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Capítulo 7 - Parte 1

No dia seguinte, Luna e Rodrigo haviam se encontrado e, secretamente, ele a levara uma vez mais ao quarto que ocupava. Tudo havia sido tão maravilhoso como da primeira vez e Luna não conseguia deixar de sorrir enquanto jazia deitada sobre o peito de Rodrigo. Passeava seus dedos delicadamente enquanto, de olhos fechados, rememorava tudo que havia se passado na última semana e, sobretudo, em como sua vida havia mudado radicalmente desde então. Quantas emoções diferentes havia experimentado e principalmente, o amor que lhe era retribuído por Rodrigo! Apesar de toda felicidade ainda havia uma questão que precisava ser esclarecida e que fazia com que o estômago de Luna se contorcesse em expectativa cada vez que pensava sobre isso. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, precisaria contar a verdade sobre sua origem, por mais que isso pudesse afastá-lo...Já havia debatido este assunto consigo mesma dezenas de vezes desde que brigara pela última vez com Hiago e embora sentisse o medo corroendo-a por dentro, naquele dia havia decidido falar a verdade.

— Uma moeda de ouro pelos seus pensamentos. – disse Rodrigo em um tom zombeteiro.

Surpresa, Luna apoiou o queixo no peito do rapaz imaginando se ele poderia ter lido o que se passava em sua mente. Rodrigo mantinha os olhos fechados e brincava com uma mecha dos cabelos claros da jovem, um sorriso displicente nos lábios. Permaneceu em silêncio por tanto tempo que o fez abrir os olhos e encará-la preguiçosamente ao passo que Luna continuava debatendo consigo mesma se devia ou não contar sobre si pela milionésima vez.

— O que foi? – insistiu o rapaz, passando o dedo pelo vinco que se formara na testa da garota.

— Eu...Eu preciso te contar uma coisa sobre mim. – começou ela, tropeçando nas palavras, mal dando tempo para que ele dissesse alguma coisa: — Eu sou uma cigana!

Terminou de falar tão rápido como se estivesse se livrando de algo desagradável. Nunca sentira vergonha do que era, até conhecer Rodrigo. Ao se apaixonar perdidamente pelo rapaz, desejara poder voltar no tempo e não seguir aquela carroça que a levaria ao acampamento cigano...Pensou que ele se afastaria, gritaria e até mesmo a colocaria para fora, mas ao contrário, o sorriso de Rodrigo se ampliou deixando-a confusa.

— Ah, isto. – disse ele, voltando a recostar-se no travesseiro e fechando os olhos mais uma vez, como se aquilo fosse algo sem importância.

— Você não está...bravo? – perguntou Luna confusa com a atitude do rapaz.

— Eu já sabia. – Rodrigo voltou a abrir os olhos e encará-la. —Segui você até o seu acampamento no segundo dia.

— E você não...se importa? – Luna sentiu novamente o estômago se contorcer enquanto aguardava a resposta.

Rodrigo fitou-a intensamente por um longo período até que sorriu ao mesmo tempo em que afagava seus cabelos. Ela havia se sentado e segurava o lençol contra o busto, tentando ler o que se passava com ele, sem sucesso, até que Rodrigo se inclinou para frente e dando-lhe um longo beijo, falou:

— Para o que nós temos...não. Nenhum pouco.

Ele a encarou por um momento como que esperando por alguma reação de Luna que não pode conter um sorriso de alívio. Não, ele não se importava com sua origem!

Dois dias depois, antes de sair uma vez mais para a cidade com o pretexto de comprar agulhas e linhas para a mãe, Luna se dirigiu à sua tzara para avisar Carmem que já estava partindo.

— Mãe! Eu já estou indo! Só agulha e... – interrompeu sua frase ao deparar-se com o corpo da mãe tombado no meio da tenda.

Soltando um grito, Luna correu até onde a mãe estava e, com alívio, constatou que ela ainda respirava, embora estivesse pálida como um fantasma.

— Luna! O que foi?? Ouvi você gritar e... – Hiago também interrompeu-se tão logo deparou-se com a cena à sua frente. — Por Santa Sarah! O que aconteceu??

— Não sei! Quando eu entrei, ela já estava caída... – respondeu a moça entre lágrimas.

O primo imediatamente se abaixou e, com a tia no colo, rumou até a cama onde a jovem ajeitava algumas almofadas.

Durante os dez dias seguintes, Luna não saiu de perto da mãe que permanecia mais tempo desacordada do que consciente. Nos poucos momentos em que estava desperta, Carmem não falava coisa com coisa o que só foi piorando com o passar dos dias até não reconhecer mais ninguém. A febre persistia apesar de todos os chás, unguentos e ervas que lhe eram ministrados até que finalmente, em um bonito dia de verão, seu espírito finalmente descansou.

Após o enterro, como era o costume, Luna fez todos os pratos que a mãe mais gostava, contando com a ajuda das cunhadas e que foram servidos no jantar. Com aquele ritual, os ciganos acreditavam que o falecido começaria a se desligar da vida terrena e se preparar para a próxima. Embora eles evitassem chorar a morte do falecido, Luna mantinha-se quieta, lembrando-se de todos aqueles anos que havia partilhado com a mãe e sabia que aquela sensação de peito oprimido ainda a acompanharia por algum tempo.

Manteve-se firme enquanto esteve reunida com o grupo, mas ao entrar na tenda e encontrá-la vazia, naquele momento, ela desabou. Ali, sozinha, permitiu-se chorar a morte da mãe e a falta que ela já fazia. Sentou-se na cama e, abraçando uma almofada, sentiu o corpo sendo sacudido por seus soluços doloridos ao mesmo tempo em que se lembrava do quão segura se sentia nos braços de Rodrigo. Desejou que ele pudesse estar ali para confortá-la, sentir o calor de seu olhar e ouvir seu coração batendo pausadamente.

— Luna?

Seu nome a fez sair do tumulto de pensamentos e emoções em que estava envolvida e, ao levantar a cabeça, deu com Hiago parado no centro da tzara. O candeeiro brilhava muito suavemente deixando o ambiente mais na penumbra do que iluminado e assim, ela não conseguia divisar com nitidez as feições do primo. Apenas seus olhos brilhavam, dois pontos no meio do jogo de sombras.

— Vim ver como você estava. – disse ele, ainda parado no mesmo lugar. Parecia hesitante.

Luna enxugou as lágrimas com as costas das mãos e olhou na direção do rapaz. Ele permanecia imóvel, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça e esperava por uma resposta. Não haviam se falado desde aquele dia durante o festival e os últimos haviam sido tão intensos que ela sequer deu atenção ao fato, afinal, o distanciamento começara por iniciativa do próprio Hiago, um ano antes.

— Vou ficar bem. – respondeu de forma polida e querendo sentir-se tão firme quanto tentava aparentar.

— Você...você precisa...Quer que eu fique com você hoje?

Sem esperar por resposta, o rapaz pegou alguns almofadões e os posicionou próximo à cama, deitando-se com as mãos abaixo da cabeça. Em silêncio, Luna levantou-se e apagou o candeeiro, voltando para a cama no escuro. Tudo estava absolutamente quieto naquela noite, nem mesmo o estrilar dos grilos, tão comum naquela época, preenchiam o ambiente. Na penumbra, Luna viu a silhueta de Hiago e som de atrito entre a sua roupa e o tecido das almofadas quando ele mudou de posição e virou-se para a sua direção.

— Sabe o que eu estava lembrando? – sussurrou ele e ante o silêncio dela, prosseguiu: — Daquela vez que a gente amarrou o seu dente na porta daquela padaria em Toledo, lembra?

— E como eu poderia esquecer? - Luna não pôde reprimir um sorriso tímido ante aquela recordação.

— Cada vez que eu tentava bater a porta, você andava junto.

Sim, ela se lembrava. Chegara há poucos meses no acampamento e um dos dentes estava mole, o que lhe incomodava. Hiago tentara extrai-lo, mas Luna era medrosa demais e sempre fugia até que o primo a convenceu. Então, ele amarrou um barbante no tal dente e a extremidade, na porta lateral de uma padaria. A ideia era simples: Luna ficaria a alguma distância e, sem aviso, Hiago fecharia a porta com força e arrancaria o dente. O problema era que a menina insistia em seguir o primo cada vez que ele se afastava em direção à porta, choramingando que aquilo iria doer. Na terceira tentativa, os dois discutiam quando, sem que percebessem, um funcionário do local passou por eles e bateu a porta com força, extraindo o dente da garota que não teve sequer tempo de reclamar.

Os dois riram ante aquela lembrança querida a ambos, de tempos em que as coisas eram muito mais fáceis e o único desafio era inventar a próxima brincadeira. Tanto havia mudado desde que o tempo os havia transformado em quase dois desconhecidos. Luna tentava descobrir pela enésima vez o acontecimento que provocara toda aquela mudança, aquele distanciamento todo e, uma vez mais, suspirou em frustração sem uma resposta. Naquele momento, sentiu os dedos ásperos de Hiago pousando sobre os seus. E assim, adormeceram, de mãos dadas.

No dia seguinte, ela fora até a cidade com o intuito de encontrar Rodrigo. Precisava vê-lo e sentir seus braços ao redor dela, envolvendo-a em um casulo de proteção que poderia lhe dar o conforto para o corpo e espírito que ela tanto ansiava. Com o vestido azul, dirigiu-se ao palácio onde fora informada pelo guarda que sempre estava ali que Rodrigo e os demais convidados haviam ido embora no início da semana. Não pode evitar as lágrimas que vieram aos seus olhos tão logo recebeu aquela notícia. Não conseguia acreditar que ele partira sem nenhuma explicação. O que teria acontecido? Ele estaria doente? Sabia que o relacionamento entre ele o pai era meio conturbado, mas não podia imaginar o que de tão grave pudesse ter acontecido para que ele partisse sem tê-la procurado antes. Ela estava apaixonada por Rodrigo e sentia que era correspondida e então...simplesmente havia ido embora?

Luna não conseguia refrear a sensação de abandono que tomara conta dela, ainda mais porque havia se entregado a ele sem que ao menos fossem casados. Se alguém de seu clã descobrisse... Para o povo cigano a mulher somente poderia se entregar ao seu marido e no dia seguinte ao casamento, o lençol utilizado na noite de núpcias era mostrado a toda a comunidade para comprovar a castidade da noiva. E agora? O que faria? Sentiu o desespero começar a tomar conta de si ao mesmo tempo que ainda tentava encontrar uma explicação para aquela partida repentina quando então, lembrou-se de um comentário de Candela: "Meu irmão não serve para você". Na ocasião estava mais preocupada em encontrar Rodrigo e não dera tanta atenção ao comentário da moça, mas agora...Ao lado do desespero, a raiva começou a encontrar seu espaço dentro do peito da jovem. Como ela pudera ser tão preconceituosa? Seria sua família tão nobre que o irmão não poderia desposar alguém de uma classe inferior? Ou, assim como o irmão, ela talvez tivesse descoberto a verdadeira origem de Luna e o tivesse convencido a partir?

Os ciganos eram pessoas intensas e naquele momento, Luna sentiu o corpo tremer de raiva e impotência ao mesmo tempo, fazendo jus à sua criação. Uma pequena parte de si lhe dizia que era errado pensar assim da moça, uma vez que ainda não sabia exatamente o que acontecera, mas a maior parte tinha ganas de voar naquele pescoço de girafa!!

E assim, num misto de medo, desamparo, desespero e raiva, Luna passou os dias seguintes, indo à cidade de vez em quando na tentativa de descobrir o paradeiro de Rodrigo. Precisava encontrá-lo e convencer de que podiam ficar juntos! Ela era uma excelente ourives e facilmente poderia ganhar algum dinheiro; e, somado à influência que Rodrigo tinha entre a nobreza, não lhe faltariam clientes! Mas os dias foram passando e nada, nenhum sinal ou notícia do rapaz. Neste meio tempo, o tio havia providenciado a mudança de Luna para sua tenda o que tornara suas saídas até a cidade mais difíceis posto que agora tinha a tia e Hiago em sua guarda. Embora este último fosse o menor de seus problemas, na medida em que ele preferia manter a distância de sempre.

O verão estava acabando, bem como suas esperanças que diminuíram ainda mais quando chegou o momento de levantarem acampamento e rumar para uma nova cidade. Era hábito dos ciganos nunca ficarem em um lugar por muito tempo, mas suas estadias se tornavam cada vez mais breves à medida que os católicos começavam a dominar cada vez mais a região, deixando muito claro que a sua tolerância para com aquele povo era bem restrita. Eles propagavam sua fé com mão de ferro, tratando com violência qualquer um que ousasse professar contra seus ensinamentos, chegando até mesmo a torturar aqueles que se mantinham fiéis à sua fé como os mouros que haviam dominado aquela região durante séculos. Assim, Ramirez nunca se demorava além do necessário em um só lugar. Desta vez iriam para Córdoba e, enquanto o tio e um dos primos conduziam o carroção, Luna mantinha-se sentada próximo à tia na traseira do veículo, as pernas balançando enquanto avançavam pela estrada de chão batido.

— Você anda muito calada, minha criança. – observou a tia, mastigando alguns cravos que eram utilizados para higiene bucal. — Sei que está sendo difícil superar a perda de sua mãe, mas você precisa se reerguer!

— Eu sei, tia. Vou ficar bem.

Foitudo o que Luna conseguiu responder, antes de voltar seu olhar para a florestaque margeava o caminho e para dentro de seus pensamentos, mais uma vez.



Hello, people! Estou de volta e a todo vapor e o wattpad me trollando (não consigo incluir a imagem do fim do capítulo)

Perdas são parte da vida, mas nem por isso, sofremos menos. Alguns sofrimentos doem na alma e ainda sem notícias de Rodrigo... O que espera por Luna em Córdoba?

Tome seu lugar no carroção, clique na estrelinha e siga para o próximo capítulo! ;-)

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