Suicídio?
— Estou calma. — Respiro fundo. — Ele está bem?! — Pergunto novamente, um pouco impaciente.
— Sim, ele está bem. O tiro pegou de raspão no braço. — Explicou e eu suspirei Aliviada. — Mas...
Sempre tem um "mas" para acabar com a nossa alegria e esperança. Eu o encarei, esperando que não fosse nada de "mais".
— Ele perdeu muito sangue e vai ter que ficar no hospital essa noite. — Afirma. — Estará em observação.
— E eu posso vê-lo? — Ele assente com a cabeça.
— Acompanhe-me, senhorita. — Faz sinal para eu segui-lo.
Fomos até uma sala que ficava no segundo andar do hospital. Entrei e sentei-me em uma poltrona próxima a cama onde meu pai estava deitado.
O médico saiu e deixou-me sozinha com ele. Provavelmente, para que eu me sentisse um pouco mais a vontade.
Fiquei sentada, observando ele, que parecia dormir profundamente.
Pensei no quanto minha vida havia mudado, desde o dia em que minha família saiu alegre dizendo que iam visitar meus tios.
Se eu tivesse ido, talvez eu não estaria aqui, tendo que enfrentar tudo sozinha.
Levantei-me e fui até a janela. Fitei a rua e em seguida o céu, que a propósito estava muito bonito com a lua e as estrelas brilhando em perfeita harmonia.
Lembrei de quando eu ficava sentada no jardim com minha mãe, vendo as estrelas e ela me dizia que quando ela morrece era para eu olhar para o céu e a estrela que estivesse brilhando com mais intensidade, seria ela olhando para mim. Comecei a chorar. Na verdade, chorar era a única coisa que eu mais fazia ultimamente.
Tinha motivos para querer deixar de existir e porque não acabar de vez com isso? Por que não acabar logo com a dor?
Aproximei-me da janela e vi que realmente era muito alto.
Cheguei mais perto, sentei-me nela e balancei os pés. Abri os braços e fechei os olhos.
"É agora ou nunca!" Sussurrei para eu mesma.
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