19º Capítulo - JSS
Interrompendo apenas para agradecer pelos 3K! Obrigada meus mozes ❤
POV - Carl Grimes
Horas seguidas de caminhada e cansaço. Estavamos novamente desabrigados, com fome e frio.
Era pra mim estar péssimo sobre isso, mas não estou... Ultimamente eu ando me sentindo mais vivo, eu não sei bem o que é, mas parei de me sentir vazio desde que ela chegou...
Sinto nela uma pontada de esperança num grande sofrimento, um vazio que precisa ser preenchido.
Mas uma coisa que percebi, é a falta de Sophia... Olho para Carol e a mesma está aparentemente preocupada e distante. Será que Sophia morreu? Meu coração disparou, ela era minha melhor amiga, não pode ser... Corri até Carol e não pude deixar de perguntar...
-Carol... Onde está Sophia?
-Eu não sei onde ela está, nos separamos na prisão, eu não devia ter deixado ela. -ela que tanto estava triste, suspirou profundamente.
Fui me afastanto lentamente, Sophia não pode estar morta... Minha preocupação aumenta a cada segundo, e meu nervosismo também.
-Acalme-se Carl, acalme-se. -digo para mim mesmo, suspirando profundamente.
-Errantes! Precisamos trocar de estrada pessoal, vamos! -disse meu pai.
Entramos todos na mata e andamos até nos afastarmos um pouco da estrada com zumbis. Resolvermos dar uma pausa para descançar. Encostei-me em uma árvore, tentando relaxar minhas pernas. Recebi uma garrafa d'água de Rosita e agradeci.
Tomei vários goles com muita vontade.
-Iremos passar a noite por aqui mesmo, Michonne e eu vamos fazer uma armadilha para que se algum errante se aproxime dê para nós escutarmos. - Rick avisou a todos, ele parecia confuso e preocupado.
Como e onde iremos ficar agora?
Essa é uma ótima pergunta, e sem resposta.
Estava começando a anoitecer, as pessoas se reuniam em uma roda.
Avisto Beth cantando junto com Maggie e o restante do grupo, enquanto se aqueciam ao redor da fogueira que alguém dali havia feito. Olho ao redor do acampamento e vejo Enid com uma varetinha rabiscando o chão de barro, seu rosto não carregava expressão alguma. Resolvo me aproximar... Eu ainda vou descobrir o que essa mente carrega. Dou passos leves e silenciosos até chegar perto dela, a mesma olha para mim como se olhasse para o céu, pois estava sentada no chão.
-O que você quer?-perguntou diretamente.
-Posso me sentar? -perguntei.
-Não sou dona do chão.
-Acho que isso foi um sim... -suspirei e me sentei ao seu lado.
Ela permaneceu calada, passando seu dedo indicador pela terra que formava as letras JSS, o que me fez ficar curioso e não hesitar em perguntar.
-O que é isso?
-"Just Survive Somehow". (Apenas sobreviva de alguma forma)
-O que você tanto carrega? Parece que existe um imenso peso em você.
-São coisas que morreram, estão no passado e não existem mais. -ela disse.
-Sabe... Quando eu perdi minha mãe, foi a pior coisa que já pude sentir e eu não quero sentir de novo. Não quero sentir a dor da perda novamente.
-Por que está me dizendo isso? -perguntou olhando profundamente em meus olhos.
-Eu gosto de conversar com você, mesmo que seja pouco.
Ela sorriu de canto e abaixou a cabeça, logo completando: -Você sente falta de conversar com a Sophia , pode se acalmar, deve estar tudo bem com ela.
-Como pode ter certeza? -perguntei.
-Apenas confie nela, ela vai lutar para sobreviver.
-Ela não sabe sobreviver sozinha aqui fora Enid! Ela foi a única que não conseguiu se adaptar a esse novo mundo, sozinha ela não sobrevive... -lamentei triste.
-Não fique triste... -ela disse ainda encarando o chão.
-Não vou ficar... É momentâneo. -repeti o que ela havia me dito mais cedo, fazendo nós dois soltarmos o riso.
-Venham para cá, está muito frio aí. -Maggie chamou-nos.
Enid levantou do chão e sacudiu as mãos uma nas outras e acompanhou meus passos até chegarmos onde todos estavam. Sentamos um do lado do outro ao redor da fogueira.
-Tomem um cobertor, temos poucos, então dividam. -disse Carol entregando um para nós. Engraçado era como Carol era forte, sua filha está desaparecida, ela sofre mas continua firme, ajudando o grupo e sempre cuidando de nós.
Joguei o pequeno cobertor pelas costas de Enid, e cobri-me também, fazendo nós ficarmos bem próximos.
Enid parecia estar desconfortável, com vergonha, não sei.
-O que foi? -perguntei-lhe.
-Nada... -ela suspirou, depositando sua cabeça em meu ombro e logo fechando seus olhos lentamente. Passei meu braço pelo seu ombro a abraçando. Parecia até um acampamento em família, se estivéssemos em tempos normais. Pena que a realidade agora passa a ser bem diferente.
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