44 | you're ruining my life by not being mine
Você é tão deslumbrante, isso me deixa tão doida
Você me deixa tão feliz que vira tristeza
Não há nada que eu odeie mais do que o que não posso ter
Acho que vou voltar para casa, pros meus gatos (ugh)
Sozinha
A menos que você queira me acompanhar?
Gorgeous - Taylor Swift
14 de agosto de 2022
Boston, Massachusetts
Becky estava se ajustando à nova rotina de gravar vídeos para o próprio canal, gerenciar a demanda do trabalho pela Z Star Digital e se preparar para a volta às aulas quando a pausa para o verão terminasse dali a mais ou menos duas semanas.
Ela estava sentada na cama do quarto diante do tripé que apoiava a câmera e a ring light enquanto citava algumas músicas de sua playlist mais ouvida. A sugestão de vídeo veio de um inscrito e Becky se animou em gravar o conteúdo, já que a música era algo bem presente em seu dia e ela realmente tinha playlists para qualquer ocasião. Mas enquanto contava sobre a época em que ficou obcecada pelo álbum Plastic Hearts da Miley Cyrus e por isso as músicas ainda estavam no ouvido recentemente, sua cabeça pesou e ela perdeu o foco.
A garota desligou a câmera comprada com a ajuda de Nick que claramente entendia melhor disso do que ela e saiu do quarto chamando pelo tio.
— Estou aqui! — o homem respondeu abrindo a porta do escritório e desligando a luz ao sair. — Está tudo bem?
Leo estava com os óculos de grau no rosto e o cabelo bagunçado, as roupas meio amassadas e o pé descalço denunciavam as horas que passara trabalhando em mais um dos seus projetos. Becky sorriu culpada por saber que provavelmente tinha interrompido seja lá no que o mais velho estava trabalhando.
— Desculpa te atrapalhar, tio.
— Sem problemas. — Ele sorriu, mas logo sua expressão foi tomada por preocupação. Becky parecia um pouco pálida e já havia alguns dias que ela andava aérea, e mesmo que Leo desconfiasse do motivo para tal comportamento, ele não a pressionava para que falasse sobre isso. — Está tudo bem?
— Acho que eu só preciso conversar… Mas posso esperar você terminar.
— Não, está tudo bem. Eu estava mesmo precisando de uma pausa. Está com fome?
— Não, mas eu preciso de um doce.
Ele seguiu em direção a cozinha com a sobrinha no encalço. Leo abriu a geladeira, pegou uma garrafa de água para si e jogou para ela do outro lado do balcão o resto da barra de chocolate que pediu.
— O que aconteceu, Becky? — ele perguntou sentando-se na cadeira alta ao lado dela.
Muitas coisas estavam acontecendo, para falar a verdade. Além de toda a história com os pais que a garota não havia tido coragem de tirar a limpo e o fato de estar se sentindo mais excluída do que nunca da vida deles, ainda tinha suas questões com Matt. Ela estava o evitando e ele já havia percebido, mas o Sturniolo também não tomou nenhuma atitude para descobrir o porquê daquele gelo todo da parte da morena. E isso a incomodava.
Por que ele não havia a procurado desde que voltou para Boston? Em uma semana estando na mesma cidade, os dois não tiveram nenhum momento sozinhos, nem quando Becky deixou de lado essa coisa de tentar se afastar e deu abertura para que Matt se aproximasse. Será que Carolynn estava sendo uma amiga melhor? Becky logo descobriu que não era mentira da parte da garota quando ela apareceu na pizzaria depois de ter sido convidada por Matt a se juntar aos seus amigos na pequena comemoração ao aniversário deles e de Nate no último sábado. Quem sabe ele tinha perdido o interesse nela e encontrado algo melhor em Carolynn? Não que Becky tenha ficado sabendo se realmente aconteceu ou não, mas sua pele fervilhava só de imaginar os dois saindo juntos como Carolynn havia mencionado.
Becky se encontrava novamente na redoma da insegurança, mas também não queria bancar a vítima da história e como não havia um meio termo, ela estava preferindo manter a distância. Mas ficava difícil quando Nick e Chris faziam questão de sua presença nas reuniões ou quando ela se lembrava que trabalhava com eles.
Decidiu apenas encurtar a história e contar ao tio sobre o assunto que ele tinha mais propriedade para lhe aconselhar: seus pais.
— Sim, eu vi. Falei com Murilo no dia que soube não por ele que estavam voltando — Leo começou, o sarcasmo presente em sua voz. — Eu queria que você não tivesse que passar por nada disso, querida, mas seu pai não percebeu a tempo que o instinto paterno não está muito no nosso sangue.
— Não diga isso, tio — ela disse ao balançar a cabeça e olhar com admiração para o homem. — Seus filhos terão sorte de ter alguém que se importe e que os ame em primeiro lugar. Nem trabalho, nem a falta de exemplo serão desculpas… Você já é o melhor pai que alguém poderia ter.
Uma lágrima solitária despencou pela bochecha da garota e ela não se importou em esconder.
— Você terá a família que merece um dia, sabia?— Leo secou o rosto da sobrinha com o dedo e sorriu com confiança. — Mas enquanto isso, só posso te oferecer a mim mesmo.
— Já é uma grande coisa ter você!
Ela foi puxada para um abraço e descansou a cabeça no ombro do tio. Talvez o céu não tenha sido tão injusto em colocá-la bem naquela família, pois caso contrário, Becky não teria conhecido uma de suas pessoas favorita nesta vida.
— Apesar de tudo, eu não consigo odiar meus pais. Por mais hipócrita que isso possa soar, eu admiro muita coisa nas pessoas que eles são — Becky confessou quando se afastou dos braços do mais velho. — Minha mãe me disse que virá para o meu aniversário e que sente a minha falta, e eu fico com raiva por não conseguir ignorar essa urgência por aprovação e de estar perto deles. Acho que no final das contas, o meu problema é sempre me contentar com as migalhas…
— Becky, isso não é verdade. Eles são os seus pais, os únicos que você tem. É completamente compreensível que se sinta assim. Mas você não merece migalhas de ninguém, ouviu? Não deixe que seu relacionamento com eles arruine todos os outros em sua vida.
Se deu conta alguns minutos depois que ainda estava parada ali, absorvendo as sábias palavras de Leonardo. Não deixar uma relação disfuncional arruinar as outras… Era isso que ela estava fazendo? Não, ela tinha que proteger seu coração. Aquilo não servia para o que estava passando com Matt.
Becky suspirou. Fechou os olhos e desejou que tudo fosse um mal entendido, que se encaixasse na vida dele novamente e que seus problemas não fossem a âncora amarrada no seu pé.
Um minuto depois, o celular esquecido no bolso detrás de seu short começou a tocar e o nome na tela conseguiu colocar um sorriso no rosto da morena.
— É o Nick — ela informou.
— Vocês vão sair hoje à noite, não é?
— Acho que é sobre isso que ele está querendo saber. Eu ainda não dei uma resposta certa.
— Bom, você sabe que por mim tudo bem, contanto que avise a hora que for voltar ou se for ficar na casa de algum deles. Mas, então atenda. — Leo incentivou enquanto se levantava para dar privacidade a ela.
Becky arrastou o dedo na tela do aparelho e logo ouviu a voz animada de Nicolas.
— Oi, babe!
— Você ligando?
— Pois é, os sacrifícios que faço por você. — Nick riu do outro lado da linha. — Você não estava respondendo as minhas mensagens! Estava ansioso para saber se você vai ou não com a gente para o parque de diversões hoje.
— Eu não sei… Não terminei de gravar o vídeo e ele precisa estar pronto até amanhã às 17h.
— Olha, vamos fazer assim, você trás tudo o que precisar para minha casa e passa à noite aqui. Posso te ajudar a terminar o vídeo quando chegarmos do parque e ainda editar ele para estar prontinho amanhã. Antes das 17h — ele disse, acrescentando a última parte antes que Becky tivesse a chance. Ela riu.
— É uma boa ideia… mas não vai ficar estranho a mudança de cenário?
— Por favor, Rebecca! Eu sinto sua falta!
— Você me viu anteontem!
— E?
— Carente.
— Ok, então você vem. Vou pedir para minha mãe separar a roupa de cama para sua caminha no meu quarto!
— Nick!
Ela pensou em como seria ainda pior ter que conviver sob o mesmo teto que Matt enquanto estava tentando ignorá-lo. No entanto, Becky não queria dispensar o amigo mais uma vez quando ele estava claramente se importando e se dedicando para passar um tempo com ela.
— Até mais! Estaremos lá às 20h. Logan está convidado, ele tem amigos bonitinhos que vocês podem chamar também.
Becky revirou os olhos e segurou o celular melhor entre o ombro e a orelha para pegar o último tablete do chocolate.
— Tudo bem, vejo você lá, então.
— Te amo. — Nick estalou um beijo no microfone, fazendo a garota afastar o celular.
— Te amo.
Becky desligou a chamada e rapidamente entrou nas mensagens. Um sentimento ruim cresceu em seu peito quando ela se deu conta de que Matt provavelmente tinha convidado Carolynn. O dedo pairou sobre o nome do contato dele, mas a última mensagem trocada com ele havia sido tão distante da leveza costumeira que ela foi tomada pela tristeza e desistiu.
Ela balançou a cabeça e começou a digitar a mensagem para Logan, se lembrando também que poderia ser a oportunidade perfeita para conversarem sobre o que ou se ele sabia da relação dos seus pais como novos sócios.
— Eu juro que não estava sabendo de nada disso, Becky. Não que fosse o seu pai, na verdade, mas meu pai vinha falando nesse novo sócio fazia algum tempo. Eu só não liguei o sobrenome dele ao seu e nem fazia ideia que nossos pais trabalhavam com coisas semelhantes — Logan explicou olhando para a garota quando pararam em um sinal vermelho.
— Eu imaginei. Desculpa não falar muito sobre a minha família. Talvez teríamos descoberto isso antes, já que você me disse com o que seu pai trabalha… Por isso reconheci o nome dele na matéria.
— Está tudo bem. Você sabe que eu nunca te forçaria a falar sobre algo que te deixa desconfortável.
— Verdade, mas somos amigos e há algumas coisas que você precisa saber — ela murmurou, desviando o olhar da janela para ele quando o trânsito voltou a fluir. — Você acha que estaremos nesse baile?
— Minha mãe faz questão que eu esteja. — Logan revirou os olhos e apertou os dedos no volante. — A sua não?
— Não conversamos sobre isso ainda. É em Los Angeles e vou estar no meio do novo semestre quando esse evento acontecer, tenho a desculpa perfeita para não ir.
— Boa. Mas então terei que ficar lá sozinho?
— Tenho certeza que você pode conseguir uma companhia interessante — Becky provocou com um sorriso de lado.
Logan franziu o cenho e não respondeu de primeira, mas um sorriso apareceu nos seus lábios e ele balançou a cabeça.
Entrou no estacionamento lotado do parque de diversões e conseguiu uma vaga logo de cara ao passo que um carro manobrava para sair da demarcação e ir embora.
— Chegamos. Você sabe onde Nick está para já deixar suas coisas no carro deles? — o jovem perguntou assim que abriu a porta do veículo para sair.
— Ele disse que estaria nos esperando na fila da bilheteria — Becky respondeu depois de checar a última mensagem trocada com o amigo. — Ugh, esse lugar está impraticável. — Ela enfiou as mãos no bolso da jaqueta jeans e olhou ao redor, a ansiedade começando aflorar por debaixo de sua pele.
— Ah, então a gente leva sua mala quando voltarmos.
— É melhor. Vamos, eles estão guardando nosso lugar.
O parque de diversões era bem espaçoso e dividido, as barracas e os brinquedos ficavam em uma boa distância um dos outros, o que permitia mais pessoas circularem e fazerem filas maiores. Logan foi quem localizou a bilheteria primeiro e Becky atentou os olhos para encontrar o grupo de amigos.
Além dos trigêmeos que eram facilmente notáveis, estavam com eles Alahna, o irmão dela, Makai, Chloe, Nate e Carolynn. A última não parecia estar apreciando tanto a companhia dos outros, mesmo de longe dava para notar a impaciência de sempre no rosto dela. Becky revirou os olhos só de imaginar qual assunto ela estaria forçando para se sentir incluída. Aquele claramente não era o ambiente dela, aquelas pessoas nunca seriam consideradas amigas dela se não houvesse o interesse em um deles.
— Becky!
Ela despertou do devaneio quando escutou a voz de Chris e pouco depois os braços dele a apertando em um abraço.
— Olá, Chris. É bom te ver também, mas eu ainda preciso respirar — ela disse, meio rindo meio resmungando ao tentar se afastar.
— Eu pensei que você ia furar com a gente!
— Eu garanti que ela não fizesse isso — Nick interrompeu a conversa, sorrindo como se estivesse orgulhoso do que fez.
— Sim, você é irritante quanto quer.
— Obrigado! Eu te amo também. — Ele jogou um beijo para ela e alguns dos que estavam ao redor deram risada.
Becky e Logan começaram a cumprimentar todo mundo e a garota ficou bem satisfeita de não ter que forçar muita coisa com Carolynn quando ela e loiro entrarem em uma conversa logo em seguida. A satisfação logo passou ao parar na frente de Matt.
Ele estava lindo usando a calça jeans de lavagem clara combinando com uma blusa simples branca e por baixo de uma jaqueta esportiva oversized azul. O cordão no pescoço e o par de Air Force de sempre completavam a maneira estilosa como Matt se vestia sem muito se esforçar.
— Oi. — Ele deu um pequeno sorriso e olhou para Becky da mesma maneira, se perguntando como ela conseguia ficar cada vez mais bonita.
— Oi.
— Eu não ganho um abraço? — Matt perguntou em voz baixa, mesmo que ninguém mais parecesse interessado nos dois.
— Claro — ela disse, sem conseguir esconder o sorriso quando passou os braços pela cintura dele.
A verdade era que não haviam barreiras o suficiente que pudessem tirar a sensação de segurança que Becky tinha toda vez que estava no abraço de Matt. Ela pôde ouvi-lo suspirar e recebeu em beijo contido no topo da cabeça.
— Sinto sua falta.
Becky deu um passo para trás e abriu a boca para responder, mas antes de se dar conta do que diria, a fila andou e já estava na vez deles de comprar os bilhetes.
Ela desviou a atenção de volta para a conversa de Nick e Alahna que se animaram em apresentá-la propriamente para Chloe.
— Matt, eu não quero ir nesses brinquedos bobos. Podemos só comprar os bilhetes para a casa mal-assombrada? — Carolynn disse, se inclinando sobre o garoto mais do que precisava para ter sua atenção.
O rosto de Becky continuou inexpressivo e supostamente interessada no assunto com Chloe, Alahna e Nick, mas seus ouvidos estavam bem atentos nos dois à frente.
— Mas eu quero ir na montanha-russa e definitivamente no carrinho bate-bate. — Ele olhou para o irmão mais novo e trocou um rápido aperto de mãos quando mencionou o brinquedo. — Vamos, vai ser legal.
— Tudo bem, mas nós vamos estar no mesmo time, não é?
— Hm… — Matt murmurou incerto e como se estivesse fora de sua zona de conforto.
Chris, que agradeceu ao bilheteiro do outro lado do balcão e destruibuiu os ingressos dos brinquedos para todos os presentes, poupou o irmão de dizer qualquer coisa quando começou a gritar para que se apressassem logo e fossem para a fila do carrinho bate-bate.
— Jesus Cristo, Chris, nós já te ouvimos — Nick disse, colocando uma mão no ouvido e com a outra acertando o peito do irmão.
— É, já está sendo muito divertido — Becky murmurou para si mesma enquanto revirava os olhos.
Para seu azar, Logan estava bem ali ao lado e prestando atenção. Ele riu e passar o braço pelos ombros dela.
— Para de ser uma velha reclamona, por favor.
Eles entraram na fila e deixaram a conversa fluir dentre muitos assuntos. Becky estava apenas tomando notas de tudo a sua volta, de como Nate era visivelmente mais tímido e quieto que seu melhor amigo mas ainda assim era tão engraçado quanto Chris, ou de como Makai parecia muito descolado e divertido mesmo andando com os amigos que eram mais próximos de sua irmã, ou de como Matt não tirava os olhos dela.
Que merda!
Ela queria beijá-lo e dizer que estava morrendo de ciúmes e que não sabia o que fazer sobre isso. Se Carolynn estivesse se apaixonando por ele, como Becky poderia culpá-la? Aqueles olhos azuis olhando nos seus fazia qualquer garota passar desta para melhor. Matt não deveria ser tão atraente. Mas ele certamente deveria ser apenas de Becky.
— Se você for ficar distraída desse jeito, pode esquecer a ideia de ser minha dupla no bate-bate. — Logan chamou sua atenção, cutucando-a no braço.
— Cacete, como você é implicante e chato!
— Ouch, o que eu fiz?
Becky o puxou pelo pulso e entrou no ringue onde os carrinhos esperavam pela próxima partida.
Enquanto forçava o brinquedo para um lado e para o outro tentando fugir dos amigos e quase perdia o ar de tanto rir toda vez que faziam emboscada para bater do carrinho dela e de Logan, tudo o que ela queria era ficar presa naquele momento de euforia para sempre.
Não havia uma contagem ou competição, mas se houvesse, Becky e Logan com certeza teriam perdido. Ela ainda ria de como seu parceiro nos brinquedos era ruim de mira ou direção ao passarem pelas outras atrações.
Foi de Chris que ela ganhou uma Dory de pelúcia na barraca do tiro ao alvo, e com ganhou, lê-se trocou, a pelúcia pelos estalinhos adquiridos por ela mesma. Logan mal conseguiu acertar duas das dez garrafas e seu prêmio foi um mísero nada. Becky caiu na gargalhada ao vê-lo tentar subornar o cara da barraca para lhe dar alguma recompensa.
Depois da volta na montanha-russa, a garota já estava exausta. O parque de diversões já parecia menos movimentado e dava para comprovar isso no tamanho reduzido da fila para a casa mal-assombrada.
Chloe recebeu uma ligação da mãe e precisou se despedir mais cedo enquanto eles se dirigiam para a última parada da noite.
— Ok, então, eu perdi minha dupla e agora estamos em nove pessoas. Eu não vou sozinho nessa merda nem por muito dinheiro — Nick disse, olhando para a estrutura da casa mal-assombrada atrás deles. — Como querem fazer?
— Eu posso ir sozinho — Matt respondeu.
— Não.
Nick, Chris, Alahna, Nate e até Becky se viu respondendo ao mesmo tempo. Ela desviou o olhar quando Matt a flagrou.
— De jeito nenhum você vai sozinho, Matt. — Chris fez um gesto com as mãos para indicar a negação.
— Qual é, não tem nada de assustador nessa casa, vocês sabem, não é? — Carolynn disse, cruzando os braços e rindo com ironia. Becky podia jurar que ela estava quase revirando os olhos.
Óbvio que ela não entendia que a preocupação com Matt não era por medo e sim por ele ficar sozinho, numa enorme casa dita mal-assombrada, quando a ansiedade era sua verdadeira inimiga.
— Mas eu posso ir com você. Sabe que só não fui na montanha-russa porque bagunça meu cabelo — a garota completou, mexendo nas madeixas longas e mais claras nas pontas.
— Eu acho que é melhor ele ir com alguém que o conhece…, querida — Nick retrucou olhando-a de lado e logo voltando a prestar atenção em Matt, que agora corava.
— Eu vou com você. — Logan deu um passo na frente e puxou Carolynn para longe junto com ele. Olhou rapidamente para trás e lançou uma piscadinha para Becky.
— Certo, então, eu vou com Nick, e Makai, você pode ir com Nate e Chris? — Alahna apontou para os amigos enquanto citava seus nomes e por fim, olhou para o irmão.
— Claro.
— Ótimo. Matty B e Becky, é com vocês. — A morena piscou e passou o braço pelo de Nick, puxando-o para a entrada da casa mal-assombrada.
— E a solução deles foi colocar duas pessoas ansiosas juntas? — Matt disse rindo quando viu todos os amigos se afastarem.
— É, você não precisa se contentar com a minha companhia. Podemos trocar com Logan e Carolynn — Becky argumentou, friamente.
— O quê?
Confuso, o garoto seguiu atrás da morena que disparou na frente e já estava entregando o bilhete para o funcionário na porta da casa mal-assombrada.
— Esquece, Matt. Vamos logo com isso. Eu quero ir para casa.
— Você não vai para a minha casa?
Ela não respondeu. Eles cruzaram o primeiro corredor e logo se encontraram numa sala mal iluminada e com decoração pitoresca.
— Hora do susto! — uma voz horripilante e robótica soou de algum lugar e ambos se arrepiaram.
Matt tomou a mão da brasileira e entrelaçou seus dedos nos dela. Becky olhou para o rosto dele e tudo o que conseguia ver mesmo sob a penumbra eram aqueles olhos azuis como o oceano.
Bem, ele deveria pensar nas consequências de pegar a mão dela em um quarto escuro. Com um leve aperto em seus dedos, Matt deixou claro que sabia.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro