente e eu o encarei.

— Como você está?

— Bem e você?

— Bem também. — Sorri e passado o contato inicial, começamos a ficar sem jeito um com o outro. — Tenho que entrar para dar aula... é... depois conversamos mais? — Ele assentiu me olhando de modo que eu não sabia decifrar. — Vamos entrar, Talia?

A menina assentiu e já não se sentia tão deslocada como no começo, talvez por me ver como alguém conhecida.

— Você que vem buscá-la? — perguntei, pois não sabia muito sobre ele e nem sabia como tinha ido parar ali na mesma escola que eu, em outro estado e em uma cidade tão grande e distante da nossa antiga.

— Sim, somos apenas eu e ela — respondeu, me olhando nos olhos, como se já me alertasse que ainda não tinha ninguém.

— Então... Até mais tarde.

— Até! Dá tchau para o papai, Talia. — A menina acenou, sorrindo feliz e eu o lancei um sorriso sem graça.

Entrei para começar a aula, mas naquele dia meu coração e minha cabeça vagavam revivendo muitos momentos do passado.

O reencontro fez sentimentos que eu tranquei há tempos começarem a ressurgir e a borbulhar dentro de mim, que até me faziam perder o ar.

Tentei esquecer... tentei, porque me sentia avoada e despreparada para voltar a enfrentar de novo as noites em claro em que eu me dividia entre o que eu queria e o que eu não deveria sentir.


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