A Vida de Enzo
Enzo nasceu autista, artista e destinado a ser um grande amigo. Despretensioso. Adorava se aventurar em livros calhamaço, e amava fingir ser cada personagem de seus livros favoritos. Enzo sonhava. Quando o toquei pela primeira vez vi muita coisa sobre a vida dele como; ele perdeu o irmão mais velho. Um choque para a família, e ainda mais para um garoto de 8 anos, que estava esperando seu irmão para jogar vídeo game.
No final de tudo nem vídeo games joga mais, tudo perdeu a graça. A dor de perder quem se ama. E o mundo se tornou cinza. Você não precisa ter o mundo. Você precisa ter quem te faz ter orgulho de ser você, e Faber era isso pra Enzo. Ambos jogavam bola, falavam sobre a vida e ambos tinham a doença de sonhar. Aquela doença que atendia 2% da população de Ônus. Havia entrado nos poros e na vida daqueles dois.
Não havia riqueza. Havia sorriso e correria. Tu podes olhar pra alguém que ama? Então olhe fixamente. Porque algum dia, ela sumirá da sua vida.
Dor. Choro. E você sabe que gritar
" Faber; Faber " Não irá fazer absolutamente nada
Você pode gritar. Até sua garganta estourar. Você apenas terá uma garganta estourada.
E quanto mais questionamento mais dor.
Lágrimas.
Os seres humanos choram; e aquele pedido de “por favor me ajude”. Enquanto era espancado por garotos maiores. Fazia de que toda a vida de Enzo fosse um inferno.
" Eu preciso melhorar se não me baterão para sempre" era isso que vinha na cabeça do jovem moço; Ele não queria pena. Nem consolo, ele só queria respeito.
Ele sofria bullying por ser quem era. E a única pessoa que mesmo, com toda exigência que tinha; que estava com ele era a Annie. Que com o tempo percebeu que Annie não queria mais andar com o “gordinho esnobado”. E com o tempo começou a gaguejar ainda mais.
Ele a amava. Amava muito, mas ele sabia que ela não, e nem faria sentido se isso não fosse platônico.
Enzo vinha se sentindo mal desde que sua mãe começou o tratamento de câncer.
" Eu estou cansada". "Eu não poderei comparecer na sua reunião amanhã". “Eu estou morrendo”. Toda a noite a lágrima de Enzo tinha nome. Nomes.
Ele queria curar a mãe. A mãe que estava morrendo. Gritava de dor todas as noites. E todas as noites ele cobria os ouvidos. Cobria para não ter que ouvir esse sofrimento. O sofrimento da mulher da sua vida. Ela gemia pedindo água. Pedindo ajuda.
Ele não conseguia ver sua mãe tão magra e debilitada. Ele não se via no espelho. Porque não era a beleza que todo mundo esperava. E sua vida não tinha propósito. E era tudo. Tudo programado para não dar certo.
Se está escuro e ventando forte e se você tem apenas uma vela. A escuridão irá ser sua parceria. Mesmo que tente. Não conseguirá. E era assim que ele definia sua vida.
Ele tentava sorrir. Mas as pedras que lançavam nele. Machucava o sorriso. E o enchia de raiva.
Ódio.
De não ter salvado o irmão e agora não poder fazer nada pela sua mãe.
E agora. Frio e febre e ponto cego. Sem som; apenas as canções que ele cantava aos ratos; ratos negros da peste. E os calafrios que machucavam o organismo do pobre rapaz. Ele estava morrendo...
Morrendo com as contrações. Com o peso e sim. Ele estava morrendo pelo descuido.
A Yersinia Pestis é hospedeira de pulgas em ratos e outros roedores, e em Ônus. A Yersinia Pestis não havia tratamento. E Enzo; O gordinho que amava Annie. Estava preso. Chorando por ver sua mãe já debilitada fazer algo que não conseguia e ver o quanto seu pai nunca foi presente.
Enzo?
Enzo?
Enzo?
Era a Annie o chamado. Ele não estava respondendo de verdade. Ele queria estar. Mas não estava. Enzo parado sem fazer suas piadinhas; era lastimável. Annie começou a chorar e a pedir para que ele voltasse e não a deixasse.
Os pais de Annie estavam esperando por ela, fora do quarto. E ela gritava cada vez mais forte e dizendo
- Você vai vencer isso - torcendo para acreditar em todas as palavras que estava dizendo. E como ela se esforçou para de fato acreditar.
Quando por um relance. Ela olhou para mim e disse
- Eu quero que o Enzo fique bem, Mefisto!! Eu quero que ele se sinta melhor - enxugando a lágrimas na esperança de que se realizasse e se realizou.
E após uma grande rajada de vento que foi distribuída por todo o espaço.
Piiiiiiiiiiiiiii - lá estava ele. Morto. E bem.
Annie não sabia da depressão de Enzo. Da tristeza e da moléstia que era para ele estar ao lado dela. Como era difícil olhar no espelho. E como era difícil pensar em suicídio aos 12 anos. Como era e foi difícil ver sua mãe chorando por saudades do rosto corado e dos cabelos.
Estar bem para Enzo era não estar ali. E assim o fiz. O deixei bem. Dei a ele o que ele tanto queria. O descanso.
E ele merecia.
Enzo - Eu ouvia tantas vozes. Eu não identifiquei quantos estavam no quarto.
Foi quando sua mãe pediu licença e foi perto de Enzo e lhe abraçou os braços e disse
- Posso ficar sozinha com o meu filho?
E todos deram licença. Menos eu que estava no pote e ouvi tudo
"Filho; sei que foi difícil, sei que doeu ver tudo que sonhava com seu irmão se acabar. Sei que doeu em você todas as noites que eu e seu pai choramos de saudade do Faber. Faber era nossa vida também; nossos sonhos; eu morri quando perdi seu irmão, seu pai virou um alcoólatra e você. Se tornou o rapaz sozinho que sempre tive medo de que virasse, você é o meu filho. Meu menino que sempre vai estar vivo em mim. Mãe alguma deveria enterrar seu filho. Velo fraco e com os braços dormentes. Eu só queria ter tido mais tempo de dizer o quanto você era especial e é. Você é meu menino que abracei há 12 anos. E que chorei. Choro aqui. Mas porque sua alma se foi. Levando a minha. Que está cansada e precisa de muletas. Eu te amo meu filho. Meu menino! Meu único amor! Logo te abraçarei novamente. Com mais forças. Pode deixar"
E lentamente os braços de Enzo perderam o calor e sua mãe. Caiu no chão ao lado. Sem o sopro de vida; porque a vida dela eram os filhos; e ela perdera todos. Em toda a minha vida eu nunca soube o que era chorar. Sempre presenciei grandes perdas e fui indiferente a todas, mas quando olhei para mãe, e seu amor incondicional, lançada sobre os braços da única razão que a fazia lutar contra o câncer, eu chorei. Respirei e sai do pote, tomei a forma de uma sombra e deixei aquele lugar.
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