Busca Insana
O som interminável das risadas na escola Central , os alunos voltava a sorrir novamente . Uma mulher caminhava fitando-os , a investigadora Alisson, do departamento de polícia da cidade. Calçava um salto preto de bico grosso, usava um jeans azul escuro e um blazer que a deixava com aparência mais velha, apesar de seu sorriso jovial sem nenhuma ruga . Designada para investigar o desaparecimento da jovem que estudava ali , que dentre rumores estava drogada no dia. Com pisadas fortes quase rachando o chão de porcelanato cinza, caminhava em direção a sala do diretor. Falou com a secretária, então aguardou ser chamada. Enfim adentrou na sala , imersa de livros na mesa , com uma arquitetura colonial, lembrou vagamente de seus tempos de adolescente , " Como meu antigo caso, virou o diretor " pensou. Mediu-o dos pés a cabeça , arqueou a sobrancelha e aspirou o odor de sala nova.
- Bom dia Charles- Puxou a cadeira e se acomodou sem formalidade- Fui nomeada para o caso da aluna desaparecida, do qual o seu passeio foi culpado.
- Bom dia Alisson. Imaginei que fosse a escolhida, pela tamanha competência-Aquilo soou mais que uma alfinetada, pois sabia dos casos falhos que ela se metia.
- Vamos começar sem delongas, tenho vários depoimentos a recolher-Gostaria que fosse após a aula- Ela pegou a caneta escrevendo os nomes dos escolhidos.
- Temo que meus alunos não possa ser útil para suas investigações, devia começar pela cidade vizinha, aliás foi lá os últimos ataques- Ele então abriu a gaveta com a lista de presença da série.
- Já começamos, mas preciso saber mais detalhes daquela noite ou de antes-Mordeu a tampa da caneta , mostrando ansiedade - O convívio social dela por exemplo. Os pais tem mostrado um certo desinteresse pelo acompanhamento, sabe me dizer algo?
- Talvez por saber que a filha supostamente fosse usuária, isso assusta, apesar que já foram chamado uma vez por ela se meter com o Travon. Na situação se mostraram ríspido. A mãe dela está muito doente , em estado terminal, talvez só estejam reprimindo essa dor-Respondeu Charles.
- Entendo. Lembra de algo útil no dia ?- Perguntou Alisson, alisando seu cabelo.
Charles foi até o fundo de suas memórias. Contou que seu último lugar foi na fogueira, lembrou de ficar muito quieto na presença dos alunos, aliás não é de convívio social entre jovens. A fumaça da lenha queimada começou a impregnar em sua roupa, lembrou de ficar um certo tempo no lugar e ter ficado tão exausto que foi dormir.
- Eu cochilei algumas vezes, pois sabia que devia fazer a guarda e acompanhar a galera, mas um dos alunos vendo os constantes cochilos, me convenceu a ir dormir, eles ficaram conversando, ainda era cedo , ás 22hr - Coçou a cabeça tentando lembrar.
- E você acordou novamente? – Imaginado o quanto tinha sido irresponsável.
- Não acordei mais , só no outro dia. Sei que devia ter ficado de guardar durante a noite , e realmente sou acostumado a fazer isso. Não sei explicar o sono repentino- Com o semblante decepcionado , se esquivou do olhar penetrante de Alisson.
- Sim Charles, devia ficar acordado, ou pelo menos deixar a professora de guardar. Disse ela.
- Até então a tinha deixado responsável, porém aconteceu o mesmo com ela, um inquietante sono. Os alunos foram dormir por volta da meia noite, sei que não justifica, mas parecia todos bem
- uma menina desapareceu , enquanto estava tudo bem. A escola pode ser processada por isso- O advertiu com tom severo.
- Só quis dizer que muitas coisas não estamos ciente. E não encontram nenhuma bebida, nenhuma droga. Só pode ter sido os malfeitores da Escola Burgs.
- Charles embora eles são os supostos suspeitos, não tem um vestígio sequer, que remeta a sua acusação-Colocando a caneta entre os dedos fechou o caderno- Preciso falar com os alunos, de começo os próximos a Trance antes do desaparecimento.
- Sim , vou direcionar até a sala da professora Lutti- Levantou em direção a porta, abriu sem esperar pela saída dela.
- Aqui não mudou nada , parece tudo igual-Observou Alisson.
- Nem sempre mudanças são necessárias.
Seguiram com pressa, sem dá chances da secretária avisar sobre uma ligação. Os armários, o clima vivo dos alunos, remetia lembranças boas a Alisson. Chegando a sala, o diretor apresentou a investigadora a todos. Entre olhares curiosos, alguns com medo, outros tranquilos , assim foi recebida. Charles explicou que alguns depoimentos iam ser recolhidos após a aulas, alguns ia ser naquela manhã. Depois que a aula acabou, ela sentou sobre a mesa da professora Lutti, fazendo a fixar o olhar a ela, decidiu começar com os alunos que dormiram mais cedo, ficou preocupada com as declarações completamente iguais, escrevia com o lápis pelas diversas confusões. Batendo as botas em um movimento incansável , alguns notara seu hábito , o Diretor a observava em pé diante da porta.
- Não fique com medo, ela tem esse tique desde nova, foi difícil se acostumar-Com um sorrisinho de lado, a encarou vendo sua reação, ela simplesmente lançou um olhar cruel.
- Por favor Jhoel venha cá- Chamava em voz alta, por causa dos alunos está esperando no corredor.
Jhoel entra na sala e senta em frente a investigadora, o mais tranquilo da turma. Seus colegas estão do lado de fora observando em minuto a minuto pela janela de vidro. No momento ela indaga , sua garganta está seca e pede um copo de agua a Charles interrogar adolescentes não é seu forte. Mesmo sem a presença de outro adulto prosseguiu as perguntas, notando o comportamento calmo do aluno, no decorrer do depoimento parecia ocorrer lhe bem, até a parte que vão a floresta procurar por uma caverna que não existia, isso a intrigou.
- Por que inventou sobre uma caverna, sendo que não existe tal ? -Ela o interrompeu antes que acabasse de falar sobre a volta rápida do grupo.
- Queria deixar mais interessante, ficar ao redor da fogueira ficou tedioso-Respondeu ele, movimentando sua cabeça em outras direção, procurando o diretor.
- E Trance onde estava nessa hora?- Perguntou Aliison.
- Já tinha ido chamar o Travon e pedimos para chamar o Fred, compartilhávamos o mesmo lugar-Respondeu ele ainda desviando o olhar com as perguntas.
- E não sentiu falta dela ? Perguntou Alisson.
- Achamos que ficou curtindo com o namorado dela.
-E quando foram dormir o Travon se encontrava na barraca ?
-Não- Ele a encarou por um instante e tornou a baixar a cabeça.
-Não achou estranho o sumiço de seu colega Jhoel ?- ela o notou mais calmo, depois que respondeu sobre a caverna.
- Estávamos cansados- Afirmou ele.
- Cansados do que ? Fizeram algo a mais ? -Observou ela.
- De ter ido a floresta, também procuramos lenha para a fogueira. As perguntas em ritmo acelerado o deixou nervoso em alguns pontos da conversa- Então decidimos dormir depois que o Fred chegou.
- Fred é seu colega por certo, por que não se encontrava com vocês?
- Talvez estivesse dormindo no momento da fogueira, talvez também não ligue para esses encontros, ele chegou depois como comentei anteriormente -Se passou em sua cabeça que isso podia encrencar seu amigo .
- Tudo bem, Obrigada pelos esclarecimentos- Finalizou Alisson chamando Steve como próximo.
O depoimento de Steve não foi muito revelador, falou muito sobre o clima estranho na floresta, porém tinha uma característica de pessoa medrosa. Ela se interessou pela sua namorada e sua colega Lucy . Encerou brevemente as perguntas e chamou Carmella, ela entrou na sala e algo dizia que tinha muito a ser dito.
- Vamos começar Carmella, diante das respostas de seus colegas, passou grande parte do tempo com os meninos, correto ?. Enquanto eles pegavam as lenhas, vocês se encontrava aonde ?- A aluna lembrou muito a sua filha , mesma idade se ainda estivesse viva, seu tom foi mais cuidadoso.
- Ficamos conversando na barraca, perdemos a noção do tempo, só saímos quando a fogueira já queimava- Com as pernas cruzadas ela comtemplava Alisson, tão destemida quanto sua mãe, embora sua mãe fosse empresária.
- Com quem ? - Com rapidez a perguntou.
- Trance, Nancy e Lucy .Ficamos boa parte conversando sobre moda, música e meninos. Típico de meninas não é ? -Ela se sentia mais confortável naquele instante.
- Sim claro – Se passou em sua mente suas antigas amizades, afastou rapidamente o pensamento e prosseguiu: Ao sair do lugar que estavam, notou alguma coisa diferente lá fora ? -Perguntou Alisson
Carmella mordeu os lábios , um quanto pensativa. A intuição de investigadora sabia que ia sair algo da boca dela, conseguia sentir algo preso lá dentro, era o momento de jogar o queijo e prender o rato – Ficou em silêncio esperando a resposta, tinha que ter precaução com o depoimento dela.
- Sim –respondeu apreensiva.
- Pode me falar sobre o que viu ? .
Nesse momento notou a voz de Fred entrando pela porta de correr.
- Quando sai com as meninas tínhamos, primeiro que a chata da Nancy preferiu ficar sozinha, então saímos nós três. Lucy e Trance iam conversando na frente , fiquei atrás e foi quando notei o Fred mexendo na tigela grande que ia ser servido o suco , talvez ele estivesse colocando algo lá dentro. Achei estranho pois os meninos ficou responsável pelas lenhas, ele sumiu nessa hora e voltou depois em frente a parte da comida, vamos dizer que mais estranho que o normal , algo parecia incomoda-lo- Respondeu Carmella.
- Quando você o viu mexendo no suco, notou se a substância era liquida ou em comprimido? –Sua expressão mostrou seus traços defeituosos.
- Em comprimido, ele parecia assustado, estranho- Pensou que pudesse está embriagada e não ter visto com nitidez.
- E depois disso?
- Fomos a fogueira jogamos conversa. A professora Lutti e o Diretor Charles foram dormir mais cedo que o habitual . Depois fomos dormir depois que Fred apareceu, ainda estranho e confuso. A Trance não tinha voltado para a cabana, não ficamos em alertar pois sabíamos do comportamento dela. Acho que não preciso nem comentar a conduta dela.
- Você poderia comentar sim- Responde Alissson.
-Investigadora procura em seu histórico, pois não tenho mais tempo- Advertiu Carmella, incomodada com tantas perguntas
- Para finalizarmos e o Fred apareceu depois, procede?
- Sim apareceu. Todo esquisito, com a boca com respingo de sangue - Ela se recordou do sangue que Lucy limpou- Tinha sangue próximo a sua boca, ele disse que tinha sido um inseto.
- Aonde sua amiga limpou o sangue?- Pensou em amostra de DNA ao questionar ela.
- Na blusa dela.
- Você não acordou para verificar se sua amiga tinha voltado?
- Ela não era minha amiga. Achamos que ela estivesse com Travon, uma coisa a dois , ninguém queria se meter, só fomos dormir e pronto. Só sentimos sua falta no dia seguinte. Tentamos procurar os dois e não achamos-Lembrou da busca incessante na floresta, e de voltar pra casa com voz rouca de tanto gritar pelos os dois.
-Enfim, acabamos por aqui, peço que não comente nada do que conversamos com seus colegas- Alisson fechou o caderno, estendeu o braço para apertar a mão dela.- Você me lembre muito alguém e muito obrigado pela ajuda.
As duas see levantaram, Carmella prosseguiu para perto de Steve para abraça-lo. O diretor Charles olhou com veemência para Alisson, ela com um gesto anúncio que o restante continuaria depois. Os dois seguiram para sua sala sem se olhar. Lucy e Fred se aproximaram bastante nos últimos dias.
- Acho que sobrou nós dois- Disse encarando Lucy .
- Não se esqueça de Nancy-Lembrou ela.
- Sim verdade, espero que isso acabe logo, é tudo tão misterioso.
De longe a colega que acusou Fred espiava os dois, ficando tremula, Steve percebeu seu nervosismo imaginando que tenha falado besteira, isso o preocupou. O dia do acampamento tinha o intuito de aproximas os adolescentes, porém nada mudou, juntou somente Steve e Carmella, apesar que por trás ela não passava credibilidade para o romance, o tratava com rispidez , só arrumava tempo de vê-lo na escola. Com os acontecimentos daquela noite o destino jamais ia separa-los novamente, vida foram corrompidas pelo caminho, a trilha que seguiram naquela noite os amaldiçoou para sempre.
A secretária ofereceu café ao perceber o cansaço em seus semblantes, Alisson recusou informando que amanhã procedia com o restante dos depoimentos. O último depoimento clareou seus pensamentos, ali seria a última alternativa para a solução do caso. Seu foco tinha sido na cidade vizinha, onde todos os prováveis suspeitos acharam um álibi.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro