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Rejeitada


Lívia

O filme acabou e me desgrudei do Gu institivamente, ele me olhou como se estivesse com medo de dizer qualquer coisa e quebrar qualquer barreira que tivesse sido imposta entre nós. Despedi-me dele e fui rápido para o meu quarto. Ele me chamou para comer alguma coisa, mas eu disse não, já fiquei muito tempo perto dele e horas antes enquanto tomava banho, jurei para mim mesma entre todas as lágrimas que caiam pelo meu rosto após o beijo, que colocaria distância entre nós e não permitiria que nunca mais nada como aquele beijo acontecesse novamente. Aquele beijo maravilhosamente maravilhoso e que fez meu corpo estremecer. Eiii o que eu estou pensando? Para já com isso subconsciente! Até porque ele deixou claro que estava atuando e tudo que eu senti ele não sentiu nada. Era tudo parte do plano inicial e doeu pensar nisso, doeu de verdade. Eu sou uma idiota!

Deitei na minha cama e fiquei pensando na loucura que era isso tudo, e como minha vida pode dar essa reviravolta. Vivi tanto tempo em Cananéia entre namoricos e términos e nunca senti tanto conflito de sentimentos como estou vivendo agora. Isso é errado, mas acho que estou sentindo alguma coisa pelo meu primo. Admitir isso acaba comigo porque sei que é loucura, para não dizer imoral. E nunca daria certo, nossos pais não aprovariam e ficaram chocados. Pensar nisso me envergonha, mas o beijo foi o estopim para desencadear um turbilhão de pensamentos e sentimentos que confesso que eu não queria pensar, muito menos sentir.

*

Adormeci e acordei instantes depois, com o coração a mil e ouvindo mentalmente o Freddy me dizendo "um, dois, Freddy vai te pegar, três, quatro feche a porta do quarto..." Tinha sonhado com o filme. Droga! Detesto filme de terror, se soubesse que pedir um filme de sangue a ele resultaria em ter que assistir Freddy Krueger, eu teria pedido uma comédia. Olhei em volta do quarto, e ele parecia grande demais, assustador demais, e escuro demais. Sei que isso parece coisa de criança, mas é mais forte que eu, sou uma medrosa assumida. Olhei para o filtro dos sonhos que ganhei do Gu e pensei: Que filtro dos sonhos de araque! E de repente a poltrona do quarto do Gu parecia o lugar mais confortável do mundo para dormir, pelo menos lá eu não estaria sozinha.

Segui para o quarto do Gu e bati devagar na porta esperando que ele estivesse acordado, eu mal eu tinha batido, ele já abriu a porta como se estivesse esperando.

— Te acordei? — Perguntei meio sem jeito

— Não, estava acordado. Estava indo beber água. — Percebi que ele só estava usando uma cueca boxer preta e o "V" perfeito que formava na sua barriga me deu cede. Tirei os olhos de lá e voltei a olhar para todos os lugares exceto pra ele.

— E você? Está tudo bem? — Sacudi a cabeça me batendo mentalmente e demorei alguns segundos para digerir a pergunta dele e por fim responder.

E ele riu claro, o filho da mãe sabe perfeitamente o efeito que causa sobre as mulheres. Fiquei vermelha.

— Humm... É que sabe... Não consigo dormir e o filtro dos sonhos que você me deu deve estar quebrado, porque o Freddy não sai dos meus sonhos. — Ele riu e me puxou para dentro do quarto.

— Fique a vontade. Você é a mesma hem Lívia, ainda tem pesadelos e vai para cama dos outros.

Eu sorri para ele sem graça e entrei no quarto, enquanto ele ia até a cozinha beber água. Quando ele voltou eu já estava confortavelmente acomodada na poltrona.

— O que você está fazendo aí?

— Vou dormir aqui. Está ótimo pra mim.

— De jeito nenhum. Se dormir aí amanhã você vai acordar moída. Vamos para cama, minha cama é enorme e cabemos nós dois.

Olhei para cama e essa cama deve ter algum imã para mulheres porque é a segunda vez que ela me chama. Não resisti e fui deitar sem me fazer de difícil. Gu deitou-se de costas ao meu lado, apoiou a cabeça no braço e ficou olhando para o teto. Manteve uma distância de mim que achei segura, considerando o quão gostoso ele estava com essa cueca boxer e eu poderia simplesmente não me controlar e ataca-lo. Achei melhor me virar de costas pra ele para evitar o máximo possível olha aquele corpo tão chamativo.

— Boa noite Gu. — Falei baixinho.

— Boa noite Lili. — Percebi que ele continuou na mesma posição. E de repente dormir perto dele pode não ter sido uma boa ideia, concluo quando o típico arrepio que ele me causa passa pelo meu corpo. E a distância que eu jurei que colocaria entre nós cai por terra.

— Lívia — Gu me tira dos meus pensamentos.

— Oi

— O que está acontecendo entre a gente?

Suspiro e fecho os olhos, não quero falar sobre isso.

— Nada. Não está acontecendo nada. — Respondo.

— Está sim e você sabe disso, não podemos continuar fingindo que esta tudo normal. Você sabe que nós dois, não somos os mesmos de antes dessa proximidade toda não é?

Virei-me de frente para ele e encarei aqueles lindos olhos azuis.

— Sei. E com toda certeza eu preferiria a estranheza do primeiro dia a esse aperto que estou sentindo no meu peito. O beijo não foi boa ideia, só fez piorar.

Eu olhei para os lábios dele, que agora estava de frente para mim também.

— Não, não foi — Ele engoliu em seco. — Apesar de ter sido... O melhor de todos.

Ele disse isso e olhou para meus lábios, imediatamente não me contive e fiz a pior burrada da minha vida. O puxei pelo pescoço joguei meu corpo sobre o dele e o beijei em busca do calor e da sensação que eu senti no beijo que ele me deu na Angels. Ele retribuiu fervorosamente passando as mãos pelo meu corpo e me girando para que eu ficasse por baixo do seu corpo. Se acomodou entre as minhas pernas colocando a mão na minha coxa. Minhas mãos também estavam por todos os lugares de seu corpo e nossa respiração estava ofegante, ele me beijava como se eu fosse o que ele mais queria na vida. Então agora acho que não existe atuação, nem mentiras isso é verdadeiramente o que sentimos, não posso ter certeza, mas ele faz parecer que me quer tanto quanto eu o quero. Meu corpo traidor estava todo aceso e definitivamente nunca provei nada parecido à sensação que estou sentindo agora A mão dele está na minha cintura e esta subindo pela minha costela até que a ponta do polegar encosta na base do meio seio eu arfo contra a boca dele, reprimindo um gemido, que escapa quando ele sobe a outra mão me segurando firmemente pelas costelas. Mas a constatação da minha burrice vem em seguida, quando ele pega impulso e sai de cima de mim, passa as mãos no rosto e se vira para a janela de costas para mim.

Apoiei-me nos cotovelos e fiquei olhando para ele sem entender, afinal ele estava parecendo gostar tanto quanto eu, mas ele falou e por fim entendi.

— Lívia, eu... Olha... Não posso fazer isso... Desculpa.

Pronto, banho de água fria era fichinha... Isso era todo o gelo das calotas polares sendo jogado em cima de mim. E sim! Era atuação, ele só estava seguindo o que eu comecei, foi educado demais para me afastar assim que comecei a beija-lo feito uma louca descontrolada, minha afobação há minutos atrás era tanta que não percebi que na verdade era só eu que queria.

Levantei sem dizer nada e parecia que meu corpo estava pesando uma tonelada. Juntei minha manta em um montinho e meus olhos agora já estavam me traindo e se enchendo de lágrimas que eu não queria que o Gustavo visse, mas desviei os olhos tarde de mais, quando ele se virou da janela e olhou para mim, arrependimento passou por seu olhar e desviei meus olhos dos dele institivamente, evitei olha-lo, minha vergonha não permitiria que eu fizesse isso. Ele passou as mãos nos cabelos e veio andando, pisando firme em minha direção. Seu olhar era de arrependimento e se eu não o tivesse parado tive a impressão de que iria me beijar de novo. Mais atuação? Não preciso disso. Ergui as mãos espalmadas em direção a ele. Que parou abruptamente respirando forte.

— Tudo bem, já entendi, me desculpa eu não devia ter começado isso. Fazer o que eu fiz é errado. Juro que isso não vai acontecer novamente.

— Lívia, por favor...

— Tudo bem Gu, eu não devia ter feito, nem começado nada disso, você foi educado demais para me parar no inicio, já posso reconhecer suas atuações a culpada fui eu, não deveria ter começado isso.

— Não é nada disso, você está pensando tudo errado, eu parei porque...

— Não tem problema Gu seguimos daqui... Primos. Somente isso e vamos apagar tudo vivemos como se nada tivesse acontecido. — O interrompi, virei–me e fui para o meu quarto, meio andando meio correndo. O deixando para trás com um rosto culpado, ouvi ele me chamar, mas só parei de andar quando atravessei a porta do meu quarto e tranquei a com raiva.

Meu resto de noite, na verdade meu começo de manhã, foi de muito choro e raiva de mim mesma, não acredito que me deixei tomar pelo desejo e o beijei. Não acredito, sou tão burra! Maldita hora que vim morar com ele. Ah se eu soubesse da confusão que ia me meter nunca teria ficado tão próxima. Não quero admitir, mas é mais forte que eu, nunca senti esse aperto no coração que estou sentindo, nunca senti os arrepios que sinto quando estou perto dele, nenhum toque fez comigo o que o dele faz, sinto ciúmes de pensar nele com outra mulher e por mais que me dói assumir, preciso assumir pra mim mesma para que o próximo passo seja me curar e me livrar desse sentimento que não vai me fazer bem e só vai me causar dor. Então admito. Sim, eu estou apaixonada pelo meu primo. Meu primo. E como se assumir fosse uma espada que entra e me rasga eu começo a chorar e pedir em oração para Deus tirar de mim essa dor e esse sentimento impossível. Não quero que meus pais, nem minha família saibam, não quero que meus amigos saibam e não quero que ele saiba.

Isso é vergonhoso e imoral sei que na minha família não tem nenhuma relação entre primos. E tenho certeza que mesmo que ele quisesse algum relacionamento comigo, (o que não é o caso) meus pais não iriam aceitar muito bem essa relação e isso me dói só de pensar. Choro tanto por estar vivendo essa situação que caio no sono de exaustão. Acordo algumas horas depois, o sol entra forte pela janela e escuto leves batidas na porta do meu quarto.

— Lívia... Fala comigo. — É ele.

Meu coração acelera, levanto, me encosto à porta do quarto e mesmo que a porta nos separe, sinto-o do outro lado.

— Lívia, por favor, sei que está acordada, fala comigo.

O escuto suspirar e o sinto como se estivesse ao meu lado.

— Por favor... Tenho que sair. Fala comigo, não podemos ficar assim, preciso conversar com você Lili.

Não o respondo e meus olhos se enchem de lágrimas novamente, penso que preciso mesmo me afastar dele enquanto posso. Na verdade não posso, ficar perto dele é o que mais quero, mas sei que ele não quer e também não podemos. Fiquei alguns minutos escutando os movimentos dele pela porta e o ouvi se afastar. Vi que o silêncio tomou conta do ambiente e resolvi sair. Fui até o banheiro, escovei os dentes, tomei um banho e sai ainda sem ouvir nem um barulho. Ele deve ter saído ou deve estar dormindo, não posso ficar aqui.

Arrumei uma mochila e decidi que iria passar o resto do sábado e o domingo em Cananéia, chamei Samira para ir comigo no interesse de arrumar uma carona e ela topou de imediato. Levei meu material da Faculdade e falei para ela fazer o mesmo já que tínhamos algumas matérias para estudar. Deixei um bilhete para o Gu, dizendo apenas que estava indo para Cananéia. Desci para a portaria para esperar a Samira, não esperei muito e ela chegou. Assim que entrei no carro liguei para o Igor para perguntar se ele também queria ir, infelizmente ele já tinha compromisso para o fim de semana. Seguimos e fui em silêncio quase o caminho todo, mas Samira percebeu que eu não estava bem.

— O que aconteceu com você fofa? — Ela me chamava de fofa desde que nos conhecemos, de inicio não gostei muito, já que fofa me lembra gorda, mas quando eu disse isso a ela, ela riu e me disse que então eu seria gorda, porque para ela fofa combinava perfeitamente comigo que era uma fofura de pessoa. Depois da explicação eu curti um pouco. Mas de vez em quando ainda acho que o apelido é porque sou gorda.

— Aconteceu... Nada, não aconteceu nada não amiga. — Pensei em falar, mas fiquei com vergonha de assumir tudo em voz alta.

— Hum sei... E esse silêncio todo é só por que o gato comeu sua língua? — Pensei também em dizer que na verdade foi eu que quase comi a língua do gato de madrugada, mas me contive mais uma vez.

— Tipo isso, mas e você se deu bem ontem com o Rodrigo? — Mudei de assunto.

— Se eu me dei bem? Meu Deus amiga, eu me dei ótima! Ele é o mestre supremo do sexo, você precisa provar. — Dei uma gargalhada e pensei que com certeza ter convidado ela pra ir comigo a Cananéia foi uma ótima ideia.

— Ta doida Sá. — Falei ainda rindo

— Serio! Ele tipo manja muito dos paranauê. Sei lá, mas, para falar a verdade aqueles quatro devem ser realmente os anjos do sexo, porque aquele quarteto exala testosterona como disse o Igor.

— Verdade, Gu, Rodrigo, Fernando e João são lindos.

— E o João hem, está de quatro por você, percebi o desconforto dele em ver você e o Gu ontem.

— Ta nada, ele brinca, mas me quer só como amiga.

— Ha, há ,há duvido!

Começou a tocar uma das musicas preferidas da Samira, ela aumentou o volume do radio e Celine Dion entrou com o hit I love You. Todas as vezes que eu andava com ela estava tocando Divas no carro, até já tinha aprendido cantar algumas musicas e essa era uma delas. E com o volume a toda altura cantamos refrão alto e sorrindo.

... I love you, please say

You love me too, these three words

They could change our lives forever...

Essa musica é linda e cantando e olhando janela a fora comecei a pensar no refrão que dizia

"...Eu te amo, por favor diga que você me ama também, estas três palavras

Poderiam mudar nossas vidas pra sempre..."

E pensei... E se o Gu compartilhasse do mesmo sentimento que eu como seria? Como faríamos isso funcionar? E nossa família? Tudo tem que ser tão difícil? Em uma cidade tão grande com tantas opções, e eu fui me apaixonar justo pelo meu primo! Também como não se apaixonar por alguém que é um anjo em sua vida, que cuida de você, te mima, te trata com carinho e tem um beijo capaz de ligar todos os botões do seu corpo. Arghhh... Isso vai ser cada vez mais difícil... Mas por uma distância necessária entre nós vai fazer com que esse sentimento diminua e por fim acabe.

— Eita que vou tirar a música se ela vai te fazer ficar triste assim. — Samira interrompeu os meus pensamentos.

— Não é tristeza é que a música é muito bonita.

— Sei... Na verdade as divas regem minha vida, você devia ouvir mais, e devia também me ver fazendo os falsetes iguais a elas.

— Dispenso. — Rimos alto.

— A amiga é cada livramento que Deus me dá enquanto dirijo ouvindo as Divas. Faço a diva do volante e fecho os olhos para atingir as notas mais agudas. — Ela ri.

— Samira então pelo amor de Deus esqueça as divas por hora, até chegarmos a Cananéia, sãs e salvas.

Ela riu e continuou cantando achando que era a própria reencarnação da Whitney Houston. Ri da minha amiga doida e pensei que se eu começasse a gostar de divas eu ficaria igual ela. Melhor não.

Chegamos em casa e assim que desci do carro, meu pai veio ao nosso encontro.

— Olá princesa, aconteceu alguma coisa? Você disse que não vinha esse final de semana.

— Pois é pai, mas me bateu uma saudade e resolvi vim ficar pertinho de vocês um pouco. Bom, essa é minha amiga Samira.

— Como vai? — Meu pai a cumprimentou com um beijo no rosto e ela estava meio de boca aberta olhando para ele.

Ela respondeu ainda boquiaberta e a sua atenção foi tirada pela minha mãe que estava vindo abraçada com o Pepê.

— Olá meninas, venham vamos entrar, preparei um café da tarde para nós. — Entramos em casa, apresentei minha amiga a minha mãe e meu pai se despediu de nós dizendo que tinha plantão hoje no hospital. Quando minha mãe foi leva-lo até a porta Samira sussurrou para mim:

— Miga sua louca, por que você não avisou que seu pai era esse deus grego? Olha se não fosse pela sua mãe eu investia nesse coroa. Aliás, sua mãe também é muito gata.

— Para com isso Sá.

— Agora sei de onde saiu sua beleza. — Empurrei-a rindo para que ela ficasse quieta.

Após o café da tarde delicioso que minha mãe preparou, e depois de brincar com o Pepê e ouvir as mil e uma novidades que ele tinha para me contar, liguei pra Vivian avisando que estava na cidade e que a noite iriamos sair. Ela ficou eufórica e confirmou que iria e que estava com saudade. Não contei que a Samira veio também prefiro que elas se conheçam sem aviso prévio, conhecendo minha amiga ciumenta como conheço, ela nem iria se soubesse que a Sá também vai.

A noite caiu e quando estávamos nos preparando para sair, recebi uma mensagem do Gu.

Lili quando voltar se eu não estiver em casa me liga. Precisamos conversar!

A mensagem dele fez um turbilhão de emoções atravessarem o meu corpo, mas não vou responder, pelo menos não agora. Terminamos de nos arrumar e eu e Samira seguimos para o bar dos pescadores. Esse bar é um bar bem tradicional e antigo da cidade, mas ainda bem frequentado pelos jovens da região. Quando entramos no bar, logo avistei minha amiga sentada próxima à janela, ela sorriu e me acenou, fomos até lá e ela logo notou a Samira. Cumprimentamo-nos e apresentei a Samira a Vivian que por incrível que pareça abriu um sorriso e eu respirei.

— Só vou deixar uma coisa clara aqui — Vivian disse enquanto nos sentávamos. — Eu sou a melhor amiga de infância ta?

— Ok, combinado, e eu sou a da faculdade. Você não pode me tirar isso.

— Tudo bem, combinado. Gostei de você! — Concluiu a Vivi

— E eu de você, adoro gente sincera. — Vivi sorriu para a Sá e as duas me olharam enquanto eu estava quieta até então.

— Já acabaram comadres?

— Já — As duas responderam juntas

— Só estávamos deixando claro alguns pontos aqui. — Vivi falou jogando o cabelo preto e pesado típico de orientais. Vivi era filha de japonês com mineira e era uma linda mestiça. — Agora que já resolvemos me diga o que veio fazer em Cananéia sem avisar? Esta fugindo do que?

— Vivi, estou tentando tirar dela a viagem inteira. Posso te chamar de Vivi né?

— Claro Sá. Somos amigas agora.

— Eiii... Podem parar com essa intimidade toda, na verdade vocês podem até se amar desde que me amem mais.

— Ok, mais um ponto resolvido aqui. — Falou a Vivi apontando o indicador para mim.

— Meninas, vamos beber alguma coisa? Depois eu conto toda a novela.

— Ebaaaa... Garçom desse a manguaça e põe o modão pra tocar, que hoje tem choradeira de amor da minha amiga aqui.

— Ah eu mereço... Na verdade eu mereço sim, olhem como somos ecléticas, uma mestiça que curti sertanejo, uma morena que curti divas e eu que curto de tudo. Podemos ir a Angels qualquer dia que vai dar bom. — Falei e as duas riram junto comigo.

— Falando em Angels, quando você vai me levar para passar uns dias lá na cidade grande e me apresentar para o capitão? — Tinha esquecido essa queda que minha amiga tinha pelo meu primo e isso me deixou com as bochechas vermelhas de raiva.

— Capitão? — Perguntou a Samira

— Não reparou como ele se parece com o Chris Evans o Capitão América, aquele tesão? — Vivian disse sorrindo.

— A Vivi o chama assim desde a vez que o viu, mas eles nunca trocaram nem duas palavras e ela sempre cobra, para que eu a apresente a ele. — Revirei os olhos e tentei esconder o ciúme.

— Não é que parece mesmo. — Samira concordou.

Vivi assentiu e Samira riu.

— Mas e aí nos conte a novela — Vivi me disse assim que as bebidas chegaram.

— Primeiro um brinde. Um brinde por essa noite agradável em que uni minhas duas melhores amigas e que agora são melhores amigas também.

— Um brinde! — Elas disseram juntas, rimos e viramos o vinho.

— Bom meninas, na verdade não tem novela nenhuma acontecendo, o que acontece que estou assim jururu, porque preciso de um amor, um amor de verdade sabe. Daqueles arrebatadores.

— Sei como é, somos duas. Também ando precisando. — Disse Vivi

— E já somos três. — Completou Samira.

— Terminei ontem a mentira com o Gu, não dava mais para sustentar. O beijo de ontem já provou para todos o que ele queria e ta tudo certo.

— Ei péra aí, beijo? Que beijo cara pálida? Ah que estou me sentindo traída. — Vivi cruzou os braços teatralmente.

— Calma nega, é que ontem o Gu me beijou para provar para a ex dele, aquela lá que eu já tinha te contado, que éramos mesmo namorados. Mas foi bom, pelo menos agora acabou. Já provou a ela e enfim a mentira acabou. — Dei de ombros.

Samira não deixou escapar o modo como eu disse e me fitou tentando ler no meu rosto o que estava acontecendo, mas me segurei firme para não deixar transparecer nada. Eu iria mesmo me abrir e contar tudo que estou sentindo para as duas, mas lembrar da quedinha que minha amiga tinha pelo meu primo fez com que eu me freasse e decidi que guardaria só para mim os meus sentimentos, já que nunca iria acontecer nada mesmo. E daqui a algum tempo vou rir de tudo isso quando parar de doer.

— E desce mais uma e vamos beber. — Gritei, rimos e curtimos a noite. Foi uma noite muito agradável, que virou madrugada, e depois amanheceu. Tomamos banho de mar na madrugada gelada de maio e nós ainda estávamos rindo, deve ser efeito do vinho. Amigas e risada é o melhor remédio para curar qualquer dor. Samira e eu chegamos à casa dos meus pais já passava das sete da manhã. Minha mãe quase me matou quando viu que estávamos molhadas. Tomamos banho quente e dormimos até a hora do almoço, o que foi relaxante.

Minha tia Sarah veio almoçar na casa dos meus pais, ela sempre vinha quando eu estava. E preciso declarar que eu era apaixonada pela minha tia porralouca. Desde pequena ela encobria tudo de errado que eu fazia (Na verdade ela me ensinava a fazer a maioria das coisas erradas que eu fiz)

Acordei com uma baita ressaca e fui para a sala assim que eu ouvi a voz dela. E lá estava minha mãe e tia Sarah nos esperando para o almoço. Samira ainda estava se arrumando.

— Oi tia. — Dei um beijo nela e sentei em seu colo como se ainda tivesse cinco anos

— Como está minha princesa? — Ela me perguntou

— Com ressaca. — Falei fazendo cara de nojo.

— Boa garota, assim que tem ser, curta a vida. Segredo nosso, seu pai me mata se ouvir eu te dizendo isso. — Ela falou baixinho e eu ri.

— Mata mesmo tia, mas relaxa ele está dormindo. Ressaca do plantão. — Levantei-me do colo dela e sentei-me no sofá.

— Puf coitado!

— Pois é.

— Princesa, me diga por que estou vendo uma tristeza nessa sua carinha linda?

— Complicado tia, muito complicado, complicado nível hard, mas um dia eu te conto. — Ela semicerrou os olhos e ia dizer alguma coisa, mas fomos interrompidas pelo Pepê que entrou correndo e pedindo comida. Interceptei-o no caminho e abracei-o apertado e o beijei em um monte de lugares do rosto dele, minutos depois saiu limpando o rosto e brigando comigo. Ué posso sentir saudade do meu irmão?

Minha mãe nos chamou para a mesa quando a Samira se juntou a nós na sala E quando me levantei e estava indo para mesa, meu celular vibrou com mais uma mensagem do Gustavo.

Pode por favor, me responder? Estou me sentindo péssimo.

Rá ele está péssimo? Imagina eu que fui rejeitada. Vi que a tia Sarah estava ao meu lado, acho que não conseguiu ler a mensagem, mas respondi para ele rapidamente.

Conversamos depois, estou com fome e de ressaca!

Fui para a mesa onde todos já me esperavam e sentei-me ao lado da Samira. Após o almoço brinquei mais um pouco com o Pedrinho e curti mais um pouco minha casa e minha família. Já era à noitinha quando decidimos subir a serra. No meio do caminho me bateu uma tristeza e um desespero tomou conta de mim em pensar que eu teria que encontrar com o Gu de novo, ainda não estou preparada para isso, não quero vê-lo. E pensar que amanhã era a folga dele e ele ficaria em casa, me deu um frio na barriga e sei que seria inevitável o reencontro, mas enquanto eu puder prolongar olhar para ele eu farei.

— Sá, será que posso dormir na sua casa hoje e amanhã?

— Claro amiga, me sinto sozinha mesmo e adoro companhia, pode ficar o tempo que quiser.

Assenti e voltei a olhar para fora do carro.

— Lívia, me conta o que está acontecendo amiga, sei que tem alguma coisa errada.

— Ah Sá, eu ia contar para vocês, mas sei que a Vivi tem uma quedinha pelo Gu e achei melhor não contar e deixa-la desanimada por algo que nunca vai acontecer, mas Sá, eu estou apaixonada pelo meu primo e não sei o que fazer quanto a isso.

— Ah Sabia! — Ela gritou e deu um tapa no volante — Vi no seu rosto todos esses dias, sei disso desde quando vi você olhar para ele na sexta. — Ela sorria.

— Por que você está sorrindo? Isso é trágico Samira!

— Trágico por que? E daí que vocês são primos? Tem uma vizinha da minha mãe que é casada com primo há anos tem filhos e é muito feliz. Lívia é você quem tem que decidir a sua vida, você que tem que saber o que te faz feliz e não permita que convenções e opiniões da sociedade sejam responsáveis por definir seu destino ou por o que você decidir para sua vida.

— Mas é tão difícil, tão complicado.

— Talvez pela sua família sim, mas nada que com o tempo eles não se acostumem. E quanto a Vivi, acho que você está entendo errado, ela brinca quando fala do Gu, não é nada sério, nem amor desenfreado. Se permita viver isso Lili.

— Mesmo que eu me permitisse, não posso fazer nada sozinha, ele não me quer –— Enxuguei uma lágrima.

— Ahhh você que pensa, pude ver pelo beijo, pelos olhares que ele te lança e o jeito que ele é todo cheio de ciúmes de você. Ele te quer muito, fofa.

— Tenho certeza que não, mas vamos mudar de assunto. Já decidi que vou esquecer isso, esquecer ele e seguir em frente.

No mesmo instante chega uma nova mensagem dele.

Já acabou com a fome e a ressaca? Estou te esperando para conversar. Ás 11h saio para a Angels, não demora, por favor!

Vai ficar esperando, não vou voltar hoje e sinceramente o quanto eu puder evita-lo eu evitarei. Quem sabe quanto mais eu me manter longe, mais fácil fica pra mim quando eu vê-lo. Quem sabe não sobre mais resquícios desse sentimento. Estou confiante que a distância será capaz de esfriar meu corpo e meu coração na presença dele. Sei que vai.

Penso no que minha amiga disse. Será mesmo que estou me privando de viver por convenções? Sim, estou. Mas por convenções importantes. Na verdade estou relutante por pensar na minha família. E reluto também porque na verdade ele não me quer, porque se ele me quisesse... Acho que não haveria barreira que me impedisse de agarra-lo.

Samira falou sobre destino e lembro que sempre ouvi meus pais falarem em destino, que o deles era mesmo destino e ficarem juntos para sempre era o que foi destinado a eles.

Qual será o meudestino? O que ele reserva pra mim? Não seria o Gu, por que seria muitapalhaçada do destino fazer com que meu primo seja meu príncipe encantado.�,ec�#lRwd� 

https://youtu.be/CHEZn43-uXs

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