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CAPÍTULO 01

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Não tenho paciência com as pessoas. Chego a essa conclusão enquanto observo atentamente a mulher à minha frente, tagarelando sem parar sobre os casos extraconjugais do ex-marido quando ainda eram marido e mulher, e como o homem se recusa a pagar pensão para os três filhos.

— Senhora... — digo, tentando interrompê-la.

— Não, não, estou acabando. Aí aquela sirigaita da Berenice estava com a boca direto no pau dele, acredita?

— Senhora! — falo de um jeito rude, o que faz com que ela finalmente cale a porra da boca para me ouvir. Xingo mentalmente, mantendo a expressão séria por fora, por ter perdido longos trinta minutos da minha vida. Jamais os terei de volta e isso me irrita mais, porque tudo o que odeio é perder tempo. — O que estou tentando dizer desde que entrou aqui é que não posso te ajudar.

— Ah, não? — A mulher pisca os longos cílios para mim e parece brava por alguns segundos. — Você não é advogado?

— Sou, mas essa não é a minha especialidade. A Bittencourt & Sotto lida com outras questões, não posso ajudar. Sou um advogado trabalhista e empresarial, senhora, não lido com essa questão de divórcio, pensão alimentícia e... problemas familiares.

— Ah, faça-me o favor! E me deixou ficar falando esse tempo todo? Não tenho tempo a perder, meu senhor! Não acredito nisso.

Ela se levanta da cadeira, e eu me mantenho estático enquanto a criatura louca sai porta afora, batendo os saltos com força no chão de madeira. Solto um suspiro longo e cansado, deslizando os dedos pelos cabelos.

Eu não deveria estar aqui para começo de conversa, pois é um sábado e não tenho nenhum cliente agendado, felizmente. Só apareço no escritório esses dias bem cedo para pegar os documentos que a secretária deixa na sexta-feira à noite e volto para casa. Ou sigo para a Imperium Club, a boate que possuo, porém, hoje, após sair da casa do meu irmão, senti a necessidade descontrolada de mergulhar de cara no trabalho.

Ainda é difícil ter que ver Guilhermina. Achei que não, que havia sido liberto do karma de gostar do amor da vida do meu irmão, mas não poderia estar mais enganado. Bastou apenas uma simples visita, vê-la pela primeira vez depois de mais de um ano, para tudo voltar.

Assim que me permito ser humano por um momento e demonstrar cansaço, fadiga, beirando à exaustão, ouço uma batida na porta e vejo Gabriela, minha secretária, aparecendo ali.

Arrumo a postura imediatamente. Ela faz questão de vir aos sábados para mostrar serviço, mesmo que eu diga que não tem necessidade, afinal de contas, Gabriela trabalha bem e deixa todas as pendências para que eu analise na sexta-feira mesmo. Os sócios não pisam no escritório nos finais de semana, então o serviço da mulher realmente não é necessário.

— Senhor Marcelo? — Ela sorri, sem conseguir disfarçar o interesse nos grandes olhos pretos. Desliza as unhas grandes pelo pequeno decote enquanto deixa o corpo inteiro ficar visível na brecha que abre da porta.

— Fala, Gabriela.

— Tem um cliente. Posso deixar entrar? Sei que não costuma atender sem marcar aos sábados, mas... — murmura, ainda sorrindo, com a voz propositalmente rouca.

— E por que não disse isso pelo telefone? É para isso que eles servem. Não quero ser incomodado quando estou trabalhando — respondo, colocando os cotovelos na mesa enquanto analiso seu rosto corando, demonstrando uma timidez que sei que é fingida.

A garota parece ter uma tara por ser maltratada. Quanto mais a afasto com as minhas grosserias, mais ela é atraída como um mosquito pela luz.

— Desculpe, senhor. Prometo que usarei o telefone da próxima vez. Posso deixar que ele entre? É um cliente dos grandes.

Faço um gesto com a mão para que ela desenrole e me levanto da cadeira para esperar o tal cliente "grande". Assim que o homem entra na porta, é inevitável que um sorriso gigante cresça em meu rosto. Não sou dado a sorrisos para quem não os merece, mas há certos momentos que exigem medidas extremas.

— Deputado, que prazer em vê-lo! — exclamo, esticando a mão para cumprimentá-lo. O homem alto, com poucos cabelos grisalhos e postura cansada, sorri fracamente e retribui o meu aperto de mão. — Está tudo bem, eu espero.

Claro que não está tudo bem, porra.

Fiquei sabendo através dos muitos contatos que tenho o bolo de neve em que a vida do homem está prestes a se transformar. A família Fontana é uma das mais ricas do país e está sempre envolvida em polêmicas que o patriarca, o senador Luís Gregório, pai de Gregor, está sempre querendo inutilmente evitar. Tudo para que não atrapalhe sua candidatura, claro.

Estou surpreso com a visita de Gregor, em pleno sábado, pois esse tipo de homem costuma procurar alguém para defendê-los através de outras pessoas, e não ir diretamente em busca de um advogado. O caso deve ser pior do que eu pensava.

— Tudo bem, na medida do possível.

— Sente-se, por favor. Aceita um uísque, uma vodca? — indago, apontando para o armário de bebidas atrás de mim.

— Um uísque, obrigado.

Viro-me de costas para ele, e um pequeno sorriso volta a aparecer no meu rosto sem que o homem veja.

Este é o motivo pelo qual me tornei um advogado, não somente para roubar todos os clientes de Henry e dona Suzana, meus pais, mas sim pelo sentimento de euforia e adrenalina que tomam conta de mim sempre que estou perto de conseguir um novo cliente. Principalmente um caso gigante como esse, cheio de interesse da mídia, que sei que atraem outros, e mais outros.

A sensação de vencer um processo como esse, mesmo quando todas as provas apontam para a condenação do seu cliente, mesmo que toda a população e a mídia te crucifiquem, é impagável. Eu, definitivamente, estou na profissão certa.

Entrego o copo ao homem, que o segura com as mãos ligeiramente trêmulas. Contenho um sorriso. Sei que Gregor Fontana fará tudo o que eu disser para que faça antes mesmo que abra a porra da boca.

— E então, a que devo a honra da visita depois de tantos anos, deputado? Não nos vemos a o quê? Vinte anos? Não me lembro de ter te visto depois da nossa formatura, além de pela televisão, claro. — Não consigo disfarçar o sarcasmo na voz, mas o homem não parece perceber porque está imerso no seu nervosismo.

— Sim, pois é, Marcelo. A correria da vida política, sabe como é. Então, não quero me estender muito nisso, mas estou com alguns problemas com uma funcionária de um negócio de família. Sabe como é esse tipo de gente, fazem tudo por dinheiro e por atenção.

Ele faz um gesto de indiferença com a mão, e coloco uma expressão neutra no rosto, sem deixar transparecer que já estou saturado desse tipo de discurso mesquinho de seja quem for. Lidar com grandes empresas te permite conhecer os piores tipos de pessoas, empresários com nariz em pé que não perdem a chance de humilhar e pisar em quem consideram inferiores a eles, ou seja, todo o resto do mundo.

— Que situação chata, deputado Fontana. É mesmo um problema sério para a cabeça, não é?

— É sim, meu amigo. Me chamo de Gregor, Marcelo. Nós somos amigos, lembra? — Ele sorri, e eu aceno. Agora nós somos amigos mesmo. Os melhores se ele me der o que busco. — É um problema sério, principalmente se isso se espalhar pela mídia, você sabe. Temos uma reputação a zelar e não quero que mentiras a meu respeito se espalhem por aí. Isso seria terrível. Uma investigação geraria... problemas maiores para minha família.

— Ah, eu imagino...

O homem suspira e passa a mão ainda trêmula pelo rosto suado de nervosismo. Preciso ganhar ainda mais a sua confiança, pois não posso perder esse caso. Ah, eu não vou mesmo perdê-lo.

Se essa funcionária procura holofotes como o homem parece achar, esse caso, ele querendo ou não, irá se espalhar pela mídia. Consigo visualizar toda a visibilidade que o escritório terá, todos os clientes que virão para mim sem eu precisar mover um dedo para isso.

— Creio que esteja buscando a minha ajuda para defendê-lo.

— Sim, sim, preciso que arrume a melhor solução para que isso não se espalhe e para que tudo seja resolvido o mais rapidamente possível. — A mão bagunça os cabelos em um gesto de nervosismo que Gregor tenta disfarçar. — Aquela mulher provavelmente não tem onde cair morta. Aposto que só quer apenas arrancar dinheiro de mim. Estou receoso de que esse pequeno gesto rebelde cause outros, e mais outros. A sonsa não mediu esforços para ir atrás "dos seus direitos". Os pobres...

Arqueio a sobrancelha pelo discurso preconceituoso, que nunca compactuei porque não sou tão baixo, mas preciso engolir porque sou o melhor no meu trabalho. É isto que faço: defendo pessoas que não merecem ser defendidas, de índole duvidosa, cheias da grana, que sabem que bastam pagar um excelente advogado que estarão livres de toda a sujeira que as rodeiam.

Consigo entender por que existem pessoas que não gostam na minha profissão. Paciência.

Continuo ouvindo o homem, cada vez mais enojado com seu discurso, mas mantenho a expressão que meu irmão chama de fria, mas que eu chamo de neutra, de contida. É a expressão que ponho no rosto sempre que evito assassinar alguém. Ela está sempre estampada, aliás.

Assim que Gregor termina de falar, sorrio para ele de leve e estico minha mão. Passei toda a segurança necessária para que o homem me contratasse, dei todos os indícios de que venceria o caso. Eu não nasci para perder nada.

— Obrigado por aceitar meu caso, Marcelo. — Ele aperta mais minha mão e se levanta. Faço o mesmo e abro outro sorriso fraco, sem mostrar os dentes. — Pagarei o dobro para que faça o seu melhor. Sabemos que dinheiro não é problema.

— É um prazer tê-lo aqui, Gregor. Fico feliz pela confiança depositada.

Ele acena e se afasta até a porta, parecendo mais confiante depois da nossa conversa. Dou a volta na mesa e o acompanho até a saída da sala.

— Claro, tudo em nome da nossa antiga amizade. Então, nos vemos nos próximos dias — diz e vai para se afastar, mas eu o chamo.

— Uma curiosidade... Por que procurou a mim e não a meus pais?

— Tive alguns... desentendimentos com seu pai. E confio em você para completa discrição desse caso.

Concordo com a cabeça, sem de fato me surpreender com isso. O pavio curto de Henry costuma complicar muitas coisas. Ele se orgulha de ser um dos advogados mais conhecidos do país, mas não tem a frieza e a calma que precisamos para agir corretamente. O senhor tão experiente se deixa dominar pelos impulsos e pela raiva, como um menino.

O homem acena para mim e depois para Gabriela, que nos olha com um sorriso de interesse no rosto.

Entro novamente na sala e termino de organizar os papéis que preciso. Sou distraído quando recebo uma mensagem do meu irmão, tentando arrancar de mim que proposta de emprego que tenho para Guilhermina.

Sacudo a cabeça, segurando um resmungo ao pensar em como o cara é babaca e está prestes a deixar escapar uma mulher maravilhosa por teimosia, por puro orgulho de homem ferido. Inacreditável. Não que ela estivesse certa ao ir embora daquele jeito, sem falar nada, mas evitar uma conversa para não ouvir o que irá incomodar não é nada maduro.

Ignoro sua mensagem e ajeito meu terno antes de pegar a pasta preta cheia de documentos que está em cima do sofá no canto do escritório.

Saio da sala e me despeço de Gabriela, mas a mulher se levanta rapidamente da sua cadeira e me fita com os olhos arregalados.

— Já vai, doutor Marcelo? Eu... O senhor não gostaria de tomar um drink, talvez?

Toda sua segurança morre quando me viro devagar, com a pasta na mão, e a encaro incrédulo, estudando suas expressões. Tenho que admitir que a mulher é corajosa e ousada.

— Gabriela... — digo com um tom rude. — Não me envolvo com funcionárias. Acho que isso estava claro no seu contrato, não estava?

— Eu sei, senhor. Seria apenas uma saída como colegas de trabalho.

A mulher bonita e elegante mexe nos dedos, nervosa, e expõe mais o decote como tentativa de convencimento.

Mal sabe que precisa muito mais do que isso para me excitar. Isso não chega nem perto.

— Está dispensada por hoje, Gabriela.

Viro as costas e ando até o elevador, soltando um suspiro enquanto desço. No final das contas, a ideia de contratação de Guilhermina como minha secretária virá a calhar. Não aguento mais ter que demitir mulheres que só misturam as coisas. Perdi as contas de quantas demiti nos últimos meses.

Sei que com minha futura-ex-cunhada não terei esse problema, porque ela jamais daria em cima de mim. Será difícil trabalhar ao lado dela, tão perto do proibido, do impossível, mas reprimo a porra desse sentimento há quase dez anos. O que serão mais alguns meses até ela arrumar outro trabalho?

Ah, se meu irmão não fosse a pessoa mais importante do mundo para mim...


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