50 | i'm nineteen and i'm on fire
Eu estou com 19 e em chamas
Mas quando estamos dançando, eu estou bem
[...]
Todas as coisas a que estamos nos submetendo
Porque nós somos jovens e nós temos vergonha
Elas nos encaminham para lugares perfeitos
Perfect Places - Lorde
19 de setembro de 2022
Los Angeles, Califórnia
O melhor dos tempos. Becky estava vivendo o que merecia, cercada pelas pessoas que amava, conhecendo outras que iriam se tornar tão especiais quanto e comemorando o ano que mudou a sua vida.
Desde o momento em que desembarcou em Los Angeles, tudo estava sendo sobre ela. Festa surpresa, presentes e ganhando bolo a cada lugar que ia. Era o primeiro aniversário em quase duas décadas de sua existência que tinha realmente um significado, que ficar triste por estar envelhecendo não era uma opção.
— Você está tendo o momento? — Luiza perguntou parando ao lado da aniversariante que contemplava a festa como se fosse uma mera telespectadora.
— O que é o momento?
— Aquele clichê que acontece nos filmes quando o protagonista para e vislumbra a vida, onde ele chegou e com quem chegou, sabe?
— Definitivamente estou tendo o momento — Becky disse, acompanhada de uma risada e um suspirar de realização. — Esse é o começo da nova temporada.
— Bem que as trend do TikTok avisaram.
As duas amigas se olharam e caíram na gargalhada novamente.
Becky abraçou Luiza pelos ombros, fechando os olhos para agradecer aos céus por tê-la em sua vida. Se houvesse qualquer possibilidade de existir um universo alternativo, nele as duas seriam irmãs, almas ligadas por algo muito mais forte do que a amizade. Não tinha sentimento mais bonito do que o amor fraternal, e desse, Becky nunca foi carente.
— Estou tão feliz que você esteja aqui, Lulu — a aniversariante disse, a voz embargada começando a ficar notável.
— Eu nunca perderia o seu dia. E não dá para estudar na UCLA morando no Rio de Janeiro, não é?
A mais nova soltou do abraço para olhar no rosto da mulher, encontrando um sorriso enorme e olhos marejados.
— Você está falando sério? — Becky perguntou em um sussurro, ainda sem acreditar no que tinha ouvido.
— Muito sério! Eu aprendi com alguém que mudanças são necessárias e que se arriscar é o ponto de partida — Luiza enfatizou, dando uma leve cotovelada na amiga para mostrar que estava se referindo a ela.
— E você não disse uma palavra sobre estar tentando estudar aqui!
— Eu queria que fosse surpresa! E não correr o risco de te decepcionar caso eu não conseguisse a vaga.
— Você nunca me decepciona, Lulu. Meu Deus, parabéns! — Becky esmagou a mais velha em outro abraço.
Matt observava de longe as duas amigas, sorrindo quando elas sorriam e sabendo que algo muito empolgante estava acontecendo. Despertou com o toque do celular em seu bolso, deixando o copo de refrigerante de lado na mesa próxima a ele e puxando o aparelho para atender.
— Posso roubar ela rapidinho?
Luiza virou o rosto para encontrar Matt ali.
— É claro. Toda sua. — Ela deu uma piscadinha e se afastou antes que pudesse ver Becky revirar os olhos.
— Tem alguém querendo falar com você — o moreno disse, indicando o celular em sua mão.
— Comigo? — perguntou por reflexo quando viu no identificador de chamada o nome da mãe de Matt.
Ele passou o celular para Becky e a escoltou para fora da casa, procurando ficar na varanda onde o som das músicas fosse abafado.
— Becky? — Mary Lou chamou do outro lado.
— Oi! Sou eu.
A aniversariante não sabia o porquê, mas já estava sentindo vontade de chorar antes que a voz reconfortante da mulher retornasse a ligação.
— Minha querida, eu liguei para te desejar um feliz aniversário! Estou sabendo o que os garotos prepararam para você e espero que esteja aproveitando cada minuto desse dia. E não fique brava com o Matt… Mas ele me contou sobre algumas coisas pelas quais você enfrenta com a sua família e eu sinto muito, minha menina. Você não merece nada além de amor e carinho, conforto daqueles que te amam e reconhecimento daqueles que estão vendo você crescer.
Becky lançou um olhar para Matt e ele sorriu amarelo, conseguindo perceber qual foi o rumo da conversa dela com sua mãe. A garota balançou a cabeça como se dissesse que não estava brava nem nada, e sorriu por cima das lágrimas que insistiram em cair.
— Não sei nem o que dizer, Mary Lou. Muito obrigada — a garota disse, chorando silenciosamente.
Eram lágrimas de felicidade, no entanto. Ela realmente tinha ganhado uma rede de apoio no último ano, pessoas que não a conheciam desde sempre mas que se importavam como se tivessem a criado.
— Não precisa agradecer, minha querida. Eu só queria que você soubesse que tem uma mãe em mim. Alguém tão especial para os meus meninos não poderia significar algo diferente disso para mim. Você já tem um lugar nessa família, ouviu? E faça o Matt te apresentar propriamente como namorada, por favor — Mary Lou pediu com uma risada.
Becky riu e estendeu a mão para o garoto, que se aproximou para abraçá-la sem esperar por qualquer explicação para o gesto.
— Bom, ele tem que me pedir primeiro…
— Sei como é. Ele tem a quem puxar essa lerdeza!
— Ei! — Becky ouviu Jimmy resmungar na ligação como se estivesse ouvindo a conversa. — Olá, Becky! Feliz aniversário, querida. Nós temos um presente esperando por você aqui.
— Oi, Jimmy. Obrigada! Não precisava se incomodar com isso — ela disse, o sorriso crescendo no rosto enquanto afagava as costas do moreno deitado em seu ombro.
— Não há incômodo nenhum em te presentear no seu aniversário, querida. Espero ver você em breve, estamos com saudades — Mary Lou respondeu.
— E de mim? Ninguém sente saudades de mim? — Matt se intrometeu. Com o rosto perto do de Becky, ele conseguia ouvir o autofalante e falar no microfone do celular.
— Mas é claro que sinto saudades de todos vocês — a mais velha retratou sua sentença e fez os dois jovens darem risada. — Enfim, não vou te alugar por mais tempo. Vá aproveitar sua festa!
— Obrigada, Mary Lou, de verdade. Vejo vocês em breve.
— Assim espero. Beijos, querida. Até mais, meu filho.
Becky desligou a chamada e entregou o celular para Matt. Logo depois, ela passou a mão no rosto dele e flagrou aqueles olhos azuis já a encarando de volta.
— Eu amo sua família — ela revelou.
— Eles também te amam, como já pôde perceber.
— E eu também amo você.
— Que bom, porque- Eu. Amo. Você — Matt disse, beijando as bochechas dela a cada palavra.
— Ok, vamos voltar lá para dentro antes que você mostre ainda mais o quanto é um bobo apaixonado — Becky brincou, se inclinando e o beijando sem pressa.
— Não tenho problema nenhum em ser um bobo apaixonado por você.
— Lover boy...
— Acabou o amor! — Matt soltou as mãos da cintura dela e fez uma careta. Becky riu e não o deixou se afastar.
Mais um beijo depois, ele pegou na mão dela e a levou de volta para onde a festa acontecia. Dançaram mais algumas músicas e aproveitaram a companhia um do outro como se o mundo não pudesse destruir aquela ligação.
Becky ainda teria um jantar de aniversário com os pais àquela noite e apesar de se preocupar com o que poderia acontecer, nada conseguiu tirar as palavras de Mary Lou de sua cabeça. Ela tinha ganhado a família que merecia, afinal, e Murilo e Gisele foram os únicos a saírem perdendo nessa condição.
i. um capítulo menorzinho só para encerrar a maratona! talvez eu volte para mais, porém se for tudo de uma vez será a última atualização de dd, então vou chorar muito alto agora!
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