⚕ 10 ⚕
➯ ⚕ Harry
Muitos, muitos alunos formavam um amontoado em volta da parede manchada em vermelho carmesim. Meus olhos, assim como os de Draco, estavam arregalados assim que terminei de ler as palavras que me causaram um arrepio pela espinha.
— Merlin...
— Quem fez isso?
— Eu quero minha mãe...
O burburinho cresceu como uma onda, assim como o desespero de muitos. Vi o loiro ao meu lado empalidecer e suas mãos se tornaram trêmulas. Draco estava aterrorizado, mas ainda assim tentava manter sua pose de indiferença.
Eu devia tentar acalma-lo. Pensei sentindo uma necessidade de tranquilizar o Malfoy, seja por ter acabado de beija-lo, ou pelo simples fato de que sabia que nessa realidade ele era meu melhor amigo.
Então, ainda meio sem jeito, coloquei minhas mãos nos ombros do loiro e me surpreendi quando Draco se virou para mim, se agarrando ao meu tronco como uma criança assustada.
Lancei um olhar assustado na direção de Blaise, que estava à minha direita e ele se inclinou para falar mais baixo.
— Draco está tendo outra crise de ansiedade. — Zabini sussurrou.
Automaticamente apertei meus braços em volta do garoto e esfreguei suas costas tentando fazê-lo se acalmar.
— Draco, respira. — Pedi num murmúrio, buscando olhar para os olhos acinzentados, que estavam marejados com lagrimas. — Respira fundo, tá bem?
O loiro assentiu lentamente, seguindo minha respiração enquanto eu inalava o ar profundamente. Graças a Merlin eu sabia como passar por uma crise, afinal, eu havia aprendido com o tempo a me acalmar sozinho.
— Aposto que tem dedo do Potter nisso. — Meus punhos cerraram ao escutar a frase sussurrada, mas me lembrei que Draco precisava mais da minha atenção do que Ronald Weasley. — Ele fica "sem memória" e agora isso aparece? Não pode ser uma coincidência.
— Pare de falar besteiras, Ron. — Escutei Hermione rebater.
Queria tirar Draco o mais rápido possível dali e suspirei aliviado quando vi alguns professores recolhendo os alunos de suas respectivas casas. McGonagall gritou para que os Grifinórios voltassem para as Torres, e logo Snape apareceu com sua expressão impassível, falando discretamente com cada aluno da Sonserina.
— Senhor Potter, Senhor Malfoy, por favor, se dirijam até seus dormitórios. — Severo disse enquanto ia rapidamente em direção à outros alunos.
— Vem... — Puxei Draco em direção aos corredores.
Os nossos colegas de casa passavam por nós em passos rápidos. Draco estava andando apoiado em mim, mas de repente suas pernas cederam e o segurei em meus braços.
— Draco! — Exclamei enquanto passava meu braço por baixo dos joelhos do loiro, o erguendo no estilo noiva.
— Isso é tão humilhante. — Ele resmungou entre um soluço e outro, escondendo o rosto choroso em meu ombro. — Se contar pra alguém, eu te mato.
— Só... Respira, Draco. — Pedi já me sentindo desconfortável com o choro incessante do garoto.
Ele voltou a fazer os exercícios de respiração e pude levá-lo sem mais delongas até nosso dormitório, o deixando deitado sobre sua cama.
— Ei, está melhor? — Me sentei na ponta do colchão e Draco assentiu limpando as bochechas com as costas da mão, mas voltou a derramar lágrimas. — Calma...
Esfreguei as costas do loiro tentando acalma-lo e passei a fazer carinho em seus cabelos. Merlin, me ajude!
— Eu tô aqui, o que você precisa pra ficar bem? — Sussurrei no ouvido do garoto sem parar de acariciar os fios platinados. — Me diz...
Draco não pronunciou nenhuma palavra, apenas se moveu um pouco para o lado dando-me espaço para me deitar. E assim eu fiz, aninhando o Malfoy em meus braços enquanto ele deitava sua cabeça sobre meu peito.
— Eu... Gosto de você. — Murmurei confessando e me senti estranho por dizer aquelas palavras. Eu nunca diria essas palavras a dois dias atrás. Não que isso seja ruim, mas enfim, acontece. — Eu realmente gosto.
— É o seu dever, somos melhores amigos. — Ele fungou, erguendo seus olhos brilhantes em minha direção.
— Somos mais que isso. — Coloquei o rosto de Draco entre minhas mãos e estava pronto para puxa-lo para um beijo, mas o quarto foi invadido pelo resto dos meninos me fazendo solta-lo.
Mattheo apenas lançou um olhar estranho em nossa direção e voltou a teclar em seu celular, parecendo irritado. Já Blaise, me encarou preocupado e se sentou em sua cama pressionando as têmporas.
— Eu sinto que vou surtar. — Zabini murmurou fechando os olhos por um segundo, como se esse simples ato pudesse apagar toda aquela carnificina em sua mente.
— Como podem todas as garotas já terem um par pro baile de inverno? — Mattheo resmungou jogando o celular sobre sua cama e todos nos viramos para olhá-lo incrédulo.
— Com tudo o que está acontecendo, você está preocupado com a porra do seu par pro baile de inverno?! — Blaise explodiu, fazendo Draco e eu trocarmos um olhar surpreso.
— O que eu posso fazer? Sinto muito pela gata do Filch, mas coisas assim acontecem! — O Riddle bufou irritado e revirou os olhos. — Não é minha culpa se você é fraco demais para lidar com esse tipo de situação, Zabini.
O silêncio desconfortável caiu novamente sobre o quarto. Era nítido que Blaise queria gritar e apontar o dedo na cara de Mattheo, mas se conteve, com os olhos brilhando pela raiva e os punhos cerrados.
— Não sei como a Azria te aguenta. — Foi o que o garoto negro disse, se levantando e saindo do quarto antes que o Riddle pudesse respondê-lo.
— Vai se foder! — Mattheo berrou na porta e, batendo-a de uma vez, causou um estrondo.
— Quer quebrar a porta, idiota? — Draco não conseguiu conter sua língua e quando viu, já estava se sentando na cama irritado.
Merlin, isso não é bom.
— Ele tem sorte que não tenha sido o pescoço. — Falei para o loiro, aliviado que ao menos havia parado de chorar. — Zabini estava a um ponto de fazer besteira.
— Que ele vá pra puta que pariu. — Riddle gralhou em um tom baixo, apertando seus punhos. — É como meu pai sempre diz, "Existem os fortes e os fracos, e somente um deles é capaz de ser verdadeiramente eficiente."
— Então seu pai é um idiota. — Quando pude perceber, as palavras já haviam saído inconscientemente da minha boca.
O que ele estava tentando dizer com isso?
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