⚕ 14 ⚕
➯ ⚕ Harry
Haviam muitas coisas na vida que me faziam feliz, o quadribol, fazer a noite da pizza com meu pai, rir com meus amigos, mas nada se comparava ao que estava prestes a acontecer.
Draco me surpreendeu, me tirando do café da manhã às pressas na segunda-feira. Ele tinha um sorriso animado nos lábios, ansioso para me mostrar algo.
Eu o dei uma bronca por me fazer perder o horário da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas o loiro nem se importou, apenas me puxando pela mão até a margem do lago.
— Agora pode abrir os olhos. — A voz suave do Malfoy invadiu como um sussurro em meu ouvido e me arrepiei por completo, abrindo meus olhos.
A visão que tive foi o suficiente para me deixar maravilhado, Draco havia preparado uma espécie de piquenique, com direito à toalha estendida sobre a grama verde e uma cesta.
— Não é nada demais, mas... — O loiro se sentou sobre a toalha e deu algumas batidinhas ao seu lado, sorrindo. — Eu pensei que seria legal se tivéssemos um encontro de verdade.
— Oh, então esse é um encontro oficial? — Sorri ao me sentar perto dele e vi suas bochechas ruborizarem.
— Bem, digamos que sim... — Draco respondeu em voz baixa e se concentrou em tirar um encadernado de couro de dentro da cesta, erguendo seu olhar para mim.
— O que é isso? — Franzi as sobrancelhas.
— Desde que... bom, desde que você acordou sem memórias... — O garoto respirou fundo, mordendo o lábio inferior com receio e abriu o caderno. — Eu vim escrevendo alguns pontos importantes para te ajudar a lembrar.
Um sorriso maior ainda surgiu em meu rosto, Draco ficava tão fofo se preocupando comigo, que eu não pude evitar selar rapidamente nossos lábios.
— Isso foi muito gentil da sua parte, Dray. — Falei sorrindo e me apressei para pegar o caderno de sua mão, enquanto ele se encarregava de tirar algumas guloseimas da mesma cesta.
Haviam várias anotações nas linhas, alguns "títulos" destacados por canetas neon e informações relevantes em um verde mais escuro, mas um deles me chamou a atenção em específico.
"Baile de inverno: terceiro ano."
Comecei a ler tudo o que Malfoy havia anotado sobre aquele tópico.
Era o terceiro ano de Harry e Draco em Hogwarts, os alunos mais velhos, como Cedrico Diggory, Viktor Krum e Fleur Delacour, haviam sido selecionados para o Torneio Tribruxo. Antes, como mandava a tradição, teríam um baile de inverno para prestigiar os competidores.
Todas as meninas estavam esperando serem chamadas pelos meninos. Isso aconteceu, Harry não teve coragem para chamar nenhuma das garotas e acabou sem par. Ele pensava que seria o único de sua casa a passar a vergonha de ir sem um par para o baile.
Draco, que normalmente contava vantagens por conseguir colocar qualquer garota aos seus pés por diversão, estava calado. Constantemente questionando o melhor amigo sobre seu par para o baile e sempre recebendo a mesma resposta, "nada novo, ainda estou sem par".
Chegando o grande dia, Harry se surpreendeu ao ver que Draco ainda estava nos dormitórios, terminando de ajeitar seu terno em frente ao espelho. O Potter se amaldiçoou mentalmente por admira-lo tanto.
— Draco? Ainda por aqui? — Potter franziu as sobrancelhas e sorriu, se sentindo um pouco mais vitorioso. — Seu par deve estar te esperando.
— Na verdade, sou eu quem estou esperando meu par. — Malfoy sorriu, se virando na direção do moreno. — Você está pronto?
Harry olhou para seu próprio terno, era tão caro quanto o de Draco e ele admitia que era um pouco exagerado para um garoto de treze anos, mas gostava de se vestir como quisesse.
— Estou, mas nem sei porque, vou ficar sozinho o tempo inteiro. — O garoto de olhos verdes deu uma risadinha sem graça e enfiou as mãos nos bolsos.
— Uma pena pras pessoas. — Draco tinha um sorrisinho faceiro nos lábios quando se aproximou do melhor amigo e ajeitou sua gravata. — Porque elas vão perder a oportunidade de dançarem com os dois alunos mais bonitos de Hogwarts.
— Pare com isso, Draco. — Potter desviou o olhar corado e franziu as sobrancelhas logo em seguida, voltando a olhar para o loiro. — Como assim "os dois"? Pensei que você tivesse um par.
— E eu tenho! — Malfoy sorriu maior ainda e estendeu seu braço para o moreno. — Vamos, senhor Potter?
O queixo de Harry caiu e ele deixou uma risada surpresa escapar.
— O quê? Sério, Draco? — O dono dos olhos verdes encarou o braço do amigo e não demorou para entrelaçar seu braço nele. — Você tá sendo fofo, mas sabe que vão zuar a gente, né?
— Que eles se fodam. — Draco riu e puxou Harry para fora do dormitório. — Qual o problema de dois amigos se acompanharem num baile?
— Nenhum, amigo. — Potter deu uma ênfase na última palavra, pensando negativamente sobre ela.
Voltei aos meus sentidos e Draco me observava em expectativa, mordendo os lábios ansioso. Pisquei algumas vezes até me recordar de onde realmente estava.
— Funcionou? — O loiro questionou parecendo se conter para não deixar um sorriso animado tomar conta de seu rosto.
— Bem, pelo que parece... sim. — Sorri meio sem jeito e ele finalmente pôde sorrir também, enlaçando meu pescoço com os braços para me atacar com vários beijos no rosto.
Não pude evitar de rir, os selares do garoto faziam cócegas em minha pele e o tive que agarrar pela cintura para fazê-lo parar.
— Obrigado, Draco. De verdade. — Sussurrei, finalmente deixando um selar nos lábios do Malfoy e então abracei sua cintura, o trazendo para mais perto.
— Eu farei o que for preciso para te ajudar, Hazz. — Ele murmurou de volta, me abraçando apertado.
Percebi que a situação estava levemente constrangedora quando me dei conta de que Draco estava sentado em meu colo. Segurando-o pela cintura firmemente com um dos braços, nos virei colocando-o entre o chão e eu.
— Seus olhos tem pintinhas cinzas. — Observei, pela proximidade em que se encontravam nossos rostos e sorri, tirando delicadamente a franja dos olhos do loiro. — Você é tão bonito.
— É sua miopia, Harry. — Draco brincou desviando o olhar, mas suas bochechas coradas o delatavam.
— Torça pra não descobrirem um feitiço para cura-la, então. — Brinquei de volta e o vi me olhar ofendido no mesmo instante, me arrancando uma risada. — É brincadeira, idiota!
— Você-...
A fala do Malfoy fora cortada por uma Pansy vindo correndo ofegante, com os olhos cheios de pavor, em nossa direção.
Oh, merda! Ela nos viu! Ela nos viu! Engoli seco, tentando não entrar em pânico.
— Harry! Draco! — Ela berrou e logo nos sentamos na toalha em alerta. — Merlin...
Parkinson se apoiou nos joelhos e inspirou fundo para recuperar o fôlego.
— Eu não disse pra não nos interromper, Pans?! — Draco repreendeu fuzilando a garota com o olhar.
— Ela sabe de nós?! — Exclamei olhando surpreso para o loiro e com os olhos arregalados.
— Claro! Já viu algo que essa criatura não descubra?! — Draco desatou a falar, gesticulando em direção à garota morena que nos olhava desesperada.
— Calem a boca, imbecis! — Pansy gritou aflita e nem nos esperou responder para continuar rapidamente, lágrimas se formando em seus olhos. — Ele atacou de novo!
— O-o quê? — O loiro se empalideceu ao meu lado, arregalando os olhos.
Ele... Senti uma sensação ruim em meu peito e instintivamente segurei a mão do Malfoy para acalma-lo.
— E o que... Ele... fez dessa vez? — Olhei para a Parkinson sem ter tanta certeza de se queria saber a resposta.
— E-ela... a... está morta... — As lágrimas vieram de uma vez para a garota à nossa frente e ela soluçou tentando limpar seu rosto. — Adhara está morta!
O quê?! Pensei arregalando os olhos e paralisei por um segundo. Adhara Snape? A mesma Adhara que fora selecionada para a casa de seu pai? A mesma qual sempre tirava as melhores notas em poções?
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