Pouco mais de uma semana após o término do relacionamento entre Taylor e Tom, a revista People confirmou a separação entre eles, por meio de uma nota de Tree e da equipe de imagem do ator, afirmando que foi uma "separação amigável", o que não era mentira. Ao contrário de Adam, alguns meses atrás, com Tom tudo parecia correr bem.

Taylor já estava em Nova York quando aconteceu, e evitou ser vista em qualquer lugar, querendo evitar qualquer tipo de comentário sobre sua própria imagem. Tudo já parecia muito ruim e, por mais que ela tivesse chegado a um acordo consigo mesma e com o fim de seu relacionamento com Tom, ela não queria acrescentar ainda mais comentários a toda a confusão.

Claro, as pessoas falavam, ela só queria evitá-los o máximo possível - e não queria dar mais motivos para isso, como se os tivesse dado em um primeiro momento.

Então ela ficou em casa e se concentrou em escrever. Taylor tinha tantas ideias, e estava apenas deixando-as fluir. Então ela entendeu; não era nenhuma surpresa que escrever sobre seus rompimentos tivesse se tornado uma coisa regular, e ela era boa nisso, mas escrever sobre estar apaixonada era definitivamente mais agradável, e era isso que ela vinha fazendo.

Taylor manteve o celular por perto, filmando seu processo de composição, para uma música que não passava de algumas letras como "Late in the night, the city's asleep. Your love is a secret I'm hoping Dreaming, dying to keep. Change my priorities. The taste of your lips is my idea of luxury". E enquanto ela os escrevia, era difícil não se lembrar da última noite que tinha visto Jamie.

Ela se lembrava disso com tanta clareza que, se fechasse os olhos, quase podia sentir os lábios da garota nos dela. Pensando bem, ela deveria tê-la feito ficar, resolvido tudo naquele dia e terminado com Tom antes mesmo que ele pudesse pensar em pedi-la em casamento. Ou deveria pelo menos ter respondido a ela. Taylor deveria ter feito muitas coisas, mas deixou o tempo passar.

A respiração de Taylor falhou, ela se forçou a parar de dedilhar as cordas do violão e, sem esperar, pegou o celular. Ela clicou no contato de Jamie, e deixou as palavras escaparem por entre os dedos, sem ao menos registrá-las em seu cérebro.

Taylor: Podemos conversar?

Jamie parecia estar com o celular nas mãos, porque não esperou nem mesmo um minuto até responder. Taylor sorriu de leve, e se sentiu idiota por se sentir tão bem e importante com a atenção da garota.

Para Jamie tudo era confuso. Taylor tinha a deixado no escuro por tanto tempo, então acordou em um dia e decidiu que queria conversar, mas ela a respondeu. O fez porque sabia que não conseguiria nem mesmo dormir se não o fizesse.

Jamie:  Claro.

Posso te ligar?

Taylor: Por favor.

Então Jamie ligou para ela, e sem esperar o segundo toque, Taylor atendeu.

— Sobre os últimos dias — Taylor limpou a garganta antes de continuar, mas Jamie a interrompeu.

— Eu posso esquecer que eles aconteceram.

— Mesmo o dia seguinte ao bar? — Taylor perguntou.

— Você quer que eu esqueça o dia no bar?

— Você quer esquecer?

Jamie balançou a cabeça e, ao fazê-lo, lembrou-se de como Taylor não podia vê-la. Então ela murmurou um curto "não".

— Você e Tom... — Jamie tocou no assunto.

— Nós terminamos — respondeu Taylor — Aconteceu há alguns dias atrás. Estou solteira desde então.

— E o que você quer fazer sobre isso?

— Eu quero estar com você — ela foi sincera.

— Eu seria como Tom? — Jamie perguntou porque sentiu que precisava perguntar, e Taylor não interpretou isso como algo terrível. Ela entendeu de onde a garota estava vindo.

— Não — a loira disse com firmeza — Claro que não, não estou procurando uma saída nem nada. Para ser sincera, achei você atraente desde que nos conhecemos em maio. Você sabe tudo o que precisa saber sobre mim, e mesmo depois de dias no escuro, você ainda está aqui. Acho que isso diz alguma coisa.

— Parece repentino, não é? — Jamie perguntou, e Taylor não pôde deixar de pensar: Não tão repentino quanto você pensa.

— As ligações noturnas, as mensagens de texto sedutoras e todo aquele contato... — Taylor apontou — Eu estava concordando com isso, e você também, sem nem perceber que estava levando o que temos adiante.

— Havia pensamentos ocasionais na minha cabeça — Jamie confessou — Mas você estava com alguém, Taylor.

— E agora não estou.

— Você gosta de mim?

— Eu gosto de você — Taylor murmurou.

— Estou partindo para Nova York em alguns dias — Jamie disse — Em duas semanas mais ou menos.

— Espero que você não esteja fazendo isso por mim — disse Taylor, mas queria obter uma resposta contrária, algo como: Sim, estou fazendo isso por você.

— Eu tenho algumas entrevistas sobre meu filme em Nova York — Jamie esclareceu. Mas eu quero ver você, ela pensou — Podemos nos ver?

A resposta de Taylor foi positiva e, pouco mais de duas semanas depois, Jamie desceu do avião enquanto uma chuva leve cobria os céus de Nova York e, após uma breve parada no apartamento de Jeremy, em Bowery - onde ela ficaria durante sua estada em Nova York, assim como em outras ocasiões - ela pegou um táxi na direção do número vinte e três da Cornelia Street.

As duas mantiveram contato por semanas, assim como antes, o que foi um alívio para Taylor, deixando claro que nada havia mudado. Elas não falaram diretamente sobre como se sentiam, pois achavam que precisavam fazer isso pessoalmente, mas deixaram claro que estavam na mesma página. Elas só precisavam se encontrar e partir daí.

Quando Jamie chegou ao apartamento na Cornelia Street, Taylor estava esperando por ela, e foi Noel quem a deixou entrar no apartamento. Jamie colocou os pés no lugar com cuidado, e tirou a jaqueta jeans que estava usando, pendurando-a no cabideiro na parede do corredor, então a seguiu e quando ela chegou na sala, ela pode ver Taylor, vestindo calça de moletom e uma camisa folgada, preta. Seu cabelo parecia mais longo do que da última vez que se viram, e estava preso para trás, com alguns poucos fios bagunçados e soltos, mostrando seu rosto sem maquiagem. Ela estava sentada no sofá, de frente para o arco que dava para a porta, então ela viu imediatamente quando Jamie entrou no espaço.

— Acho que estamos esperando por isso há muito tempo — a voz de Jamie preencheu o espaço, e Taylor se levantou. Cuidadosamente, ela caminhou até Jamie, e diminuiu a distância que as separava.

A mais velha parecia sem ideia do que dizer, ou como agir. Algumas coisas pareciam estranhas - ou ela estava estranha, talvez apenas apreensiva. Jamie reparou.

— Não vamos tornar isso algo estranho — comentou Taylor.

— Só precisamos esclarecer as coisas — Jamie falou.

— Eu gosto de você — disse a americana.

— Eu também.

— Gosta de você? — Taylor brincou.

— Além disso... — Jamie a acompanhou, e sorriu calmamente — Mas não, eu gosto de você, Sra. Swift.

— Oh, tão formal — Taylor buscou manter o clima leve, e deixou um breve riso escapar — O que você vai fazer sobre isso?

— O que você quer fazer sobre isso? — Jamie devolveu.

— Quero que tentemos deixar as coisas fluírem — respondeu Taylor — O que você quer?

— Eu quero você — Jamie respondeu com simplicidade, porque para ela parecia ser. Ela gostava de Taylor, e o que poderia fazer quanto a isso? Certamente não mentiria. Elas haviam entrado em termos quanto ao fato, bastava ser honesta.

Jamie então observou Taylor sorrir e dar mais alguns passos em sua direção.

Seus rostos estavam a apenas alguns centímetros de distância. Taylor podia sentir sua própria respiração engatar quando ela olhou para os lábios de Jamie, e se lembrou do breve - e único - beijo que elas tinham compartilhado.

A mais velha não disse mais nada, dada a resposta da garota de Londres. Então ela diminuiu a distância e sentiu seu corpo estremecer quando seus lábios se chocaram. Ela fechou os olhos, colocando as mãos nos ombros de Jamie, cedendo completamente ao ver a garota beijando-a de volta.

O cérebro de Taylor estava fora de controle, seus pensamentos uma confusão por completo. Para ser honesta, Taylor estava sonhando com isso há semanas.

Ela poderia facilmente admitir isso em voz alta. Desde que tinha criado coragem para beijar Jamie, só conseguia pensar em como gostaria de fazê-lo novamente. Ela sonhou com o momento, e finalmente ele tinha chegado.

Os braços de Jamie envolveram a cintura de Taylor, puxando-a para ela. Seus dedos estavam gelados e encontraram a pele de Taylor quando sua camisa levantou sem querer, e com isso a loira estremeceu. Taylor se afastou, ofegante, e olhou nos olhos da garota mais nova. Não demorou muito para elas se beijarem novamente. No entanto, foi mais doce do que o primeiro.

As mãos de Jamie encontraram o caminho para as costas de Taylor. O beijo foi longo, apenas interrompido por respirações desesperadas e sorrisos compartilhados. Isso continuou por mais alguns segundos, antes de Jamie se afastar. Desta vez foi ela quem olhou nos olhos de Taylor.

— "Desculpe, eu não queria te beijar" — disse Jamie, com o sotaque carregado, lembrando-se do que Taylor havia dito semanas atrás quando acordaram juntas após a noite no bar, ao que a mais velha riu com leveza.

— O que nós somos? — Taylor perguntou, mas sua voz não passou de um sussurro, seu rosto ainda muito próximo do de Jamie.

— O que você quiser que sejamos.

notes.

um capítulo breve, mas importante. e eu espero que tenha ficado bom, tentei fazer as coisas leves, mas sem apressar muito. quero passar por cada parte do relacionamento delas, especialmente esse início.

enfim, talvez eu apareça amanhã com um capítulo novo (mas não é uma certeza) e antes de dizer "até depois", quero apenas avisar que essa história ganhou um pequeno trailer - nada demais, algo simples - e ele está linkado no início do sumário, anterior aos personagens e tal. caso queiram ver... 

e agora, sim. até depois!