Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 04 - Se você me deixar, vai me deixar quebrada

E se você for embora

Vai me deixar quebrado, estarei em pedaços

Eu sou só um alvo

Eu sou apenas o tiro que nos permite morrer

Eu sei que não sairei daqui

Com você

Take Me Out - Franz Ferdinand

-----------------------------------------------------------------------

Pyotr seguiu para o escritório me deixando ali com Halley. Apesar da sua falta de entusiasmo para comemorações, eu continuava animada. Não foi difícil convencê-la a acompanhar Allie e eu em um jantar no restaurante que Jacob Adams, noivo de Allie, trabalhava no momento.

Um jantar, nada de extravagante. Não custava aquele chato nos acompanhar. Nós trabalhamos juntos nisso, deveríamos no mínimo comemorar juntos também.

- Nós vamos direto daqui? - Halley questionou enquanto eu combinava os detalhes com Allie pelo celular.

- Sim, nós vamos encontrar Allie no The Helen's em meia hora - Eu expliquei.

Os passos de Pyotr chamaram minha atenção, eu imediatamente me virei em sua direção atraindo a atenção de Halley.

- Hey Peter, Tem certeza que não quer se juntar a nós? - Eu sorri de forma convidativa na esperança de fazer o homem se divertir um pouco - última chance.

- Divirta-se hoje, Mary - Ele respondeu com um sorriso mínimo nos lábios - Até amanhã, Srtª Dawson.

- Até amanhã Sr. Rozanov - Halley sorriu abertamente em resposta.

Ela aguardou a porta do elevador se fechar totalmente antes de se virar para mim com um olhar chocado.

- Ele te chamou de Mary?

- Eu sei - Sorri satisfeita - É a terceira vez hoje.

- Isso sim é um avanço - Ela gargalhou - Quem sabe o próximo passo seja te explicar porque sempre te liga de madrugada.

- Eu adoraria que o próximo passo fosse parar de me ligar de madrugada. Vamos? - Eu suspirei.

- No fundo você gosta - Halley me provocou enquanto o elevador percorria todo o caminho até o térreo - Pelo menos ele tem uma bela voz, e eu sei que ela é ótima no telefone.

- Sim, ele tem - Eu concordei, não posso negar isso e o sotaque russo sempre deixa tudo mais interessante - Mas eu ainda prefiro dormir a ouvi-lo de madrugada.

Nós caminhamos as duas quadras até o The Helen's, o restaurante em que Jake trabalhava como cozinheiro, em um clima agradável. Allie nos mandou uma mensagem avisando que chegaria em alguns minutos. Nós conseguimos uma mesa e pedimos alguns coquetéis enquanto esperávamos a garota, que não demorou muito para aparecer.

Ela usava uma calça jeans, e uma regata com detalhes em renda cor nude, cabelos soltos e maquiagem leve, que combinavam com o clima primaveril de Abril. Ela é a princesinha Clarke, com traços delicados e simétricos, cabelos loiros quase platinados e olhos cor de jade. É o tipo de beleza clássica que arrebata qualquer um. Ela se sentou ao meu lado, roubando meu appletini, me obrigando a pedir outro coquetel.

- E então - Ela sorriu - O que estamos comemorando?

- Eu não sei ao certo - Halley franziu o cenho - Talvez o fato de um certo Russo ter finalmente chamado a Mary pelo o apelido.

- Ohhh, isso parece promissor - Allie zombou.

- O que? Não é isso que estamos comemorando! - Eu exclamei.

- O que exatamente estamos comemorando então? - Halley questionou.

- Nós conseguimos uma reunião com Willian McAdams hoje - Eu declarei.

- O babaca insuportável? - Allie questionou animada.

- Exatamente! - Eu exclameix - Nós conseguimos resolver tudo, a entrevista, divulgação exclusiva do novo romance dele, tudo na edição de Junho da Books Review.

- Uau, isso é incrível, Mary - Allie sorriu.

- Sim, fará a revista crescer ainda mais - Eu expliquei animada.

- Então foi por isso que você estava tentando convencer Pyotr a vir? - Halley me observou.

- Sim, mas ele é um chato anti-social e não quis vir - Eu murmurei emburrada.

- Ele não quis vir a um encontro de garotas. Porque será? - Allie gargalhou.

- Eu tentei convencê-lo a passar em algum bar comigo assim que saímos da reunião.

- Mary, você está convidando seu chefe para sair? - Allie me encarou com um olhar perspicaz enquanto Halley aguardava a resposta com interesse.

- Porque vocês têm sempre que pensar o pior de mim? - Eu reclamei - Eu não penso no Peter dessa forma!

- Mas ainda assim, atende as ligações na madrugada - Halley zombou.

- Ele continua com isso? - Allie acenou discretamente para Jake que apareceu em nosso campo de visão dentro da cozinha.

- Ele é meu chefe - Eu murmurei observando o copo de Blood Mary que estava em minha mão - Eu tenho que atender.

- Qual foi o motivo dessa vez? - Allie perguntou com diversão.

- Ele queria um cappuccino com canela essa manhã - Eu bufei.

- É sério? - Allie gargalhou.

- Falando nele - Eu peguei meu celular que tinha começado a tocar - Se importam se eu atender aqui?

Eu considerei a troca de olhar das duas uma permissão, respondendo a chamada em seguida.

- Mudou de ideia, Peter? - Eu questionei recebendo um levantar de sobrancelhas das duas garotas.

Talvez eu devesse ter saído da mesa para atender.

- Marianne, amanhã temos uma reunião com seus pais pela manhã - Ele avisou ignorando minha brincadeira.

- Eu não estou sabendo disso. Qual o motivo? - Eu franzi o cenho.

- Eu não sei. Apenas não beba demais para não se atrasar - Ele pediu.

- Como queira - Eu suspirei ouvindo a chamada ser encerrada.

Ele poderia ser menos ríspido.

Eu e as garotas passamos boa parte da noite ali. Eu quase matei Halley de tanto rir quando contei sobre a situação em que Pyotr me pegou de manhã, cantando e rebolando na sua sala.

- Eu não acredito nisso - Halley tentava recuperar o fôlego - Como exatamente você estava rebolando?

- Do jeito que se rebola quando se está sozinha com o som alto - Eu gargalhei - Eu quase enfartei quando o vi parado ali.

- Pelo menos você tem um bom corpo pra isso - Allie zombou - Quando eu faço essas coisas fico parecendo uma minhoca albina em agonia.

- Fico imaginando o que ele pensou quando te viu -- Halley provocou.

- Provavelmente que contratou uma maluca - Eu respondi sem graça.

- Claro, tenho certeza que foi isso que ele pensou - Halley comentou em um tom sugestivo.

- Quem pensou o que? - Jake apareceu, trazendo nossas sobremesas.

Ele aproveitou seu momento de folga e deu um beijo em Allie. Eu não podia negar que o noivo de minha amiga era bonito, com seus cabelos negros e olhos azuis, mas aquela beleza não ajudava nada a suportar sua personalidade irritante. Eu não sei como ela o aguenta!

- Pyotr encontrou Mary rebolando na sala dele cantando "My Humps" hoje de manhã - Allie explicou sorrindo para o namorado.

- Allie! Tem coisas que o esquentadinho aí não precisa ficar sabendo - Eu reclamei.

- Essa é sua nova função, Navruz? - Ele me provocou - levar café, atender telefonemas, agendar compromissos, dar um show particular.

- Eu não dei um show particular - Eu revirei os olhos - Ele não estava lá e não deveria ter chegado aquela hora.

- E você não o viu chegar? - Ele se apoiou na mesa.

- Eu estava de costas.

- E ela acha que ele pensou que ela é maluca - Halley confidenciou.

- Isso eu tenho certeza que ele sabe há um ano - Jacob zombou - E outra certeza que eu tenho é que se você estava cantando essa música e rebolando de costas pra ele, a última coisa que ele pensou de você é que você é maluca.

- Você não tem algo pra queimar na cozinha não? - Eu o fuzilei com o olhar.

- Não fui eu quem preparou o seu prato, então não, eu não tenho.

- Você pode se queimar - Eu murmurei - Eu não me importaria nem um pouco.

- Já chega - Allie suspirou de forma pacificadora - É melhor você se preocupar em comer o seu Grand Gateau.

- Tente fazer isso de uma forma que não atraia 90% da atenção masculina aqui do salão, Mary - Jake piscou pra mim enquanto eu mordia o picolé.

- Jake, você pode colaborar um pouco também? - Allie suspirou enquanto eu mostrava o dedo para o rapaz.

- Parece ser algo impossível - Halley zombou.

- Minha tia está na cidade - Ele sorriu para Allie - Achei que nós poderíamos jantar juntos qualquer dia.

- Sua tia? - Eu me intrometi - Eu vou poder finalmente conhecer a famosa Margot Adams?

- Eu não te convidei para o jantar, Mary - Ele me lançou um olhar atravessado.

- Eu estou me convidando - Eu sorri - Eu quero conhecer a pessoa responsável por você. Tenho muitas coisas pra falar a ela.

- Ela com certeza vai te adorar, Mary - Allie afirmou - Nós podemos marcar no fim de semana.

- Eu já disse que não a convidei - Jake reclamou.

- Melhor ainda - Eu me virei totalmente para Allie - podemos deixar ele de lado e ter um bom jantar apenas as garotas.

- Com a minha tia? - Ele parecia surpreso.

- Querido, acho que estão precisando de você - Allie apontou para a cozinha, aonde uma mulher que aparentava ser a chef o encarava de forma questionadora.

- Eu te ligo mais tarde - Ele avisou antes de se apressar de volta ao trabalho.

Nós não ficamos muito depois disso, apenas terminamos nossa sobremesa e voltamos para casa. Allie e eu dividimos um Táxi, discutindo detalhes sobre seu casamento que aconteceria em poucos meses. Minha amiga estava extremamente empolgada com toda a ideia da cerimônia e festa, seus pais estavam fazendo de tudo para fosse o evento do ano.

Quando cheguei em casa, meus pais aparentavam já estar dormindo, então decidi seguir diretamente para meu quarto. No fim, bebi um pouco mais do que deveria, já que cambaleei escadas acima, disposta apenas a tomar um banho e dormir imediatamente.

Meu despertador tocou bem antes do que eu esperava, parecia que eu tinha acabado de fechar os olhos. Eu olhei em volta encarando de forma confusa a escuridão que tomava conta do quarto, demorando um pouco para me situar e entender que era na verdade meu celular que estava tocando.

- Já passa das três da manhã, Peter - Eu gemi.

- Você acha que eu deveria usar uma gravata azul ou verde na reunião amanhã? - Ele perguntou casualmente.

- Peter, porque você está escolhendo gravatas às três da manhã? - Eu me virei de lado com a voz embargada pelo sono, fechando novamente os olhos.

- Qual você acha que seria melhor? - Ele insistiu.

- olha, eu vou voltar a dormir tá? - Eu declarei em meio a um bocejo - Leve as duas, eu escolho uma amanhã.

- Durma bem, Mary - Eu o ouvi.

- Que seja - Eu murmurei antes de desligar.

Algum dia ele vai parar de fazer isso?

Eu voltei a dormir com o celular ainda na mão, acordando no dia seguinte com uma leve dor de cabeça, que me deixou imediatamente irritada. Eu vesti uma camisa listrada e uma saia longuete com uma sandália e me apressei, eu não queria ser o motivo de atraso da reunião.

Meus pais não estavam em casa, ou ainda não tinham saído do quarto. De qualquer forma, eu peguei um Táxi até a editora, seguindo diretamente até o elevador. Minha dor de cabeça persistia, mas tentei ignorá-la o melhor que eu pude.

- O Sr. Rozanov está te esperando - Halley cantarolou assim que a porta do elevador se abriu.

- É claro que está - Eu revirei os olhos, sentindo toda a irritação pela noite de sono interrompida e pela dor de cabeça.

- Alguém não acordou de bom humor - halley murmurou.

- Você não faz ideia - Eu murmurei seguindo em direção ao escritório.

A porta estava aberta, eu coloquei minha bolsa sobre minha mesa e segui até lá, encontrando Pyotr sentado em sua cadeira com um olhar perdido. Ele pareceu não me notar parada ali o observando.

Pyotr estava novamente sem gravata, com o colarinho da camisa aberto, e o cabelo ligeiramente despenteado. Eu nunca o vira tão desalinhado quanto naquele momento. Mesmo quando precisamos viajar para uma conferência juntos, ele já saia de seu quarto de hotel perfeitamente arrumado.

- Isso tudo é pra evitar receber uma bronca por ter me acordado outra vez? - Eu questionei atraindo sua atenção.

- Desculpe Marianne, eu não te vi chegar - Ele se levantou.

- Vamos resolver logo isso, Peter - Eu suspirei - onde estão as gravatas?

Ele indicou as duas gravatas em cima da mesa com um olhar despreocupado. Eu fiz com que ele se sentasse enquanto eu analisava as duas gravatas lado a lado.

- Vamos, você parece preocupado - Eu comentei escolhendo a gravata azul e passando em volta de seu pescoço, abotoando seu colarinho antes de começar a dar o nó - Quer me contar o que está acontecendo?

- Eu posso fazer isso - Ele comentou, apesar de não me impedir de continuar.

- Eu deixo você continuar, se você me contar o que está te preocupando - Eu dei de ombros.

- É apenas essa reunião - Ele respondeu desconcertado - Eles não me falaram nada sobre o motivo, nunca aconteceu antes.

- Não deve ser nada - Eu o tranquilizei terminando de ajeitar sua gravata - Está com medo do que? Ser demitido?

- Pode acontecer - Ele deu de ombros ainda sentando em sua cadeira enquanto eu dei um passo para trás, me encostando em sua mesa.

- Não vai acontecer - Eu cruzei os braços - Você tem feito um ótimo trabalho.

- Isso não significa nada - Ele insistiu.

- Vamos colocar dessa forma, peter. Eu nunca deixaria isso acontecer. Soa melhor? - Eu garanti.

- Minha assistente pessoal está me garantindo que não vai deixar ninguém me demitir? - Ele riu, fazendo algo se aquecer dentro de mim.

Sua risada era um fenômeno raro, assim como seus sorrisos. E eu simplesmente adorava quando acontecia.

- Eu não estou falando como sua assistente pessoal, estou falando como uma Navruz - Eu me inclinei, levando minha mão até seus cabelos - Agora vamos, temos que te deixar apresentável.

Eu penteei seus cabelos com meus dedos, colocando-os no lugar enquanto Pyotr me observava. Eu tentei ignorar seu olhar, me focando em seu cabelo, mas quando nossos olhos se encontraram eu senti meu coração disparar.

O que é isso?

- Com licença - A voz de Halley nos interrompeu, fazendo com que eu me afastasse imediatamente - O Senhor Navruz deseja vê-lo imediatamente e ele disse que a Mary não atende.

- Nós estamos a caminho, Srtª Dawson - Pyotr se levantou completamente recomposto, fazendo com que eu o seguisse um pouco atordoada recebendo um olhar questionador de Halley quando eu passei por ela.

- Meu pai vai me matar por eu não estar na minha mesa outra vez - Eu gemi enquanto o seguia em direção ao elevador.

- Você estava até agora garantindo que não permitiria que eu fosse demitido, e agora está com medo. Achei que você fosse uma Navruz - Pyotr comentou ao entrar no elevador.

- Eu sou uma Navruz - Eu afirmei sorrindo - Mas ele ainda é o Navruz Original.

- Você sempre me surpreende, Marianne - ele me lançou um olhar de soslaio.

- Por quê?

- Suas atitudes nunca são convencionais - Ele explicou - Enquanto todos pensam em uma solução, você sempre vai pelo caminho que ninguém espera.

- Isso é algo bom ou ruim? - Eu questionei.

- É diferente - Ele respondeu depois de pensar um pouco.

As portas do elevador logo se abriram, revelando o andar onde ficavam os escritórios dos meus pais e a sala de reuniões da diretoria. Nós seguimos em silêncio até a sala de reuniões, encontrando meus pais e os dois advogados principais da editora, Gavin Stewart e Damon Bells.

Os dois eram babacas, mas eram bons advogados e geralmente só eram chamados em casos complexos.

Porque eles estão aqui?

- Marianne, você não me atendeu - Omar começou.

- Desculpe, eu estava ajudando Peter com algo - Eu corei imediatamente.

Porque tem sempre que ser meu pai a me ver quando eu falho em algo?

- Eu me pergunto...

- Omar, depois nós falamos sobre isso - Minha mãe interferiu - No momento devemos discutir a situação do Senhor Rozanov.

Situação do Peter? Que situação?

- Minha situação? - ele externou meu pensamento.

- Sente-se Sr. Rozanov - Gavin pediu.

- O que aconteceu? - Ele perguntou preocupado.

Será que realmente vão tentar demití-lo?

Eu me sentei em silêncio ao seu lado, o que está acontecendo?

- Rozanov, o seu visto foi negado - Meu pai declarou com pesar.

- Negado? Como assim negado? O cara já mora aqui há anos! - Eu exclamei.

- Mary... - Minha mãe disse em tom de aviso, fazendo com que eu me calasse.

- Eu achei que estivesse tudo certo - Pyotr comentou confuso - Vocês falaram...

- Você não deveria ter saído do país no mês passado - Damon declarou - Você precisava da autorização da imigração para sair e ao voltar para a Rússia sem essa autorização, o processo foi cancelado.

- Minha avó faleceu - Ele explicou - Eu não tive tempo de aguardar a autorização, eu precisava estar no enterro.

- Infelizmente isso não é o bastante, Sr. Rozanov - Gavin declarou ajeitando alguns papéis em sua pasta - Nós teremos que deixá-lo ir, você poderá tentar voltar aos Estados Unidos em dois anos.

Dois anos? Eles só podem estar brincando! Vão simplesmente dispensá-lo assim?

- Então eu vou ter que começar tudo do zero na Rússia, pra depois voltar e ter que recomeçar mais uma vez? - Pyotr respirou fundo.

Isso é totalmente injusto.

- Tem que ter algo que vocês possam fazer - Eu me pronunciei - Vocês dois são ótimos advogados, eu tenho certeza que conseguem resolver isso!

- Isso seria perda de tempo, Srtª Navruz - Gavin me encarou diretamente.

Eu tenho consciência de que ele não gosta de mim, me acha apenas mais uma garota mimada brincando de ser gente grande, como eu mesma já o ouvi dizer. Mas não é disso que se trata agora.

- E vocês não vão nem tentar? Sério? - Eu encarei todos chocada - Mãe!

- Marianne - Pyotr segurou minha mão, provavelmente esperando que eu parasse de falar.

- Pai? - Eu insisti olhando diretamente para Omar, que parecia mais interessado em observar a mão do meu chefe sobre a minha.

Eu acompanhei o seu olhar, vendo nossas mãos juntas. Pyotr percebeu isso e imediatamente retirou a dele, mas isso me deu uma ideia.

Talvez ele tenha razão, eu sempre vou pelo caminho que ninguém espera.

- Srtª Navruz, infelizmente as coisas às vezes não saem da maneira que nós queremos - Gavin me encarou de forma pouco amigável.

- E vocês esperam que eu faça o que exatamente? Espere dois anos? - Eu cruzei meus braços de forma desafiadora.

Se ele me acha uma garota mimada, é exatamente isso que vou dar a ele.

- O que você está fazendo? - Pyotr murmurou em um tom praticamente inaudível ao meu lado.

- Apenas confie em mim - Eu respondi no mesmo tom.

- Do que você está falando? - Damon franziu o cenho.

- Do nosso casamento - Eu elevei minha voz algumas oitavas atraindo o olhar chocado de Pyotr - Vocês esperam que eu espere dois anos? Ou que eu me mude para a Rússia com ele? Aquele lugar é bizarro!

- Casamento? - Gavin zombou - Marianne, você acha que somos burros?

- Filha, essa é a hora que você começa a se explicar - Meu pai ergueu uma sobrancelha.

- Peter me pediu em casamento ontem - Eu dei de ombros, fazendo com que ele começasse a esboçar uma reação, mas um chute meu o impediu de negar qualquer coisa - Eu ia esperar um pouco para tornar oficial.

- Eu sabia - Omar bateu na mesa de forma vitoriosa enquanto minha mãe nos observava com uma expressão analítica - Sabia que vocês dois estavam muito próximos.

O que? Da onde ele tirou isso agora?

- Vocês não estão realmente caindo nessa, não é? - Gavin exclamou - Está na cara que ela está mentindo!

- Está me chamando de mentirosa, Gavin? - Eu lhe ofereci um olhar altivo.

- Estou dizendo que você precisa começar a entender que você não pode conseguir tudo - Ele retrucou irritado - Seja lá qual seja o motivo que esteja te levando a fazer isso.

- Você acabou de falar que minha única filha não pode ter tudo? - Meu sorriso aumentou quando meu pai se virou para o advogado que parecia desconcertado.

Bingo!

- Rozanov, você tem algo a dizer sobre isso? - Minha mãe interferiu para o alívio do advogado.

- Eu... Eu posso falar a sós com a minha... noiva? - Ele respirou fundo antes de pronunciar a palavra noiva.

- Claro - Damon declarou.

- Vocês podem usar meu escritório - Minha mãe indicou - Sejam rápidos.

Eu me levantei entrelaçando meus dedos aos de Peter o guiando para fora da sala. Ele estava completamente confuso com o que tinha acabado de acontecer, e eu não podia culpá-lo. Nós entramos no escritório de minha mãe, atraindo alguns olhares das assistentes pelo caminho.

- O que foi isso? - ele questionou assim que eu fechei a porta.

- Eu te disse que não deixaria ninguém te demitir, Peter. Muito menos te mandar de volta para a Rússia - Eu sorri.

- Se casando comigo? - Ele me encarou.

- Porque não? - Eu dei de ombros sentando em cima da mesa perfeitamente arrumada de minha mãe - A gente já passa muito tempo juntos e você ouviu meu pai, não vai ser difícil convencer as pessoas de que é pra valer.

- Mary, é crime! - Ele exclamou, tentando manter a voz baixa.

- Você prefere largar tudo o que você conquistou aqui e voltar para a Rússia? - Eu revirei os olhos - Além disso, só vai ser um crime se alguém descobrir.

- Se alguém descobrir!? - Ele colocou a mão no rosto, com uma expressão exasperada - Mary, isso poderia te prejudicar.

- Peter, você quer ou não quer ficar? - Eu pulei para o chão e caminhei até ele.

- Eu quero, mas...

- Então está decidido. A gente se casa, vive uma bela e confortável vida de aparências e seguimos em frente - Eu dei de ombros - Não parece tão complicado para mim.

- Porque você está fazendo isso? -Ele desviou o olhar.

- Porque aquilo foi totalmente injusto - Eu apontei - Era o enterro da sua avó, você não pode perder tudo por ser um bom neto!

- Mary...

- Olha, além disso você também me ajudar - Eu o cortei - Esse provavelmente vai ser meu único casamento. Eu não estou muito inclinada à essas coisas, sabe. Então você vai me ajudar a realizar o sonho do meu pai de caminhar comigo até o altar, sem ter que me casar com um idiota qualquer, além disso nossa relação não precisa mudar.

Ele ficou pensativo por um momento, olhando para a janela, totalmente alheio à minha presença.

- Seria algo tão ruim assim me apresentar por aí como sua esposa? - Eu perguntei oferecendo meu melhor sorriso.

Eu observei Pyotr analisar meu corpo demoradamente, fazendo meu sorriso aumentar ainda mais quando nossos olhos se encontraram, o deixando sem graça.

- O que você me diz? - Eu insisti.

- Eu aceito - Ele respirou fundo - Mas vamos ter que combinar tudo direito.

- Sem problemas Peter, eu sou ótima em inventar histórias - Eu me dirigi até a porta, olhando por sobre o ombro ao percebê-lo ainda parado no mesmo lugar - Você não vem?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro