CAPÍTULO 02
Oi, meus amores!! Vocês gostam de metas? Porque estou boazinha e doida pra soltar uns capítulos aí hahaha Quando o CAPÍTULO 01 chegar a 300 votos e esse daqui também a 300 votos, solto mais dois capítulos.
O que acham? Espalhem esse Marcelão pra galera haha
Desço do meu carro e não demora para o manobrista aparecer correndo, prestativo e educado. Ele me cumprimenta com um aceno de cabeça e pede a chave do carro. Jogo o objeto da sua mão e ando até a boate, que ainda não está aberta para todos os clientes. Esta hora do dia, quase na hora do almoço, aparecem somente as pessoas vip's, que procuram um pouco de diversão mais íntima e rápida para se distraírem da correria da semana.
Criei a Imperium pensando em pessoas como eu, que precisam de uma fuga prazerosa para os problemas que nos sugam, que nos destroem dia após dia. A ideia de comprar o lugar surgiu quando vi que não teria outra forma de escapar dos meus sentimentos conflitantes e dos desejos nada fáceis de realizar.
Entro pela porta lateral da boate, exclusiva para mim, e vejo o lugar intimista, com uma música eletrônica tocando e as luzes baixas. Algumas poucas pessoas almoçam próximas ao bar, afastadas umas das outras. As salas especiais estão liberadas, mas costumam ficar mais vazias por ser de dia.
Mal entro e duas funcionárias aparecem, pegando a pasta da minha mão e entregando-me a chave da suíte exclusiva que tenho no andar isolado. Subo as escadas de vidro até o terceiro andar e não preciso dizer nada, pois todos os funcionários conhecem bem demais a minha rotina. Abro a porta, e uma das moças coloca o objeto em cima da poltrona de couro localizada perto da cama.
— Deseja o almoço agora, senhor Marcelo? — pergunta com uma voz baixa, e aceno. — Salmão com molho de alcaparras?
— Sim, por favor. Pode trazer daqui uma hora junto com um Château Pichon Baron. Obrigado.
Ela acena e sai, fechando a porta após sair. Vejo que em cima da cama já tem um roupão preto com o símbolo da boate e o pego, indo até o banheiro após me livrar do terno e dos sapatos. Tomo um banho lento e gelado, tentando me desligar do trabalho mesmo que seja quase impossível.
É muito difícil se livrar de algo que te deixa são, que te faz ser uma pessoa normal, mesmo que você não seja. Ainda mais algo que exige dedicação quase integral de mim. Não é raro eu ter que largar o que quer que esteja fazendo para atender algum representante de empresários de alto nível, dono de multinacionais, que não tem paciência para marcar reunião para o dia seguinte, ou para viajar para defender grandes empresas e grandes políticos em outro estado.
Desligo o chuveiro e passo as mãos pelos cabelos, colocando os fios molhados para trás. Fico apenas de roupão e me sento na cama, aproveitando para responder e-mails de clientes pelo celular, mais uma vez sem conseguir me desconectar completamente. A tecnologia é minha aliada.
Não demora para eu ouvir a batida leve na porta.
— Pode entrar — falo, com os olhos na tela do aparelho, e vejo a porta se abrindo.
— Com licença, senhor. A sua comida.
— Pode deixar aqui ao meu lado, por favor — digo para o homem, que se aproxima rapidamente.
— Quer que eu o sirva, senhor? Deseja mais alguma coisa?
— Por enquanto, não. Pode me servir. — Jogo o celular de lado após finalizar a caixa de entrada e encaro o homem já de idade, que arruma os pratos na mesinha de madeira ao lado. — Sabe me dizer se está tendo atividade em algum dos quartos ou das salas?
— Está sim, senhor. A área preta está funcionando.
Aceno e me sento à mesa. Ele coloca a comida no meu prato e serve o vinho antes de sair.
Custa caro manter um lugar com este. Nem todo mundo consegue ser discreto para trabalhar aqui, mas, nos últimos anos, consegui ótimos funcionários, que trabalham sem questionar os gostos dos clientes, ou o ambiente. Ou os meus gostos. Discrição é tudo o que busco em quem contrato, afinal, não é fácil manter a imagem de um advogado sério, de reputação ilibada e respeitosa sendo dono da Imperium, então preciso de pessoas discretas para me ajudar a separar as duas coisas.
Almoço rapidamente e tomo quase metade da garrafa de vinho sozinho. Escovo os dentes e visto um terno limpo, dos muitos que tenho aqui, para poder descer e ver como estão as coisas.
Saio dali e deixo aberto mesmo, pois este andar é reservado, então, somente os funcionários de confiança vêm aqui para deixar as coisas prontas para quando eu chegar.
Ando pelo ambiente, conversando com algumas pessoas no caminho, perguntando sobre as últimas novidades daqui. Eles me passam um relatório sucinto desde a minha última visita, há dois dias, e fico bastante satisfeito ao saber que a clientela está aumentando.
Assim que chego à área preta, onde acontecem atividades sexuais diversas das pessoas que topam ser vistas fazendo tudo, o funcionário me entrega a chave e volta para seu trabalho, deixando-me sozinho.
Ando devagar, vendo que a maioria dos quartos está vazia. Gosto de vir aqui para aproveitar momentos assim, porque à noite não consigo circular sem ser notado.
Passo por um cômodo com a janela de vidro fosco. Nesse tipo de quarto, somente as pessoas que estão de fora conseguem ver o que está acontecendo do lado de dentro, mas também tem os próprios para quem gosta de ver os outros os observando.
Vejo duas mulheres quase tímidas beijando-se no centro da cama queen size. Elas olham para a janela, sem realmente me verem, parecendo receosas e constrangidas com a hipótese de serem observadas. Provavelmente é a primeira vez das duas aqui.
Caminho para os demais quartos, seguindo o corredor largo. Passo por dois vazios até chegar e parar em um específico.
Os gemidos da mulher me chamam a atenção, e encosto na janela, inclinando a cabeça para o lado ao ver como ela se entrega a um orgasmo bem no momento que apareço. O corpo esguio e moreno se curva para trás, enquanto o homem segue metendo e puxando-a pelo pescoço com força.
Ela consegue despertar completamente o meu interesse, então paro.
A moça usa uma peruca loura e comprida, e uma máscara que cobre a região dos olhos, o que é muito comum para alguns clientes que não querem ser reconhecidos. O rosto tem muita maquiagem, mas consigo definir alguns traços da distância que estou; olhos negros e grandes, apesar de levemente puxados para cima, boca com lábios finos com pequenas pintinhas ao redor e um nariz pequeno e arrebitado.
Tiro os olhos do seu rosto e não consigo desviar o olhar quando ela empurra o homem na cama e o monta, abrindo a polpa da bunda enquanto se senta nele.
Ela se vira para a janela, e tenho a impressão de que me nota por um segundo, mas logo seu olhar se volta para o homem. A mulher cavalga, retira as mãos da bunda e aperta os próprios seios, mordendo os lábios de um jeito que me faz querer mordê-los também.
Apoio o cotovelo no braço e sigo observando-a. Meu pau endurece mais rápido do que o normal quando, mais uma vez, ela geme gostoso e se senta cada vez mais rápido. O homem abocanha o seu seio esquerdo, e ela emite um barulho gostoso, que me atiça e me faz quase querer entrar ali para comê-la também.
— Mais rápido e mais forte... — manda com a voz rouca, inebriada de desejo, e o homem obedece, cravando as mãos na sua bunda enquanto ela segue sentando, dominando o próprio prazer.
Sinto meu pau dolorido, babando dentro da boxer, mas não consigo parar de olhar para fazer nada.
Sempre senti prazer ao ver as pessoas trepando. Algo no sexo faz com que elas sejam naturais, que ajam como elas mesmas, livres de fingimentos, falsidade e falso pudor. Ainda mais aqui na boate, onde todo mundo tem a liberdade de ser quem quiser, de fazer o que quiser.
Ouço o gemido masculino, indicando que ele está chegando ao orgasmo, e foco na reação da mulher. Ela crava as unhas nos ombros do homem e rebola mais, em uma velocidade meticulosamente controlada, de quem sabe o que está fazendo. Tiro meu celular do bolso do terno e mando uma mensagem para um dos meus funcionários que sabe de tudo deste lugar. Rapidamente, o homem aparece.
— Pois não, senhor?
— Investiga quem é aquela mulher ali para mim — digo, e ele concorda com a cabeça após olhar para ela. O homem sai dali e volto meus olhos para os dois.
E ali está o seu olhar.
Descubro que não foi engano quando tive a impressão de que ela me encarava. Os olhos escuros me fitam, enquanto morde o lábio e desliza as mãos pequenas pelo corpo, acariciando-se. Os dedos habilidosos acariciam o clitóris, enquanto ela se esquece do homem embaixo de si e foca seu olhar no meu, mesmo que eu tenha certeza de que não me enxerga. Mas é como se soubesse que está sendo observada, e gostasse disso.
Quando a mulher goza, soltando o tradicional gemido quase doloroso, que me deixa louco de tesão, fecho os olhos e tento imaginar como seria seu cheiro, como seria o toque da pequena mão em mim.
Eu a quero.
O corpo pequeno desaba para o lado, e ela parece leve e satisfeita, completamente relaxada. Observo quando a mulher se levanta minutos depois, inclina-se para dar um beijo casto na boca do homem e começa a se vestir, colocando um vestido formal demais para o ambiente. Não consigo desviar o olhar enquanto ela calça o par de saltos altos, ainda sem tirar a peruca. A falsa loira sai do quarto, como se nada tivesse acontecido, e fico aqui, curioso, por alguns minutos antes de continuar seguindo pelo corredor.
Sigo andando pelos quartos, mas nenhum ato me prende mais depois de ver aquela mulher. Tem algo nela estimulante e hipnotizante demais.
Ando de volta para o centro da boate, para o salão comum, e observo o pouco movimento. Alguns funcionários falam comigo sobre faltas no estoque, e mando uma mensagem para que Carlos cuide disso. O homem é meu braço direito nos cuidados da boate e é ele quem resolve a parte chata que envolve papéis. Já mexo com burocracia demais no escritório, aqui eu quero a parte divertida, apesar de estar sempre informado sobre cada coisa que acontece neste lugar.
Uma garçonete me oferece uma bebida, e aceito, segurando o vinho, enquanto giro o corpo e busco, mesmo que sem querer, a mulher da área preta.
Sinto meu celular vibrando no bolso da calça social e o puxo, ainda com a taça na mão. Paro ao ver que é uma mensagem de um número desconhecido.
"Finalmente tive a honra de receber um pouco da sua atenção, homem de gelo. É difícil te encontrar. Espero que tenha gostado da visão. P.".
Franzo o cenho, tentando entender por alguns segundos o que li, e me choco ao ver que a mensagem pertence à mulher que observei agora pouco.
Como ela tem o número do meu celular?
Tiro o olhar da tela e dou um giro, buscando para ver se alguém me observa, mas não vejo ninguém.
Estou curioso e com raiva ao mesmo tempo. Odeio que invadam a minha privacidade e joguinhos de qualquer tipo. Não tenho paciência para nenhum deles. Normalmente, se eu quero, busco alguém que queira também, e pronto. Sem drama, sem enrola e sem brincadeirinha de faz de conta.
É exatamente isto o que me irrita, o fato de eu estar curioso com a mensagem.
Não tenho tempo de pensar direito, pois sou distraído pela presença nada desejada à minha frente. Vejo Gabriela ali e arqueio uma sobrancelha, virando o vinho de uma vez na boca e depositando a taça na bandeja que instantaneamente aparece ao meu lado, sendo carregada por uma funcionária competente.
— Doutor Marcelo, que... surpresa.
— Para cima de mim, Gabriela? — pergunto, colocando as mãos nos bolsos, estudando o peito que sobe e desce rapidamente, como se ela estivesse nervosa.
Eu gosto da reação que causo nas mulheres, do jeito que elas parecem pensar em cada gesto para me agradar, ou até mesmo do medo que parecem ter quando me encaram de cima a baixo.
— Eu...
Sem pensar no que estou fazendo, quando a imagem de Guilhermina e da falsa loira exibicionista aparecem à minha mente, misturadas e confusas, pego-me dizendo:
— Eu te como se é o que você quer, mas... — digo, aproximando-me dela, acariciando a curva do seu pescoço de leve, o que causa um arrepio na sua pele. — Precisarei te demitir depois. Não misturo o escritório com a boate e já tenho alguém para colocar no seu lugar.
— Mas...
— Não fodo com funcionárias, Gabriela. Vai contra as regras que eu mesmo criei.
Espero que ela se afaste, que pelo menos tente preservar o emprego, mas não. Algo acontece com as mulheres quando fixo meus olhos nos delas. Meu irmão costuma dizer que o verde frio do meu olhar congela as pessoas. Idiota.
A moça engole seco e encara minha boca, para em seguida acenar levemente com a cabeça em concordância.
Puxo-a pela mão em direção à minha suíte e pego outra taça de vinho no caminho, virando-a com tudo novamente.
Assim que entramos no quarto, os olhos negros me encaram curiosos e dilatados. Quando eu a dispo, sem apreciação ou hesitação, não é nela que estou pensando.
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