Após a partida da Firefly para o espaço sideral, em busca da Cidade Proibida de Carcossa, o grupo de cerca de 50 heróis, entre os quais se encontram vários Icónicos, o Conselho dos Primos completo, incluindo Margit Stehndal, Satarr Lokisson, Erina Papatoris e Sophia Papatoris, a Alpha Regis, a Demon Hunter Company, entre outros. Já para não falar da normal tripulação da nave, os Defensores do Espaço.

Switch: Eu ainda estou para perceber porque é que o Ricci veio, não é como se o Sam e o Kyle não viessem, para tratar dos demónios.

Athreus: É complicado de explicar, mas, os demónios que o Sam e o Kyle enfrentam, normalmente, são soldados, arraia miúda, eles já lidaram com peixe graúdo, o Zegas, o Ba, o Bálor, o Pazuzu, etc., mas o Ricci é um dos mestres da magia na Terra. O Eric é o mestre de magia geral, usa magia druídica, magia artefactual, magia branca, de tudo um pouco, mas depois tens a Jackie Cook, mestre do voodoo, uma completa autoridade sobre esse assunto, e o Ricci, que é capaz de ser o mestre da magia negra mais poderoso de todos os tempos.

Switch: Se ele brinca com magia negra, não devia ser o inimigo?

Ricci: Não te preocupes, companheiro, conheço o Eric há décadas, nunca foi preciso que ele me apagasse da existência, eu uso magia negra para mandar os amigos próximos do velhinho Satanás e espíritos malignos de volta para a bela paisagem do Inferno.

Switch fica chocado com a atenção de Ricci à conversa, enquanto Athreus se ri à força toda.

Ricci: Se quiseres, posso tentar fazer um feitiço, para tentar perceber se há aqui espíritos, malignos ou não.

Athreus: Consegues saber se estavam na nave antes de entrar? Ou se nós os trouxemos?

Ricci: Dá para saber, depende do feitiço.

O italo-americano desliga as luzes da nave com um gesto mágico, a seguir, estala os dedos, criando uma chama.

Ricci: Ota, makapa tnatu sobvera, at'alu pot'la cos'ratelka, sobvera tolare tnatu.

Os olhos de Ricci rolam para dentro da sua cabeça e, a partir daí, consegue ver o mundo espiritual à sua volta. Ele observa o lugar, notando vários espíritos com auras luminosas, claras, bondosas. Após dois minutos com acesso ao mundo espiritual, os olhos do mestre da magia negra voltam ao normal, mostrando que ele estava, de novo, apenas no mundo material.

Athreus: Então, o que é que viste?

Ricci: Coisas normais, anjos da guarda, espíritos protetores, malta porreira, não têm de se preocupar, mas, quando chegarmos a Carcossa, é um jogo completamente diferente.

Esta afirmação intriga Athreus e Bill, assim como Sam e Kyle, que se juntam à conversa.

Sam: Como assim? Diferente? Por quê?

Ricci: Há cinquenta mil anos atrás, os anjos de Deus, esconderam uma pedra no espaço e construíram uma cidade por cima, anos luz e anos luz de cimento e tijolos. Os responsáveis por esse projeto eram o arcanjo Miguel e o arcanjo Lúcifer. Depois de cerca de uns dez mil anos, a situação azedou, Lúcifer começou a questionar o próprio Pai, a agir como se Deus não tivesse todas as respostas e, Miguel, não gostou muito dessa ideia. Ele saiu da cidade, que acaba por ser atingida por uma estrela gigante, que desmoronou tudo para o interior da pedra. O nome da cidade era Acla, que, segundo o que me foi dito, significa repouso, em enoquiano.

Sam e Kyle ficam chocados com o que ouvem, enquanto os outros elementos acham isso estranho.

Sam: Isso é impossível!

Switch: Por quê?

Sam: Porque acla também é uma palavra, num idioma da Terra.

Athreus: Que idioma?

Kyle: Butanês antigo, já não é falado, mas temos de aprender, se queremos ser caçadores de demónios.

Sam: Em butanês antigo, acla quer dizer...

Ricci: Destruição, cataclismo, calamidade, perigo, fim e, principalmente, Inferno.

Athreus: Tu não vais dizer aquilo que eu estou a pensar, pois não?

Ricci: Se estás a pensar que, os Protodeuses, construíram Carcossa por cima das ruínas de Acla e selaram os anjos caídos, cimentando a existência de um Inferno e de demónios, acertaste.

Switch mostra-se incrédulo com toda aquela situação, estando chocado com o perigo que iriam estar a correr, quando chegassem a Carcossa.

Switch: Mais alguma coisa a apontar?! Já não tinha grande vontade de ir a um lugar que é restrito à entrada, agora que vamos para a cidade que fica por cima do Inferno, literalmente, ainda tenho menos vontade!

Ricci: Bom, acho que não vou ajudar se disser que o Tártaro e as Portas do Inferno são passagens diretas para o Inferno, e se passarmos tempo suficiente a escavar para cima, chegamos em Carcossa. No entanto, acho que os demónios não iriam gostar muito de nós, porque estaríamos a redecorar a casa deles.

Ricci sente uma presença estranha nas redondezas, porém, não estava dentro da nave. O mestre da magia negra pega num saco de farinha, tirando um pouco do pó branco.

Ricci: Assouan, amek, tatul rao, kanak dag ma'at, gotap, solet bosik.

Ricci sopra a farinha, que estava na mão dele, para o ar, e esta faz um redemoinho, acabando por mostrar a presença de demónios, num raio de poucos milhares de quilómetros.

Ricci: Foda-se! Isto vai dar merda!

Switch: O que é que se passa?

Ricci: Como é que hei de explicar? Depois de Adão e Eva saírem do Jardim do Éden, eles foram viver para um sítio chamado Prenda de Deus, normal. O problema veio quando Caim matou Abel, e procedeu a construir um portão de entrada para o Inferno, na Terra, que permitiu a saída de demónios para a Terra. Deus resolveu esse problema de uma forma muito simples, banindo-os para os confins do vácuo do espaço, mas, eles construíram uma civilização, com naves super avançadas...

O mestre da magia negra aponta para uma nave gigante, do tamanho de uma estrela.

Ricci: Como aquela. Quanto à Porta do Inferno, foi fechada, e Prenda de Deus foi traduzido para a língua local daquela zona, para Bagh-dadu, que nós traduzimos para...

Athreus: Bagdade.

Sam: Dizer que essa Porta do Inferno fechou, é dizer pouco.

Switch: O que é que isso quer dizer?

Sam: Segundo o que sei, foi a existência da Porta do Inferno de Bagdade que causou o Grande Dilúvio.

Ricci: Entre outras coisas, taratonas e nefilins às paletes, a andar pela Terra, pessoas a fazerem pactos com quem não deviam e níveis de possessão nunca antes vistos, cerca de uma a cada seis pessoas já tinha sido possuída, pelo menos, uma vez na vida. Continuando o que eu estava a dizer, temos de nos pirar daqui, antes que ali os nossos "amigos", notem a nossa presença.

Um grande abalo sente-se pela Firefly inteira. Algumas pessoas voam para o outro lado da sala e alguns sistemas desligam.

Ricci: Retiro o que disse, eles já repararam que andamos aqui.

Switch: Filhos da puta! Vou dar cabo deles!

Sam: Agora, estou a começar a gostar da conversa.