Medo da morte
Quando eu ia pular, senti uma mão em meu ombro. Assustei-me e acabei desequilibrando-me.
Pensei que fosse cair, mas alguém segurou em minha mão.
Olhei para cima e vi que era o médico que estava comigo agora pouco.
Ele segurava-me, enquanto eu balançava de um lado para o outro.
— Por favor, não solte-me. — Pedi assustada, enquanto segurava a mão dele.
Minhas mãos estavam escorregadias, por conta do suor que o nervosismo causava. Pensei que esse fosse o meu fim.
Eu estava com medo da morte.
Mas por que eu estava com medo?
Não era isso que eu queria agora pouco, me matar?
Entraram mais dois médicos e o ajudaram a me puxar.
Quando eu já estava em pé, minhas mãos tremiam e minhas pernas bambeavam.
— O que acha que estava fazendo senhorita? — Um dos médicos perguntou preocupado.
— E...Eu não sei. — Estava confusa e tentava me recuperar do choque.
— Tenha mais cuidado senhorita. — Um outro médico advertiu, se retirando.
— Isso não vai mais acontecer. — Respirei fundo. O que cuidava de meu pai abraçou-me rapidamente.
— Tudo bem. — Encarou-me. — Mas imagina o que eu diria a seu pai, assim que ele acordasse e quisesse te ver? — Ficou sério.
— Sinto muito. — Abaixei a cabeça. Uma lágrima desceu e eu a enchuguei rapidamente.
Tinha me esquecido de meu pai.
O que eu estava pensando! Meu pai não agüentaria mais uma perda.
Sentei na poltrona. Um dos médicos me deu um copo com água e ambos se retiraram.
Bebi e o coloquei em uma mesinha que havia ali perto. Abracei os joelhos e fiquei pensando no quanto eu era idiota por quase ter acabado com minha vida. Existem milhões de pessoas no mundo, passando por problemas piores que o meu e nem por isso se suicidam. Eu estava sendo egoísta comigo mesma e com meu pai. Talvez seja esse o problema dos suicidas. Eles sempre pensam que querem acabar com a sua dor, mas se esquecem que a dor maior será para os que ficaram. Que sentirão falta, porque no fundo as pessoas se importam sim, só não sabem demonstrar isso.
Fiquei observando meu pai e acabei pegando no sono.
Dia seguinte.
Acordei, abri os olhos e os fechei no mesmo instante, tentando acostumar com a claridade. Assim que consegui, olhei em direção ao meu pai e levei um susto.
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