⚕ 23 ⚕
➯ ⚕ Harry
A batalha entre Comensais da Morte e a Ordem da Fênix havia sido sangrenta. Eles derrotaram Lilian, mas nunca serão apagadas todas as pessoas que foram mortas em meio àquele caos.
Quando eu cheguei em casa naquele dia, após descobrir que "minha mãe" era o maldito assassino, eu não tive forças para voltar até a mansão Malfoy. Eu não poderia encarar Draco nos olhos e não sentir como se ele fosse um mentiroso manipulador.
Eu não queria acreditar que aquilo era verdade. Draco, Mattheo, até mesmo Azria, não eram más pessoas. Eles eram mais que meus melhores amigos, eles eram minha família!
Então, quando meus pais voltaram para casa são e salvos, eu me senti grato à Merlin.
Mas meu mundo desabou assim que vi minha prima em estado de choque e somente tio Moony ali com ela, chorando discretamente.
Meu padrinho havia sido morto. A maldita Bellatrix havia o assassinado e Mattheo também estava morto por tentar salva-la.
Fiquei completamente desolado por semanas. Não permiti que ninguém entrasse em meu quarto, a não ser meu pai Regulus, que me trazia comida e água.
— Filho... — Escutei sua voz e algumas batidas de leve na porta.
Eu encarava o teto com os olhos já embaçados de tanto chorar, mas me obriguei a levantar e abrir a porta para meu pai.
— Sim? — Perguntei em um tom baixo vendo que ele tinha o telefone em mãos.
— Notícias de Hogwarts. — Ele avisou, me olhando com dor, provavelmente com pena pelo meu estado tão deplorável. — Posso entrar?
Respirei fundo antes de me afastar da porta, dando passagem para que o mais velho pudesse entrar em meu quarto.
— Finalmente vão fechar a escola? — Questionei sem muito humor e me sentei na cama, olhando para o chão.
— Hazz... — Meu pai repreendeu e suspirei frustrado, murmurando um "desculpe". — Minerva assumiu como nova diretora, as aulas começam em uma semana.
— Uma semana, é? — Questionei, deixando transparecer o quão insatisfeito estava com essa volta. — Então todas as mortes... Todo maldito bruxo que morreu, não tem importância alguma?!
As lágrimas brotaram em meus olhos e percebi que não era o único prestes a chorar naquele cômodo.
— Tio Pads... Mattheo... Dumbledore... Adhara... Nenhum deles importa?! — Gritei tentando liberar minha frustração e as lágrimas molharam meu rosto, escorrendo por minhas bochechas. — Por que todo mundo tá agindo como se não doesse?! Por que ninguém parece se lembrar que eles se foram a tão pouco tempo?!
Meu pai não me respondeu em palavras, me abraçando apertado como se eu pudesse sumir também e o senti soluçar silenciosamente.
— Já fazem meses, filho... — Regulus disse com a voz chorosa e esfregou minhas costas tentando me confortar. — Dói todos os dias, mas a vida precisa continuar. Nós precisamos viver por eles, ou vamos acabar definhando...
— Eu não quero viver, pai... — Murmurei voltando a chorar abraçado nele e fechei meus olhos com força, vendo repetidamente a expressão de pavor do Malfoy quando descobri sua manipulação. Eu o odeio com todas as minhas forças, Merlin! Eu odeio... Eu tenho que odiar... Draco apenas brincou com meu coração...
— Não diga isso, querido... — Regulus apertou mais o abraço, como se realmente pudesse me perder e afagou meu cabelo. — Nós te amamos, nossa família é incrível, eu não poderia viver sem nenhum de vocês.
— Desculpa... — Solucei chorando mais ainda. — Me desculpa, pai...
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Após passar no mínimo meia hora chorando junto ao meu pai, nos acalmamos e cedi ao pedido dele para me juntar à mesa de jantar essa noite.
Assim que desci até a sala de jantar, me deparei com meus pais, tio Moony e Azria sentados na mesa. Minha prima estava cada vez mais linda, já no quinto mês, ela tinha uma barriga consideravelmente redonda.
— Hazz! — Ela sorriu assim que percebeu minha presença e os outros olharam imediatamente em minha direção.
— Oi, gente. — Deixei um sorriso mínimo escapar e me sentei na mesa ao lado da morena.
— Bom te ver, Harry. — Remus disse me olhando de um jeito reconfortante, parecia bem diferente do homem deprimido de algumas semanas atrás. — Animado com a volta às aulas?
— Não seja bobo, Remus. — Meu pai Regulus interrompeu antes que eu pudesse responder. — Harry carrega o sangue do Jamie, acha mesmo que ele gosta da escola?
— Eii! — Meu pai James repreendeu fazendo um bico infantil, o que nos arrancou uma risada.
— Sinto muito, amor. — Regulus riu, dando um beijinho no bico do marido. — Será que podemos jantar?
— Sim, por favor! — Az praticamente implorou para que começassem a servir a comida.
E assim, continuamos o jantar com tranquilidade, uma leveza que não sentia a um bom tempo.
— Hazz, você tem falado com Draco? — Minha prima questionou num sussurro enquanto terminava sua sobremesa.
— Já sabe qual o sexo do bebê, Az? — Pigarreei mudando de assunto e ela pareceu perceber, alisando a própria barriga.
— É um menino. — A garota sorriu boba e o resto da mesa parecia alheia, provavelmente ocupados com assuntos nostálgicos. — E já tem nome!
— Que legal! — Sorri também, me sentindo contagiado pela alegria de todos à minha volta. — Qual é o nome dele?
— Mattheo. — Ela disse num tom mais baixo. — Sirius Mattheo Riddle.
— É um belo nome, querida. — Remus falou, afagando o cabelo da filha, demonstrando que prestava atenção em nossa conversa.
— Tia Minnie vai ter uma síncope quando descobrir que um "Sirius" "Riddle" vai pra Hogwarts em alguns anos. — James brincou nos fazendo rir.
— Essa não vai ser a maior preocupação dela. — Meu pai disse e fez uma careta, levando a mão sobre o estômago.
Cerrei os olhos, olhando para meus pais desconfiado. Não... Eu entendi certo?
— Vão infartar a coitada. — Remus riu e comeu o último pedacinho de sua barra de chocolate.
— Harry e eu já fazemos isso. — Azria falou com humor e segurei o riso, me lembrando de cada coisa que já aprontamos. Snape nos mataria se pudesse.
— Vocês são filhos dos marotos, óbvio que seriam uns pestinhas. — Meu pai James falou orgulhoso e recebeu um beliscão do papai. — Ai, amor!
— Responsabilidade, James! Responsabilidade! — Regulus repreendeu enquanto acabava com a terceira taça de doce.
— Pai. — O chamei, disposto a tirar minha dúvida.
— Sim, querido? — Ele sorriu com chocolate até nas bochechas e seus olhos brilharam.
— Vocês tem algo pra me dizer?
Meus pais se entreolharam e sorriram um para o outro, segurando as mãos e voltaram a me olhar.
— Harry... Seu pai e eu... — Regulus começou colocando a mão novamente sobre a barriga, totalmente inexistente, e sorriu. — Nós vamos ter um bebê.
Abri um sorriso genuíno e me levantei para abraça-los com carinho. Eu era a pessoa mais feliz do mundo e com a melhor família possível.
— Eu amo todos vocês. — Falei dando um beijo na bochecha de cada um dos meus pais.
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