Noite de Halloween
A vida não tem que ser perfeita. Só tem que ser vivida.
Dexter – série.
A casa do Lian era um pouco afastada da cidade, como a do Ethan, no inicio da rua da propriedade já dava pra escutar a música que vinha de lá. Havia vários carros, em uma fila pra entrar no local, demorados quase dez minutos para estacionar.
— Isso vai ser demais! – Olívia saltitava ao meu lado, enquanto entrávamos na casa. Ao entrar senti a música fazer meu corpo vibrar, o cheiro de bebida, já tomava conta do lugar, provavelmente alguém derrubou bebida no tapete da sala. Mia começou a desviar das pessoas que dançavam, indo na direção do jardim do fundo da casa, Ethan a seguia segurando minha mão, enquanto eu segurava a da Olívia que caminhava dançando e observando as pessoas ao nosso redor.
O lugar já estava uma verdadeira bagunça, cheio de pessoas, tinha bebida e comida por todo lado, ali a música estava um pouco mais baixa, do que na sala, talvez fosse porque o local era aberto.
— Vocês demoraram. – Enzo disse ao se aproximar e cumprimentar Ethan, ele me deu um abraço e depois na Olívia, que como sempre corou. Olívia é uma menina determinada, segura, atrevida, mas quando fica perto do Enzo, se desarma por completo, coisa que eu acho muito fofo.
— Vamos pegar alguma coisa pra beber? – Olívia não esperou uma resposta, e me puxou pelo pulso pra longe dos meninos. Fomos até uma mesa com algumas garrafas de bebidas, e copos de plástico vermelho. Olívia pegou uma das garrafas e despejou o líquido em dois copos, enquanto ela pegava a segunda garrafa pra misturar as bebidas, eu a observava segurando uma risada que estava prestes a sair. Olívia terminou de preparar a bebida e me olhou, quando viu minha expressão revirou os olhos – o que foi? – ela me entregou um dos copos.
— Nada. – dei um gole na bebida que desceu esquentando, não só minha garganta, como meu corpo todo.
— Vai pode falar – ela parou, e quando fui falar, ela me interrompeu e continuou – eu sei, Olívia você uma garota tão segura de si, porque eu sou – ela falava gesticulando com as mãos, olhando para cima, eu apenas ria – tão cheia de atitude, e não consegue ficar perto do menino que você gosta, sem ficar parecendo uma garota boba apaixonada. – ela mordeu a boca do copo olhando pra mim.
— Deve ser porque você é uma boba apaixonada.
— Eu sei. – ela falou com uma voz manhosa, e eu a abracei.
— Oi meninas! – Agnes falou mais alto do que precisava, olhamos pra ela e percebemos o porque.
— Você já está bêbada? – Olívia perguntou rindo.
— Talvez. – ela disse olhando o copo que segurava, e tentando ficar em pé.
— Eu já não mandei você parar de beber? – Caleb pegou o copo da mão da irmã que resmungou.
— AH NÃO CALEB! – ela tentou pegar o copo do irmão, mas antes que ela conseguisse, ele jogou a bebida na grama – Você é um babaca! – Agnes se afastou esbarrando nas pessoas.
— Agnes. – Olívia a chamou, mas Agnes provavelmente não escutou, o que fez minha amiga ir atrás dela. Coloquei o copo vazio da bebida, que já havia tomado, sobre a mesa, me virei para ir atrás da meninas. Quando passei pelo Caleb, ele segurou minha mão, me virei para olhá-lo, ele se aproximou.
— Você está linda. – ele sorriu e deu um beijo demorado no canto da minha boca. Olhei ele enquanto afastava seu rosto do meu. Seus olhos pretos pareciam mais escuros naquela noite.
— Obrigada. – sorri, ele se afastou, observei Caleb até que ele sumiu da minha vista. Voltei minha atenção pro outro lado do jardim, vi Agnes dançando com a Olívia, me aproximei, elas me puxaram para dançar também.
— Onde você vai? – Agnes perguntou, quando fiz sinal com as mãos, avisando que já voltava.
— Eu vou pegar pizza, estou com fome – avisei já me afastando das duas meninas, que dançavam jogando os cabelos de um lado pro outro, no ritmo da música.
Na mesa onde tinha as comidas, encontrei várias caixas de pizzas, tigelas com diversos tipos de salgadinhos e doces de Halloween, o dinheiro investido nessa festa foi enorme, mas acho que isso não era um problema pro anfitrião, que faz parte de uma das famílias mais ricas da cidade.
— Oi – ouvi uma voz familiar atrás de mim, estava comendo um pedaço de pizza, puxando o queijo que não parava de esticar. Me virei e vi Ethan sorrindo – eu já te disse que adoro seu apetite? – ele estreitou seu olhar.
— Provavelmente. – coloquei o resto da pizza na boca.
— Vem, fica um pouquinho comigo. – Ethan pegou duas caixas de pizza e me levou pra dentro da casa, subimos pro segundo andar, passamos por algumas pessoas que estavam se beijando no corredor, outras jogavam papo fora e bebiam, ou fumavam, e tinha aquelas pessoas que estavam bêbadas demais para levantarem e irem para casa. Caminhamos até o final do corredor. Ethan bateu em uma porta branca, que tinha alguns adesivos colados, um deles dizia "Não entre perigo!". Esperamos alguém responder, mas nada veio de dentro do cômodo. Ethan abriu a porta devagar.
— Nós podemos entrar aí? – perguntei olhando o corredor atrás da gente.
— Claro! É o quarto do Lian – ele fez sinal com a cabeça pra que eu entrasse – ele não vai ligar. – Ethan sorriu, entrei no cômodo e ouvi a porta atrás de mim ser trancada.
O quarto do Lian, como um bom quarto de jogador de futebol, tinha várias decorações com esse tema, não era tão arrumado quanto o quarto do Ethan, e nem tinha um cheiro tão bom, mas ainda sim não era uma completa bagunça, a não ser pela cama que estava com seus lençóis todos revirados. Fiquei olhando pra ela pensando se Lian não havia arrumado hoje, ou se alguém além do Ethan e eu passou por ali no decorrer da festa.
— Eu nem pensaria em sentar aí se fosse você. – Ethan sussurrou no meu ouvido me trazendo de volta dos meus pensamentos. Ele se aproximou de uma janela e abriu, sentou nela e depois colocou uma perna para fora, em seguida a outra, ao mesmo tempo que equilibrada as caixas de pizza nas mãos – Vem aqui. – ele me chamou. Cheguei perto da janela, Ethan colocou as caixas de pizza em cima do telhado, onde estava de pé, ele se curvou me ajudando a passar pela janela. O telhado cinza tinha uma leve inclinação, mas nada que fosse fazer com que caissemos do segundo andar.
— A vista daqui é incrível. – falei sentando ao lado do garoto que já abria uma das caixas de pizza.
— É sim. – ele me estendeu um pedaço – aqui é um ótimo lugar pra pensar – ele mordeu um pedaço da sua fatia – na minha opinião. – ele concluiu de boca cheia.
Nos próximos minutos que se passaram, comemos as duas caixas de pizza, enquanto falávamos de coisas aleatórias, roubamos algumas latas de refrigerante do frigobar do Lian, e discutimos sobre qual era o melhor super herói da vida. Não chegamos a um acordo, mas tentamos. Ethan deitou no telhado, olhando pro céu, ao tempo que eu mandava uma mensagem para Olívia, dizendo que estava bem, ela havia me mandado uma mensagem perguntando se eu tinha sido sequestrada quando fui comer, mas quando disse que estava com seu irmão, Olívia me mandou uns emojis que me fizeram rir. Ethan começou a cantarolar uma música que estava tocando lá em baixo, ele balançava o pé seguindo o ritmo.
— Eu adoro essa música. – quebrei o silêncio, guardando o celular no bolso do vestido. Ethan me olhou e sorriu, ele se levantou e começou a dançar de um jeito engraçado.
— O que você acha? – ele fez um passinho desengonçado me arrancando uma risada.
— Péssimo. – confessei rindo ainda.
— Venha, dance comigo senhorita. – ele segurou minha mão me ajudando a levantar. Começamos a dançar fazendo aqueles passos que normalmente nossos tios, avós e pais fazem. Depois de mais duas músicas com, a quantidade de refrigerante que bebi, me fez querer ir ao banheiro.
— Eu vou no banheiro. – avisei ao garoto que dançava uma música eletrônica distraído.
— Usa o do Lian. – ele sugeriu assim que passei pela janela.
Entrei no banheiro e fui direto pro acento, só percebi que estava realmente apertada depois que fechei a porta. Após usar o banheiro, lavei minhas mãos e achei engraçado o fato do Lian ter sabonete pra lavar as mãos no formato de tubarões. Quando sai, vi Ethan sentado na janela, balançando os pés e cantarolando uma música, enquanto fitava o chão, ele notou minha presença, e sorriu ao me olhar.
— O Lian tem sabonete em formato de tubarões. – falei me aproximando dele, Ethan estendeu sua mão para mim e assim que a segurei, ele me puxou de encontro ao seu corpo.
— É eu sei. – ele disse olhando pra minha boca. Observei o rosto dele tão próximo ao meu, mesmo o quarto estando escuro, a luz que vinha do lado de fora, iluminava um pouco o ambiente.
— Será que ele iria se importar se eu pegasse um? – perguntei ao tempo que Ethan aproximava seu rosto do meu. O garoto a minha frente não me respondeu, ele apenas me beijou, Ethan me beijou de uma forma carinhosa, fazendo com que cada centímetro do meu corpo se aquecece e relaxase, ao toque das suas mãos que estavam nas minhas costas, fazendo com que meu corpo ficasse junto ao dele. Ethan interrompeu o beijo quando alguém bateu na porta, abri meus olhos devagar e vi que ele mordia o lábio olhando minha boca, o silêncio preencheu o lugar, eu pensei em beijà-lo novamente, mas bateram na porta de novo.
— Droga. – Ethan resmungou levantando da janela e indo até a porta. Me encostei na janela e esperei, ele abriu a porta.
— Te achei! – ouvi a voz da minha irmã um pouco arrastada, provavelmente efeito da bebida.
— Agora não Maya. – Ethan segurava a porta, o que impediu minha irmã de me ver.
— Quem é a idiota que está aí com você?
— Não faz isso. – Ethan avisou com um tom firme.
— Eu quero dançar Ethan – ela se jogou sobre ele, abraçando o pescoço dele – e eu quero dançar com você. Olha que eu vou ficar batendo nessa porta, até você entender isso, e me dar atenção. – Ethan respirou fundo e me olhou, eu sorri, e mesmo querendo ficar mais um pouco com ele, sabia que minha irmã não iria desistir fácil, ela era persistente, e bêbada então, tudo nela se intensificava.
— Tudo bem. – eu sussurrei, Ethan pareceu não gostar da minha resposta, mas saiu do quarto levando minha irmã junto. Fiquei parada por alguns minutos esperando, eles tomarem uma certa distância, para não esbarrar com a Maya. Quando estava descendo as escadas, vi Ethan na companhia da minha irmã, e de alguns garotos do time na sala, os garotos conversavam enquanto minha irmã dançava segurando a mão do Ethan, ele bebeu um gole da sua bebida, ao mesmo tempo que seu olhar encontrou o meu, talvez eu estivesse olhando demais. Voltei a descer os degraus que faltavam, ainda sentindo o peso do seu olhar sobre mim. Fui até o jardim e vi Olívia, Agnes e Camille, sentadas em uma rodinha com outras pessoas comendo pizza. Me aproximei e sentei no meio da Olívia e da Camille.
— Achei que não iria te ver hoje. – Camille me abraçou pelos ombros e me deu um beijo na bochecha – Então? – ela me olhava com uma expressão travessa.
— Então o que? – perguntei confusa, Olívia riu ao meu lado.
— Vocês estavam lá em cima né? – Camille perguntou.
— Sim.
— Então? – ela disse de um jeito arrastado. Fiquei olhando pra ela, tentando entender o que ela queria.
— Ela quer saber, se vocês transaram. – Agnes falou impaciente
— O que? – quase gritei – Não! Não a gente... – fiz uma pausa e olhei pra Camille que ria – não Camille.
— Ok. – ela continuou rindo.
— EU PRECISO FAZER XIXI! – Camille gritou batendo na porta do banheiro que estava trancada. Logo depois um casal saiu do banheiro rindo – Vão para um quarto. – Camille disse fazendo uma cara de nojo. Ela me entregou o copo que estava segurando e entrou no banheiro batendo a porta.
— E aí, ela fez escândalo pra entrar no banheiro? – Agnes parou ao meu lado.
— Um pouco. – disse e começamos a rir.
— Seu irmão é um idiota! – Olívia falou parando a nossa frente.
— Porque? – franzi a testa.
— Porque sim. – ela parecia querer esconder algo.
— Ela está falando isso a noite toda, porque tem uma menina grudada no Enzo, desde a hora que ela chegou. – Agnes falou e Olívia deu um tapa no braço dela, Agnes devolveu o tapa.
— Aí! – Olívia resmungou.
— Você foi falar com ele? – questionei.
— Quem foi falar com que? – Camille surgiu ao nosso lado.
— Ninguém. – Olívia falou rapidamente tentando encerar o assunto.
— Olívia, Enzo, morena pendurada no pescoço dele. – Agnes falou ignorando o olhar furioso da Olívia.
— Ainda isso? – Camille sorriu – Se eu fosse você iria lá, e beijava ele bem na frente dela.
— Seria bem ousada – Agnes pareceu pensar – vamos fazer isso agora! – ela pegou na mão da Olívia e começou a levá-la de volta ao quintal, Camille e eu seguimos as duas, ouvindo Olívia reclamar todo o trajeto. Paramos a uma distância segura de onde Enzo estava com alguns meninos e meninas.
— Vai lá. – Agnes disse segurando os ombros da Olívia
— E falo o que? – ela não desviava os olhos dele.
— Não sei, improvisa. – estávamos as quatro paradas, uma do lado da outra, encarando meu irmão, que não percebeu nossa atenção nele.
— O que vocês estão fazendo? – ouvimos uma voz masculina e nos assustamos. Viramos juntas e vimos Ethan rindo e colocando alguns salgadinhos na boca.
— Nada. – Olívia falou.
— Engraçado – ele bateu uma mão na outra limpando o pó do salgadinho que sujou suas mãos – parecia que vocês estavam planejando uma estratégia de ataque.
— Escuta Ethan, quem é aquela menina perto do Enzo? – Camille perguntou. Ethan sorriu como se aquela frase fosse a confirmação da sua pergunta.
— Essa informação é pra você Olívia? – Ethan parecia se divertir com a situação.
— Não! – Olívia virou uma pimenta na mesma hora.
— Então vamos ver – ele cruzou os braços – pra Lua obviamente não é – eu adoro quando ele me chama assim – afinal, ela gosta de mim – Olívia revirou os olhos e eu sorri, não senti vontade de contestar, ele não estava mentindo – além do mais o Enzo é irmão dela, a Camille gosta de meninas, então só se o interesse for na menina, coisa que eu duvido, e a Agnes – ele olhou pra ela e sorriu – atitude é o que não falta nela, pelo que eu me lembre – dessa vez foi Agnes que revirou os olhos – então me sobra você.
— O que você quer? – Olívia falou vencida pelo irmão.
— Nada. A felicidade da minha irmã já é o suficiente. – ele sorriu.
— Você vai me cobrar isso depois né?
— Claro! – Ethan respondeu sem hesitar – Vem. – ele colocou o braço em volta do pescoço da irmã, e a levou até o Enzo. Ficamos olhando de longe, Ethan chegou perto do amigo, e falou algo no ouvido do Enzo, que sorriu olhando a garota vermelha que mexia nas mãos de um jeito impaciente, logo em seguida Enzo se aproximou da Olívia e a levou com ele, deixando a outra garota nada contente. Ethan se virou pra nós, e fez sinal de joinha.
O resto da noite foi bem divertida, dancei, bebi menos do que nas últimas festas, vi a Agnes encher a cara, e receber várias broncas do irmão, e até ajudei a Camille a ficar com uma menina. E a Olívia? Sumiu, ela e o Enzo viraram fumaça o resto da festa. Estava dançando com a Camille, e a garota que ela beijou, mas decidi parar um pouco porque meus pés doíam, sentei no sofá ao lado da Agnes que estava quase dormindo, mas cantava a música que estava tocando.
— Você deveria ir para casa. – sugeri deitando minha cabeça no ombro dela.
— Eu sei – ela deitou a cabeça na minha – mas meu irmão me abandonou, ele estava irritado com alguma coisa, e foi embora.
Ficamos olhando Camille beijar a menina novamente, sorri com a atitude dela em relação a sua mão boba, que desceu até a bunda da garota de cabelos castanhos. Quando de repente, Ethan se jogou no meu colo e da Agnes, que o xingou na mesma hora.
— Vocês querem carona? – ele colocou as duas mãos atrás da cabeça.
— Eu quero. – Agnes respondeu de imediato.
— Ruivinha? – ele me olhou.
— Pode ser.
— Legal. – ele se levantou.
— E a Olívia? – perguntei.
— Relaxa, ela está bem com o Enzo – Ethan sorriu – e aí Agnes, consegue andar até o carro ou quer ajuda?
— Eu estou bem garoto. – ela se levantou, e quase que ao mesmo tempo caiu no sofá de novo.
— Claro que está. – Ethan pegou ela e colocou em seu ombro, Agnes reclamou, mas Ethan ignorou e começou a andar pra fora da casa. Avisei a Camille que iríamos embora, ela disse que ficaria mais um pouco. Quando sai da casa percebi que já havia amanhecido, meus olhos demoraram alguns segundos para se acostumarem com a claridade. Ethan me esperava encostado no carro, Agnes estava deitada no banco de trás, dormindo.
— Ela já dormiu? – perguntei quando o garoto dos olhos azuis abriu a porta pra que eu entrasse.
— No mesmo segundo que deitou. – ele fechou a porta, deu a volta no carro e entrou – você vai ficar lá em casa né? – Ethan ligou o carro.
— Vou, ou ia. A Olívia sumiu. – coloquei o cinto de segurança.
— Ué! Fica comigo – ele começou a guiar o carro pra fora da propriedade – minha cama é bem grande e super confortável – eu ri, mas sabia que aquilo era verdade – eu prometo me comportar. – ele me olhou.
— Não acredita nele não. – Agnes resmungou.
— Silêncio aí atrás porfavor. – Ethan disse voltando sua atenção a estrada.
Quando chegamos na casa da Agnes, Ethan estacionou atrás de um carro preto, e observou a casa por alguns segundos.
— Seu irmão está aí? – ele perguntou.
— Provavelmente – ela sentou – tudo bem lindinho, eu consigo entrar sozinha. – Agnes abriu a porta e saiu.
— Certeza? – Ethan insistiu olhando ela vir até a janela e me dar um beijo na bochecha.
— Tenho. Até segunda casal. – Agnes foi cambaleando até a porta da casa, e antes que ela abrisse, Caleb abriu com uma expressão muito brava, Agnes passou por ele e antes que o garoto fechasse a porta, ele encarou o Ethan.
— Qual o problema de vocês? – perguntei enquanto Ethan começava a dar ré no carro.
— Ele fez algumas coisas que me irritam, e eu irrito ele só por existir. – ele riu.
— E o que ele fez?
— Desculpa ruivinha, mas isso é um segredo que está guardado em um trato de amigos.
— Que amigo? – insisti.
— Para de ser curiosa. – ele bagunçou meu cabelo.
Ethan me convenceu a ir pra sua casa, ou eu queria, e não quis admitir pra ele. Mas cedi ao seu pedido e fui. Chegando lá, entramos e subimos direto pro quarto dele, eu realmente não queria encontrar seus pais.
— Me ajuda a tirar isso? – Ethan apontou pra maquiagem intacta no seu rosto.
— Claro.
— Espera aí, eu vou pegar o negócio que deixei no banheiro. – Ethan se afastou, sentei na sua cama, tirei meu tênis branco, com os pés, estava com uma meia branca, que tinha renda na parte de cima, parecia aquelas meias de boneca, vovó que me deu. Me acomode melhor na cama, cruzando as pernas. Voltei meu olhar pra porta, quando Ethan apareceu com um frasco e uma caixa de algodão, que ele me entregou. Ethan tirou a jaqueta e sentou a minha frente, molhei o algodão com o removedor de maquiagem, comecei a limpar as mãos dele,Ethan ficou em silêncio me observando. As mãos dele são bem maiores que as minhas, e são macias, quando terminei de limpà-las, fui para o rosto. Ele continuava em silêncio me olhando, comecei a limpar a testa, Ethan sorriu.
— O que foi? – peguei outro pedaço de algodão e molhei com o produto.
— Você está vermelha.
— Deve ser porque você não para de me encarar. – levantei as sobrancelhas e ele riu.
— Eu não estou te encarando.
— Ah não? – comecei a limpar sua bochecha.
— Não. – ele fez uma pausa e me analisou – eu estou apenas te admirando – eu ri – e quer saber de uma coisa? – ele se aproximou.
— O que? – desviei meu olhar pra boca dele.
— Você é linda. – ele sorriu e me deu um beijo lento, que fez com que meu corpo se agitasse, Ethan se afastou mais rápido do que eu queria.
— Você sabe mesmo falar a coisa certa pra conseguir o que quer né?
— É um dom. – ele sorriu novamente ao tempo que se afastou. Voltei a limpar seu rosto, tentando esquecer o peso do seu olhar em mim. Terminei de limpar o rosto e desci pro pescoço, quando cheguei perto da gola da camiseta, puxei ela pra baixo. Ethan mexia no meu cabelo distraído.
— Deixa eu te ajudar. – ele disse fazendo eu afastar o algodão da sua pele. Ethan pegou na barra da camiseta preta e a levou pra cima, a tirando – pronto – Ethan ficou esperando eu continuar a tirar a maquiagem, que descia seu pescoço e terminava no início do seu peito. Mas eu simplesmente travei, olhando o corpo definido do garoto a minha frente – tudo bem Luna? – ele tinha um sorriso de canto no rosto, senti minhas bochechas esquentarem.
— Eu estou bem. – voltei a tirar a maquiagem sentindo minhas mãos um pouco trêmula. Ao tempo que terminava de remover toda aquela maquiagem, desci meu olhar até o abdômen dele, vi aquela tatuagem logo abaixo do seu peito, e com a proximidade eu consegui ler.
"Não enlouqueça buscando a perfeição. Alguns defeitos são importantes."
— Eu fiz ela a um ano atrás. – Ethan chamou minha atenção.
— Desculpa – desviei meu olhar – eu terminei. – avisei.
— Não precisa se desculpar – ele virou meu rosto para olhà-lo – está tudo bem. Eu já me acostumei com sua curiosidade. – ele me deu um beijo na ponta do nariz, apertei meus olhos e ri. Ethan se levantou – eu vou pegar uma camiseta pra você tirar essa fantasia.
Assim que Ethan me entregou a camiseta fui pro banheiro, tomar banho. A água quente relaxou meu corpo por completo, que me deixou mais calma pra voltar pro quarto. Me olhei pela última vez no espelho que tomava boa parte da parede do banheiro, antes de sair. Ethan estava deitado com os cabelos úmidos do banho que tomou no outro quarto, ele estava quase dormindo, mas forçou a abrir os olhos quando me viu.
— Quantas camisetas do Simpsons você tem? – perguntei me aproximando da cama. Ethan sorriu de um modo cansado.
— Já perdi as contas. – ele esticou o braço na minha direção, olhei sua mão antes de pegá-la. Subi na cama de joelho e deitei ao seu lado, senti um cheiro de sabonete vindo dele, com um pouco do seu perfume. Ethan apagou a luz e deixou a abajur ao seu lado ligada, e eu pude ver seu rosto ao tempo que adormecia, com o toque gentil da mão dele sobre meus cabelos.
Olá leitores amados!
Primeiramente me perdoem pelo atraso do capítulo, eu até comecei a digitar ontem, mas o cansaço foi maior.
Enfim espero que vocês tenham curtido o momento fofo do nosso querido casal. Porque depois dessa festa, nosso casal terá sua primeira prova de confiança, vocês acham que eles vão passar por ela?
Indicação de livro de hoje é o livro da JMDantas_ que se chama Estrela imperfeita, vão lá em deem uma olhadinha nesse romance.
Não esqueçam da estrelinha, que eu tanto amo, e até o próximo capítulo com emoções fortíssimas 🌚
Até terça, amo vocês!!
Bjus.
❤💋
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