esco solo a camminare e ci alleniamo a stare soli
Taylor aproveitou a presença de Jamie para visitar alguns lugares que amava em Nashville, sendo o mais discreta possível, sempre com a voz de Tree no fundo da mente, dizendo que não deveria criar mais problemas. Elas foram ao Centennial Park, em uma caminhada longa, depois passaram pelo Bluebird Cafe, o clube de música onde Taylor costumava tocar. Viram um duo de jovens músicos, que inclusive tocaram Begin Again, sem nem mesmo terem consciência de que a responsável pela música estava os vendo.
A cantora também tirou um tempo para votar nas eleições presidenciais, coisa que parecia realmente importante. Ela era sempre engajada na política do próprio estado, e do país, ainda que não falasse abertamente sobre. E claro que aproveitou para postar sobre isso, com uma foto que Jamie tirou dela, na fila para a votação, sem deixar claro sua inclinação política, porque era algo que ela não tinha permissão para fazer. Falar de política era sempre complicado, ao menos para ela, e Taylor até queria ser aberta quando ao tópico, mas ainda era uma cantora com raízes no country, que tinha feito fama em um lugar com ideias extremamente conservadoras; não era fácil expor o fato de que ela não apenas era inclinada em relação ao Partido Democrata, mas como também não concordava com metade das coisas que as pessoas do Tennessee se mostravam a favor.
— Você pode, por favor, olhar para mim? — Jamie perguntou, olhando para Taylor com carinho, e apontando em sua direção a velha câmera que carregava por todos os cantos. Fotografando o momento, ela viu a imagem da namorada sendo revelada no filme instantâneo e sorriu.
A mais velha estava deitada no sofá, mas não exatamente, com o violão ao lado dela, e a garrafinha de cerveja na mesinha do canto, ela parecia realmente leve. Taylor tinha tido um bom dia, e a noite parecia ainda melhor. Já fazia um tempo desde que tinha tido novas ideias, e como mágica, depois de uma noite com Jamie, as coisas simplesmente voaram. E ela não fazia aquilo com frequência, mas quebrou o protocolo que havia estabelecido para si mesma e escreveu sob o olhar de Jamie. Ela tocou para a mais nova o começo de uma música chamada "Delicate", que tinha postergado por um tempo, mas que finalmente parecia completa, e depois tocou outras músicas que não eram dela, mas que a mais nova gostava de escutar.
Ela tinha um grande amor por "Beach Baby" de Bon Iver, então Taylor cantou alegremente a música, seguida por "The Younger One" de The Collection, uma banda de que ambas gostavam muito.
— Minha família vai viajar — Taylor comentou — Pelo menos a parte da família da minha mãe. Porto Rico, o destino — ela esclareceu — Você deveria ir — ela sugeriu, deixando claro, do jeito dela, que não queria aquele tempo longe.
— Ainda preciso conhecer sua mãe — Jamie lembrou, abaixando a câmera e colocando os pés juntos na mesinha de centro. Taylor revirou os olhos e, inclinando-se, empurrou cuidadosamente o pé da garota mais nova para o chão, que devolveu o mesmo revirar de olhos. Apenas três anos de diferença as separavam, e na maioria do tempo aquilo parecia quase imperceptível, mas em alguns momentos, como aquele, Jamie deixava claro que era a mais nova. Ela era extremamente teimosa, e Taylor já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha comentado para que ela não apoiasse os pés ali, no tampo de vidro.
— Você vai conhecê-la — Taylor disse — Hoje à noite. Eu já a convidei. O problema é que ela viaja amanhã e não posso dizer que não vou acompanhá-la. De qualquer forma, vamos ficar em Porto Rico apenas por dois dias, então, eu não sei, você poderia ir, certo !?
— Claro. Quer dizer, eu vim ver você, e conhecer sua mãe, e vou conhecer toda a sua família, mas sim... — ela sorriu, muito mais assustada do que animada — Vai ser divertido.
— É apenas a família da minha mãe — Taylor relembrou — É realmente a parte legal da minha família. O problema será meu pai — ela suspirou cansada só de pensar naquilo.
— Ele é tão ruim assim?
— Ele é incrível — Taylor esclareceu — Mas ele é um homem com pensamentos antigos. Por exemplo, eu poderia dizer que ele votou em Mitt Romney nas eleições de 2008 e você entenderia tudo.
— O senador republicano? — Jamie perguntou, e Taylor acenou com a cabeça — Oh, ele vai me odiar, principalmente depois de saber que eu me filiei no último ano ao Partido Comunista da Grã-Bretanha.
— Você não fez isso — Taylor a encarou.
— Não — Jamie sorriu — Mas seria divertido, hm!? Eu já estou em uma posição ruim com o seu pai aqui. Eu deveria realmente fazer isso.
— Não é assim — disse Taylor — Só precisamos manter qualquer assunto como esse fora da conversa e tudo ficará bem.
— Querida, nós somos um "assunto como esse" — Jamie disse — A nossa existência é um "assunto como é esse". É difícil não comentar "hey, quero ter um futuro com sua filha" sem entrar em todos os tópicos que envolvem apenas essa afirmação. De qualquer modo, o que ele disse quando você e Diana... — ela não completou a frase, mas insinuou o que queria saber.
— Ele não ficou sabendo — Taylor foi sincera, e Jamie tentou não parecer incrédula, mas na verdade foi mais forte que ela. O olhar transpareceu isso — Foi rápido, porém intenso, e não vi oportunidade de comentar. Então depois disso eu só tive namorados, e não achava que precisava falar sobre o que eu sentia.
— Então eu vou ser a primeira namorada sua que ele conhece?
— Algo assim — Taylor deu de ombros.
— Ele vai me odiar.
— Ele vai te amar, principalmente se entender o quanto você me faz bem. Não vai ser fácil, claro, mas é bom ficar otimista. E isso não vai acontecer agora. Um passo de cada vez, você vai conhecer minha mãe e depois pensamos no resto, ok?
— Ok — Jamie assentiu. Então, logo em seguida, sem espaço para silêncio, o celular de Taylor acendeu, em cima do sofá, e Jamie conseguiu ver, mesmo de longe, o nome de Tree na indicação da tela.
Jamie realmente não disse nada sobre a mensagem de Tree. Ela comentou vagamente que a mulher queria falar com Taylor, mas nada mais. Tree disse que ligaria eventualmente e Taylor esperou. Então, vendo a mais velha pegar o telefone, Jamie quase inevitavelmente viu a nuvem cinza que parecia se aproximar delas.
Jamie não ouviu muito, mas ouviu a voz séria de Taylor. Ela atendeu a ligação, trocou algumas palavras e desligou tão rápido quando deu início a chamada. Parecia confuso para Jamie se Tree tinha ou não comentado exatamente o que ela havia dito na mensagem. Por isso a mais nova perguntou:
— Aconteceu alguma coisa?
— Tree me quer em Nova York no dia 23 — Taylor comentou — Parece sério. Ela disse que não era uma conversa para acontecer através do telefone.
— Você não deveria pensar nisso — Jamie comentou — Eu sei como isso vai tomar sua cabeça pelos próximos dias.
— É, eu provavelmente não deveria — ela concordou, então se levantou sem pensar duas vezes e foi em direção a cozinha, indo despejar a já vazia garrafa de cerveja no lixo.
Ela se apoiou no balcão com os cotovelos e, com a mão sob o queixo, perguntou: — Vamos pedir alguma coisa ou você acha que está com vontade de cozinhar?
— O que você decidir — Jamie deu de ombros e esperou pela resposta de Taylor.
Decidiram-se pelo macarrão de brócolis com queijo, e não demorou muito para separar tudo e deixar algumas coisinhas prontas, para finalizar na hora. Austin mandou uma mensagem para Taylor dizendo que chegaria em breve com Andrea, então a garota avisou a namorada e elas se arrumaram. O tempo seria bem simples, então nenhuma das duas optou por ir além do básico, e Andrea teve a mesma ideia, ao chegar no apartamento de Taylor, ela estava com roupas simples, como as que usaria para um jantar social em casa.
Austin cumprimentou sua irmã, fez o mesmo com Jamie, então começaram as apresentações por parte de Taylor. Jamie foi gentil e prestativa e imediatamente causou uma boa impressão. Sentaram-se na sala de estar, tendo uma conversa agradável, e até o momento em que se dirigiram para a mesa da sala de jantar, pareciam todos velhos amigos.
Tudo parecia tão certo, e Taylor não poderia pedir mais do que isso. Saindo do apartamento e encerrando a noite, Andrea não pôde deixar de comentar, apenas para Taylor ouvir, que aquilo parecia definitivo. Ela estava sorrindo mais, Andrea notou, e Taylor comentou que ela não podia prever nada, mas esperava que durasse.
Andrea se reuniu com Taylor e sua nora no dia seguinte, quando seu lado da família partiu para Porto Rico. A viagem já estava marcada há semanas, mas serviu como um bom pretexto para Taylor apresentar a namorada para as tias e primos e, sem surpresa, todos a adoraram.
Taylor teve o cuidado de não ser vista, e com Jamie não foi diferente. Por razões óbvias, ela pulou o momento em família na praia, mas deixou claro que Taylor deveria mesmo passar o tempo com sua família. Assim, as duas passaram a manhã no quarto do hotel, mas eventualmente Taylor teve de deixar o espaço e aproveitar o resto do dia com a família, já que a viagem era justamente para isso.
Porém, por volta das sete da noite ela voltou ao Hotel, apenas para encontrar Jamie no quarto com um moletom antigo de sua faculdade, que por sinal era bem maior do que ela. Ela estava assistindo ao filme "Monty Python's: Life Of Brian" e estava rindo de uma das cenas na televisão. Taylor sorriu ao ver isso, antes de se aproximar. A loira cumprimentou a namorada com um beijo rápido e foi até o banheiro onde tomou um banho demorado; Quando ela saiu, Jamie estava com a televisão desligada olhando para o teto do quarto em silêncio. As luzes estavam acesas, mas não todas, o que deixava a sala em uma penumbra que dava ao ambiente uma atmosfera confortável.
Taylor deitou ao lado de Jamie, e a mais nova apertou a mão da loira, iniciando um carinhoso contato nas costas da mão da namorada.
— Como foi a tarde? — Jamie perguntou.
— Boa — Taylor respondeu com sinceridade, um sorriso tranquilo no canto dos lábios — Ficamos perto porque eu não me senti confortável em sair sabendo que alguém poderia tirar uma foto e postar. Mas havia coisas legais para fazer aqui no resort, e há uma praia particular logo aqui atrás, então...
— E sua mãe, ela se divertiu?
— Eu acho que sim, hum, eu mencionei porque você não me acompanhou.
— E ela disse o quê?
— Ela disse que entende — Taylor respondeu calmamente — Ela realmente gosta que você fique despreocupada com tudo isso, sabe.
— Em que sentido? — Jamie perguntou.
— Oh, você sabe. Adam adorava a atenção que ganhava por sair comigo, Tom não se importou com a atenção, mas ele queria me exibir por aí, e eu sei que o que temos é diferente, mas... Você não se importa em me amar aqui, em silêncio, sem ninguém ver.
— Porque isso é para nós. Não para eles, Taylor — Jamie sussurrou calmamente.
— Eu sei, eu sei — Taylor sorriu levemente.
Ela e Jamie continuaram conversando, não apenas sobre família e sobre elas, mas também sobre o que fariam nas próximas semanas. Parecia difícil agendar as coisas com antecedência, com a loucura que era sua vida, algo sempre acontecia que a fazia mudar os próprios planos, mas Taylor queria tentar.
Aconteceu que o tempo passou rápido dentro daquele quarto. Elas assistiram alguns episódios de Law and Order SVU, comeram sorvete dividindo a mesma colher, conversaram sobre coisas aleatórias e, em algum momento da noite, Taylor pegou o violão que havia levado para a viagem. Ele estava em uma case ao lado de sua cama, ao lado de seu caderno de letras.
A loira tocou algumas coisas, a pedido de Jamie, e assim que terminou Stubborn Love, uma música do The Lumineers, perguntou, sem pensar muito:
— Será que seria tão ruim se meu próximo álbum fosse inteiramente sobre você? Porque você é a única coisa em minha mente quando me vejo escrevendo novas letras.
A pergunta saiu de repente, e Jamie olhou para a mais velha sem saber o que dizer. Como se respondia a algo assim?
Jamie sorriu levemente e tentou pensar no que dizer.
— Acho que você deve fazer o que quiser — ela comentou — Escreva sobre mim, sobre o que temos, sobre qualquer coisa... Você sempre se supera.
— É novo, você sabe, a sensação de que estou escrevendo coisas boas e sendo feliz. Sem músicas de separação e corações partidos, nada disso. Isso pode ser um problema, músicas comoventes sobre como alguém fez algo que me machucou e eu me senti terrível realmente vendem — ela brincou — As pessoas realmente gostam de letras como "So I'll watch your life in pictures like I used to watch you sleep, and I feel you forget me like I used to feel you breathe" (Então eu vou assistir sua vida em fotos como eu costumava ver você dormir, e eu sinto que você me esquece como eu costumava sentir você respirar) — ela cantou — Não sei como elas vão se sentir comigo dizendo que você é a rainha do meu coração, corpo e alma.
— Oh — Jamie continuou o tom leve da conversa — Eu sou o seu fim, Mrs. Taylor Swift.
— Mas é um fim adorável, eu tenho que admitir — Taylor disse, e Jamie a observou ali, naquele cenário, sem nada no rosto, com o violão ao seu lado e nada além daquele pijama cor de vinho, então suspirou querendo manter aquela imagem para si mesma.
E foi o que ela fez, ela capturou aquele momento.
Era algo que ela e Taylor se acostumaram a fazer em seu tempo juntas, tirar fotos e gravar vídeos de seus momentos, e mesmo que ninguém fosse ver, ninguém além delas, era uma coisa boa de se ter. O tipo de coisa que elas sempre paravam para olhar, só para lembrar daqueles pequenos momentos.
Mais tarde, resolveram ir para a cama, tentar dormir cedo apenas para acordar cedo para aproveitar o dia. O que parecia impossível se tratando delas. Taylor tinha, finalmente, encontrado alguém com o horário de sono mais bagunçado que o dela. Era quase reconfortante.
— Eu posso sentir você olhando para mim — Taylor comentou quando ela e Jamie estavam deitadas, a cabeça dela apoiada no torso da mais nova e um dos braços em volta da cintura dela. As luzes ainda estavam baixas e Taylor estava com os olhos fechados enquanto Jamie passava a mão pela pele de seu braço em um movimento cuidadoso, desenhando coisas irreconhecíveis.
— Eu não estou olhando para você —Jamie soltou uma risada anasalada, e Taylor fez o mesmo.
— Ah, não?
— Só estou te admirando, é diferente — ela respondeu, e Taylor não disse nada, apenas sorriu e manteve os olhos fechados sentindo o toque da namorada em sua pele.
Não muito depois de Taylor adormecer, Jamie ainda permaneceu acordada. A mais nova não estava cansada e demorou um pouco para pegar no sono, mas quando conseguiu, dormiu bem o suficiente e acordou no dia seguinte com Taylor ainda ao seu lado.
O dia passou calmamente e à noite elas estavam em um voo para Nova York.
Taylor chegou à cidade descansada, e foi fotografada durante a tarde passeando por Nova York com Kelsea Ballerini, indo juntas ao estúdio de Jack. O produtor ligou para retomar as conversas do novo álbum e como Kelsea estava na cidade, Taylor a chamou como companhia. Taylor vinha dizendo que de alguma forma queria trabalhar com a garota. Então elas se encontraram para tomar um café antes de irem até Jack para tentar fazer aquilo dar certo.
Essa seria a última vez que veriam Taylor por pelo menos oito semanas, mas isso nem ela sabia.
Depois de algumas horas no estúdio de Jack, Taylor quis encerrar o dia, e chegando ao apartamento em Cornelia Street, não só Jamie estava esperando por ela, mas Tree também estava lá. Sentada no sofá da sala, com a bolsa apoiada na mesinha de centro e concentrada em algo que lia no celular. A expressão de Tree era nada menos que solene e ela parecia até normal. Tree era uma mulher muito séria, era difícil vê-la quebrando a barreira que havia criado para fazer aquele trabalho com a mão firme.
Mas Taylor sabia melhor. Ela tinha deixado claro que precisavam conversar pessoalmente, então não poderia ser bom.
— É ruim? — Taylor perguntou, sentando-se em frente a Tree. Jamie estava na cozinha, no cômodo ao lado, fora da vista de Taylor e Tree, mas ela podia ouvir a voz das mulheres claramente.
— Como? — Tree olhou para ela, tentando entender a que ela se referia, mas parecia claro.
— Você aparecendo aqui. A ligação no outro dia. Nós apenas adiamos, mas é bastante óbvio que há algo acontecendo.
— Ok — Tree suspirou cansadamente — Não vou protelar. Serei direta. Um artigo será lançado pelo "Insider" com eles referindo-se à letra original de "Famous".
— A letra original?
— É idiota, é uma frase curta, Taylor, mas... achei que você deveria ver — Tree mexeu em algo em seu telefone, abriu uma tela diferente e estendeu o aparelho para a loira.
Taylor pegou o celular e olhou algumas das letras que ela - infelizmente - conhecia bem. A parte que chamou sua atenção foi a que soou ainda mais dura do que a lançada anteriormente. Uma que ela nem tinha ouvido falar.
— "Eu sinto que Taylor Swift ainda me deve sexo. / Eu tornei aquela vadia famosa." —Taylor leu incrédula e olhou para Tree — Isso é sério?
— E isso não é tudo. Kim gravou um segmento inteiro para o reality show com a família abordando essa briga. Será lançado na próxima semana.
— O que ela vai dizer sobre isso? Ela não disse tudo o que precisava? — a garota ficou com raiva.
— É tudo uma questão de imagem Taylor. Eles vão sugar o que puderem de tudo isso — Tree explicou — Veja, precisamos trabalhar em uma nota, temos que colocar algo lá fora e deixar claro. É importante para você ter o seu lado da história claro.
— Não — Taylor balançou a cabeça e se levantou irritada, deixando o celular de Tree na mesa de centro. Ela atravessou a sala e parou perto da lareira, realmente exausta.
— O que você quer dizer com "não"?
— Quero dizer que cansei de me explicar, Tree — Taylor foi honesta — Desde o primeiro momento, não pedi para ser jogada nisso. Quando Kanye apareceu no meio do meu discurso no VMA, fiquei quieta sobre aquilo, porque não queria um drama desnecessário. Pelo amor de Deus... — ela revirou os olhos — Eu fui extremamente cordial com ele e Kim toda vez que nos encontramos, ele me pediu desculpas! Depois de anos, claro, mas meu pediu. Então toda essa merda aconteceu. Ele escreveu uma música baixa como essa e de alguma forma é minha culpa?
— Não é sua culpa, Taylor-
— Mas parece que sim, pelo menos para as pessoas. E eu cansei de me colocar nessa posição, como se eu fosse mesmo a errada nisso tudo. É difícil continuar me explicando quando não tenho nada para explicar. Nesse meio, somos pessoas inseguras, e por algum tempo quis ter meu ego alimentado pela aprovação de pessoas que nem mesmo conheço, mas eu cansei. Eu cansei de viver minha vida pensando em cada mínima opinião fora das pessoas que realmente significavam algo para mim, porque o que quer que eu diga não é certo. Faça o que fizer, não sou suficiente. Para eles, minha gentileza é falsa, minha dor é manipuladora e tudo que faço é calculado, até mesmo minha dor. E eu cansei de viver desse jeito.
— E o que você quer fazer então?
— Para ser bem honesta? — Taylor suspirou, tentando encontrar as palavras certas para dizer o que ela realmente queria — Eu queria desaparecer. Pegar o primeiro avião para um lugar bem longe daqui e simplesmente desaparecer.
— Taylor- — Tree tentou, mas foi interrompida pela loira antes que ela pudesse continuar.
— Não temos nada para conversar, Tree. Não quanto a isso.
— Não é assim que resolvemos as coisas.
— Por tanto tempo tentei resolver de outras formas, mas acabei cansando — ela levantou a voz, minimamente, mas o suficiente para chamar a atenção de Jamie na outra sala. A mais nova então caminhou em direção a sala, e parou na divisória entre o corredor e o cômodo, encostando-se no batente — Desculpe, só... Você pode cancelar o que marquei para as próximas semanas?
— Não vamos fazer isso, Taylor — Tree insistiu.
— Isso não é realmente sua coisa para decidir.
— Isso é literalmente minha coisa para decidir. Você é minha única preocupação, Taylor. Eu tenho que pensar sobre o que é melhor, e isso simplesmente não parece certo para mim.
— Tree, isso não é uma discussão. Você pode cancelar o que quer que eu tenha agendado para as próximas semanas? — ela repetiu.
— Olha... — Tree levantou-se, desistindo da discussão, sabendo que ela realmente não tinha nada a dizer — Você tem dois meses, e isso é realmente o máximo que posso lhe dar. Sua carreira é uma coisa em movimento, e eu não posso parar tudo. Temos muito o que fazer, então... Em oito semanas, quero você em LA, porque vamos conversar sobre nossos próximos passos.
A mulher se virou para a saída e, silenciosamente perguntando se Taylor ficaria bem sozinha por um momento, Jamie acenou que acompanharia Tree até a entrada do apartamento. Parando na porta que dava para a escada que terminava na garagem privativa, Tree encarou Jamie, exausta.
— Você vai deixá-la fazer isso? — ela perguntou — Esta é uma decisão ruim, em muitos níveis.
— Acho que ela precisa disso — Jamie foi sincera — Ela provavelmente vai voltar melhor do que está. São dez anos dedicados a isso, acho que ela precisa pensar em si mesma, pelo menos por um momento.
— Talvez seja pedir muito de uma só pessoa, mas... espero que você a ajude a sair dessa melhor — Tree disse, mas nem esperou por uma resposta e se virou para a saída, desaparecendo da vista de Jamie.
Voltando para onde Taylor estava, Jamie a encontrou ainda de pé, olhando para a lareira como se todas as respostas do mundo estivessem ali. Ela apenas parecia perdida. Jamie se aproximou, abraçando-a por trás, descansando o rosto em seu ombro.
— Eu sei o quão ruim isso tudo parece ser — Jamie comentou — Eu gostaria de poder te salvar, não sei, te tirar dessa para sempre.
— Você não tem que me salvar — disse Taylor, ou quase sussurrou, sua voz saindo mais fraca do que o esperado. Prendendo a respiração, ela perguntou baixinho: "Mas você fugiria comigo?"
notes.
não tenho muito o que dizer, só queria comentar que eu sempre uso músicas para dar nome aos capítulos, às vezes elas dão tom ao capítulo, outras vezes apenas determinadas partes se encaixam na história, de qualquer modo, criei uma playlist com todas (inclusive as que cito na história mesmo), e o link está logo no primeiro comentário desse quote.
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