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parte um





001 - Ia ser uma parte única, mas acabei me empolgando e quando percebi que estava grande demais, separei um pouco. Então bem-vindos(as) a primeira parte de Daylight, que ganhou na votação de plots que lancei hoje no mural.

002 - Espero que isso atinja as expecativas de vocês, é a minha primeira vez escrevendo fanfic com viagem no tempo, então vamos ver no que vai dar.

003 - COMENTEM MUITO
























Talitha Lestrange

"Meu amor era tão cruel quando as cidades em que eu vivi

Todo mundo parece pior na luz"


OLHEI AO REDOR DA RUA, era a minha primeira vez em um bairro trouxa e tudo parecia estranho, mas naquele momento, nada disso importava. Agarrei a mão de Hermione com força enquanto Hagrid batia na porta da casa onde Harry vivia, a garota me enviou um pequeno sorriso.

— Ei, Harry.

— Hagrid!

Ron entrou e puxou Harry para um abraço, Hermione e eu também nos aproximamos e abraçamos o garoto assim que Ron o soltou.

— Mione, Tatha — ele sussurrou, feliz.

Me afastei dele e sorri.

— Sentimos a sua falta, Hazz.

Nós entramos dentro da casa e Hagrid sorriu.

— Você parece bem.

Alastor Moody surgiu, revirando os olhos enquanto empurrava Harry para o lado e invadia a casa.

— Sim, ele está muito bonito — o ex auror zombou — Agora vamos entrar antes que alguém o mate.

Eu ignorei o jeito de Moody, pois nos últimos meses havia me acostumado com aquilo, logo todo o grupo entrou dentro da casa - que estava começando a parecer pequena - e nos estabelecemos na sala.

Naquela noite, nós iríamos levar Harry para a Toca, para garantir que ele ficasse seguro durante a viagem, foi necessário elaborar um grande plano que no começo achei que fosse completa loucura, mas que concordei em participar apenas porque faria qualquer coisa para proteger o meu melhor amigo, mesmo que isso me colocasse em perigo.

Moody jogou um enorme saco de roupas no meio da cozinha, todo mundo estava tenso e tentava não demonstrar, pois Harry ainda não sabia do plano.

— Kingsley, achei que estava cuidando do primeiro ministro — Harry murmurou, surpreso.

— Você é mais importante.

Moody bufou.

— Tudo bem, tudo bem, teremos tempo depois para pôr as novidades em dia! — ele disse, sem paciência — Temos que dar o fora daqui, logo.

Charlie Weasley parou ao meu lado e piscou para mim, sorrindo de forma marota, naquela noite, nós éramos responsáveis pela vida um do outro.

— Potter, como é menor de idade, ainda tem o rastreador — Moody resmungou.

Harry franziu a testa, confuso.

— Rastreador?

Moody revirou os olhos, o que era bizarro de assistir.

— Quer dizer que se espirrar, o Ministério saberá quem limpou o seu nariz — ele explicou — Então precisamos usar meios de transporte que o Ministério não consiga detectar: vassouras, testrálios e outros. Nós iremos em pares, assim se estiverem lá fora nos esperando, o que eu acho que vão, não saberão quem é o verdadeiro Harry Potter.

Troquei um olhar com Hermione quando Harry arregalou os olhos.

— O verdadeiro?

Moody tirou um frasco do bolso e encarou o garoto.

— Acredito que já conheça essa mistura.

— Não! De jeito nenhum!

Hermione suspirou cansada.

— Avisamos que ele não ia aceitar bem — ela murmurou.

Harry nos encarava, parecendo traído.

— Se acham que vou deixar vocês se arriscarem por mim...

Eu me aproximei dele, agarrando seu pulso.

— Não seja estúpido, Harry — eu retruquei, sem conseguir me conter — Todos nós somos maiores de idade e concordamos em fazer isso.

Harry Potter me encarou desanimado, todo mundo sabia que ele ia odiar aquele plano, mas era a única forma de garantir que ele chegasse em segurança na Toca. Ron revirou os olhos, com tédio.

— Até porque nunca fizemos isso, não é? — o ruivo debochou.

— Tipo todo o lance com a Pedra Filosofal no primeiro ano — comentei, bufando.

Ron sorriu.

— Ou o basilisco e a camara secreta no segundo...

— Ou ajudar Sirius a escapar do Ministério no terceiro ano — Hermione continuou — podemos continuar, se quiser.

Harry parecia frustrado.

— Mas isso é diferente!

Fred e George tinham expressões sofridas no rosto.

— Nenhum de nós gostou muito isso, amigo.

— Imagina se algo der errado e formos magrelos e idiotas para sempre!

Mordi o lábio inferior para não rir da piadinha dos gêmeos, Harry parecia prestes a retrucar, mas antes que conseguisse, Hermione puxou um fio de cabelo dele e sorriu vitoriosa.

— Consegui!

— Ai, Mione! — ele resmungou, massageando a cabeça.

Hermione colocou o cabelo de Harry no frasco com a poção, todos nós que iríamos beber fizemos um círculo.

— Para os que nunca beberam a poção Polissuco, um alerta: tem gosto de xixi de duende.

Fiz uma careta enquanto ele oferecia a poção para Fred.

— Já bebeu muito disso, não é, Olho-Tonto? — quando Moody o encarou, Fred suspirou — Eu só estava tentando aliviar a tensão.

Fred tomou um gole e passou para Fred, que fez o mesmo e passou para mim, tive vontade de vomitar quando bebi aquilo, tão horrível quanto me lembrava. Passei para Mundungo e assim a poção seguiu pela roda, logo havia oito pessoas que pareciam Harry Potter.

George e Fred se encararam.

— Uau, estamos idênticos!

— Não, ainda não — Moody bufou — Agora coloquem as roupas.

Peguei uma muda de roupa e me troquei rapidamente, me sentindo incrivelmente constrangida. Ron gargalhou enquanto vestia a camiseta e eu o encarei, confusa.

— O que foi?

— Eu sabia que a história da tatuagem era mentira.

Aquilo me fez rir também.

— Você realmente acreditou?

— Harry, a sua visão é mesmo ruim — Hermione resmungou.

Demorou alguns minutos para todos estarem vestidos com roupas do Harry, usando óculos e segurando bagagens falsas, Moody nos encarou para ter certeza que estava tudo certo.

— Ótimo, agora cada Potter com seu par — Moody mandou — Mundungo, você vai comigo, agora o Harry...

— Sim?

Moody fez uma careta quando oito pessoas responderam.

— O verdadeiro Potter!

— Aqui — Harry levantou a mão.

Charlie se aproximou de mim e colocou a mão no meu pulso.

— Eu vou cuidar de você, nanica.

Revirei os olhos.

— Tecnicamente você está zombando da altura do Harry agora — retruquei, então me virei para Hermione, porque eu sabia que era ela — Nos vemos na Toca, Mione?

Ela me abraçou apertado e logo Ron fez a mesma coisa. Nós três sabíamos o risco que estávamos correndo ao concordar com aquilo, mas Harry era nosso amigo e faria o mesmo por nós sem pensar duas vezes.

— Nós vamos nos reencontrar da Toca — Ron sussurrou — Tomem cuidado, tá?

Hermione estava tensa.

— Ok, vamos conseguir — ela murmurou — a gente sempre consegue.

Concordei e seguimos para o lado de fora, o verdadeiro Harry iria com Hagrid na moto de Sirius, Arthur havia instalado um carrinho lateral onde o garoto iria, na minha opinião, era meio humilhante.

Harry olhou para aquilo com decepção.

— Ah...

— Eles acham que o verdadeiro Harry vai em uma vassoura, por causa da sua habilidade como apanhador — expliquei, colocando a mão em seu ombro — mas felizmente, eu sou mais habilidosa do que você.

Ele me encarou.

— Tatha...

— Relaxa, garoto problema.

Subi na minha própria vassoura e troquei um olhar com Charlie, se Snape tivesse seguido o plano, os Comensais viriam na minha direção e, com sorte, Harry conseguiria chegar na Toca sem problemas.

Todos subiram em seus meios de transporte e eu respirei fundo, tentando não demonstrar o quão nervosa estava.

— No três — Moody avisou, chamando a nossa atenção.

Após a contagem regressiva, dei impulso na vassoura e saquei a varinha, ficando preparada para qualquer ataque. Diferente dos outros, eu havia tido uma vasta educação sobre as artes das trevas, então sabia diversas maldições diferentes que eu não iria pensar duas vezes em lançar contra um Comensal.

Principalmente se fossem meus pais.

Ser filha de Bellatrix e Rodolphus Lestrange foi, durante muito tempo, um verdadeiro inferno na minha vida, quando eles foram presos, acabei indo morar com a família Malfoy, afinal, Narcisa era minha tia e também, madrinha. Çissa tinha diversos defeitos, mas ao menos ela realmente me amava, o que eu não poderia dizer sobre meus pais ou Lúcio.

Após a volta de Voldemort no final do Torneio Tribruxo, eu fugi de casa e acabei morando um tempo com Sirius - o familiar mais legal e incrível que conheci — mas depois da morte dele, a família Weasley me recebeu de braços abertos.

Na metade do caminho, os Comensais atacaram.

Eu usei todas as maldições que sabia para me defender e também ajudar Charlie, minha vassoura era rápida, o que facilitou para esquivar dos Comensais e passar no meio deles, os acertando. Não contei quantos eu derrubei, aquilo não importava no momento, meu único foco era proteger meus amigos.

O caminho foi turbulento, um feitiço raspou no meu rosto e eu sabia que tinha causado um corte feio.

Demorou para Charlie e eu conseguimos despistar os Comensais, quando chegamos na Toca, pulei da vassoura e o ruivo passou o braço ao meu redor, me pegando no colo com uma facilidade impressionante.

— Você está sangrando, muito — ele murmurou, preocupado. Havia alguns machucados nele, mas nada que parecesse realmente preocupante — Você está bem?

Olhei para baixo, percebendo do que ele estava falando, por causa da adrenalina, não notei que havia tido outro machucado além do corte no rosto, xinguei baixinho, começando a sentir a dor.

— Já estive melhor — confessei.

Remus Lupin apontou a varinha na nossa direção, um olhar sério no rosto.

— Talitha, o que você disse para mim quando descobriu que eu era um lobisomem?

Fiz uma careta, me lembrando do momento.

— Que você precisava disfarçar melhor o seu problema peludo — resmunguei.

Ele suspirou aliviado e Harry correu na minha direção, me lançando um olhar preocupado.

— Tatha...

— Ela vai ficar bem — Charlie respondeu, enquanto entrávamos na Toca — Só precisamos cuidar disso.

Arregalei os olhos ao ver que um dos gêmeos estava deitado no sofá, uma parte da sua orelha estava faltando e havia muito sangue. Charlie me colocou na poltrona e Molly logo estava na minha frente, levantando minha blusa para conseguir ver melhor a ferida.

— Oh, querida — ela sussurrou, os olhos arregalados — Isso não parece bom.

Forcei um sorriso, eu odiava deixar Molly preocupada.

— Tia Molly, eu já estive pior e não morri, relaxa.

Ela fez uma careta.

— Gina! Vá pegar algumas ervas para a gente fazer uma pomada.

Hermione e Ron entraram na casa, eles correram na minha direção ao me ver.

— Tatha! O que aconteceu?

— Um Comensal idiota — murmurei, tentando parecer tranquila — Acho que foi meu tio, mas tudo bem, porque ele vai estar bem pior do que eu depois da maldição que acertei nele.




"Há tantas linhas que eu ultrapassei imperdoavelmente

Eu vou te dizer a verdade, mas nunca adeus"




EU NÃO CONSEGUIA DORMIR POR CAUSA da dor, mesmo tendo tomado as poções que tia Molly tinha preparado para mim. Ao perceber que Hermione não estava no quarto, decidi a procurar, talvez a gente conversasse um pouco e eu conseguisse distrair a minha mente o suficiente para não pensar na dor.

Acabei encontrando a garota do lado de fora da casa, sentada em um banquinho enquanto observava algo que estava segurando.

— Mione, o que você...

Congelei ao finalmente ver o que ela estava, de fato, segurando. Eu não conseguia acreditar no que estava vendo, um sentimento de traição me invadiu enquanto o vira-tempo parecia brilhar em sua mão.

Hermione arregalou os olhos.

— O que você está fazendo com isso?

Ela tentou o esconder, mas eu agarrei seu pulso, a impedindo.

— Tatha, eu posso...

— Você nos disse que tinha devolvido para a professora McGonagall depois daquele desastre do terceiro ano — retruquei, indignada — Você mentiu para a gente?

Eu sempre achei que entre mim e Hermione não havia segredos, afinal, nós duas éramos melhores amigas desde que nos conhecemos no trem, fui a única pessoa que nunca a julgou pelo seu jeito sabe-tudo e que a apoiou até mesmo naquela coisa de fazer os elfos domésticos serem livres, mesmo achando ridículo.

— Eu ia devolver! — ela disse, rapidamente — Mas a professora McGonagall disse que eu podia ficar com ele depois de ter usado com responsabilidade e ainda ter salvado alguém inocente.

Hermione se encolheu, o rosto corando.

— E você não pensou em nos contar?

— Ela disse que eu deveria manter em segredo e...

— Nós somos melhores amigas, não deveria existir segredo entre a gente — retruquei, furiosa — eu não teria escondido isso se tivesse no seu lugar.

A garota franziu a testa.

— Você tem que entender o meu ponto de vista!

Olhei para ela, sem conseguir entender.

— Que ponto de vista, Hermione? Quer saber, eu vou chamar o Ron e o Harry, pois eu aposto que eles também não sabiam sobre isso.

Tentei pegar o vira-tempo da mão dela, mas Hermione o agarrou, o que iniciou uma briga pela posse do objeto. Aquela era a primeira vez que a gente realmente brigava e eu estava em óbvia desvantagem por causa do meu ferimento.

— Solta, Talitha! Você não pode contar para ninguém.

— Ron e Harry são nossos amigos! Se a gente tem uma ferramenta dessas enquanto procuramos as Horcruxes, eles deveriam saber.

Puxei o negócio com mais força e quando percebi, nós duas estávamos rolando na grama. Em algum momento, o vira-tempo começou a brilhar e girar sozinho, nos fazendo gritar assustadas.

— Você quebrou ele!

— Não, você quebrou ele!

O tempo começou a voltar ao nosso redor enquanto a gente tentava fazer o vira-tempo parar. Quando finalmente parou, o sol brilhava no céu e a Toca era quase irreconhecível, troquei um olhar com Hermione, que estava pálida.

— Eu acho que a gente fez merda.

Ela concordou.

— É, eu também.

Hermione pegou o vira-tempo, mas fez uma careta ao perceber que ele estava quebrado.

— Ah, isso fica cada vez pior — resmunguei, nervosa — Ok, primeira coisa... O que a gente faz? Estamos perdidas em algum lugar do passado e o único meio para voltar para o presente está quebrado!

Ela respirou fundo.

— Ok, vamos pensar — Hermione disse, por um momento achei que ela iria desmaiar — primeiro precisamos descobrir que dia é.

Concordei, achando aquilo uma boa ideia.

— Isso, boa.

A Toca estava silenciosa, então nós duas entramos e fomos direto para a cozinha, onde a tia Molly normalmente deixava o calendário. Quase vomitei quando vi qual era a data, estávamos muito ferradas.

— Mione — sussurrei, em pânico — É primeiro de setembro de 1977.

Hermione arregalou os olhos.

— Isso é ruim, na verdade, é péssimo — ela praticamente gritou — O que a gente faz?

Respirei fundo, tentando me acalmar.

— Precisamos encontrar alguém que possa nos ajudar, como... O professor Dumbledore, ele está vivo! Ele vai saber como nos ajudar, eu tenho certeza.

Ela me encarou.

— Mas ele deve estar em Hogwarts, como nós...

— Olha o horário, se a gente aparatar até a estação, ainda conseguimos pegar o trem para Hogwarts.

Olhei para Hermione, esperando uma resposta. Eu sabia que ela estava prestes a surtar, mas ela respirou fundo e concordou.

— Vamos para a estação.

Entrelaçamos nossas mãos e aparatamos juntas para o banheiro da estação, então saímos dali e atravessamos a barreira que separava a plataforma do resto da estação, havia dezenas de alunos espalhados por ali, com suas malas, prontos para ir para mais um ano em Hogwarts.

— Agora é só entrar no trem.

Hermione apertou minha mão com força.

— Talitha, estamos no passado, a gente não pode interagir com ninguém, entendeu? Vamos tentar passar despercebidas, cabeças baixas, sem contato visual.

— Entendi.

Entramos no trem e assim que conseguimos uma cabine vazia, entramos ali e trancamos a porta, para evitar que alguém entrasse. Sentamos no banco e respiramos fundo, eu não conseguia acreditar no tamanho do meu azar para me meter em um problema daquele tamanho.

— Mione, o que você sabe sobre 1977?

Ela ficou um momento em silêncio.

— Eu acho que estava prestes a explodir a primeira guerra bruxa — ela sussurrou, nervosa — Voldemort ganhando seguidores, nascidos trouxas sendo perseguidos e mortos...

— Ruim, muito ruim.

Hermione me lançou um olhar preocupado.

— Tatha, como está o seu machucado? A gente aparatou, deve ter reaberto a ferida.

Olhei para baixo e fiquei satisfeita ao ver que minha roupa não estava manchada de sangue, apenas naquele momento que percebi como demos sorte por nenhuma de nós estar de pijama, se não aquilo ia ser muito constrangedor.

— Acho que está tudo bem.

A garota concordou.

Pela primeira vez, fiz uma viagem para Hogwarts em completo silêncio, era bizarro estar ali sem Ron e Harry. Só saímos da cabine quando finalmente chegamos, nos enfiamos no meio do corredor tumultuado para tentar descer do trem, não olhando muito para nenhum dos alunos.

Estava indo tudo bem, ao menos, até a gente tentar descer do trem e eu acabar tropeçando quando um idiota deu uma cotovelada bem onde eu havia sido ferida, soltei um palavrão e quase fui de cara no chão, mas alguém me agarrou no momento certo e me ajudou. Quando olhei para cima, vi um garoto sorridente, com olhos avelã, óculos redondos e cabelo escuro que parecia uma bagunça completa, ele era lindo, para dizer o mínimo.

— Ei, você está bem?

— Er... Sim.

Seu sorriso aumentou e eu me afastei dele, notando seu uniforme da Grifinória.

— Acho que ainda não nos conhecemos, sou James Potter.

Eu congelei, aquele era o pai do Harry, no auge dos seus dezessete anos.

— Tatha, precisamos ir.

Hermione se recuperou do choque mais cedo do que eu e me arrastou com agilidade para longe de James.

— Mione, aquele... — sussurrei, chocada.

— EI, não vai me dizer seu nome?

Dei uma rápida olhada para trás ao ouvir a voz dele, James ainda me encarava, agora havia outro garoto do seu lado, tão alto quanto ele e com cabelos pretos, olhos cinzas e também usando o uniforme da Grifinória, era impossível não saber que aquela era a versão adolescente de Sirius.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu virei para frente, as memórias do momento em que ele morreu nublaram a minha mente.

— Ignora — Hermione sussurrou — Nós não podemos interferir no passado, não importa o quanto a gente queira.

Hermione empurrou alguns alunos, fazendo com que a gente conseguisse uma carruagem. Ela ficou tensa durante toda a viagem, sua mão ainda agarrando a minha, como se tivesse medo que eu desaparecesse.

— Mione.

Ela me encarou, preocupada.

— O que foi?

Eu respirei fundo, escolhendo com cuidado as minhas palavras.

— Desculpa por ter brigado com você.

Surpresa surgiu no seu rosto, então ela suspirou, parecendo mais velha do que realmente era.

— Desculpa por ter mentido para você.

Me forcei a dar um sorriso, tentando aliviar um pouco a tensão daquele momento.

— Ainda somos amigas?

— Para sempre.

Chegamos no castelo e fomos correndo para a sala do diretor, a passagem estava fechada.

— O que fazemos agora?

— Conhecendo Dumbledore como conheço... — murmurei, pensativa — balinhas de limão.

Não fiquei impressionada quando a porta abriu, apenas agarrei Hermione e entrei, caminhamos até estar totalmente no escritório do diretor. Um sentimento nostálgico tomou conta de mim e eu quase chorei quando o vi ali, parado atrás da sua mesa enquanto nos encarava com surpresa.

— Quem são...

— Hermione Granger e Talitha Lestrange — Mione rapidamente nos apresentou — Somos alunas, quer dizer, ainda não, porque nesse momento a gente ainda nem nasceu e...

Dumbledore nos encarou com curiosidade.

— Desculpe?

— O que a minha amiga quer dizer, é que a gente teve um pequeno problema com um vira-tempo e agora estamos aqui, muito longe do nosso tempo atual, o senhor é o único que pode nos ajudar.

Ele indicou as duas poltronas em frente a sua mesa.

— Por favor, sentem-se.

Explicamos toda a situação para Dumbledore, tomando cuidado para não revelar nenhum detalhe importante sobre o futuro. Ele ouviu tudo em silêncio, enquanto nos encarava de forma curiosa, quando finalmente acabamos de falar, ele estendeu a mão.

— Posso ver o vira-tempo?

Hermione entregou para ele, depois de o analisar por alguns segundos, Dumbledore suspirou.

— Não posso o consertar agora, pode demorar alguns dias — ele explicou, sério — enquanto isso... Vocês duas vão ter que fingir ser alunas comuns, mas recomendo que não interajam mais do que o necessário com as pessoas.

O encarei, sem acreditar no que estava ouvindo.

— Mas...

Ele me encarou, com pena.

— Sinto muito não o consertar rapidamente como vocês esperavam — Dumbledore lamentou — vira-tempo é um objeto extremamente delicado, o que requer paciência para mexer. Suponho que vocês já passaram pela seleção, então qual a casa de vocês?

Troquei um olhar com Hermione, que respondeu desanimada.

— Grifinória, as duas.

No segundo seguinte, a capa do uniforme com o símbolo da grifinória estava em nossos colos.

— Vamos descer, é a hora do banquete de boas-vindas, imagine que devem estar com fome depois de toda essa viagem — ele comentou, então deu um pequeno sorriso — e senhorita Lestrange, recomendo que passe na enfermaria após o jantar, para que Madame Pomfrey possa dar uma olhada nesse seu machucado.




"Eu não quero olhar para mais nada agora que te vi

Eu não quero pensar em mais nada"




HERMIONE E EU CONSEGUIMOS passar o jantar inteiro sem ter que interagir com outras pessoas, assim que terminamos de comer, fomos para a enfermaria, onde Madame Pomfrey ficou horrorizada ao ver o meu machucado.

— Querida, quem fez isso com você?

Olhei para o chão, sem saber muito bem o que responder.

— Fomos atacadas no caminho para a estação — Hermione mentiu — eu sou nascida trouxa, Talitha tentou me proteger e acabou sendo ferida.

Pomfrey nos encarou com pena.

— Oh, isso é terrível — ela disse, enquanto limpava meu machucado e passava uma pomada para cicatrizar — é uma ferida de magia negra, então pode demorar um pouco para curar completamente, recomendo que você não se meta em problemas nos próximos dias, ok?

Eu adoraria ficar fora de problemas por um tempo.

— Vou me esforçar.

Ela terminou de passar a pomada e fez um curativo, havia um sorriso doce em seu rosto.

— Eu estava quase esquecendo, Dumbledore deixou isso para vocês.

Hermione pegou a carta rapidamente e a abriu, então sentou-se ao meu lado para que eu também conseguisse ler.

A carta consistia na senha para o Sala Comunal da Grifinória e o número do nosso quarto, ele avisou que havia providenciado o material e roupas para passarmos os próximos dias, também havia algumas sugestões de respostas quando alguém nos perguntasse porque havíamos sido transferidas para Hogwarts. Aquilo fez a ficha cair que a gente estava realmente presas em um tempo que não era o nosso, a receita perfeita para o desastre.

— Obrigada, Madame Pomfrey.

Observei Hermione guardar a carta, então saímos da enfermaria, fazendo o caminho para a torre onde ficava a Sala Comunal da Grifinória.

— Isso está ficando cada vez pior — resmunguei, desanimada.

Ela suspirou.

— E pela primeira vez, o problema não é culpa do Harry.

Nos encaramos e sem conseguir aguentar, começamos a rir, não era uma risada exatamente feliz. Eu estava tão distraída que quando começamos a subir as escadas, acabei esbarrando em alguém.

— Que coincidência, nos esbarramos pela segunda vez no dia.

Fiz uma careta ao ver que James Potter estava me encarando novamente, com um sorriso divertido no rosto. Dessa vez ela estava acompanhado de Sirius Black, Remus Lupin e para meu grande ódio, Peter Pettigrew.

Por um momento, considerei matar aquele rato desgraçado ali mesmo, mas Hermione agarrou meu braço com força.

— Com licença, você está nos atrapalhando.

James arqueou a sobrancelha com meu tom seco.

— Agradecimentos ou educação não são seu forte, não é, baixinha?

Troquei um olhar com Hermione, que parecia não saber o que fazer ou como agir diante da versão jovem daquele grupo.

— Obrigado por ter sido alguém decente e ter me ajudado antes, agora será que pode sair da nossa frente? — eu resmunguei, cansada — Olha, eu acabei de ter um dos piores dias da minha vida, o que é surpreendente, porque tenho uma quantidade impressionante de dias infelizes, a única coisa que eu quero é deitar em uma cama e dormir, mas não posso fazer isso porque tem um bando de idiotas atrapalhando o meu caminho!

Hermione me encarou preocupada.

— Talitha, você...?

Os quatro garotos me encaravam com os olhos arregalados, eu entendia a reação deles, afinal, eu estava quase surtando.

— Por favor, não começa a chorar — Sirius sussurrou, em pânico — Eu não sei lidar com garotas chorando.

Remus mexeu no bolso e tirou uma pequena barra de chocolate dali, então ele me estendeu com um sorriso doce, aquele momento era estranhamente igual a quando a gente se conheceu, onde ele me oferecia chocolate depois do dementador ter me feito desmaiar no trem.

— Você parece estar precisando de um pouco de chocolate.

Eu concordei lentamente e peguei um quadradinho, me senti um pouco mais feliz quando mordi o pedaço, sentindo aquele gostinho doce na minha boca.

— Obrigada.

— Desculpe por ela — Hermione murmurou, constrangida — a gente teve um dia longo.

James sorriu.

— Vocês estão indo para a torre da Grifinória? A gente também, então vamos todos juntos.

Ele não deixou muito espaço para discussões, então apenas desisti. Hermione e eu seguimos junto com o grupo para a torre, tentando manter a conversa no mínimo, o que era uma missão realmente difícil com aqueles quatro. Eu tentava a todo momento encontrar semelhanças entre James e Harry, mas era estranho.

— Vocês são alunas novas? — Remus perguntou, curioso — Nunca vi vocês.

Hermione ficou tensa.

— Estudávamos nos Estados Unidos, mas nossos pais se mudaram a trabalho no verão e acabamos sendo transferidos para cá.

Sirius arregalou os olhos.

— Vocês são irmãs?

Nós duas não tínhamos absolutamente nada de parecido para alguém acreditar naquilo, pois eu tinha herdado a aparência da família Black, um contraste total com Hermione, então eu apenas forcei um sorriso.

— Sou adotada.

James deu outro sorriso, revelando suas covinhas.

— Meus pais adotaram Sirius há algum tempo, então a gente sabe como é.

Ele parecia estar tentando fazer com que eu me sentisse melhor de uma forma que meu melhor amigo, Harry, também faria. Nós finalmente chegamos à frente do quadro da Mulher Gorda, onde já havia um grupo de pessoas tentando entrar, James imediatamente estufou o peito e tentou arrumar os cabelos, o que chamou a minha atenção.

— Lily! Como foi o seu verão? Sentiu a minha falta?

Arregalei os olhos quando uma garota ruiva lançou um olhar azedo para James.

— Ah, Potter.

Lílian Evans não parecia nem um pouco feliz em ver James Potter, o que era verdadeiramente irônico, já que eu sabia que, no futuro, os dois iriam casar e ter um filho que, por acaso, se tornaria o meu melhor amigo.

— Então, Lily, eu senti a sua falta e até mesmo escrevi um poema para...

James foi interrompido quando a passagem finalmente abriu e Lily entrou ali, fingindo que não estava ouvindo o que ele estava dizendo. Eu olhei para o garoto, seus ombros estavam caídos e tinha uma expressão triste em seu rosto, ele parecia realmente gostar da ruiva.

— Você escreve poemas, então?

Ele me encarou surpreso.

— Você gosta?

— Na verdade, não, mas eu não me importaria de ouvir.

Nós passamos pela passagem e eu quase me senti em casa ao ver a Sala Comunal, não havia mudado quase nada, o que era impressionante.

— Deixa pra outra hora, você está cansada — James murmurou — Bom, foi bom te conhecer Talitha...?

James me encarou, esperando um sobrenome.

— Granger — Hermione respondeu por mim, eu lhe enviei um sorriso agradecido.

— Ok, Talitha e Hermione Granger — ele disse, então piscou — bom descanso para vocês.

Os outros três garotos se despediram, Remus me deu o resto da sua barra de chocolate, o que eu agradeci profundamente. Hermione e eu seguimos para o dormitório das meninas e fomos até o quarto indicado na carta de Dumbledore, quando entramos, fiquei surpresa ao ver que havia bagagem ali.

Me sentei na beirada da cama, olhando ao redor.

— Uau, ele realmente pensa em tudo.

Hermione me encarou, séria.

— Talitha, você não pode simplesmente ser amiga do pai do Harry! Nós precisamos nos manter discretas, lembra?

Deitei na cama, encarando o teto do dormitório.

— É meio impossível ignorar James Potter, principalmente quando ele é o garoto mais bonito que já conheci e extremamente simpático — resmunguei, desanimada — AI, o quão errado é eu chamar o pai do meu melhor amigo de bonito?

Ela franziu a testa.

— Eu não tenho mais energia para pensar em uma resposta para isso.

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