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Toc toc! Várias batidas consecutivas para que o senhor daquela residência acordasse. Eu via aquelas pessoas o chamando. E absolutamente nada de respostas. Apenas o silêncio. Aquele silencioso narcisista que eu adoro. O cheiro do milho que queimou. O som do vazio da morte. Que vazio profundo. E adorável. Vi eles desesperados com o cheiro.
- Será que nosso pai teve um ataque - disse o jovem de boa aparência próxima a uma moça jovial e de bela feição.
- Empurra essa porta Gustavo. Disse a moça impaciente.
E com um ímpeto de força. Ele estourou todas as trancas. E ali viram uma imagem que jamais iriam esquecer. Mesmo que tentassem. Sempre. Sempre; sem exceção. Eles iriam lembrar dos olhos abertos de seu pai. Olhos sem vida. Olhos estáticos. Imóveis. Agora não apenas os Olhos. Mas tudo.
- Meu Deus o que houve aqui? Gustavo chama uma ambulância o mais possível. Aquela moça gritava histérica. Exausta e triste. Mas sabe. Mais do que sentimento de perda. Eu senti naquele olhar de desespero um tom de culpa. Culpa por abandonarem o pai. Eles eram nojentos. Filhos ingratos. Ah eu amo o caos. Mas odeio a ingratidão.
E quando Gustavo tocou em seu pai. Não sentiu absolutamente nada. Nem pulso. Nada. Apenas uma pele morta. Fria. Porque como sempre digo a todos. O espírito aquece o corpo. Sem espírito. Sem calor.
Paaaaaaaaaaaaai!!!!
Paaaaaaaaaaaaai!!
O que houve? Por que meu Deus? Por quê?
Eu abomino todas essas encenações. Eles não amavam seu Pedro. A única pessoa que amava seu Pedro, era dona Eva. Pobre Dona Eva; que morreu de câncer e deixou seu Pedro sozinho. Pedro era péssimo com todos. Menos com Eva. Dizem que quando o amor bate a porta. É um ato cortês aceita lo. E assim o foi.
Agora a paz que tanto almejava era conquistada. E minha missão havia sido concluída.
Sai rapidamente daquele ambiente e fui andar um pouco para esticar as pernas. Elas precisavam de um exercício. Então segui adiante. Até encontrar alguém. Alguém que chorava muito. E percebi que ali seria um bom lugar para estar. E assim o fiz.
Era uma criança. Uma garota que acabara de perder a sua boneca em um riacho. Era aquelas bonecas enormes. Aquilo realmente me assustava. Como crianças poderiam ter um brinquedo tão medonho. Ela chorava tanto. Mas tanto. Ela não chorava.
Ela grunhia. Quando decidi mudar minha aparência. Aquela forma de gato já estava me enjoando. Agora me transformei em algo mais infantil. Digamos.
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