Capítulo 12
Faltavam apenas duas semanas para a entrega do projeto de ciências, papai, mamãe, meus irmãos e eu estávamos no carro. Eles iam à um rodízio de pizza, mas primeiro me deixariam na casa do Dean, eu precisava falar com ele sobre o projeto.
- A gente traz um lanchinho pra você, filha. - disse mamãe quando desci do carro.
- Não vá para casa sozinha, nos espere.
- Tá, pai. - respondi.
- E Dean prefere mulheres, não pirralhas. - latiu Ciara.
- Para de implicar com a sua irmã Ciara. - mamãe a olhou de cara feia.
- Aí, Sah - Patch chamou-me pela janela aberta - Vai fundo no cara, é meu parceiro.
- Isso é coisa de se dizer para sua irmã, garoto. - repreendeu papai.
- Até mais tarde, pessoal. - falei me afastando, parecia que eu estava indo para o outro lado do país com um garoto. Antes de eu chegar na porta da mansão ela se abre, os pais do Dean mais o Peter se despediam de uma família em visita; a filha, percebi, era uma modelo, colega de Ciara. Acenti para eles quando passei por eles e a garota me olhou com desdém.
- Outra visita, que bom vê-la. - a mãe dos meninos me abraçou.
- Veio me ver, Sah? - disse Peter na frente, sorrindo.
- Você é muito novo para ela, Peter. - disse o pai.
- Boa noite, Sr. e Sra. Bricci. Boa noite, Peter. Eu vim falar com o Dean sobre um trabalho do colégio...
- Ele está no quarto, vou chamá-lo. - disse Peter.
- Eu posso ir falar com ele? - me apressei em dizer.
- Se você quiser. - disse a Sra. Bricci. -É a segunda porta à direita.
-Mas se você quiser pode parar na primeira porta, é o meu quarto. - Peter sorria.
- Peter! - os pais o repreenderam.
- Eu acho o caminho, obrigada. Com licença. - subo a escada que acaba num corredor em frente que fazia uma curva no final. Passei pela primeira porta e parei na segunda, tudo parecia bem valioso, o tapete, o lustre... Olhei pela brecha da porta, só dava para ver a cama grande e de aparência macia, um pouco bagunçada.
- Dean? - chamei abrindo mais a porta e entrando. Estava tudo silencioso, chamei seu nome outra vez e escutei a porta se fechar atrás de mim, logo depois uma mão tapou a minha boca e a outra envolveu minha cintura. Me debati um pouco e escutei a risada.
- Não grita que vou solta-la. - Dean falou e então abaixou a mão.
- Sabia que eu podia ter problemas cardíaco? - tentei me acalmar.
- Você ficou tão assustada. Foi divertido. - Ele saiu de trás de mim e sentou na cama, estava com um sorrisinho nos lábios.
- Como sabia que era eu?
- Você fez muito barulho ao subir as escadas.
- Eu estou falando sério. - cruzei os braços, ele não respondeu, me encarou com aquele sorriso lindo, me deixando louca. Eu estava quase entrando em erupção.
- Vai ficar em pé?
-Olha - comecei, me sentando ao lado dele. - Eu queria perguntar se você quer terminar o projeto de ciências comigo.
- Mas você me rejeitou na escolha das duplas - ergueu uma sobrancelha.
- É sério, Dean. Você já fez o seu?
- Não.
- Podemos terminar juntos?
- Ok.
- Era só isso. - falei, suspirando.
- Você veio sozinha?
- Meus pais me deixaram aqui, todos foram à um rodízio e tenho que esperar aqui, nem que seja lá fora.
- Eu jamais deixaria. - ele ainda sorria, mas para minha tristeza ele não tentou nada. Me levantei e comecei a mexer nas coisas dele.
- Me fala agora mais sobre você, Dean.
- O que quer saber?
- Onde você já morou...?
- Sempre morei aqui.
- Então por quê você entrou no colégio depois? - parei para olhar pra ele.
- Fui transferido. - ele me olhou.
- E por que?
- Porquê eles estavam de saco cheio de mim. - deu de ombros.
- Hmm - voltei a bisbilhotar. - Quer dizer então que você foi...
- Para! - pediu - Se eu fosse você não abriria essa gaveta.
- Por?... - parei com a mão no puxador.
- Gaveta de cuecas. - esclareceu. Soltei na hora.
- Enfim - fui para o guarda-roupas. -, Foi um garoto travesso.
- Nem tanto. - as roupas dele eram quase todas escuras. Dava para contar as claras: 2 sociais, uma branca e outra azul e uma camiseta branca. Perfumes, cheirei, o mesmo cheirinho delicioso dele. - Sem mais perguntas? - quis saber ele, se levantando e vindo na minha direção.
- Não, ainda tenho várias. - Ele retirou minhas mãos das coisas dele e fechou as portas do guarda-roupa.
- Dean? Sacha? - chamou Peter, da porta.
- Entra - Dean respondeu, a porta estava aberta.
- Mamãe perguntou se vocês podem parar de namorar um pouco para comer o bolo que Arabela fez.
- A parte do "namorar" você está mentindo.
- Vai me dizer que você não está interessado?
- Não é da sua conta. - Dean fez Peter ficar calado e eu vermelha.
- Você vai querer, Sah? - Dean olhou para mim, mas eu estava sem graça de mais para retribuir.
- Não, obrigada. - respondi por educação.
-Ok. Vem - Dean pegou na minha mão e descemos os três.
-Oi, querida, espero que goste de bolo de limão.
- Amo! - era verdade, fazia tempos que eu não comia um delicioso bolinho de limão.
- Que bom. Vou pedir para a Arabela trazer. - Ela foi para a cozinha e nos sentamos no sofá. Peter sentou-se ao meu lado, fazendo com que Dean sentasse em frente; ao lado do pai. Fiquei analisando os dois em busca de alguma semelhança, tirando o cabelo que era quase do mesmo tom, mais nada.
- Eu estou com o bigode sujo, meu bem? - perguntou-me o Sr. Bricci.
- Oh, não. - corei e abaixei a cabeça.
- Ela nao estava olhando pro senhor, pai. - interveio Peter - Era pro Dean.
- Você deve ser uma menina especial. - disse o pai. - Dean nunca se interessou por nenhuma outra menina.
- Mas ela com certeza é especial. - A Sr. Bricci vinha com Arabela logo atrás, eu pensei que ela era nova, mas estava errada.
- Vocês estão enganados. - contradiu Peter - Sacha é mesmo especial, mas eu já vi Dean dar uns pegas em várias gatinhas.
Olhei pro Dean.
Ele estava sério, olhando lá pra fora, pro jardim atrás da janela. A mãe colocou o bolo em sua frente, que ele olhou e se levantou.
- Não estou com fome, obrigado. - dito isso ele se levantou e subiu de novo com seu andar seguro e decidido, nos deixando sem graça na sala. Será que eu tinha feito algo de errado? Não pude deixar de pensar.
O bolo de limão estava delicioso, molhadinho. Antes de ir embora, eu pedi pro Peter se despedir do Dean por mim. Na volta pra casa, Patchel e Ciara me fizeram várias perguntas, mas minha mente estava longe de mais para eu prestar atenção. Ela estava tentando reconstruir a cena na sala dos Bricci, para tentar descobrir quando Dean ficara daquele jeito.
No colégio, eu fiquei com medo dele me ignorar e pedir pra eu ficar longe da casa dele, mas enquanto eu lanchava no gramado, na hora do intervalo, ele se aproximou e sentou- se ao meu lado.
- Desculpe pela minha grosseria de ontem.
- Tudo bem. - fui pega de surpresa.
- Eu não fiquei com raiva de você, fiquei chateado com eles. Pais e irmãos não sabem manter a língua no lugar.
- Sei bem como é.
- Então, você me desculpa?
- Claro.
- Podemos terminar o trabalho hoje se quiser.
- Não vai pro treino? - o olhei.
- Hoje não.
- Na minha casa, então?
- É uma ótima escolha. - mal ele acabou de falar e a Victória chegou eufórica e puxando ele.
- Rápido, Dean, você precisa ver uma coisa!
- O que, Vic?
- Anda, Dean, rápido. - Ela correu levando ele e eu nem olhei pra ver onde iam.
Voltei a comer, mas com muito ciúmes por eles estarem tão íntimos. Ela é mais velha e linda 1x0; ela. E aposto que ele nunca disse para ela não "confundir" as coisas... 2x0. Ela. Quando voltamos para a sala o Dean não estava presente, ele chegou 15 minutos depois. Atrasado. O professor não o deixou entrar. Bem feito, se não estivesse com aquela vaca, estaria aqui na hora certa. Fiz o possível e o impossível para não pensar no Dean e prestar atenção na aula, mas não deu muito certo. Na saída, nem sinal do Patch, só o Dean escorado em seu carro. Fui até ele.
- Viu meu irmão? - perguntei.
- Eu disse pra ele que levaria você pra casa, já que vamos terminar o trabalho lá. Aí ele aproveitou e saiu com uma gatinha da sala dele.
- Sei. - revirei os olhos - Então, vamos?
- Antes eu queria convidá-la a almoçar comigo.
- Não estou com fome, obrigada. - e entrei no carro. Ainda no caminho para casa, com quem não quer nada, perguntei: - E então, o que a doida da Victória queria?
- Matar a bela.
- Como? - olhei para ele, estava com ar de brincadeira.
- É uma peça que o segundo ano vai fazer, ela me perguntou outro dia se eu queria participar.
- Mas você é do primeiro ano, e aposto que não curte esse tipo de coisa.
- Foi o que eu disse à ela. - esperei.
-E o que ela queria hoje, Dean? - perguntei, impaciente.
- Queria que eu assistisse um pedaço da peça, queria saber minha opinião.
- E por isso você chegou atrasado. - debochei.
- Bem feito para mim, não é? - disse desviando um pouco o olhar da pista para me olhar. Não o encarei e nem respondi. - E tudo por culpa da vaca da Victória.
- Você não é amigo dela? - me virei rapidamente para ela.
- Sou.
- Então por que a chamou de vaca?
- É assim que algumas meninas que não gostam dela a chamam.
- E como você sabe?
- Elas costumam pensar alto de mais as vezes, entende?
- Hum - resolvi acabar com a conversa sobre a Victória. - Dean, você se parece com seus tios ou avós?
- Não conheço eles. - seu tom saiu um pouco grosso.
- É porque você não se parece com seus pais. - expliquei.
- Talvez eu não seja filho deles. - agora sua voz foi para fria como gelo. Talvez isso seja muito pessoal, então, me calei.
Quando chegamos em casa eu o deixei na sala e subi as escadas. Ciara também não estava em casa, mas Dean ja era de confiança suficiente para poder ficar. No meu quarto, arranquei a roupa do colégio e vesti uma de casa, tentei achar uma blusa com bastante decote, passei desodorante, paguei a inacabada cadeia de DNA e desci. Ele estava sentado no sofá, sem nem piscar, estava pensando. Mas logo saiu de seu transe e me viu, correu os olhos rápido pelo meu corpo.
- Vamos começar? - perguntou.
- É pra já. - coloquei as coisas na mesinha de centro e começamos a organizar as coisas. Ele foi bem prestativo e me ajudou bastante. Com certeza quando fomos mexer com a tinta, para encher as bolinhas, nos sujamos bastante, ele até segurou o meu rosto e pintou meu nariz de vermelho. Depois olhou sua obra de arte e sorriu. Logo assim que a cadeia ficou pronto, colocamos pra secar, fiz um refresco e sentamos no sofá para descansar.
- Foi divertido. - falei sorrindo.
- Nunca na minha vida eu tinha me divertido tanto. - e ficamos só bebendo o refresco é admirando nossa obra de arte. Do nada Dean escorou no sofá de lado e olhou para trás dele, fiz o mesmo e encontramos Patchel lá, agachado.
- Ah, pensei que vocês dois estariam fazendo algo suspeito. - ele indireitou-se.
- Eu vi você entrando, Patch. - menti.
- Eu sou um espião, garota. - e, como uma criança, se sentou entre mim e o Dean, colocando os braços em volta dos nossos ombros.
- Poxa, Dean, me admira você perder uma oportunidade dessas.
- Que oportunidade? - perguntei, curiosa, mas ele continuou falando com o Dean.
- Poxa, cara, a casa estava vazia e tem...ham...quatro quartos lá em cima.
- Patchel! - dei um tapa na perna dele, agora eu fiquei sem graça.
- Ela é sua irmã, cara. - Dean disse, num tom nada convincente de que aquilo importava.
- Ham - Patch revirou os olhos - Cara, eu já disse que por mim tudo bem? Desde que você assuma o filho depois.
- Ai, Patchel, você é impossível! - me levantei, era constrangedor de mais.
- Só estou ajudando, maninha
- Ela vai parar de falar com você. - disse Dean à ele.
- Vai nada. - ele deu de ombros.
- Vou sim. Já volto, Dean. - peguei o projeto e subi.
- Ela vai retocar a maquiagem. - escutei o Patch "sussurrar." Só ele mesmo, eu nem sou de usar maquiagem assim. Guardo nosso projeto dentro de uma caixa grande. Vou ao banheiro e aí desço novamente. Eles estavam conversando baixinho, não preciso nem dizer quem ficou quieto primeiro por se dar conta da minha presença.
- Eu vou subir. - Patch passou por mim e bagunçou meu cabelo. - Não demoro, hein?
- Fala. - digo me sentando ao lado do Dean.
- O que? - ele cruza os braços.
- O que vocês estavam falando.
- É coisa de homens, Sah.
- É coisa de homens, Sah. - debocho.
- Ah, é? - ele me cutuca na barriga e me afasto.
- O que vamos fazer agora?
- Não sei, quer passear? Vamos de carro em algum lugar.
- Mas meus pais vão chegar, e você demora muito comigo.
- É porque, vou repetir caso ainda não tenha entendido, gosto da sua companhia. E além do mais, você tem celular agora, pode ligar para eles.
- Eles não vão deixar. Gostam de chegar e me encontrar aqui.
- Tudo bem, então. - ele se levantou.- Quem sabe outro dia?
- Beleza. Até amanhã. - levo ele até a porta e não ganho nenhum beijinho sequer.
No dia seguinte, eu estava indo pro meu canto de sempre no gramado do colégio, resolvi chamar o Dean para me fazer companhia, mas quando o vi, ele estava conversando com a Victória. Não sei se ele estava perto de mais dela ou ela dele, acredito que a segunda opção, por dele estar encostado nos armários e ela em frente à ele. Passei fingindo que mexia na bolsa para não ter que olha a cena. É por isso que eu sempre digo que homem atrapalha muito, agora que eu já tenho um sentimento por ele, não consigo parar de pensar nele. O que pode atrapalhar minha concentração, fazendo assim eu tirar notas baixas e não passar de série. Fazer o que, eu tenho que pensar no meu futuro primeiro. Meus pensamentos foram cortados por um corpo desajeitado na minha frente, levantei a cabeça e me deparei com Hugo, o nerd. Ele abriu a boca para falar mas o Dean sentou-se ao meu lado e Hugo não soube o que dizer ou fazer. Ajeitou os óculos, pôs as mãos no bolso, coçou o braço e saiu em disparada.
- Eu disse. - falou Dean, estava com as mãos apoiadas ao lado do corpo e as pernas esticadas. Olhava para frente.
- E você assustou o coitado. - Dean virou o rosto e cravou seus olhos em mim.
- Então eu espantei o seu paquera, Sacha?
- Cala a boca, Dean. - eu já ia me levantar quando Dean me pegou pela cintura. Meu Deus, quase me virei e me deixei cair em seus braços. Depois de ter certeza que meu bumbum estava grudado no chão, ele me soltou.
- Fica, juro que não digo mais nada. - curvei meus ombros pra frente e fiquei olhando o pessoal passar rindo, outros lanchando e eu, perdi a fome. Ao menos por enquanto. O sinal tocou e nos levantamos. Em silêncio, voltamos pra sala.
Entrega do trabalho de ciências, eu estava apreensiva, ao contrário das outras vezes, eu esperava uma nota boa. Dean e eu fizemos um ótimo trabalho, nesse dia a professora Lauren nos levou pro auditoria para ter mais espaço. Cada um olhava pro trabalho do outro. Algumas semanas antes eu avisara que faria o projeto com o Dean e a professora ficou mega feliz; hoje, porém, estava radiante. Adorava ver os alunos bolarem os mais criativos trabalhos. Eu, com a ajuda do Dean, criei uma cadeia de DNA magnífica, mas infelizmente não fomos os melhores. Hugo nos superou, por incrível que pareça, com um sistema funcional do estômago - foi um pouco nojento de se ver. A professora Lauren ficou encantada, realmente os projetos foram a altura de alunos do Ensino Médio. Quando a professora nos deu nossas notas, Dean, na frente da turma inteira, me beijou o rosto. Claro, eu fiquei vermelha e a minha temperatura subiu. Apenas uns 3 ou 4 alunos fizeram o famoso "hummm", menos mal.
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Capítulo não está grande, mas está até que legal (acho), o que vocês acharam? Eu realmente gostaria da opinião de vocês, não sejam leitores fantasmas. :v
Próximo capítulo terá uma grande surpresa, meus dedos estão coçando para dar spolier! Mas vou amarrar minhas mãos aqui para não estragar os próximos capítulos, viu. Até mais ver, galera! \o/
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