⚕ 15 ⚕
➯ ⚕ Draco
Conheci Adhara muito antes de entrarmos em Hogwarts. Por muito tempo, ela havia sido minha única amiga. A única capaz de entender o que eu passava com toda aquela pressão do legado dos Malfoy e a única disposta a brincar com o pequeno Draco repelente de outras crianças.
Adhara era uma boa garota, calada e estudiosa, mas sempre determinada. Ela, assim como meu padrinho, fora o alvo para as piadinhas dos Grifinórios durante muitos anos.
Ela era especial. Como uma flor que se auto isolava para se manter viva. Adhara Snape era minha família e, ver seu caixão ser fechado com seu corpo frio dentro dele, me matou aos poucos.
Eu não consegui segurar meu choro durante o velório, todos estávamos despedaçados. Era como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado, mas Harry estava lá para me segurar.
Meu padrinho não chorou durante o enterro, mas depois do corpo de Adhara ser levado para o Jazigo da família, ele sumiu de todos os lugares.
As aulas haviam sido suspensas, todos tinham as ordens de ficarem no castelo até que seus pais viessem lhes buscar.
Já havia se passado uma semana, uma reunião seria feita com todos os pais, Dumbledore precisava informá-los sobre o que estava acontecendo e também tomar uma decisão sobre aquele ano letivo.
— Coma, Draco. — Harry pediu pacientemente, tentando me convencer a tomar o café da manhã. — Por favor, pelo menos prove uma fatia do bolo.
— Não tô com fome. — Falei num tom baixo, quase debruçando sobre a mesa, com um nó na garganta espreitando um choro.
— Draco, por favor. — Potter sussurrou em meu ouvido, passando seu braço em volta dos meus ombros num abraço lateral e acariciou meu cabelo. — Você está definhando... eu me preocupo com você.
— Desculpe. — Pedi com a voz embargada e me virei em sua direção para abraça-lo com toda a minha força.
— Não é culpa sua. Não é culpa sua. — Ele repetiu várias vezes em meu ouvido, fazendo um carinho reconfortante em minhas costas.
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➯ ⚕ Azria
Desde a morte da filha do professor Snape, um burburinho gigante se espalhou na escola com especulações sobre quem seria o assassino. Não chegaram a nenhuma conclusão, obviamente, pois não se tratava de alguém de dentro da escola.
A vida continuou, as pessoas estavam tristes, mas não ao ponto de pararem de viver. Festas foram canceladas e bailes adiados. Restara somente uma convivência estranha, todos esperando por suas famílias.
Eu andava em círculos na comunal da Sonserina, sentindo minhas mãos suarem frio.
— Fica calma, Az. — Pansy pediu me encarando preocupada. — Você sabe que ficar nervosa só vai fazer mal pra você-sabe-quem.
A Parkinson disse olhando em direção à minha barriga e eu parei de andar, bufando frustrada.
— É como se não fosse nada. — Olhei para ela aflita. — Mas quando penso na reação do meu pai, sinto como se isso fosse tudo.
— Eu sei que é uma decisão difícil, mas ele precisa saber. — A morena veio até mim e me abraçou. — Somos Sonserinas, Azria, nós não tememos nada.
— Tem razão. — Respirei fundo.
Ficamos ensaiando por algum tempo uma boa maneira para contar à Sirius Black que ele seria avô, até que finalmente alguns pais começaram a chegar na escola e fomos procurar por ele.
Quando avistei o homem alto, de cabelos escuros e longos e a típica jaqueta de couro que nunca o abandonava, corri em sua direção.
— Papai! — Anunciei minha presença e ele correu em minha direção, me agarrando num abraço apertado.
— Minha estrelinha! — Meu pai afagou meu cabelo sorrindo e se afastou para dar uma boa olhada em mim. — Você parece diferente... cortou o cabelo?
— Impressão sua. — Soltei uma risada nervosa e olhei em volta, vendo alguns outros colegas se encontrando com suas famílias. — Tenho muita coisa pra contar.
— Me conte tudo. — Ele sorriu esperto e de repente seu sorriso murchou. — Sinto muito por sua amiga, filha. Mesmo sendo filha do ranhoso, ela era uma boa menina.
— Podemos... não tocar nesse assunto? — Pedi meio desconfortável.
Meus hormônios já estavam começando a se alterar e, escutar sobre uma colega que havia acabado de ser morta, não evitava muito a vontade de chorar.
— Claro, apenas me conte as novidades. — O mais velho assentiu compreensivo. — Finalmente terminou com o imprestável do Riddle?
— Papai! — Exclamei franzindo o cenho e o repreendi com o olhar, fazendo-o erguer as mãos em rendição. — Não tem nada a ver com término!
— Oh, que pena. — Ele ironizou.
Abri a boca para falar, mas um tumulto no corredor nos tirou a atenção, me fazendo querer morrer assim que percebi que era Mattheo que vinha correndo.
— Az! Meu amor! — O garoto chegou perto de nós e começou a me examinar com o olhar em desespero. — Você tá bem? Se esforçou demais? Subiu todas essas escadas sozinha? Ficou doida?!
— Calma, amor! — Dei risada, o abraçando de lado.
— Que namorado cuidadoso. — Meu pai resmungou irônico, rindo.
Mattheo ignorou o comentário de meu pai e selou seus lábios nos meus por um minuto longo.
— Pads? — Meu pai Remus se aproximou de nós e sorriu enlaçando a cintura do mais baixo. — Que bom que chegou, amor.
— Sabe, eu não perderia a oportunidade de levar minhas duas coisas mais preciosas para casa. — Meu pai Sirius disse meloso, mas ainda provocando meu namorado.
— Passamos um susto grande. — Moony olhou em minha direção fazendo sinal com os olhos para meu pai.
— Vocês precisam levar ela pra casa, em segurança. — Mattheo desatou a falar ainda me abraçando e meus pais o encararam. — Eu não quero ficar aqui em Hogwarts pra descobrir quem vai ser o próximo cadáver e também não quero que a Az fique. Eu não sei quem está por trás disso, mas não quero minha namorada correndo perigo, muito menos nosso bebê.
PUTA QUE PARIU, MATTHEO RIDDLE! Arregalei os olhos e ele fez o mesmo ao perceber a burrada que havia cometido.
Meu pai, Sirius, empalideceu, arregalando os olhos. Enquanto Remus apenas respirou fundo, já sabendo sobre minha gravidez.
— Moony... — O Black mais velho falou respirando fundo e se apoiou nos braços do marido. — Me segura, porque eu não sei se desmaio ou mato esse moleque...
Senti um frio na barriga, vendo o rosto do meu pai passar de branco papel para um vermelho.
— Amor, eu não quero te assustar... — Olhei para Mattheo, que suava frio. — Mas é melhor correr!
O Riddle arregalou os olhos e saiu correndo pelo corredor, enquanto Sirius ia atrás dele transbordando de raiva.
— Eu te mato, Riddle!!!
Olhei para meu pai Remus assustada e ele me abraçou, sorrindo.
— O que o papai vai fazer com ele? — Questionei preocupada.
— Fique tranquila, estrelinha. Seu pai é um pouco dramático, mas vai ficar tudo bem. — Lupin afagou meu cabelo. — E, antes que eu me esqueça, meus parabéns.
— Obrigada. — Sorri tímida.
— Eu mal posso acreditar que vou ser avô! — Ele beijou minha testa, animado.
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