Contato
Emma Green
Caminhamos lado a lado e Jake está bem atento, enquanto eu, estou tentando ajeitar aquela blusa enorme que eu peguei de um jeito que não fique tão larga que eu me sinta nua. Jake pegou essa blusa de propósito, só pode ser.
-Onde vamos ir?- pergunto baixo.
-Deve ter alguma loja de informática por aqui.- ele explica.
-Ok, mas como a gente vai pagar pelo uso do computador?- afasto os cabelos.
-Vamos passo por passo.- ele bufa.
Olho para o lado e vejo umas barracas de comida, meu estômago ronca e até Jake ouve, então ele para e olha envolta de uma forma bem calma. Paro com ele e fico ao seu lado enquanto sinto sua mão me trazer mais para perto.
-O que?- pergunto.
-Precisamos comer.- explica.- Espera.
-Jake, não me deixa...
Ele não me ouve e fico parada no mesmo lugar enquanto ele desaparece pelas pessoas, franzo as sobrancelhas e tento ver ele direito. Mordo o lábio quando vejo que ele está só andando entre as pessoas de forma esgueirada.
Minha expressão se suaviza quando vejo as mãos dele se mexendo discretamente, seu sorriso parece tão calmo que fico mais calma quando ele chega perto e mostra o dinheiro que pegou das pessoas.
-Você rouba.- murmuro.
-Eu sobrevivo.- explica.- O que você quer comer?
-Qualquer coisa.- ignoro o roubo.
-Ok.- ele me puxa.
Ignoro a sensação de calor na minha mão quando Jake a segura e respiro fundo vendo ele comprar comida. Meu estômago ronca e fico meio envergonhada quando ele sorri, querendo rir de mim.
-Para.- empurro.
-Se eu soubesse que você estava com essa fome toda, eu tinha feito isso mais cedo.- explica com um sorriso.
-Temos coisas mais importantes.- a moça nos dá dois espetos cheios de frango ou algo assim.
-Acho que vi uma loja para lá.- aponta com o espero enquanto andamos.
-O que vai falar para sua família?- pergunto distraída com a comida.
-Eu tenho um código secreto com James, sempre mudamos de mês em mês.- explica.
-Então você vai mandar esse código e vamos ter que esperar...
-A mensagem vai chegar no celular dele, mas, se estiver ocupado tentando me achar de outra forma, ele não vai ver rápido.- come um pouco quando já estou na metade do meu.
-Então vamos ficar por aqui mais uns dias.- bufo.
-Não é tão ruim.- mexe a cabeça.- Pelo menos estamos do lado mortal da cidade...
Ouço um barulho de carro de corrida, agarro o pulso de Jake e ele olha para a mesma direção que a minha. Então, uns dois carros começam a entrar na feira e param perto de nós, dois homens saem de cada um e começa a andar para trás com Jake.
-Você disse que ele não podia vir aqui.- sussurro.
-Eles devem ter feito um acordo.- Jake engole em seco.
-Vamos nos separar e correr.- digo.- Você tenta enviar a mensagem e eu levo eles para longe.
-Não, você fica comigo...
-Tchau.- começo a correr.
-Emma!- ele grita e vejo uns três correrem atrás de mim.- Porra!
Não o ouço mais quando viro em uma esquina e quase deslizo na rua, seguro em uma parede e faço outra curva. Minha respiração começa a ficar mais pesada a medida que eu vou correndo pelas ruas.
Um deles agarra minha camisa e me puxa para um beco, grito quando ele me coloca contra a parede e os outros dele seguram meus braços para me deixar parada. O encaro quando ele tira uma faca da calça e coloca na minha bochecha.
-Não se mexa, ou vou cortar sua garganta.- ele fala em um inglês com sotaque.
-Faca grande.- murmuro e ele sorri.- Deve ser para compensar algo, né?
Ele arregala os olhos e chuto seu saco, sinto a faca cortar minha bochecha e ignoro quando agarro o braço de um dos outros dois e jogo contra aquele que ainda está tentando levantar.
Os dois caem e eu foco no único em pé, agarro seus ombros e meu joelho colide contra seu abdômen. Ele solta um grito e eu o viro para agarrar seus cabelos e bater seu rosto contra a parede várias e várias vezes.
Ele cai no chão desacordado e olho para os outros dois, respiro fundo e vejo os dois pegarem facas. Limpo a garganta e coloco os cabelos para trás enquanto eles pensam em como me atacar.
-Querem a cabeça de Jake Ballard-Hunt, se você o entregar, vai ter uma boa recompensa.- um deles explica.
-Não vou entregar ele para ninguém.- me sinto completamente calma.- Ele é meu.
Agarro o pulso dele e o torço, o cara grita e pego a faca antes de cair para jogar na garganta do segundo. Esse cai de joelhos no chão sangrando e o outro me dá um soco, que me faz cair no chão em uma posição fetal.
Ele fala algo que não é inglês e eu me encolho quando chuta meu abdômen, apoio minhas mãos no chão e ele chuta meu pulso para me fazer cair. Viro de barriga para cima e ele sobe em cima de mim.
Grito mexendo os braços e pernas e ele tenta me segurar, mas falha miseravelmente. Arranho o rosto dele e sinto sua faça contra minha garganta, é aí que paro de novo. Quantas facas esse filho da puta tem?
-Quieta.- sussurra quase contra meus lábios.- Akira vai garantir que você seja punida.- ele olha para meu corpo.- E vai garantir que todos tenham uma diversão...
-Não devia ter dito isso.- ouço a voz de Jake.- Agora eu quero minha diversão.
Me apoio no chão e arregalo os olhos quando vejo Jake pegar a faca da mão dele e prender a mão do cara na parede com ela por um simples golpe. Me sento no chão e vejo o olhar assassino de Jake quando ele pega outra fala e brinca com ela na mão.
-Ninguém toca nela.- sussurra.- E você vai passar essa mensagem para Akira.- fala antes de abrir o abdômen dele e suas tropas caírem no chão.
Minha boca seca e olho todo aquele sangue, Jake vem na minha direção e segura meus braços para me colocar de pé. Nós encaramos e ele olha para a minha bochecha com as sobrancelhas franzidas.
-Você está bem?- seu dedão acaricia envolta do meu corte.
-Sim.- assinto.
-Eu...- ele olha para o corpo.- Eu perco o controle.
-Tudo bem.- fico surpresa ao falar isso.- Você estava me... protegendo.
-Você não precisa de proteção.- ele tenta sorrir.- Vamos.
-Mas, a mensagem...
-Roubei o celular de um deles e mandei mensagem. Depois quebrei o chip e agora é só esperar.- segura minha mão enquanto andamos.- Temos que achar outro lugar.
-O que tem de errado com o último?- pergunto.
-Já devem estar por lá.- explica.- Tem um condomínio abandonado bem perto.
-Por que está abandonado?- olho para nossas mãos juntas.
-Dizem que é assombrado.- ele sorri para mim.
-Claro.- murmuro.
-Melhor do que ficar na rua com una plaquinha para eles nos acharem.- explica.
-É, claro...
-Você tem medo de fantasmas, doce Emma?- o dedão dele acaricia as costas da minha mão.
-Não.- puxo minha mãe e Jake me observa.- Vamos logo, deixe de ficar brincando.- passo na frente dele.
-Sim, senhora.- anda atrás de mim.- Vamos ter que roubar algumas coisas para poder passar a noite.
-Você é ótimo em roubar.- murmuro.
-Eu não fico com culpa por roubar quando preciso sobreviver, Emma. Você também não deveria me julgar, só está viva por isso.- ele fala mais sério.- É logo ali, a segunda casa. Fique lá e eu volto em duas horas com as coisas.
Paro vendo ele se distanciar e respiro fundo percebendo que fui uma idiota, ele só estava querendo nos fazer ficar bem e eu estava querendo ser a certa. Eu nunca fiz o papel de certinha, eu já roubei coisas, por que estou assim com Jake?
Talvez por que eu não me lembre que eu tenho que entregar ele para a polícia alguma hora. Vou ter que chamar a polícia alguma hora, no momento da ação, eles vão prender Jake e eu vou ficar livre de tudo isso.
Só preciso ficar livre de tudo isso.
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