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Ressaca


Capítulo cinco

Acordei no dia seguinte, com a minha cabeça pulsando como se meu cérebro tentasse sair de dentro do meu crânio. Desliguei o alarme do celular que não parava de berrar e fiquei de olhos fechados tentando me lembrar da noite anterior e por mais incrível que pudesse parecer eu me lembrava de cada detalhe, de cada piada idiota, de cada shot de tequila que fez meu estômago embrulhar e do beijo que dei no Vinicius.

— Ah, não! — Coloquei o travesseiro na cabeça e dei um grito abafado.

Quando tirei o travesseiro do rosto, vi Panfleto sentado de frente para mim ao lado da cama e me olhando como se perguntasse o que eu estava fazendo.

— O que foi? Você nunca se arrependeu de algo muito idiota que fez?

Ele inclinou a cabeça ainda me olhando e soltou um grunhido. Dei dois tapinhas na cama e ele subiu ao meu lado.

— Sério, amigo, eu sou uma anta. E agora com que cara vou chegar na agência? — Ele apoiou a cabeça nas patinhas que estavam pousadas juntas e parecia pensar no meu problema junto comigo. — Pra que eu fui beber? Vinho já me deixa louca, tequila então... Me deixou piradona. — Ele levantou a cabeças das patinhas e me encarou como se concordasse comigo e me repreendesse, mas levantou da cama em um impulso animado e ficou de pé ao lado da cama abanando o rabo.

— Você tem razão. Tenho que enfrentar os problemas de frente. — Levantei da cama para tomar banho antes do trabalho, mas antes de ir para o banheiro me abaixei e comecei a falar com voz de retardada com meu cachorro, enquanto segurava sua cabeça entre as mãos.

Cosinhamalindademãe... é sim, é sim. Cadê o Panfletinho? Cadê? — eu falava com ele e Panfleto abanava o rabo feliz. Meu cachorro era o melhor conselheiro que eu podia ter.

Era oito e meia e eu estava entrando no prédio da agência, cumprimentei com calma as meninas da recepção e deixei um bombom para cada uma. Vez ou outra eu fazia esse agradinho para me desculpar pela falta de educação que às vezes eu as tratava quando passava correndo e atrasada.

A ressaca ainda martelava a minha cabeça sem dó, na verdade estava um pouco menos agressiva, mas meu estômago ainda revirava.

Segui para o elevador, mas antes de entrar me lembrei de outro pedido de desculpa que eu devia, e devia dois para a mesma pessoa. Vinícius tinha que me desculpar principalmente por tê-lo comparado com o pai e o diminuindo e agora também me desculpar por ter sido tão inconveniente na noite anterior.

Tive uma ideia, saí novamente do prédio e fui até a cafeteria que ficava em frente. Comprei um cappuccino, um chocolate, um café expresso e um chá, não sabia do que ele gostava, então peguei as quatro opções.

No caminho para o andar em que ficava a agência, fui pensando que sempre me disseram que tequila ajudava a ter amnésia, mas eu estava decepcionada que isso não tivesse acontecido comigo, pois eu não queria me lembrar do meu vexame, não queria pensar em todas as insinuações que fiz ao meu chefe e quão pervertida ele devia estar achando que eu era, se bem que se ele estivesse me achando pervertida ainda estava bom, o pior era que talvez ele estivesse me achando uma solteirona na seca e doida pra dar.

As portas do elevador se abriram e alguns poucos colegas já haviam chegado para trabalhar, os cumprimentei normalmente como se nada tivesse acontecido e eles fizeram o mesmo, apesar de eu ter percebido o bom dia do Luiz com um risinho bobo. Se bem, que apenas o risinho bobo até que era bom, achei que fosse chegar e várias pessoas estariam me apontando o dedo e rindo, mas ninguém segurava uma placa dizendo: Celina deu vexame ontem.

É isso! E se eu fingir que nada aconteceu com o Vinícius?

Tive uma ideia covarde, mas era o que eu iria fazer! Porque se meus colegas estão assim normais, talvez ele também esteja. Mas se bem, que eles estão normais por que eu não fiquei falando para ninguém, além do Vinícius, que eu queria que eles me levassem para cama.

Ai, meu Deus!

Bom, mas fingir demência ia ter que adiantar, porque era o que eu tinha decidido fazer.

Segui para a minha sala e se Vinícius cumprisse a rotina dos outros dias, esse horário ele já estaria em sua sala também. Deixei minhas coisas na minha mesa e levei a caixa que portavam os quatro copos até a porta que ficava em frente a minha. Respirei fundo antes de começar o meu teatro e dei início ao primeiro ato.

Com três batidinhas na porta, coloquei a cabeça para dentro da sala e falei:

— Bom dia! Posso entrar?

Vinícius tirou o olhar da tela do computador, me olhou e disse:

— Bom dia, pode. — E voltou a olhar para o computador.

Entrei e notei que ele estava normal, nada diferente dos outros dias em que interagimos para discutimos as campanhas.

— Cappuccino, café expresso, chocolate ou chá? — falei rodando a caixa e olhando para ela.

Ele tirou o olhar da tela do computador e me olhou sem entender. Eu levantei a caixa com os quatro copos para ele.

— Trouxe para você como pedido de desculpas — falei sem jeito.

— Pedido de desculpas?

— Sim, primeiro por aquele dia no parque eu ter sido uma besta, porque como funcionária eu não devia ter me intrometido nas decisões do chefe, como colega de trabalho eu devia ter oferecido meu apoio e como amiga eu não devia fazer comparações imbecis.

Vi que ele sorriu.

— Nossa, tudo isso? — perguntou parecendo se divertir.

— E tem mais, peço desculpa também por ter exagerado um pouco na tequila ontem. — Fechei os olhos e suspirei envergonhada. — E ter feito você sair do seu caminho para me levar em casa.

— Um pouco? — Ele cruzou os braços na frente do peito, se virou na cadeira com o corpo todo voltado para mim e sorriu parecendo se divertir com o meu desconforto.

— Tudo bem, por ter exagerado muito e por agora entender que realmente a tequila realmente causa amnésia.

— Amnésia? — perguntou, parecendo confuso.

— Sim, me lembro vagamente de ontem e a última coisa que me lembro é de ter te explicado onde eu morava — menti descaradamente.

Hummm... — Vinícius pareceu decepcionado.

— Espero não ter te dado muito trabalho.

Ele balançou a cabeça em negativo e eu dei de ombros sem saber mais o que dizer para completar a minha mentira. Me perdi um tempo admirando o Vini e pensei que várias mulheres também se perderiam facilmente e se confundiriam na presença dele. Tão lindo que eu até me arrependi de não ter tirado uma casquinha maior e jogado a culpa toda na tequila, exatamente como eu estava fazendo naquele momento.

— Mas você me surpreendeu — ele disse após um tempo de silêncio e aí eu gelei. Pensei que ele iria falar do beijo, de todas as minhas investidas e jogar a minha vergonha na minha cara.

Engoli em seco e com medo, perguntei:

— Surpreendi?

— Sim, achei que você estaria com uma cara pior, pela ressaca, mas você continua bonita.

Respirei aliviada por ele estar falando apenas da ressaca, mas após a sensação de alívio passar, fiquei pensando: ele me achava... bonita?

— Ah, não, estou bem, só a minha cabeça que está explodindo e meu estômago embrulhando, mas de resto, tô ótima.

Ele riu.

— Tequila causa essa sensação maravilhosa.

Fiz uma careta.

— Mas e aí, aceita meus pedidos de desculpas e os cafés que eu trouxe sem nenhuma segunda intenção?

— Tá, nesse caso, eu fico com tudo, para validar todos os pedidos de desculpa.

— Ótimo. Então assunto encerrado?

— Sim.

— Que bom! Porque eu já estava com medo de perder o meu emprego.

Ele riu.

— Fica tranquila, esse risco você não corre. Pelo pouco que vi, essa agência não anda sem você.

Balancei a cabeça em negativo.

— Acho que não é bem assim.

— É exatamente assim, meu pai sempre dizia isso e esses dias que estou aqui pude confirmar.

Fiquei sem graça e mudei de assunto falando sobre a campanha:

— Já está confirmado o final de semana para apresentar a campanha da marca de sapatos?

Ele virou-se novamente para o computador, assumindo a postura profissional.

— Quase, só estou esperando uma confirmação.

— Tudo bem, me avisa para que eu possa pedir para alguém cuidar do Panfleto.

Me olhou por um tempo e sorrindo ele falou:

— Panfleto é um grande cachorro. Só mora vocês dois?

— Sim.

— Você não tem namorado, noivo, marido?

— Não. Fui casada por um tempo, mas não deu certo, eu não fui boa o suficiente para ele.

Ele riu e balançou a cabeça em negativa para o que eu disse.

— Acho que era o contrário, né?

— Não, é exatamente isso, mas deixa pra lá.

Vinícius percebeu que eu não queria falar sobre aquilo, então se esticou na mesa, pegou na minha mão em um gesto totalmente solidário e disse:

— Tenho certeza de que não e certeza também, de que foi ele quem perdeu. — Fiquei sem graça, ele notou, soltou minha mão e mudou de assunto: — Ei, e realmente vai precisar de alguém para cuidar do seu carinha que não pode ficar sozinho, né?

— Sim, mas eu darei um jeito.

— Sinto muito, ter que pedir isso pra você.

— Está tudo bem! Me devolve o chocolate, que estamos kits.

Ele riu e me entregou o copo.

— Feito.

A seguir focamos nos assuntos de trabalho que durou um longo tempo e quando acabamos eu me levantei para ir para a minha sala, porém quando eu estava saindo, Vinícius me chamou e perguntou:

— Celina, você parece que gosta de ler, né?

Não entendi a pergunta, mas respondi:

— Sim, adoro.

— Tenho um livro para te indicar.

— Ah, é? — perguntei entusiasmada.

— Sim, já leu Cinquenta tons de cinza? — Ele estava sorrindo sedutoramente, enquanto com a sua pergunta me fazia perder a fala.

— Não, mas já vou anotar a dica. — Sorri e saí da sala o deixando com um largo sorriso divertido em seu rosto.

Ai, meu Deus! Vinícius entendeu o "foda-se a papelada" que falei no elevador.

E minha vergonha só piorava cada vez mais.

Voltei para a minha sala e tentei trabalhar sem pensar na minha vergonha. Foquei em uma pesquisa que eu tinha que fazer para um produto e estava adiando há um tempo. Não demorou muito, vi que Vinícius saiu da sua sala levando suas coisas e com jeito de que não voltaria mais. Continuei trabalhando e por volta de meia hora depois que ele saiu, um entregador do delivery ali de perto apareceu na porta da minha sala, levado até lá pelo Luiz. Assim que o vi fiquei sem entender, porque eu não tinha pedido nada e ainda era cedo.

— Bom dia, você é Celina, né? — Assenti. — Pra você. — Ele estendeu o saco que segurava, em minha direção.

— Mas eu não pedi nada.

— Não, mandaram te entregar.

— Ah! Obrigada. — Tenho certeza que eu estava com uma cara de surpresa.

O entregador saiu da minha sala e eu fiquei olhando aquele saco e pensando se eu deveria abrir, vai que era uma bomba ou comida envenenada enviada por um inimigo. Eu não tinha inimigos.

Vou abrir!

Abri o saco de papel e dentro dele tinha um saquinho cheio de chocolates, analgésicos e uma Coca muito gelada estava em um saquinho à parte. Tirei as coisas de dentro do saco de papel e junto com o saquinho de chocolate encontrei um bilhete que dizia:

"Aposto que você deve estar pensando: nunca mais vou beber! Mas eu acho que você deveria beber mais. Você fica muito engraçada e falante. Obrigado pela noite de ontem, me diverti muito. Espero que um pouco de glicose ajude a melhorar seu dia. Vinícius"

Ri com o recado, fiquei olhando para a letra no papel e pensando: ele é tão fofo!

Sacodi a cabeça, voltei para a pesquisa de mercado e foquei no trabalho. O dia seguiu normalmente, mas dentro de mim, nos meus pensamentos, toda a noite anterior e o beijo ainda fazia meu corpo estremecer, fiquei perdida por algum tempo em pensamentos e tentei tirar tudo que me fazia sair dos eixos. Eu não devia pensar no Vinícius como homem, ele era meu chefe e eu jurei para mim mesma e com todas as minhas forças que depois do meu ex, eu nunca mais ficaria com um chefe. Entretanto, eu jurei isso, quando o chefe era o senhor Mauro: um senhor careca, alto e rechonchudo. Não essa delícia que o Vini era.

Não.

Para, Celina!

Justamente por que ele era uma delícia. que eu não podia cair de novo naquela cilada. Ele era muito para mim e mais uma vez a mesma história ia se repetir. O melhor era eu focar no trabalho e esquecer o desejo. Eu estava indo bem sozinha e continuaria assim, porque estabilidade emocional era o melhor jeito de se sentir feliz. 

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