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Amigos

Capítulo dois

Cheguei em casa e bati a porta após passar por ela. Eu estava irritada, muito irritada! Ah, e com muita vergonha.

"Ó Deus, como permite que esta sua filha, passe tamanha vergonha?"

Duas vezes.

Com o mesmo homem.

E o pior... O homem era meu chefe.

Pensei se eu ainda tinha um emprego.

Sempre fui estabanada, mas aquele dia era o dia em que eu estava me superando. Ah! Com certeza estava. Fui em direção ao meu sofá, me joguei nele e liguei a TV. Já passava das oito da noite e eu estava um caco.

Panfleto veio correndo com uma almofada na boca, como se adivinhasse que era isso que eu queria, e depois se deitou ao meu lado. Tirei os meus sapatos, os óculos e comecei a ver um programa qualquer que estava passando. Sem que eu pudesse controlar, talvez pelo estresse e cansaço do dia, meus olhos foram fechando devagar e acabei caindo em um sono profundo.

Abri um olho, depois o outro e por fim os dois. Bocejei, me espreguicei e quando finalmente olhei em volta, percebi a claridade entrando na sala pela brecha da cortina. Fiquei um pouco perdida tentando me situar.

Onde eu estava, que horas e que dia era?

— Que dia é hoje mesmo? — perguntei para mim mesma e bocejei mais uma vez.

Aos poucos me dei conta de que o dia anterior tinha sido quarta, portanto aquele dia era uma quinta-feira e já estava claro... Em um salto corri para pegar meu celular, que estava quase sem bateria, e percebi que já eram oito e meia da manhã de uma quinta-feira.

Meu Deus! Mas eu tinha acabado de deitar ali.

Oito e meia e eu entrava ás nove no trabalho!

Parti correndo para o quarto e Panfleto me olhava ainda com olhar de sono e se espreguiçando vagarosamente. Parecia mais perdido que eu.

— Traidor! Você nem me acordou!

Meu cachorro me lançou um olhar arrependido e eu esperava que estivesse mesmo. Fui até ele e fiz um carinho rápido em sua cabeça, o que o fez abanar o rabo, satisfeito.

Corri para o banho como um jato e quando saí, me olhei no espelho enquanto escovava os dentes e aí percebi que eu estava um horror. Entrei em desespero pela bagunça que estava o meu cabelo e só pensava que quando ele secasse, meus fios ondulados e castanhos ficariam horríveis e revoltos, porém, um creme de pentear ia ter que servir. Fui correndo para o quarto, colocando uma perna na calça, enquanto uma mão já ia entrando na blusinha. Terminei de me arrumar já era nove e cinco e já tinha passado do meu horário de entrar no trabalho. Eu chegaria atrasada!

Coloquei comida e água para o Panfleto, fiz novamente um carinho rápido nele e prometi que voltaria logo, como fazia todos os dias, e ele choramingava de tristeza. Manhoso!

Saí porta afora com os sapatos nas mãos e desci as escadas os colocando. Não esperei o elevador chegar para não me atrasar ainda mais. Fui andando, quase correndo, em direção ao meu carro e saí rapidamente em direção à agência.

Coloquei o brinco na orelha enquanto estava parada no semáforo e no semáforo seguinte aproveitei para olhar meu cabelo que já secava e tomava a forma de uma juba de leão, então fiz um coque para que ele desse uma segurada na rebeldia. O trânsito não estava ajudando e já era nove e quarenta e cinco quando parei o carro, no estacionamento privado para funcionários e clientes, que ficava ao lado do prédio imponente onde eu trabalhava.

Peguei minha bolsa, fui andando apressada, passei pela recepção e mal cumprimentei as atendentes que ficavam no térreo, mas elas me conheciam e sabiam o quanto eu vivia atrapalhada, então acenaram de volta e sorrindo.

Quando cheguei a minha mesa faltava cinto minutos para as dez. Bom, pelo menos eu não tinha chegado uma hora atrasada e sim cinquenta e cinco minutos.

Ao passar da euforia, percebi que estava tudo quieto de mais e me perguntei: onde está todo mundo?

Olhei para o monitor do computador na minha mesa e lá tinha um bilhete da Fernanda que dizia:

"Vá para a sala de reuniões. Reunião com o novo chefe e só falta você!"

Merda!

Fui para o elevador e subi para o andar de cima onde ficava a sala de reuniões. Assim que abri a porta de vidro que dava de frente para o elevador, Vinícius estava de pé, encostado ao aparador, de frente para a mesa retangular e grande, que cabia umas vinte pessoas. A mesa estava rodeada por todos os meus colegas de trabalho. Todos se viraram para a porta quando notaram que eu estava entrando e eu me senti vermelha de vergonha. Pedi desculpas e ocupei uma cadeira vazia que estava próxima a mim. Vinícius estava falando e parou no meio da frase, deixando nitidamente claro que eu o atrapalhei. Pedi desculpas, mais uma vez erguendo a mão e falando baixo. Notei um pequeno sorriso em seus lábios, disfarçado pela voz quando continuou a falar:

— Como eu estava dizendo, meu pai me passou tudo e eu já vinha o ajudando à distância, apesar de eu nunca ter vindo aqui e vocês não me conhecerem, eu o ajudava sempre quando dava, mas era ele que comandava tudo e sempre deu muito certo, então quero que as coisas permaneçam exatamente como estavam quando ele estava aqui. Time que está ganhando não se mexe. — Ele sorriu e meus colegas na mesa pareciam ter gostado do que ele disse. — Peço desculpas se por algum motivo alguém deixou de receber o aviso sobre o cancelamento da reunião de ontem. Foi sem querer. — Senti os olhos dele em mim e minhas bochechas com certeza estavam vermelhas. — Bom, é isso. Qualquer coisa, vocês podem me procurar.

Meus colegas aplaudiram e foram um a um dar boas-vindas ao novo chefe e cumprimentá-lo pelo cargo. Após os cumprimentos, todos foram saindo para suas atividades, já Fernanda veio ao meu lado e falou baixo:

— O que aconteceu com você?

— Perdi a hora.

— Ah! E aí, o que achou do nosso novo chefe?

— Por enquanto nada, cheguei atrasada, né? Mas só espero que ele seja melhor que o senhor Mauro, o que é praticamente impossível.

— Bom, fisicamente ele é bem melhor. Ele é gato, né? — Minha amiga sorria descaradamente e olhava Vinícius como se ele fosse um doce apetitoso.

Cutuquei a costela dela com o cotovelo.

— Para de ser biscate!

— É mais forte que eu. Ah, se eu fosse solteira! — Ela me olhou sorrindo como se tivesse tido uma ideia — Ei, você é solteira, gata!

— Sou, mas não estou interessada! E pode ser que ele seja casado.

Karen se aproximava, ouviu minha última frase e disse:

— Não vejo aliança.

Revirei os olhos.

— Ei, vocês se lembram de que contei a minha história com o meu ex-marido? Então, me envolver com o chefe nunca mais!

Percebi que Vinícius se aproximava e parei de falar, mas Karen não e ela me perguntou:

— Nunca mais mesmo?

Vinícius chegou ao lado da Karen ouvindo o que ela falou e eu me apressei em me explicar antes mesmo dele pensar em perguntar alguma coisa:

— Ah... É que... Eu nunca mais vou chegar atrasada.

Karen e Fernanda riram.

— Vini, preciso voltar ao trabalho, mas seja bem-vindo! — Karen disse, estendeu a mão para ele, que pegou em um aperto educado.

Karen saiu da sala, seguida por Fernanda que também se despediu apressada e me deixou a sós com o novo chefe.

Hamm... Bom, seja bem-vindo — falei sem jeito e ele sorriu para mim com as mãos nos bolsos da calça.

Eu me virei para sair, mas achei que eu estava agindo estranhamente e já estava na hora de começar a agir como a ótima profissional que eu era. Voltei a ficar de frente para ele e disse:

— Eu gostaria de pedir desculpas pelo atraso e prometo que isso não vai acontecer de novo. — Ele assentiu sorrindo — Ah! E gostaria também de te pedir desculpas por todo o dia de ontem. Não foi um dia bom.

— Te garanto que foi pior para mim, que tomei um banho de refrigerante e ainda fui xingado de idiota.

— Ai. — Tampei meu rosto com as mãos — Foi péssimo, né?

— Um pouco — respondeu sorrindo.

— Podemos recomeçar?

— Claro! — Vini estendeu a mão para mim. — Espero que possamos ser a dupla infalível que você e meu pai eram.

Sorri para ele.

— Também espero.

Saí da sala de reuniões, o deixando conversando com alguns colegas que haviam retornado e fui para a minha sala pensando em colocar a cabeça no trabalho e ter de volta a normalidade que o dia anterior tinha me tirado. Foquei na campanha que eu estava trabalhando e não demorou muito quando percebi que Vinícius também retornou para a sala dele.

Trabalhar de frente para a sala do senhor Mauro sempre foi algo natural para mim e eu gostava, pois ele com sua experiência sempre estava ali para tirar minhas dúvidas e me ensinar algo novo no ramo que ele tinha tanta experiência, mas naquele momento que eu sabia que quem estava ali na minha frente era o filho dele, eu não conseguia me concentrar em nada.

Alguns minutos tinham se passado, eu ainda olhava para a porta por onde ele tinha entrado em sua sala, até que como por um passe de mágica ele apareceu nela e atravessou o corredor vindo em minha direção e olhando para uma pasta que segurava. Mudei a direção do meu olhar imediatamente e olhei para a tela do computador como se estivesse trabalhando em algo:

— Está ocupada?

— Um pouco. — Ergui os óculos com o indicador.

— Pode me ajudar um minuto?

— Claro! — Levantei, mas antes de me afastar completamente, disfarcei apertando uma tecla qualquer do computador, como se estivesse muito ocupada e finalizando algo.

Nos dirigimos para a sua sala e ele me mostrou alguns trabalhos inacabados que o senhor Mauro havia deixado para que ele finalizasse. Já estávamos no final de outubro e sempre deixávamos tudo certo e adiantado até o Natal, para que assim pudéssemos folgar na semana das festas tranquilamente. Vinícius foi me mostrando tudo e parecia perdido quando disse:

— Celina, sinceramente, não sei por onde começar.

Dei uma mexida rápida nas pastas e falei:

Ok. Vou te iluminar! Esse da marca de sapatos, está praticamente pronto. — Apontei para a pasta de um cliente que a agência tinha feito todo o processo de criação do material de divulgação. — Falta apenas marcar a reunião com o cliente, para que ele possa dar a sua aprovação final. — Separei a pasta das outras. — As demais ou estão no início ou no meio do processo, acho que não vamos conseguir terminar e entregar até o Natal.

— Ah, vamos sim. Meu pai sempre conseguiu deixar tudo pronto, não foi?

— Sim, mas ele se propunha a ficar trabalhando até mais tarde, para terminar tudo, aí depois ficávamos vários dias descansando.

Ele pensou um pouco mais, como se pensasse em compromissos que tem a cumprir e disse:

— Acho que dá.

Sorri.

— Você se parece com seu pai.

Ele sorriu em resposta.

— Queria ter metade do conhecimento que ele tem.

— Ah, mas isso vem com o tempo.

— Tem razão. — Me olhou com um sorriso feliz nos lábios. — Bom, vou ligar para o cliente da marca de sapatos e marcar a reunião da aprovação e se precisar de ajuda eu te chamo.

— Pode chamar, estou bem aqui na frente.

— Tudo bem.

— Ah! Aquela pasta ali — Apontei para outra pasta que estava mais distante e a puxei para perto — Praticamente nem começamos o processo de criação. É o da marca de vinho.

Vinícius pareceu pensar um pouco e disse:

— Lembro que meu pai me falou alguma coisa sobre e disse que eu me sairia bem nessa. Gosto de vinho. — Ele sorriu e eu sorri em resposta.

— Que bom, eu também, não bebo há muito tempo e quando bebia era quase nada, mas podemos testar a marca.

Ele assentiu sorrindo, ficamos em um silêncio e eu me senti abusada de mais, quando me dei conta que a minha fala anterior era como se eu estivesse o convidando para beber, aí mais que depressa quebrei o silêncio falei:

— Não! Sim... Digo, podemos chamar todo o pessoal da agência e testar a marca!

Ele riu do meu desconforto.

— Claro! Aí a gente já faz o trabalho de degustador.

Eu sorri e sem graça me despedi:

— É isso, mas se precisar de ajuda me grita que a gente resolve junto.

— Com certeza vou precisar — Ele franziu a testa parecendo completamente perdido e eu ri. —, mas agora vou olhar pasta por pasta, tentar me situar e qualquer coisa te chamo.

— Tudo bem.

Voltei para a minha sala e depois daquela conversa rápida, eu sentia já estar quase acostumada com o Vinícius. Parecia até que a troca nem era tão ruim assim.

Sentei-me em frente ao meu computador e foquei nos gráficos e planilhas que me esperavam. A hora passou voando, saí para almoçar mais uma vez sozinha, pois de novo minhas amigas iam almoçar em um horário diferente do meu ou nem iam almoçar por causa do trabalho, mas eu não perdia a fome por nada, mesmo atarefada até os fios do cabelo tinha que comer ou eu não funcionava.

Voltei do almoço e trabalhei sem descanso até a hora de ir embora.

No dia seguinte, Vinícius veio até minha sala mais uma ou duas vezes tirar dúvidas e aí já estávamos completamente acostumados um com o outro e nessas visitas além de trabalho acabávamos conversando sobre nossas vidas pessoais:

— Sei que posso parecer entrona, mas houve uma comoção quando seu pai anunciou que outra pessoa seria o Publicitário chefe. Fiquei preocupada e estou desde ontem querendo te perguntar: o afastamento dele foi por problema de saúde?

Ele riu.

— Fico feliz que se preocupe com meu pai, mas não. É só que tínhamos um combinado e para ele cumprir com o que combinamos, eu tinha que seguir algumas de suas exigências. Uma delas era ficar um tempo aqui.

Fiquei tentada a perguntar quanto tempo e que exigências, mas seria muita cara de pau.

— Entendi. Trabalho aqui há mais de dois anos e aprendi demais com seu pai. Tenho nele um pai, já que o meu está distante.

— Onde sua família mora?

Expliquei para ele mais ou menos onde a minha família morava e ele me disse que morava no mesmo estado antes de vir para a agência, trocamos figurinhas sobre a minha cidade e a que ele morava anteriormente, era vizinha da cidade de onde meus pais moravam e isso explicava como minha tia conhecia o senhor Mauro, ele assim como Vinícius, morava perto da minha família, no passado.

— Ah, isso explica — falei, quando Vinícius me contou que éramos praticamente vizinhos.

— O quê?

— Minha única família aqui é uma tia, que foi quem conseguiu esse emprego para mim. Acho que ela estudou com seu pai, algo assim, isso explica como ela o conhecia, deve ser por seu pai ter morado perto da minha cidade.

Vinícius assentiu.

— Pois é, ainda temos nossa casa lá, que é onde eu morava até pouco tempo.

— Que ótimo. E você mora sozinho aqui?

— Sim, aqui estou morando na casa dos meus pais, enquanto eles viajam. Vim sozinho e vivo sozinho já faz dois anos e meio, desde que minha ex-noiva terminou o nosso relacionamento.

Acho que minha expressão mostrou a minha surpresa por uma mulher terminar um relacionamento com um homem lindo como ele, apesar de que beleza não era tudo, às vezes ele podia ser um chato.

— Que pena! — falei somente, mas minha vontade era perguntar todos os detalhes do término, saber se ela já tinha outro e se ele estava com dor de cotovelo, entretanto, minha educação não permitiu tamanha indiscrição.

— E você namora?

— Não. Sozinha — respondi somente e não contei minha história humilhante de ter sido traída e ainda me sentir um lixo por isso — E seu pai me infernizava por eu ser solteira. — Ri com a lembrança. — Ele sempre dizia que...

— Deus nos criou para sermos dupla e não solo — ele completou a frase que seu pai dizia e eu ri.

— Isso mesmo.

Trabalhávamos e eu o deixava a par de tudo em que ele tinha dúvida e nos intervalos entre um cliente e outro conversávamos sobre tudo, mas falar sobre senhor Mauro era o nosso melhor assunto. Vi o quanto Vinícius admirava o pai, assim como eu, e isso parecia nos fazer ter algo em comum.

Os dias foram passando e todos os dias conversávamos sobre assuntos diferentes e percebi que a presença dele ali, na sala á minha frente, já não me causava mais desconforto nenhum e percebi também que o mesmo aconteceu com ele. Com o passar dos dias, eu já não era para o Vinícius somente a funcionária, com toda a minha ajuda e horas de trabalho em dupla, rapidamente tínhamos nos tornado amigos.

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