O Reverso
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Chegando a aula, a Prof° Lutti tinha se atrasado , cadeiras vazias formavam um buraco negro no centro da sala. Hoje não ia se permitir ser assombrado pelo passado. O vazio era parte do seu dia a dia depois que todos se foram. A escola se tornou cinza, seus colegas não olhava para ele , sentia-se como não existir mais, fruto de tentativas frustradas de seguir em frente , sempre afastando a possibilidade de amizade e paixões novas. Fred permanecia preso em uma jaula, refém dos meus pensamentos.
Depois do atentado faltou muito as aulas, sua professora o ajudou indo ensinar em sua casa, ela o visitava algumas vezes na semana, a sua chegada o animava, embora falassem pouco sobre o ocorrido. Fred cultivava o vinculo que criaram em meio aos tempo de guerra contra si mesmo, apesar que a sua presença causava dor, por ser uma cópia adulta e barata de Lucy. Lutti veio de família religiosa , foi criada na cidade vizinha, em uma casa que mais parecia abandonada do que abrigada. Seus pais a castigava frequentemente por comer coisas mundanas ditas como chocolate. Maltratava qualquer amigo que fosse brincar em seu quarto. Noites de terror qualificava sua vida, mas tudo mudou depois da faculdade, seu pai não chegou a vê-la formada, apesar que criticava suas escolhas. Sua mãe não foi muito simpatizante com o curso escolhido, com a opinião que não ia muito longe lecionando, não durou muito e faleceu dois anos após sua formatura. Embora a faculdade abriu sua mente, manteve seus costumes religiosos . Não se casou, só mantinha casos escondidos, muito deles com alunos que aliciava . Fred foi uma boa proposta, eles tinham uma certa intimidade durante as aulas.
- Hoje a professora ficou de licença , estão dispensados da aula-Avisa o diretor.
No caminho de volta, evitava a travessa da General. A casa havia novos habitantes, ele comentou com sua mãe que preocupada contou a história tenebrosa daquele lugar.
O local no ano de 1800 sofreu várias alterações, tudo começava com um pequeno tijolo até se formar uma linda arquitetura, ia ser a casa a ser arrematada primeiro naquela rua, o estilo colonial fazia jus a época. Algumas pedreiros morreram durante a obra, tentando ergue a planta. Os murmurinhos na cidade era de que fosse amaldiçoada, levou um tempo para ser comprada, mas não se sabia muito sobre os donos, só que eram empresários no ramo farmacêutico , que vinha crescendo na época, eram chamados de cientista pelos vizinhos, não tinha filhos . Em um dia chuvoso ouviu-se gritos na vizinhança, quando a polícia chegou ao local encontraram pedaços dos seus intestino no chão da sala, tudo que fosse esqueleto e órgãos foi retirado , ficaram impressionado pela sutileza dos corte, sendo feito por instrumento cirúrgico . Houve algumas mortes depois , foi criando fama até ficar abandonada . Os novos moradores sempre reclamavam do mesmos problemas: As plantas secavam, o jardim não florescia, constantes apagões na residência, falta de água , gás vazando a noite, não demorou muito para não ter mais manutenção. Alguns delinquentes que fugiam da polícia se escondiam lá e sumiam.
Depois da história contada , ele evitou contato novamente com a casa. Chegando em casa seus pais não se encontrava . Escutou um ruído de insetos na cozinha, então andou até o cômodo para verificar se tinha algo estragado , ao se aproximar um cheiro forte de animal morto tomou conta do clima, moscas de um verde-metálico se agrupavam nas paredes do lugar , eram diversas. O barulho começou a tinir seus ouvidos, deixando-o perturbado. Com o braço cobrindo seu nariz, foi procurar o inseticida. Quando volto para a cozinha havia desaparecido ,assim pode respirar novamente. Sem tempo para pensar a campainha tocou. Através da grade avistou uma forma assimétrica, com cabelos amarrados que dava uma visão melhor para a parte descoberta dos seios, era a professora Lutti , abrindo a porta devagar ela adentrou.
Surpreso por ela está ali por ter faltado na aula de manhã , perguntou:
- Achei que a senhora estivesse doente-Com olhar vago interrogou ela.
- Tive alguns compromissos de manhã, mas não esqueci de você -O olhava meticulosamente, com um olhar maternal.
- Hoje vamos fazer algo mais leve, esquecer um poucos os conflitos desse mundinho que é Enfield- Disse Lutti.
Então subiram as escadas com acesso ao quarto dele, em mente pensava em algo como uma terapia , mais do que uma aula sobre história, pensou que aquilo podia ajudar Fred a esquecer seus medos. Sentando na cama já familiarizada com o lugar notou que não tinha ninguém na casa. Desde que vinha acompanhando ele em casa , notara a ausência dos pais, a casa encontrava-se sempre organizada. A falta deles decorrente da vida corrida , tornava o convívio familiar um caos, isso explicava o isolamento de Fred.
- Quero que feche os olhos por um minuto-Pediu a ele.
Sem hesitar fechou os olhos, o odor fétido ainda impregnado em suas narinas , foi sumindo aos poucos. Ela pediu para que imaginasse um lugar que jamais esteve. Formas e ângulos apareceu em seu pensamento, só conseguiu formar o acampamento outra vez, onde tudo começou: a relação entre Jhoel e Lucy, o desaparecimento de Trance. Entre diversas confusões.
- Está escuro. Respondeu ele.
- Você consegue deixar claro esse lugar?- Pergunta Lutti, com voz mansa, uma canção para os ouvidos de quem a escuta.
- Não consigo- Disse Fred, juntando as pernas uma na outra, um gesto de fugir da situação.
- Consegue tocar em alguma coisa nesse lugar?-Ela reparou o quanto ele emagreceu, isso o deixou com traços mais fortes.
- Não consigo imaginar, está tudo escuro-Arqueando as sobrancelha, esforçou-se para formar um lugar diferente.
- Tudo que você vê é escuridão, não consegue imaginar sua vida daqui em diante- Tocando suas mãos . Entrelaçou os dedos nos dele, fazendo-o arquear.
- Não consigo criar novas situações, só as antigas-Sentiu a mão gélida, com um certo receio, mas ainda com seu dedão acariciando suas mãos- fico vagando muitas vezes, sem as pessoas me notarem, as vidas delas seguiram , só a minha que não- Seus olhos lacrimejaram, secando no mesmo segundo.
- Foi longos dois anos Fred, eu entendo sua dor .
- E eu a sua- Com um momento de silêncio ele a fitava, sua mão ainda fria, mas seus olhos estava aceso ao olhar assimetria do corpo dela.
- Sua dor tornou-se a minha, e quero que você saia. Mas se você continuar a ir lá , vai confundi-lo ainda mais- Disse Lutti notando o surpreso. A vaga lembrança de Fred entrando na residência a atormentava.
- Eu os vi lá a última vez- Pensou em seus colegas e na visão que tinha ao passar por aquele lugar- porém agora estou evitando passar por lá, tenho feito outro caminho.
Ela o contemplava em silêncio, não queria repreende-lo e sim ensinar. Fred sentia sua preocupação, mesmo sem conseguir entender, se sentia perdido, fora da linha do trem, atravessando pelo caminho tortuoso da floresta.
- Vamos falar sobre o acampamento- Respondeu Ela.
- Já falamos isso diversas vezes em nossos encontros, até depois do ocorrido- Lembra do ocorrido o deixava assuatado .
- Eu sei meu bom aluno, porém preciso que se lembre de algo , o caso ainda não foi finalizado-Respondeu com uma tom mais severo.
- O caso já foi encerrado senhora Lutti. Ao que me recordo não acharam Trance , então os seus pais resolveram encerrar as buscas- Pensou que como a professora não sabia disso. Recordou da busca que fez com seus colegas.
No corredor da escola Lucy trancava o seu cadeado, de modo mais ligeiro que das últimas vezes. Fred vinha se aproximando dela, com um sorriso de canto. " Ah meu Deus, é tão bom ver ela essa manhã" pensou longe ainda, embora o clima da escola tenha mudado alguns dias, pelo desaparecimento de Trance.
- Depois da escola, se não tiver nada para fazer a noite podemos ir ao Parque andar um pouco e depois ir ao Patriots comer um lanche –Disse Fred Chegando mais perto de seu rosto .
- Tenho que estudar algumas matérias em atraso, não tenho tempo hoje- Ela balançou a cabeça em gesto negativo.
- A professora não passou nada no momento, inclusive ela comentou que ia suspender as provas no momento, por conta do acampamento.
- Verdade-Consentiu por um momento e seus olhos lacrimejaram- Eu tinha feito amizade com ela sabe Fred, parecia tudo tão bem e só de pensar que os cretinos da cidade vizinha pode ter feito mal a ela, isso me arrepia, e Travon cadê ele ? sabe são tantas perguntas.
- Meu pai trabalha na empreiteira que o pai dele trabalha, ele foi encontrado pelo pai. já sabe em qual estado, né? Não sei muito detalhes, vou perguntar mais detalhes -Ele olhou o relógio os ponteiros marcava o horário que ele saiu de casa ás 06:45- o pai dele está resguardando o filho, com medo que possa ser acusado. Por favor não comenta com ninguém.
- Pode deixar, então vamos sair ás 18 horas- A expressão em seu rosto era de curiosidade em saber mais- Agora vamos para aula- Concluiu Lucy.
Batendo o sinal para a saída, os alunos tinham pressa para chegar em casa, os pensamento eram que pudesse acontecer mais cedo ou mais tarde outro desaparecimento. Sombras em plena na luz do dia, formando grandes cidades. Fred notara que desde o acampamento trocou palavras curtas com Jhoel e Steve , as vezes encontrava o mesmo grupinho da fogueira pelos arredores da quadra. Entre Carmela e Steve os rumores era de romance, mas entre Jhoel e Lucy. Seu amigo se esquivava marcando desencontros ao avistar. Fred não entendia a ausência dele.
Antonie um homem vivido , marcado pela constante presença do passado. Não foi um homem tão atraente , seu semblante foi marcado pela tragédia que foi a morte de sua esposa. Teve que criar Lucy quando pequena. Foi o pai presente que qualquer menina no colegial gostaria de ter, não se casou novamente, pois nenhum de seus caso conseguiu se mostrar o suficiente para ser mãe de sua filha . Sentando na sua mesa e folheando alguns papéis com a matéria que lecionaria dia seguinte, escutou a porta se abrir, um barulho indicando a chegada da filha, deixou os papéis sobre a mesa e foi até o andar de cima. A passos pelo corredor sentiu o leve perfume que dera a Lucy de presente, o mesmo perfume que sua esposa usava quando jovem. O quarto da menina tinha uma prateleira com coleções novas de romances , na cabeceira ao lado um livro de investigações que tornava a ler depois do desaparecimento de sua colega.
- Como foi a aula de hoje filha-Disse Antonie, encurvando sua cabeça.
- Ainda aquele luto, as matérias estão andando devagar- Respondeu ela, pegando o livro na cabeceira e folheando sem olhar para o pai .
- Voltou a ler esse gênero? - Indagou a buscando seu óculos de grau. – Alguma novidade do caso Trance? .
- Eu sei o que está pensando pai- Mudando a expressão e o encarando, notava o quanto suas rugas estão agressiva ultimamente.
- Então me diga o que estou pensando?
- Só juntar o livro policial e o caso da Trance, ai você acha que vou procurar por vestígios, conheço o senhor- Com uma risadinha de lado , fechou o livro.
- A não ser que minha filha saia por aí bancando a Sherlock Holmes, então não devo me preocupar com um simples livro, só quis saber sobre o caso- Respondeu com tom de irônico.
- Não tem nenhuma novidade a não ser a que tenha no jornal, que o senhor ler toda manhã- Continuou alfinetando o pai, no momento não quis comentar sobre- Hoje vou sair a noite! -Afirmou Lucy.
- Tudo bem! desde que volte em nosso horário combinado- Pensou aonde a filha iria- Como prometido não farei perguntas pessoais, porém se cuide.
- Ah meu Deus pai- Nervosa encarou o pai e pediu para ele sair.
O telefone tocou na cozinha, com um ruído estridente, ecoou pela sala pequena. O senhor Antonie desceu para atender, uma voz doce perguntou por sua filha , imediatamente a chamou. Lucy atendeu sorridente , não passou dois minutos e desligou , ao colocar o telefone no gancho encarou o pai imóvel na sua frente, deu um sorrisinho de súplica e foi ler o livro.
O sol se oculta no horizonte, trazendo uma rede de estrela , como se puxando a cortina do teatro. Acabando de se arrumar para o encontro com Lucy. Procurou o pai para o sondar sobre Travon, porém não o encontrou em seu quarto, tudo parecia tão intacto lá dentro, como se não houvesse vida , organização feita pela mãe que também não estava. A casa quieta, as janelas foi se encobrindo pela escuridão, adentrando o frio gelado da noite. Ao caminhar pela rua , notara o quanto a cidade fica deserta a noite, isso o fez lembrar da passagem de carro pela rota 66 , onde sentiu um estado de surdez incomodante. " Em um mundo de extremo , caminho do meio é só estrada deserta " pensou. Foi caminhando em direção a casa de Lucy , ela vinha na calçada ao seu encontro.
- Porque não me esperou , sabe que é perigoso a noite- Aproximou –se dela sentindo o perfume adocicado, que sua mãe também usa.
- Desde quando foi perigoso? Acho que está se tornando, e mesmo assim não foi aqui na cidade-Respondeu ela, coçando a cabeça em sinal de descontentamento.
- Mas foi nos arredores, devemos ficar alerta- Retrucou com veemência.
- Sim claro, hoje estou com meu Dom Juan ! -constrangida se afastou um pouco vendo a reação dele. Continuo a caminhar com a cabeça inclinada para cima admirando o Luar- Nunca pensei que essa cidade fosse tão desabitada a noite.
- Os jovens daqui são presos cada um em seu mundo, isso explica a falta de civilização no colégio-Respondeu ele.
- Somos até civilizados , nossos pais nos ensinou a ser reservados. A cidade também não tem muito lugar para se divertir, só algumas lanchonetes , livrarias, alguns parques-Um pensamento remoto se manifestou que boa parte não se importava com as livrarias.
- Eu sei o que está pensando , que livraria não é uma opção- Disse Fred rindo.
A praça da cidade tinha um ar de faroeste , uma grande quadra com arbustos em volta, alguns brinquedos. O brinquedo mais usado é o balanço, todas crianças da cidade brincaram por lá, motivo do primeiro acidente, o primeiro beijo , as primeiras brigas, está sentando dando impulso naquele brinquedo, é pular para outra dimensão. Sentaram-se no banco , com um breve silêncio, as mãos de Lucy congelava dando cor a um azul morto. Fred continuava com calor, seu corpo aquecia rápido, um progresso prematuro ao lado dela. " Somos só nos dois, aqui onde sempre eu te via, você era tão pequena e " avoada" , suas bochechas coradas não mudou nada " Pensou em quando era pequeno.
- Você sabe que foi aqui que nos aproximamos- Cortou o silêncio , apreensivo com o assunto.
- Todas crianças da cidade, eu acho-Responde Lucy.
- Nem todas eu acho, algumas nunca vimos brincar aqui.
- Por exemplo o Jhoel, Nancy e Trance-Pensou ela, e uma sensação a fez ter calafrios.
- É parece que eles se mudaram recentemente, como se fosse invisíveis, até na escola vi eles muitos pouco, ou quase nadas- Ele se deu conta que só veio conhecer fazer amizade com Jhoel ano passado.
- O acampamento tinha a intenção de nos unir , embora alguns já se falassem, mas separou a sala novamente- Olhou para baixo , respirou fundo e prosseguiu: Aquele lugar mexeu muito comigo , sinto que se eu não bebesse , pudesse ver o que estava se passando diante de nós, poderia ter salvo a Trance.
- Você não deve se sentir culpada Lucy, ninguém deve se sentir assim.
A conversa entre os dois tinha intervalos longos, é como se em uma pista abrisse uma cratera separando os dois. Naquela noite Fred ia segurar sua história que apagou e ninguém o procurou, mas sentia temor. Ficou decepcionado por não recordar muito detalhes, também ninguém acreditaria em um pesadelo, iam achar que estava drogado como os outros. A lua tinha minúsculos cristais de gelo ao redor, dando brilho as ruas nebulosas.
-Hipnose-Observou ela.
- O que?
- Hipnose, parece que estávamos hipnotizados aquela noite, o álcool dá essa estranha sensação- Se levantou do banco em movimento rápido.
Fred nesse instante pensou em segurar sua cintura , tenta trazer ela para seus braços.
-Tão hipnotizada que não sentiu minha falta-Olhando para baixo disse- Aquele dia eu sumi, e ninguém foi me procurar, você não foi lá Lucy, me acordar daquele pesadelo.
Lucy o fitava, balbuciando sem conseguir terminar a frase, aquele dia Fred não se passou em sua cabeça, embora os pensamentos por ele fosse constante. Entrou em sua memória em meio a fogueira, todos riam muito, Jhoel encarava todos com olhar de súplica, percorreram o caminho da caverna, onde rolou um beijo entre eles, ela sentiu seu corpo em chamas , abriu os olhos enquanto o beijava , só enxergou Steve e Carmella se beijando.
- Você estava cansado. Então respeitei, porém quando veio até a fogueira, você veio de um caminho diferente da barraca, veio da floresta, tinha uma mancha de sangue, talvez de algum mosquito picando você- As memórias daquele dia ia clareando.
- Não ! eu vim da barraca, talvez não notara por está zonza com efeito do álcool- A encarou para mostrar verdade em sua afirmação.
- Então , vamos falar sobre o travon, o que tem a me dizer- Cortando o assunto e sentando novamente no banco frio e úmido.
- Sei que vai parecer estranho, meu pai contou que no dia seguinte o Sr. Lumas foi procurar o filho nos arredores onde fica o Acampamento , diz ele que sentiu o cheiro de algo pegando fogo vindo da direção dos barracos em reforma, curiosamente foi verificar. Adivinha o que encontrou ?- Em tom misterioso encarou Lucy que ficou com semblante de dúvida.
- Para de ser bobo e conta logo.
- O travon se encontrava da barraca , sendo que a primeira coisa que perguntou foi se a fogueira estava acesa . Assustador né , porém meu pai disse que ele o pai dele está fazendo isso para confundir as investigações, o Sr.Luma tem sérios problemas com álcool, então as pessoas não acredita muito.
- Que estranho . E qual seu paradeiro ?
- Acho que o pai pretende tirar ele da escola, retomando a vida em outra cidade, fiquei sabendo que anda muito perturbado.
A noite ia caindo, as vozes das casas ao lado ia desaparecendo aos poucos, só o som do vento se escutava, carros não passava um a alguns minutos , luzes das residências iam se apagando, somente os postes emitia luz sobre a praça. Lucy não conseguia se manter longe de Fred, seu corpo a esquentava no momento. Sentindo o tremor dela , ao saber do ocorrido, encostou seus dedos acariciando seu dorso, por um momento ele sentiu ela afastando delicadamente , sua mão então a cobriu repentinamente.
- Está fria, deixa eu esquentar um pouco- Disse ele, esfregando uma na outra.
Ela consentiu , embora se encontrasse confusa com a conversa. Ele de um pequeno salto para envolver seu braço sobre sua cintura, tirou sua jaqueta , ficando com uma blusa de meia estação , colocou-a sobre os ombros de Lucy, seu corpo sentiu o impacto do vento , arrepiando todo.
- Eu queria te pedir desculpas, fui um bobo Lucy de te colocar naquela situação no corredor, antes de tudo somos amigos e sempre fui respeitoso, talvez eu estivesse em estado de êxtase do livro, queria passar para vida real- Ele se explicou com um tom ameno, segurando mais forte seu corpo- Mas você Lucy, é meu romance perfeito, dá uma chance para nossa história?
Ela o contemplou ainda sem reação, naquele instante soube que Fred a amava, embora fosse atraente se acostumou com a ideia de serem amigos, não imaginou ele como namorado, "mas uma grande amizade , vem um grande amor", pensou. Seu braço então envolveu a cintura dele, apesar de está com a jaqueta, sentir o corpo dele a fez queimar por dentro. Suavemente encostou sua cabeça em seu ombro. Fred fez o possível para não ficar excitado com a situação para não a irritar, ia mostrar ser respeitoso, não ia forçar mais nenhuma aproximação a não ser aquela.
- Eu estou tão perdida, um sentimento vago, não consigo pensar em uma mudança agora- Disse ela. Retirando sua cabeça dos ombros dele e acariciando seu rosto- Você é tão especial Fred, não sei se mereço no momento, vamos esperar mais um pouco.
- Mas...
E antes que ele pudesse responder ela agarrou seus cabelos por trás com movimento delicado e o beijou, no começo foi sem gosto, tentou acelerar mais uma vez mordendo seu lábios para ser prazeroso. As duas línguas se encontraram, enquanto a beijava pensou " Ás vezes nadamos contra a correnteza, mas os rios sempre se encontram ".
No quarto de Fred, a senhora Lutti se encontrava confusa, a conversa sobre as tragédias incomodava seu aluno, mesmo não sabendo toda história, ainda queria ajudar.
- Ah sim desculpe Fred, eu esqueci que já foram encerradas. Desalinhada postou-se em pé-Podemos finalizar por hoje , Certo ? Amanham irei comparecer a escola.
- Podemos sim. Amanhã te vejo então- Observou a confusão da professora.
- E Fred, você precisar lembrar de muita coisa, não sou experiente nisso, mas tenho um amigo que posso indicar, ele é da cidade vizinha, você vai ama-lo- Respondeu ela.
- Não quero ninguém, gosto de suas visitas- Disse ele.
Quando menos esperou ela já estava diante da porta de seu quarto atravessando o corredor, ele só conseguiu escutar o barulho dos sapatos no assoalho. A casa ficou sem vida novamente.
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