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CAPÍTULO 7
110 D. C; AEMOND TARGARYEN.
QUERIDA RHAENYS,
Essa gravidez foi generosa comigo, parece que esse bebê será de longe o mais calmo dos meus filhos. Sinto que estou passando pela gravidez de Helaena novamente e estou sinceramente agradecida, não acho que ter outra Rhaenyra ou outro Aegon vai me fazer bem. Esses dois são mais que suficientes.
Como estão os preparativos para o segundo casamento de Laena e Harwin? Espero que dê tudo certo, as coisas estão um pouco tensas aqui com Viserys e Daemon no mesmo lugar há mais de um dia, acho que meu marido está esperando que Daemon cometa um erro para tirá-lo da Fortaleza. Mas, graças às minhas intervenções, o planejamento do casamento está a correr bem.
Confesso para você que agora me sinto preocupada com a jovem Alicent, ela se dedica muito a preparar os casamentos das amigas, mas consigo ver a saudade em seus olhos. Você não tem um cavalheiro interessado em se casar? Mas que ela quer morar na Fortaleza, não acho que ela queira ir e deixar as amigas para trás.
Aegon exige minha atenção, aguardarei sua resposta.
Com carinho,
Aemma Arryn.
— Alguma previsão sobre o que você vai dar à luz? — Daemon olhou para a barriga protuberante da sua cunhada.
— Você vai mudar algum dia? — os dois riram. — Rhaenyra diz que será um menino, então Aegon terá um companheiro de brincadeiras.
— Você já tem um nome?
— Viserys deu nome à Aegon. — o mencionado gritou ao fundo, perseguindo uma borboleta, — Rhaenyra escolheu o nome de Helaena. — a garota olhou para ela do colo do tio. — Mas nenhum deles estaria aqui se não fosse por você.
— Você está me pedindo para dar um nome? — Daemon olhou para sua sobrinha que levantou a cabeça para olhar para ele. — Você ouviu isso, Hela?
A menina de um ano sorriu e bateu palmas antes de estender as mãos para tocar o rosto do tio. Uma imagem que certamente questionaria tudo o que se sabe sobre Daemon. O Príncipe Rebelde era um homem gentil que se derretia na frente de seus sobrinhos? Qualquer um que dissesse isso seria considerado louco. Aemma se sentiu sortuda por poder ver o sorriso genuíno que Daemon sempre tinha para seus sobrinhos, principalmente Helaena.
— Aemond. — o Príncipe deixou escapar sem pensar muito.
— Sério? — Aemma ergueu uma sobrancelha.
— É um bom nome. — Helaena bateu palmas novamente. — Ela gostou.
A mulher de cabelos brancos revirou os olhos e passou a mão na barriga. Aemond realmente era um bom nome, ela só esperava não seguir os passos do tio. Os olhos de Aemma foram para Aegon, que estava ajoelhado no chão, com as roupas e as bochechas cobertas de terra, o menino de três anos segurando uma figura de madeira na mão e usando-a para fazer um buraco no chão. Mais tarde seria um pesadelo ter que tirar toda aquela sujeira dele, mas ela não queria estragar o momento de felicidade do filho.
Naquela noite, enquanto ela penteava o cabelo de Aegon após o banho, Viserys apareceu com um sorriso. Ultimamente o homem era todo sorrisos, assim como quando ela estava grávida de Aegon e depois de Helaena, ele achava que era uma benção dos deuses ter seus filhos depois de tantas perdas. Quando terminou de escovar o cabelo do filho, deixou o marido carregá-lo para dormir. Vê-los sentados na cama discutindo sobre qual história Aegon queria ouvir antes de dormir a fez pensar no bebê que nasceria em apenas dois meses. Aemond, seu Aemond, seria o único de seus filhos que não teria muito peso sobre os ombros.
Rhaenyra era a herdeira, ela não era dela, ela era a coroa. Aegon era o primeiro filho do Rei, o Príncipe do Mar Estreito, ele também não era dela, era da coroa. Helaena seria futuramente a Senhora de Winterfell, a segunda filha do Rei, ela também não era dela, era da coroa.
Mas Aemond não tinha nada, ele era o segundo filho do rei, não seria tratado como seus irmãos. Ele seria dela, completamente, seria seu filho precioso que ela poderia criar sem as pressões da coroa e ela faria questão de ensiná-lo a lutar para conseguir o que queria. Seu filho não seria como os outros segundos filhos que nunca chegaram a nada e viveram à sombra dos irmãos mais velhos, não, seu filho iria se destacar em tudo.
— No que você está pensando, meu amor? — Viserys perguntou em um sussurro, sentando-se ao lado dela.
— Eu só estava pensando em Aemond. — ela respondeu, ainda perdida em seus pensamentos.
— Aemond? — a mão de Viserys pousou na barriga de sua esposa, tirando-a completamente de seus pensamentos.
— Eu pedi para Daemon dar um nome e Rhaenyra afirmou que seria um menino. — ela suspirou, deixando a cabeça cair no ombro do marido. — Só podemos esperar que ele não seja como o tio, esta família está farta de um Daemon.
Viserys sorriu acariciando a barriga de sua esposa, ela estava certa, mas ver seu irmão com um filho de caráter semelhante a ele o deixou animado. Embora essa ilusão tenha morrido quando ele lembrou que seu irmão estava a semanas de se casar com sua preciosa filha.
★
Querida prima,
Espero que me desculpem pela minha mudança de decisão, mas o problema que me impedia de comparecer ao casamento de sua filha foi resolvido e agora estou preparando tudo para partir para Porto Real.
Também espero que tudo corra bem com sua gravidez e que você seja abençoada com outro bebê saudável.
Assinado,
Senhora Jeyne Arryn, Senhora do Vale.
O casamento conjunto de Rhaenyra e Laena aconteceria no septo de Porto Real, na presença de importantes Senhores e Senhoras dos sete reinos. Nas ruas, todos celebravam as uniões da Herdeira e da filha de Driftmark, muitas jovens lamentando que o Príncipe Rebelde fosse se casar novamente, especialmente porque agora ele estava fazendo isso por algo mais do que uma obrigação. O casamento em Porto Real seria apenas para a cidade, os casamentos que importavam seriam os que se seguiriam. Rhaenyra e Daemon se casariam sob as tradições valirianas em Pedra do Dragão no final das celebrações em Porto Real, e Driftmark estava se preparando para o casamento secundário de Laena e Harwin.
No dia do casamento foram Aemma, Rhaenys e Alicent quem prepararam as noivas, as duas meninas sorriam e brincavam uma com a outra enquanto se vestiam e penteavam para aquele dia importante. Assim como sua mãe veio para seu casamento nas costas de Meleys, Laena quis fazer isso, mas Vhagar era muito grande, então foi decidido que ela faria isso em Driftmark, onde a enorme fera poderia pousar sem destruir nada.
— Você está linda, minha filha. — Aemma sorriu olhando para a filha. — Uma verdadeira beleza valiriana.
— Deve ser porque pareço com minha mãe. — Rhaenyra abraçou sua mãe. — Obrigada, mãe.
— Qualquer coisa por você, minha garota.
A cerimônia foi linda, tanto Rhaenyra quanto Laena brilhando em seus vestidos brancos e dourados. Os sorrisos e olhares cheios de carinho e respeito mútuo não faltaram entre os casais, quando selaram a união com um beijo, todos aplaudiram. Felizmente Aemma decidiu não levar Helaena porque Aegon reclamou assim que ouviu os aplausos e Viserys teve que carregá-lo antes que ele começasse a chorar.
Na Fortaleza foi celebrado com um grande banquete, entre as pessoas que compareceram Rickon Stark foi um dos que permaneceram mais próximos dos monarcas que já o consideravam parte da família. Lady Jeyne Arryn também se aproximou da mesa principal procurando falar com sua prima antes de ser enviada para descansar devido ao seu estado.
— Primo, você está radiante. — comentou a Senhora do Vale.
— Prima, é bom ver você. — Aemma cumprimentou-a com um sorriso. — Espero que tudo esteja sendo do seu agrado.
— No momento está tudo perfeito. — os olhos da mulher foram para a barriga da prima. —Está tudo bem com sua gravidez?
— Está tudo ótimo, Aemond tem sido o mais calmo dos meus filhos até agora. — Aemma comentou com o rosto iluminado, como sempre quando falava dos filhos.
— Menino?
— Rhaenyra declarou que será um menino. — as duas riram levemente.
— Talvez no futuro você possa levá-lo para conhecer o Ninho da Águia, afinal seus filhos também são filhos do Vale.
— Terei isso em mente, planejarei uma viagem para o Vale, é hora de Aegon e Helaena conhecerem o outro lado da família. — ela concordou sem pensar muito.
— Estarei aguardando a visita.
★
Querida Rhaenys,
Viserys e Daemon não param de falar sobre sua reação diante da gravidez de Laena, você sabe como eles são, sempre aproveitam a primeira oportunidade para tirar sarro dos únicos primos que têm.
Rhaenyra fica mais que feliz em poder ajudar Laena e sem falar em Alicent, aquelas três formam um trio magnífico, espero que a amizade delas dure. Elas me lembram muito de nós e dos dois brutos que temos como primos.
Parabéns pela sua nova vida de avó, acho que terei que esperar mais alguns anos porque Rhaenyra já declarou que não teria filhos até se sentir preparada. Acho que ela ainda teme a cama de parto e não a culpo, não com o histórico de nossa família de perder as esposas naquela cama.
Aguardo sua visita, por favor venha antes que Aemond nasça, gostaria que você estivesse aqui quando isso acontecer.
Com carinho,
Aemma Arryn.
Os gritos da Rainha podiam ser ouvidos até nos corredores, a mulher estava deitada na cama de parto segurando a mão da Princesa Rhaenys que lhe deu palavras de incentivo para continuar empurrando. Do lado de fora do quarto de Viserys, Daemon e Rhaenyra esperavam pacientemente há horas. A Rainha entrou em trabalho de parto à noite e o sol já havia nascido quando os gritos cessaram e as portas foram abertas.
Aemond veio ao mundo em silêncio, quando seu filho finalmente saiu de si. Aemma ficou preocupada ao não ouvir o choro e tentou se sentar, mas Rhaenys a segurou, impedindo-a de se levantar.
— O que houve? — ela perguntou cansada, mas querendo ver o filho. — Por que ele não chora?
Então o choro de um bebê quebrou o silêncio e ela conseguiu respirar com calma. Rhaenys soltou sua mão e foi falar com os curandeiros antes de abrir a porta para avisar sua família sobre a chegada do Príncipe.
— Mais um filho, prima. — anunciou Rhaenys, olhando para a prima. — Parabéns.
Rhaenyra foi a primeira a entrar, movendo os pés rapidamente. A Princesa foi direto para a cama onde sua mãe estava sendo ajudada a se trocar, um curador estava ao lado da cama com uma trouxa de cobertores nos braços e assim que a viu fez uma reverência. Os olhos de Rhaenyra podiam ver o rosto de seu irmão que parecia estar dormindo, uma mecha de cabelo branco podia ser vista em sua cabeça e ela sorriu. Seu Aemond finalmente chegou.
— Rhaenyra... — sua mãe chamou. — Deixe-me ver.
Com cuidado a Princesa recebeu o irmão e sentou-se na cama, sem tirar os olhos do rosto do irmão. Atrás dela, seu pai e seu marido observavam enquanto ela colocava a criança nos braços da mãe, ambos sorrindo enquanto Aemond se mexia.
— É lindo. — Rhaenyra sussurrou.
— Mmh, meu pequeno dragão silencioso. — Aemma acariciou a bochecha do filho.
Mais tarde, por volta da hora do almoço, Aegon e Helaena foram trazidos para conhecer seu novo irmão. Helaena, sendo muito jovem, não entendeu muito, mas aplaudiu quando explicaram que era seu irmão. Aegon, por sua vez, ficou maravilhado ao ver seu irmão, seus olhos brilharam e ele sorriu, comentando o quão pequeno ele era. Foi o próprio Príncipe quem escolheu o ovo de seu irmão, um lindo ovo preto com manchas verdes foi colocado no berço de Aemond.
Meses depois, Laena Velaryon se viu na cama de parto dando à luz seu primeiro filho com sua mãe e a Rainha ao seu lado ajudando durante todo o processo. Jacaerys Strong nasceu gritando, um escândalo muito parecido com o que Aegon fez quando nasceu, o menino tinha olhos e cabelos escuros como o pai, mas uma única mecha branca traía sua herança valiriana. O ovo de Jacaerys foi escolhido por Aegon que, ao conhecer o primo, prometeu sempre cuidar dele, fazendo os adultos rirem.
O primeiro voo de Aemond foi com sua família, quando ele tinha seis meses sua mãe o amarrou no peito e subiu com ele nas costas do Silverwing que os levou além das nuvens. Naquele dia Aegon estava com a irmã mais velha e Helaena estava amarrada ao peito do pai. As três crianças riram durante toda a viagem, gostando de estar entre os dragões.
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