《CAPÍTULO 26: Xadrez, sangue e cobras, um ambiente perfeito para ir a loucura!》

    Eu acabei de descobrir algo bastante interessante.

    O horário da nossa troca é assim que vira o dia, não importa se a gente tá acordado ou não, ou seja, até agora foi pura sorte que estávamos dormindo confortavelmente em nossas camas, porque você simplesmente vai apagar e trocar de corpo.

    Bem, e talvez meus dias de vida estejam contados a partir de hoje, hahahahahaha.

    Socorro.

— Não, como você ganhou? Tinha certeza que havia lhe cercado — Filípe estava em minha frente, olhando atentamente o tabuleiro de xadrez em que eu tinha acabado de dar xeque.

— Suas habilidades não são muito boas? Ele ganhou de vocês dois — O jovem conde Norlan deu uma pequena risada.

     Na verdade, era para eu ter perdido todas, eu apenas trapaceei de uma forma em que eles não notassem.

    Quando o Theodor disse que havia melhorado a relação com o duque, achei que era brincadeira, mas de repente eu estava na sala principal jogando com os dois enviados do império e o pai das gêmeas.

     Eu nem tento mais questionar essas situações.

— Sir Filípe, tenho curiosidade sobre uma coisa, como se juntou a família Morisete? Soube por Theodor que vocês são bastante fechados em relação aos outros nobres — Scott apoiou os dois braços no apoio do sofá enquanto o olhava.

    Eu pensei que se esses dois ficassem aqui, ia causa uma tragédia imensa, mas eles não parecem mais confortáveis até mesmo do que eu??

    Filípe saiu dando lugar a Norlan, meu próximo adversário de tabuleiro, e mais um que eu vou ter que trapacear e fingir que sei jogar.

— Na verdade, eu fui arrastado para isso, meu amigo Cassius acabou conhecendo a Margaret e planejou fugir de seu território para ficar com ela, fui ajudar, me descobriram e me deserdaram, acabei sendo pego pela Anastásia e não fiz muita questão de sair — Filípe bebia seu chá tranquilamente.

     Ei, essa história não deveria soar trágica? Por que parece que ele só tacou o dane-se e desistiu?

— E qual era seu antigo nome? — Scott perguntou.

— Raismand, sou filho do marquês de Raismand.

    !?

    COMO EU NUNCA SOUBE DESSA HISTÓRIA? As fofocas estão demorando muito para chegar no palácio, não gostei.

    A porta principal foi aberta de repente chamando nossa atenção, pelo silêncio falho que Margaret tentou, ela provavelmente não queria ser notada, mas bem, nós quatro estávamos reunidos aqui.

— Marga? O que houve? — Filípe se levantou assustado.

    E bem, fazia sentido, a mãe de Theodor estava COBERTA de sangue, com uma espada na mão.

    Tinha acabado de sair de uma chacina?? Que raios de cena era essa!?

— Ah, estava indo falar direto com o papai, mas... — ela deu um suspiro pesado apoiando o rosto na mão, que também foi coberto por sangue — Assassinos, enviaram assassinos profissionais para a fronteira, não tivemos nenhuma perda, mas há muito feridos, precisamos de ajuda urgente.

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— Pedimos desculpas por esses transtornos — Anastásia pressionou entre seus olhos com os dedos.

— Não há necessidade, a questão agora é encontrar o responsável, certo? — o duque sorriu tentando acalmá-la.

    Confesso que também fui pego de surpresa com a atitude do duque de ajudar os Morisete, ele simplesmente mandou uma carta ao seu primo (príncipe herdeiro do império) pedindo que enviasse os medicamentos necessários que o seu ducado fornecia.

    O que esse cara tava querendo para agir todo bonzinho??

    E sobre o responsável, bem... ninguém precisava pensar muito sobre isso.

— Nós já sabemos quem foi — o marquês tremia de raiva na cadeira de seu escritório, apertando com força o papel de informe que Margaret tinha feito.

— E qual atitude o marquês irá tomar? — o jovem conde Norlan perguntou.

    Realmente, que atitude? Se fosse em outro momento e esses dois não estivessem aqui, o marquês já estaria na porta do castelo com uma espada em mãos, Uriel sabia muito bem, por isso se aproveitou.

— Nossa prioridade é a fronteira, não podemos deixar que Iselin perceba que estamos mais fracos ou irão aproveitar para avançar. Mande Cassius reunir os soldados restantes e façam um acampamento na borda do território, mande também Margaret ir para lá depois, a presença deles dois deve segurar as pontas enquanto nos recuperamos — o Marquês entregou o informe para Anastásia enquanto apoiava a cabeça com a mão, e ela se retirou logo em seguida.

— Marquês Roger, se me permite — Scott começou, fazendo que o velho erguesse o olhar — Quem está realizando esses atentados, é alguém da realeza?

    "Atendados"? Foram mais de um? Como ele tinha essa informação? Não, se o marquês confirmar isso não vai dar a maior confusão!?

— Por que quer saber? — era incrível como mesmo tentando soar educado a voz desse velho transformava tudo em grosseria.

— Sua família divide fronteira com o império, seria um tanto desagradável se algo acontecesse com vocês, se o marquês nos desse permissão, ficaria mais do que contente em aconselhá-lo para sair dessa situação — ele moveu o olhar para mim e sorriu, novamente me causando arrepios.

     Por que seu sorriso me lembra tanto uma serpente??

— Hm... desculpe, mas vossa... o duque se importa de eu pensar um pouco mais?

— Claro que não, sei que esse é um pedido um tanto ambicioso de minha parte, leve o tempo que precisar. Se me permite — tanto Scott quanto Norlan se despediram e saíram do escritório fechando a porta, o marquês ficou parado algum tempo esperando o som dos passos sumirem.

— Meu neto... — Roger abaixou a cabeça — O QUE EU FAÇO!? — começou a choramingar.

     Eu sei lá meu chapa, pode ter certeza que política não é o meu forte.

*Calendário Ominiano: [12/07]