Capítulo 76
"Perdendo tempo
Pensando em você
Eu sei que você nunca vai voltar pra mim"
- RBD
Por Christian
Dançar com Emma, foi o que eu precisava para perceber o que quero. Eu a amo, ela foi meu primeiro amor, passamos muito tempo presos um ao outro, mas o que eu quero está em casa me esperando, desde que comecei a ficar com a Olivia, eu tive tudo que sempre quis, algo leve, tranquilo, um relacionamento saudável, coisa que nunca conseguir ter com Emma. Não sei porque, talvez o amor não seja suficiente para fazer isso funcionar, ou foi nossa imaturidade e insegurança que fez isso não funcionar. Mas não quero mais me magoa, nem magoa elas, estou feliz com a Olivia e sei que faço bem a ela, talvez isso seja o que importa.
Pego meu carro e vou direto para meu apartamento, eu preciso apagar essa noite da minha cabeça e a besteira que quase acabei fazendo.
Abro a porta e vejo Olivia sentada no sofá, ela está vestindo um lindo vestido de azul, com fenda, decote e saia esvoaçante! Seu cabelo está solto, com apenas uma pequena tiara de flores o prendendo para trás. Ela segura uma máscara nas mãos, e seu olhar de decepção me deixar péssimo.
— Oi — falo e ela apenas me olha, sento ao seu lado e ficamos calados por um bom tempo — você foi ao restaurante? — Ela balança a cabeça afirmando — não aconteceu nada entre a gente, estávamos apenas dançando.
— Você ainda a ama? — Arqueio a sobrancelha para ela pensando no que responder.
Emma sempre vai ter um lugar em meu coração, ela foi meu primeiro amor, mas eu quero buscar algo novo. E sei que ela nunca mais vai querer nada comigo, não adianta mais tentar, eu já fiz de tudo.
—Eu gosto de você e é com você que eu quero estar.
— Esse é o problema — estreito os olhos pra ela — você gosta de mim, mas eu amo você, e eu quero alguém que me ame de verdade, que pense em mim todas as manhã e anoite antes de dormir, mas todo mundo sabe em quem você pensa quando acorda. Eu só achei que ia conseguir fazer você esquecer ela algum dia, mas acho que isso não depende de mim — ela aperta minha mão — eu espero que consiga resolver essa bagunça que tem aqui dentro — ela coloca a mão em meu peito, vai até aporta, mas antes de sair eu chamo ela.
— Oli... — digo — eu sinto muito — ela sorri de lado e diz.
— Eu tenho que confessar uma coisa — ela pensa um pouco antes de falar — naquele dia antes dela voltar para Londres novamente, quando eu vim aqui na sua casa, e você estava saindo para deixar ela no aeroporto — começo a lembrar do dia — ela viu eu beijando você — então foi por isso que ela foi embora daquele jeito, ela achou que eu estava traindo ela. — Desculpa! A Emma é uma pessoa boa, vale a pena lutar mais um pouco por ela.
— Obrigada por me conta — sorrio fraco.
Ela tem razão, eu preciso me resolver antes de mágoa mais alguém.
Acho que nunca tive uma noite tão longa em minha vida, não parei de pensar um momento no que devo fazer. Na Emma, na Olivia, no meu futuro. Minha relação com a Oli é algo bom, leve, nos damos muito bem, gostamos das mesmas coisas, já com a Emma, é o oposto de tranquilo, mas tudo é mais intenso, cada toque parece que estamos no céu, eu a amo, não tenho dúvidas, mas não sei o que fazer, nem se ela algum dia me perdoaria por tudo, por ser um babaca enquanto estávamos juntos. Eu tive tanto medo de perde-la que acabei perdendo.
Levanto vou até meu closet e procuro uma roupa, após tomar banho visto uma calça jeans slim com lavagem mais clara. Um tênis da adidas e uma camiseta cinza para dentro da calça.
Pego minhas chaves e minha carteira e sigo para o estacionamento. Eu tenho que ir atrás dela. Lembro que eles estão na casa do lago, então pego o caminho mais rápido para lá. Não vou chegar me declarando, vou tentar reconquistá-la aos poucos, não quero assustar e muito menos afasta-la ainda mais de mim.
— Oi tia... — beijo na bochecha da Bella que me olha desconfiada.
— O que está fazendo aqui? — Dou de ombros sorrindo e ela balança a cabeça — vocês dois não tem jeito, ela está no celeiro — vou até ela e beijo seu rosto novamente e saio correndo para o celeiro.
Encontro ela dançando ao som da música "Ironic" da Alanis Morissette. Fico perto da porta escondido pensando em qual desculpa vou inventar para estar aqui hoje depois de ter deixado ela sozinha no meio da pista de dança ontem.
Ela fechou os olhos e acompanhou o ritmo da música, seus movimentos são elaborados e rápidos, como se estivesse com raiva, triste, não sei descrever. Quando a música está perto de termina ela me ver, vai até o som e desliga.
— Oi — falo sem jeito, todas as coisas que ensaie até aqui para falar pra ela, desapareceram da minha mente — é.... essa música é o que você vai apresentar na sua formatura? — Finalmente consigo falar alguma coisa.
— O que você faz aqui? — Ela pergunta, me aproximo dela e resolvo ser sincero.
— Eu não sei, quer dizer eu sei, eu só... — me enrolo todo tentando falar — eu precisava te ver.
— Olhe Christian, eu tenho muita coisa pra fazer, é melhor você ir.
— Eu posso te ajudar a ensaia, eu fiz aulas de dança quando era criança, sei algumas coisas — ela estreita os olhos — você sabe que eu era bom, dançamos juntos quando criança.
— Até que você não era tão ruim — sorrimos, ela senta no chão e sento ao lado dela — mas eu não sei exatamente o que fazer ainda — estreito os olhos pra ela esperando ela explicar — eu reprovei em uma das disciplinas, ele falou que sou boa, mas não me encontrei como dançarina ainda, eu já mostrei diversas modalidades pra ele, fiz coreografias até para musicais famosos e mesmo assim, não passei.
— Mas ele não disse que você é ruim, disse que não se achou como dançarina — ela dá de ombros — a dança é igual o jornalismo, você estuda a mesma coisa, mas você pode trabalhar com várias areas diferente, ser escritora de artigos, uma diretora de redação de uma revista, uma apresentadora de jornal, tem muitas possibilidades — dou uma pausa e continuo falando — ser um dançarino é a mesma coisa, talvez ele só queira saber qual delas você vai seguir — ela fica um pouco pensativa e depois me olha com um sorriso tímido.
— Eu não sei o que quero, minha vida nunca esteve tão bagunçada como está agora.
— Então vamos descobrir — levanto e estendo minha mão para ela.
— Pode me ajudar com uma coisa? Vai ter uma apresentação com as crianças que dou aula e estou pensando em fazer algo com elas, mas não sei se vou conseguir.
— Claro, só me dizer o que fazer — esse negócio é difícil em.
— Beleza Christian, trava os cotovelos e — antes que ela possa falar mais alguma coisa eu me desiquilíbrio e ela cai em cima de mim.
— Au... — falo rindo — tadinhos das criancinhas, eles vão ser esmagados.
— Não vão... bailarinos tem bastante força, quando preparados e meus meninos são muito bem — sorrimos e por um instante, seus olhos verdes encaram os meus, e ela fica em silêncio, acariciando meu cabelo.
Parei de pensar em tudo no que havia trabalhado para não fazer, meu coração e meus sentimentos por ela, eram poderosos demais para eu pudesse resistir.
Nossos lábios estavam quase se tocando quando meu telefone toca quebrando o clima entre a gente, por um momento eu queria matar a pessoa que ligou para mim agora, mas foi bom, precisamos ir devagar, estamos bem agora, quero continuar assim.
— Gostaria de ficar para jantar? — ela me convida e assinto sorrindo.
Seguro na mão dela e vamos para casa. Isso vai ser difícil, mas eu vou conseguir ter o amor da minha vida de volta.
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